terça-feira, 25 de março de 2014

UNS PARA A VIDA ETERNA, E OUTROS PARA HORROR ETERNO ATÉ SEREMOS SEMELHANTES A ELE

ALIMENTO DIÁRIO / SEMANA 3 - TERÇA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 5: O MINISTÉRIO DE PEDRO

Leitura bíblica: Dn12:2; Dt 32:39-40; Jo 3:14-16; Rm 8:6; Cl3:1-2; 1 Co 15:42-50

Ler com oração: Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (1 Jo 3: 1-2)


UNS PARA A VIDA ETERNA, E OUTROS PARA HORROR ETERNO ATÉ SEREMOS SEMELHANTES A ELE

Uns para a vida eterna e outros para horror eterno


Poucos têm essa consciência, mas o homem foi criado com a eternidade no coração, que é o espírito humano, e a alma surgiu em função da criação do espírito, portanto, o espírito e a alma do homem não morrerão jamais. Todavia, isso não é vantagem alguma se o homem não receber a vida eterna de Deus. Nas profecias de Daniel há uma passagem que diz: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (Dn 12:2). Isso significa que se o homem não receber a vida eterna hoje, crendo no Senhor Jesus, irá para vergonha e horror eterno. Que lástima, mesmo desejando morrer não o conseguirão! Por isso, precisamos alertar todo homem sobre isso e pregar o evangelho a fim de salvá-lo desse destino horrível.

O dom gratuito de Deus é a vida eterna

Deus é o grande EU SOU, somente Ele é Deus, e não há nenhum outro além Dele. Somente Deus possui a vida eterna (Dt 32:39-40). Ele nos criou com a eternidade no coração, com o objetivo de nos dar Sua vida eterna. Mas como receber a vida eterna? O Senhor Jesus explicou a Nicodemos: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:14-16). O grande amor de Deus é demonstrado pela doação de Seu próprio Filho ao homem, a fim de nos salvar da perdição eterna e nos dar Sua vida eterna. Ele tornou tudo muito simples: basta crer no Filho para receber a vida eterna (v. 36).
O homem já possui um invólucro de eternidade no coração, que é o espírito; todavia, essa eternidade precisa receber como seu conteúdo a vida divina, que é eterna. Quando cremos no Senhor, nascemos de Deus; essa é a salvação do nosso espírito; nunca mais participaremos da vergonha e horror eterno. Que presente recebemos de Deus! Por isso Paulo fala em Romanos: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (6:23).

A vida eterna também em nossa alma

A salvação de Deus é completa, Ele deseja salvar o nosso espírito, alma e corpo, conforme já explicamos. Agora que cremos no Senhor e recebemos a salvação do espírito, como receber também a salvação em nossa alma? Paulo explica na Epístola aos Romanos que se inclinarmos a nossa mente para a carne, resultará em morte; mas se a inclinarmos ao Espírito, teremos vida e paz (8:6). A nossa alma voltada sempre para o Espírito, receberá a vida eterna.

A árvore do conhecimento do bem e do mal

O homem foi criado com um espírito, como um invólucro de eternidade para receber a vida eterna de Deus. A alma surgiu em consequência disso, portanto, ela também foi feita para viver na esfera da eternidade. Todavia, quando a serpente propôs a Eva o fruto do conhecimento do bem e do mal; ao comê-lo, o homem rebaixou sua alma ao nível terreno do certo e do errado, do bem e do mal. O que Deus tinha para o homem era algo celestial, eterno, que sobrepuja tudo que é terrenal. Pelo fato de o homem haver escolhido o que é terreno, o problema de sua alma não é buscar somente o bem ou o mal, o certo ou errado, mas ficar limitado apenas ao plano humano, que não cumpre a vontade de Deus.
Por essa razão, Jesus disse certa vez aos judeus: “Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou” (Jo 8:23). A salvação de Deus é para nos libertar do plano terreno para vivermos no plano celestial, espiritual e da fé. Por isso Paulo afirma em Colossenses: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3:1-2).

Negar a vida da alma – uma libertação

Pedro foi repreendido pelo Senhor não porque queria o mal Dele, mas porque não cogitava das coisas de Deus, e, sim, das dos homens. Não há outro caminho para agradar a Deus, senão negar a vida da alma com todas as limitações humanas e receber a vida eterna de Deus, com todo o poder da fé, do Espírito. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida [alma] perdê-la-á; e quem perder a vida [alma] por minha causa achá-la-á” (Mt 16:24-25).
Negar a vida da alma não é uma perda para o homem, mas uma libertação e santa barganha. Somos libertos do plano terreno do certo e do errado, libertos de viver pela razão, para ganharmos a vida eterna de Deus com todos os seus atributos sobre-humanos. As epístolas de Pedro têm grande valor na nossa experiência para ajudar-nos nisso. O fogo do Espírito pode queimar todas as impurezas terrenas, para experimentarmos todas as prerrogativas da vida eterna.

A vida cristã: uma história de fé

A palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus, disse Paulo (1 Co 1:18). A cruz aniquila o que há de terreno em nós, para começarmos uma vida em outra esfera, em outra dimensão, a dimensão da fé. Aprouve a Deus salvar os que creem, pela loucura da pregação (v. 21). A vida cristã é para ser vivida totalmente na esfera da fé, na esfera do Espírito, e não mais do certo e do errado, do bem e do mal. Infelizmente muitos cristãos ainda vivem e servem a Deus no plano terreno, limitados pelo tempo e espaço como todo ser humano.
Deus quer infundir cada vez mais a Sua vida eterna em nossa alma, libertando-a da escravidão do plano terreno, para vivermos no plano celestial, espiritual. Para isso é de suma importância a prática de invocar o nome do Senhor, pois ela nos leva a viver no espírito. Em seguida, é importante aprendermos a negar a nossa vida da alma, cooperando com o trabalho de Deus em nós. Assim, como está relatado na Segunda Epístola de Pedro, sobre a base da fé, Deus quer acrescentar Sua natureza em nós, até sermos como Ele é, plenos de Sua vida e natureza.

O primeiro homem é terreno; o segundo homem é do céu

Paulo em sua primeira carta aos coríntios revela que durante o tempo em que vivemos no corpo terreno é para semearmos para que o nosso ser tripartido alcance a incorrupção, glória e poder, mediante a salvação completa de Deus: “Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Co 15:42-44).
O primeiro homem, Adão, é terreno, pois é formado da terra; mas o segundo homem, Cristo, é do céu. O primeiro homem foi feito alma vivente, é, portanto, natural; o segundo homem é espírito vivificante, é, portanto, celestial: “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim, o natural; depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial. Isto afirmo, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (vs. 45-50).
Que alento é saber que Deus está trabalhando em nós com Sua vida e natureza, transformando-nos em homens celestiais, espirituais, cheios da imagem do que é celestial, com o objetivo de herdar o reino de Deus. Todo o nosso ser: espírito, alma e corpo, será salvo pela vida e natureza de Deus, e transferido para o plano celestial.

Seremos semelhantes a Ele

O apóstolo João viu essa maravilha: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1 Jo 3:1-2). Hoje ainda não temos noção completa do que realmente é ser um filho de Deus, assim como com olhos naturais, o mundo não conheceu Cristo como o Filho de Deus. Contudo, já dá para termos uma noção do que haveremos de ser, visto que seremos semelhantes a Cristo quando Ele se manifestar naquele dia. Havemos de vê-Lo como Ele é.
A vida cristã não se resume em práticas de bom comportamento ou de ética e moral, pois tudo isso ainda está no plano terreno. A salvação completa de Deus é para nos levar para outra dimensão, a da fé e do espírito. Transcenderemos sobre o tempo e o espaço naquele dia. Paulo tenta explicar esse fato em sua Primeira Epístola aos Coríntios: “Porque agora vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1 Co 13:12-13).
Tudo que conseguimos entender hoje é como ver as coisas por espelho, que é muito limitado e obscuro; pois vemos tudo em duas dimensões. Mas naquele dia veremos face a face, veremos tudo em três dimensões, veremos as coisas espirituais como elas são. Na verdade estaremos vendo as coisas na dimensão de Deus, que é o amor. Não será em 2D nem em 3D, pois não será em qualquer dimensão do conhecimento do homem, mas na dimensão do Deus eterno.
A contribuição de Pedro é muito grande para vermos a grande salvação de Deus a ser revelada naquele dia; Deus ainda está trabalhando em nós até nos tornar como Ele é em vida e natureza. Deus é amor, e nós seremos como Ele é, e viveremos na dimensão de Deus. Por isso, o autor de Hebreus exclama: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (2:3).

segunda-feira, 24 de março de 2014

A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO ATÉ SOIS DEUSES, SOIS TODOS FILHOS DO ALTÍSSIMO

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 3 - SEGUNDA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 5: O MINISTÉRIO DE PEDRO

Leitura bíblica: Gl 3:14; Jo 7:38-39; 2 Pe 1:5-8; 2 Pe1:1, 10-11; Sl 82:6; Jó 33:4

Ler com oração: Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo. (2 Pe 1:3-4)




A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO ATÉ SOIS DEUSES, SOIS TODOS FILHOS DO ALTÍSSIMO

A Segunda Epístola de Pedro

Provavelmente a segunda carta de Pedro tenha sido escrita em Roma por volta do ano 69, depois do martírio de Paulo (2 Pe 3:15-16), portanto um pouco antes da destruição de Jerusalém pelo Império Romano no ano 70, e próximo ao seu martírio (1:14). Nessa epístola Pedro revela algo grandioso: Deus nos criou e nos regenerou com o fim de nos doar todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, para participarmos da Sua natureza divina.

O trabalhar do Deus Triúno

Logo após a saudação, Pedro escreve: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as sua preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (1:3-4).
Sem dúvida alguma, Deus Pai é o doador da vida; pelo Seu divino poder Ele nos doou todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, por meio da fé igualmente preciosa que cada um recebeu (v. 1). Essa doação ocorreu pelo conhecimento completo do Filho, o qual nos chamou para a Sua própria glória e virtude. Pela glória e virtude do Filho nos têm sido doadas as Suas preciosas e mui grandes promessas, as quais recebemos por meio do Espírito prometido (Gl 3:14; Jo 7:38-39). O trabalhar do Deus Triúno é para que nos tornemos coparticipantes da natureza divina, livrando-nos da corrupção das paixões que há no mundo.

O plano de Deus é fazer o homem participar de Sua vida e natureza

Pedro ainda nos encoraja: “Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1:5-8).
O que vimos até agora tem relação com o que o apóstolo Paulo mencionou em sua Primeira Epístola aos Coríntios: “Falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória [...] mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (2:7, 9). É algo tão grandioso que precisamos que o Espírito nos revele: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (v. 10).
O plano de Deus é tão maravilhoso que é difícil para o homem entendê-lo completamente. Como pode o Deus Criador, tão ilimitado, eterno, fazer do homem tão limitado Seu filho? O homem só precisa confessar com a boca que Jesus é o seu Senhor, e em seu coração crer que Deus O ressuscitou dentre os mortos, para receber em seu espírito a vida eterna de Deus (Rm 10:8-9). É nesse momento que recebemos a fé igualmente preciosa (2 Pe 1:1) e ela é a base para Deus nos adicionar Sua vida e natureza. Por meio de nos esvaziar, isto é, negar a nós mesmos, a vida de Deus tem espaço para crescer em nós. Sobre a base da fé, Deus quer acrescentar a virtude, o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, o amor fraternal, e, por fim, o amor.

Ágape: amor de Deus

A palavra grega para amor é ágape, o amor divino; este amor somente Deus tem, mas Ele deseja que o homem participe desse amor. O Senhor Jesus disse: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (Mt 5:43-46). Nenhum amor humano é capaz de amar os seus inimigos; somente Deus é capaz, e Ele quer nos fazer como Ele é em vida e natureza. Isso está além da nossa compreensão!

Amplamente suprida a entrada no reino

Quando a vida de Deus crescer em nós na sua plenitude, conforme descrito por Pedro, estaremos prontos para entrar no reino eterno de nosso Senhor Jesus Cristo: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1:10-11).

Tão grande salvação

A salvação que Deus preparou para o homem é tão grande que dedicaremos mais algum espaço para esclarecer o assunto. A Epístola aos Hebreus ressalta que Deus constituiu o homem para o governo do mundo que há de vir. Embora o homem tenha sido criado um pouco menor que os anjos, Deus mesmo o preparará para ser coroado de glória e de honra (2:5-8). É disso que Pedro fala na sua segunda carta. O plano de Deus é trabalhar no homem até ele estar pleno de Sua vida e natureza.
Deus nunca gerou nenhum anjo como Seu filho: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?” (1:5). Os anjos, pelo contrário, foram designados para nos servir, isto é, servir os que hão de herdar a salvação (v. 14). Somos privilegiados, somos esses que herdarão essa grande salvação.

O sopro de Deus

Como é possível uma criatura tão limitada como o homem se tornar um filho do Deus ilimitado, eterno? A chave para começarmos a desvendar esse enigma está na criação do homem. Segundo o livro de Gênesis, Deus tomou o pó da terra e formou o corpo do homem; todavia, o que deu vida a ele foi o sopro de Deus, isto é, o fôlego de vida que Deus soprou em suas narinas (2:7). Podemos dizer que a essência da criação do homem foi o sopro de Deus que se tornou o espírito do homem, pois a mesma palavra hebraica usada para o fôlego de vida em Gênesis 2:7 foi usada para o espírito do homem em Provérbios 20:27. No livro de Jó, as palavras de Eliú trazem mais luz ao assunto: “Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio” (32:8); e: “O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida” (33:4); e ainda: “Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (34:14-15).

Deus pôs a eternidade no coração do homem

Ainda não conseguimos entender como o homem finito pode ser filho do Deus infinito, mas o livro de Eclesiastes nos revela: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (3:11). É impressionante saber que o homem foi criado para ser filho do Deus eterno; quando Ele soprou o fôlego de vida no homem, pôs a eternidade no coração do homem, preparando-o para receber a vida eterna de Deus.

“Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo”

Agora entendemos por que o salmista exclama: “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe o domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste” (Sl 8:4-6). E em outro salmo afirma: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo” (82:6). A isso Jesus fez referência quando os judeus acusaram-No de blasfemo, pois sendo Homem, se fazia de Deus a Si mesmo: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar, então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas, porque declarei: sou Filho de Deus?” (Jo 10:33-36).

domingo, 23 de março de 2014

INÍCIO DO CAPÍTULO 5 ATÉ LOUVOR, GLÓRIA E HONRA

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - DOMINGO

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 5: O MINISTÉRIO DE PEDRO

Leitura bíblica: 1Pe 1:3-9; Hb 2:5-8, 1 Ts 4:16-17; 1Co 15:51-54; Mt 3:11

Ler com oração: Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. [...]. Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.[...] Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. (1Pe 1:6-7, 4:12-13; Mt 16:24-25)


INÍCIO DO CAPÍTULO 5 ATÉ LOUVOR, GLÓRIA E HONRA

Conforme exposto nos capítulos anteriores, os doze apóstolos receberam a revelação das verdades do Novo Testamento diretamente do Senhor Jesus, durante os anos que estiveram com Ele. Jesus aproveitava todas as oportunidades para aplicar na vida prática as verdades que ensinava. Todavia, por causa da imaturidade deles, não compreendiam totalmente o que o Senhor lhes revelava. Mais tarde, Ele levantou a Paulo e lhe deu a visão completa da economia neotestamentária de Deus.
Todavia, os doze apóstolos têm uma posição especial no plano de Deus. No livro de Apocalipse, escrito por João na ilha de Patmos, é revelado que a muralha da cidade [nova Jerusalém] tinha doze fundamentos, sobre os quais estavam os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21:14). Os verdadeiros representantes do ministério dos doze apóstolos foram Pedro e João, que pouco a pouco amadureceram em vida. O Espírito da realidade lhes ensinou todas as coisas e os fez lembrar de tudo o que o Senhor Jesus lhes havia dito (Jo 14:17, 26). As cartas que Pedro e João escreveram, já em idade avançada, demonstram que eles haviam amadurecido, visto que são livros que destilam vida e estão recheados de experiências. Veremos neste capítulo acerca do ministério de Pedro em sua maturidade.

A Primeira Epístola de Pedro

Pedro escreveu sua primeira epístola por volta do ano 64, antes do martírio de Paulo. Essa carta foi escrita com a ajuda de Silvano, que era Silas, companheiro de Paulo em sua segunda viagem apostólica (1 Pe 5:12). Na ocasião em que foi escrita essa epístola, João Marcos, o pivô da discussão entre Paulo e Barnabé no início da segunda viagem (At 15:37-40), estava com Pedro (v. 13). O mesmo Marcos foi mais tarde solicitado por Paulo, para que Timóteo o levasse até ele, pois lhe era útil para o ministério (2 Tm 4:11). Isso revela que os mesmos cooperadores, Silas e Marcos, serviam com Paulo e com Pedro.

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo

Queremos lembrar que o nosso foco neste livro é falar sobre a nossa atitude para com as verdades. Pedro, na sua maturidade, nos ajuda a aplicar as verdades por meio de suas preciosas experiências. Ele bendiz “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1 Pe 1:3-5).
Deus é totalmente digno de receber o nosso louvor, pois segundo a Sua muita misericórdia, nós, homens, pela fé em Cristo, fomos gerados por Deus como Seus filhos, ao recebermos Sua vida. Isso só se tornou possível mediante a ressurreição de Jesus Cristo, o Primogênito do Pai. Esse novo nascimento nos trouxe uma viva esperança: crescer como filhos de Deus, e amadurecer até sermos Seus filhos herdeiros, com o objetivo de receber a herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para nós. Essa herança será o reino, será o governo do mundo que há de vir, que Deus determinou não entregar aos anjos, e, sim, aos homens (Hb 2:5-8).

A salvação completa de Deus

Todavia, há um longo caminho a percorrer para que os homens alcancem a herança do reino. Para isso é necessário passarmos pelo trabalhar da salvação completa de Deus que visa salvar o nosso espírito, alma e corpo. A salvação do espírito ocorre no momento da nossa regeneração, quando recebemos a vida de Deus por meio do Espírito em nosso espírito. Pela salvação do espírito, recebemos a vida eterna, tornamo-nos filhos de Deus. A salvação do nosso corpo ocorrerá na segunda vinda de Cristo; quando ressoar a trombeta de Deus, o Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois os vivos, os que ficarem, serão arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares (1 Ts 4:16-17). Os mortos em Cristo ressuscitarão incorruptíveis, e, os vivos, serão transformados. O corpo corruptível se revestirá de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestirá de imortalidade (1 Co 15:51-54). Essa é a salvação do nosso corpo.

A salvação da alma

Falamos da salvação do espírito e também do corpo, mas ainda falta a salvação da nossa alma; esta é a mais complicada, pois precisa de toda a nossa vida na terra para se desenvolver. O Senhor Jesus fez questão de expor o problema da alma para Pedro. No Evangelho de Mateus está registrado que Pedro reprovou Jesus na tentativa de protegê-Lo, pois não desejava que Ele sofresse e fosse morto. Como resposta, Pedro ouviu do Senhor: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (16:21-23).
Em outra ocasião, o mesmo Pedro, entusiasmado com a aparição de Moisés e Elias, quis fazer três tendas; uma para o Senhor Jesus, outra para Moisés e outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vinda da nuvem, uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a Ele ouvi” (17:1-5). Exemplos como estes mostram que o homem vive pela sua alma; ainda que seja pelo lado bom dela, não consegue fazer a vontade de Deus.

Negar a si mesmo, negar a vida da alma

Se quisermos fazer a vontade de Deus teremos de seguir o Senhor, e para segui-Lo, só tem um caminho: negar a nós mesmos. Depois de revelar que a igreja é um tipo de viver que faz a vontade de Deus, e não um edifício nem uma organização religiosa, Jesus revela o caminho: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto quem quiser salvar a sua vida [alma] perdê-la-á; e quem perder a vida [alma] por minha causa achá-la-á” (Mt 16:24-25).
Todo homem que conhece a necessidade de negar a si mesmo deve ter experimentado uma luta interior muito grande na tentativa de consegui-lo. Seguramente não é uma tarefa fácil. Todos nós temos a experiência de passar por algumas grandes tribulações na vida, situações em que lutamos até esgotar todas as nossas forças, até chegarmos a ponto de não nos restar nenhuma saída, a não ser nos render ao Senhor. São momentos em que provamos o quebrantamento, o arrependimento cabal e a consagração absoluta. Pensamos muitas vezes que são provações como essas que nos fazem negar a vida da alma. No entanto, quando a pressão do sofrimento é aliviada, a vida da alma que pensamos ter sido debelada em nós, volta à atividade. Isso é muito frustrante, e não deve ter sido diferente na experiência de Pedro.

Espírito e fogo

A Primeira Epístola de Pedro mostra que ele achou o caminho certo. O versículo chave está em Mateus 3:11, na palavra dita por João Batista: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Ao lerem esse texto, alguns entendem que se aceitarmos o Senhor Ele nos batizará com o Espírito Santo, e se não O aceitarmos, Ele nos batizará com o fogo inextinguível. A Palavra não diz que seremos batizados com o Espírito Santo “ou” com fogo, e, sim, com o Espírito Santo “e” com fogo.
Em outras palavras, o Espírito e o fogo andam juntos, isto é, onde está o Espírito ali está também o fogo. Pedro evidencia a importância do fogo no processo de purificação de nossa alma: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1:6-7).
Para se refinar o ouro, coloca-se o minério em um cadinho, para submetê-lo a alta temperatura. O ouro derrete, isto é, se liquefaz; e em estado líquido ele decanta, pois é mais pesado que as impurezas, permitindo assim que o ourives as remova. Semelhantemente, toda vez que o Senhor, nas situações cotidianas expõe a nossa vida da alma com Sua luz, precisamos do fogo que está no nosso espírito para evidenciar as impurezas da alma e queimá-las. Não há necessidade de esperar por alguma tribulação extraordinária, e, sim, no nosso dia a dia, por meio de uma palavra ou atitude, precisamos ser iluminados por Deus, de que ainda vivemos por nós mesmos, mesmo que seja pelo lado bom. Assim, voluntariamente buscamos o fogo do Espírito para depurar o ouro não perecível que está em nós.
Confirmando a importância do fogo na salvação da alma, Pedro, também fala: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando” (4:12-13). O conceito tradicional, de associar o fogo ao castigo, dificulta-nos o entendimento de que ele também pode ser usado por Deus no sentido positivo, para eliminar as impurezas e depurar o ouro. Pedro achou o caminho para obter a salvação da alma e hoje somos beneficiados pelas suas experiências de vida.

Louvor, glória e honra

Pedro ainda complementa sobre a salvação da alma dizendo: “A quem [Jesus Cristo], não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé, a salvação da vossa alma” (1 Pe 1:8-9). Esse é o caminho da salvação da nossa alma. Na revelação de Jesus Cristo, isto é, na Sua segunda vinda, quando todos os filhos de Deus comparecerão perante o tribunal de Cristo (2 Co 5:10) que Ele estabelecerá nos ares (1 Ts 4:16-17), receberemos louvor, isto é, aprovação; glória, que é a esfera do reino de Deus, e honra, para reinarmos com o Senhor.

sábado, 22 de março de 2014

FILIPENSES ATÉ HEBREUS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - SÁBADO

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 4: A ÊNFASE DOS ESCRITOS DE PAULO

Leitura bíblica: Fp 1:3-7, 4:14-19,2:7-11, 3:7-14; Fm8-11



Ler com oração: Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando; antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos]. Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas; vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem. Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. (Hb 2: 5-10)

FILIPENSES ATÉ HEBREUS

Filipenses

Filipos era a principal cidade da província romana na Macedônia. A igreja foi levantada de maneira muito doce na segunda viagem de Paulo com Silas. Por isso, Paulo mantinha um relacionamento de intimidade e cuidado com os crentes filipenses. Ele começa a carta que lhes foi endereçada, salientando a cooperação deles no evangelho, desde o primeiro dia até aquele momento (Fp 1:3-7). Eles sempre supriram Paulo com ofertas de riquezas materiais, tornando-se participantes do fruto do evangelho do apóstolo (4:14-19).
No capítulo dois da Epístola aos Filipenses, Paulo mostra o modelo de Cristo Jesus para todo homem que deseja reinar no mundo que há de vir; pois Ele “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (vs. 7-11).
No capítulo três Paulo destaca que por causa da sublimidade da revelação da economia neotestamentária de Deus, ele perdeu todas as coisas e as considerava como refugo, para ganhar a Cristo. Ele queria de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos, que é um prêmio para os vencedores. Com isso, ele não olhava mais para trás, antes, esquecendo-se das coisas que para trás ficaram, desejava avançar para as que diante dele estavam, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (vs. 7-14).
O prêmio para os vencedores será o reino milenar. Portanto a Epístola aos Filipenses define o destino, o alvo, “do avião” da economia neotestamentária de Deus. Todo avião antes de levantar voo precisa saber qual é o seu destino, para calcular o combustível, o roteiro, enfim, o plano de voo. Filipenses traz “o plano de voo e o alvo final”, que é o reino.

Filemom

Esta é uma carta pessoal de Paulo a Filemom, que provavelmente era um presbítero da igreja em Colossos. Ele possuía um escravo de nome Onésimo; este fugira de seu senhor, roubando-lhe algum dinheiro. Onésimo foi até Roma onde seu caminho cruzou com o do apóstolo Paulo, que lhe pregou o evangelho e cuidou dele com muito amor. Aquele que antes era inútil ao seu senhor, graças ao suprimento de vida em amor, tornou-se útil a Paulo e a Filemom (vs. 8-11).
Essa história revela algo muito significativo, pois no plano de Deus, Sua economia visa suprir-nos com a vida divina para o nosso crescimento. O dispensar da vida de Deus faz Sua natureza, que é amor, chegar até nós. O resultado desse suprimento de vida, por meio do cuidado amoroso dos membros do Corpo de Cristo, faz uma obra de transformação em nós: de pessoas totalmente inúteis para Deus, nos tornamos úteis, mediante o trabalhar de Sua vida, em amor. Esse amor, que muda as pessoas inúteis em úteis, é a base para a pista de decolagem do avião.

Hebreus

Por fim, a Epístola aos Hebreus traz-nos uma revelação capaz de mudar nossa vida e serviço a Deus. Como pano de fundo, devemos ter em mente que Deus confiara aos anjos o governo do primeiro mundo, mas eles fracassaram. Por isso essa carta começa com a apresentação do Filho Primogênito de Deus, Jesus Cristo, o Homem. Como Deus, Ele era o Filho Unigênito do Pai (Jo 1:18), todavia, Ele se tornou carne, na pessoa de Jesus, e viveu uma vida de completa renúncia de Si, para fazer somente a vontade Daquele que O enviou; foi obediente até a morte e morte de cruz. Foi o primeiro homem a receber a aprovação do Deus Pai, que O ressuscitou (At 2:22-24), e foi exaltado à Sua destra (vs. 32-33).
Deus cumpriu plenamente a nós, Seus filhos, o evangelho da promessa, ressuscitando a Jesus, como também está escrito: “Tu és Meu Filho, eu, hoje, te gerei (At 13:32-34 cf. Sl 2:7b). É de extrema importância observar que o Homem Jesus foi gerado na ressurreição como Filho de Deus. Ele foi o primeiro homem a ser coroado de glória e de honra, a fim de conduzir os muitos filhos de Deus à glória pelo mesmo caminho que Ele trilhou (Hb 2:9-10).
No capítulo um o autor explicita a superioridade do Homem Jesus em relação aos anjos. Embora sejam seres espirituais (v. 14a), os anjos não foram criados para receber a vida de Deus; portanto, não podem ser gerados como filhos de Deus (v. 5); pelo contrário, Jesus foi o primeiro Homem gerado por Deus como Seu Filho Primogênito, e Deus ordenou que todos os anjos O adorem (v. 6). Os anjos foram enviados para servir os homens que irão herdar a salvação (v. 14b).
No capítulo dois o autor revela algo tremendo: Deus não sujeitará o mundo que há de vir a anjos, antes, Ele entregará ao homem o governo do reino vindouro: “Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos]” (vs. 6-8).
Como poderá o homem pecador, rebelde contra Deus, criado por um pouco menor que os anjos, assumir tão grande responsabilidade de governar o mundo que há de vir? O restante dessa carta explica que Jesus, como Homem, abriu o caminho para todos os homens que Lhe obedecem, com o fim de prepará-los para reinar. Ele é Autor da nossa salvação, Apóstolo e Sumo Sacerdote, para executar em nós a plena salvação de Deus. Quanto a nós, tão somente temos de correr a nossa carreira pela fé, seguindo o Autor e Consumador da fé: Jesus. Ao viver a vida da igreja, crescer em vida e praticar o amor, seremos preparados para reinar no mundo que há de vir. Glória a Deus!

quinta-feira, 20 de março de 2014

A DEGRADAÇÃO DA IGREJA EM ÉFESO ATÉ EFÉSIOS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - SEXTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 4: A ÊNFASE DOS ESCRITOS DE PAULO

Leitura bíblica: 2Tm 1:6-7; Gl 1:6-7, 2:16-21, 3:2-5; Cl 1:15-19; Ef 1

Ler com oração: Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. (2Tm 4:6-8)


A DEGRADAÇÃO DA IGREJA EM ÉFESO ATÉ EFÉSIOS

A degradação na igreja em Éfeso

Conforme já explicamos, a igreja em Éfeso recebeu cuidados especiais de Paulo; foi lá que ele permaneceu mais tempo, três anos, além de, mais tarde, ter recebido uma carta onde ele descreve maravilhosamente a economia neotestamentária de Deus. A palavra Éfeso significa desejável, todavia, a condição da igreja não era nada desejável. Quando Paulo escreveu a Primeira Epístola a Timóteo, a situação da igreja não era boa. Havia pessoas que abusavam do conhecimento para se ocuparem com fábulas e genealogias sem fim, com doutrinas e discussões. Timóteo foi deixado em Éfeso justamente para que eles se voltassem para a economia de Deus, na fé (1 Tm 1:3-7).

Todos os da Ásia abandonaram Paulo

Paulo escreveu a Segunda Epístola a Timóteo, pois a situação da igreja em Éfeso havia piorado. Timóteo não suportou a pressão ali existente e seu espírito se apagou. Paulo teve de encorajá-lo: “Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (1:6-7). Depois de animar Timóteo, Paulo diz: “Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes” (v. 15).

Paulo combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé

Mesmo em um quadro aparentemente tão negativo, Paulo declara que combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé (2 Tm 4:7). Ele sabia que seu ministério de edificação das igrejas no contato direto com os irmãos não teve resultado tão satisfatório, mas entendeu que Deus queria que ele desse continuidade à sua incumbência ministerial por meio de seus escritos, para que a revelação que recebera não se perdesse. O seu ministério epistolar foi um sucesso.
Ao completar seus escritos, Paulo tinha consciência de que chegara o tempo de sua partida, pois cumprira sua comissão: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (vs. 6-8).

Resumo dos principais livros escritos por Paulo
Gálatas

A motivação de Paulo ter escrito a Epístola aos Gálatas foi para alertá-los sobre o que pregavam alguns judeus cristãos, ou seja, os judaizantes. Eles ensinavam que, além da fé em Cristo, ainda era necessário praticar as obras da lei, perturbando, dessa forma, os crentes gálatas e pervertendo o evangelho de Cristo (1:6-7). Essa carta é um dos livros mais importantes da Bíblia, revelando pela primeira vez o plano da salvação de Deus na nova aliança, isto é, a economia neotestamentária de Deus.
A fé em Cristo Jesus constitui a base principal do plano de Deus. O homem não é justificado pelas obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo. A cruz de Cristo libertou o homem da escravidão da lei; pois por ela o homem morreu para a lei a fim de viver para Deus. Isso é graça de Deus, pois do contrário teria Cristo morrido em vão (2:16-21).
Os gálatas receberam o Espírito pela palavra da fé que lhes foi pregada (3:2-5). Toda realidade espiritual está no Espírito: “Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos pela fé o Espírito prometido” (v. 14). Pelo cumprimento dessa promessa o plano de Deus tornou-se realizável e real para o homem.
No capítulo quatro Paulo continua a mostrar que todo homem, salvo pela graça em Cristo Jesus, precisa crescer e amadurecer para ser herdeiro de Deus. Para isso, em Sua “economia doméstica”, Deus colocou o homem regenerado na vida da igreja, onde há tutores e curadores para ajudá-lo a crescer e ser aperfeiçoado (vs. 1-7). Agora esse homem não vive mais pela sua carne, antes, seu andar é guiado pelo Espírito, e, consequentemente, produz o fruto do Espírito (5:16-25).
Esse é um esboço da economia neotestamentária de Deus, com seus principais elementos que são: a graça, a fé, Cristo, a igreja e o Espírito. Para melhor entendimento, podemos assemelhar o livro de Gálatas com a fuselagem, a parte central do corpo de um avião, visto que essa epístola é a base do conteúdo da economia neotestamentária de Deus. Entretanto, sabemos que um avião não pode alçar voo somente com a fuselagem. Há a necessidade de outras partes, igualmente importantes. É o que veremos em seguida.
Colossenses

Tomando como ilustração o avião, ainda temos outras partes indispensáveis que são as asas do mesmo; portanto, além da Epístola aos Gálatas há necessidade de outros escritos para compor esse “avião” da economia neotestamentária de Deus. No episódio do tumulto havido no templo em Jerusalém, no final da terceira viagem de Paulo, vimos que Deus preservou a vida de Paulo para que, em Roma, ele escrevesse outros quatro livros de grande valor, sendo um deles a Epístola aos Colossenses.
O destaque dessa carta é Cristo, o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Ele é o único elo de ligação entre o Deus Criador e a criação. Nele foram criadas todas as coisas; tudo foi feito por meio Dele e para Ele; Ele é a Cabeça do corpo, da igreja. Ele é o Princípio, o Primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que Nele residisse toda a plenitude (Cl 1:15-19).
Esse livro nos revela que Deus tem um mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos Seus santos, ou seja, Cristo é a esperança da glória do homem (vs. 25-27). Somente em Cristo temos acesso ao Seu reino (v. 13), e somente Nele o homem será coroado de glória e honra, pois Ele é o Autor da salvação com a responsabilidade de conduzir muitos filhos à glória (Hb 2:7, 9-10). Portanto, a Epístola aos Colossenses, tão bem descrita por Paulo enfatizando que o mistério de Deus é Cristo, representa a primeira asa desse avião, para que a economia de Deus consiga “levantar voo” e alcance as pessoas.

Efésios

Podemos dizer que a outra asa do avião, mencionado como exemplo acima, é representada pela Epístola aos Efésios, cujo conteúdo é de uma riqueza sem par. Ela começa com o dispensar do Deus Triúno para produzir a igreja, a qual é o Seu corpo, a plenitude Daquele que a tudo enche em todas as coisas. A obra do Pai foi ter-nos escolhido em Cristo antes da fundação do mundo, e ter-nos ainda predestinado para sermos Seus filhos herdeiros, por meio de Jesus Cristo. A obra do Filho foi realizar a redenção; pelo Seu sangue temos a remissão dos pecados; Nele convergirão todas as coisas, tanto as do céu como as da terra. A obra do Espírito é selar para Deus todos os que creram em Cristo, e garantir que receberão a herança, que é o reino (Ef 1).
No capítulo dois Paulo revela que, quando estávamos mortos em delitos e pecados, como materiais tão vis aos olhos de Deus, fomos salvos pela graça; Ele fez de nós Sua obra-prima (vs. 1-10).
Essa carta também nos revela que Cristo tem um mistério: a igreja, o Seu corpo. Foi dada a Paulo a graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo, e manifestar qual seja a dispensação desse mistério, desde os séculos oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus nosso Senhor (3:7-11).
O capítulo quatro revela que os membros do Corpo de Cristo precisam ser aperfeiçoados, a fim de que todos os santos executem a obra do ministério, a edificação do Corpo de Cristo (vs. 11-13). Desse ponto em diante, Paulo mostra como deve ser a vida normal da igreja: andar na graça, andar na verdade, andar no amor, andar na luz e andar no espírito. Dessa forma temos as duas asas do avião representadas por Colossenses que trata do mistério de Deus, que é Cristo, e Efésios, que trata do mistério de Cristo que é a igreja. Assim o avião está completo.

GUERRAS E RUMORES DE GUERRAS / Entendendo a Profecia de Mateus 24

GUERRAS E RUMORES DE GUERRAS / Entendendo a Profecia de Mateus 24


Mateus 24 é citado freqüentemente para explicar eventos atuais. Muitas pessoas sugerem que as notícias de hoje foram preditas por Cristo, para nos falar de sua volta. De acordo com tais interpretações deste texto, cada terremoto ou outro desastre natural, e cada conflito entre nações ou ameaça de guerra, em qualquer canto do mundo, é mais uma prova de que Jesus estará voltando logo.

Mas a profecia de Mateus 24 está se cumprindo agora? Para entender este texto, precisamos lê-lo cuidadosamente e, com mente aberta, pondo de lado nossas idéias preconcebidas e o sensacionalismo dos modernos “especialistas em profecias.” Neste artigo, consideraremos brevemente o conteúdo de Mateus 24 e 25. (Marcos 13 e Lucas 21 tambêm registram a mesma profecia básica. Este artigo segue o testo de Mateus 24)

O Ambiente e as Circunstâncias

Jesus estava em Jerusalém, durante sua semana final. Os chefes judeus já haviam desafiado sua autoridade, mas não tinham tido sucesso em suas tentativas para desacreditá-lo. Frustrados, começaram a planejar sua morte. Jesus lamentava a infidelidade daqueles que residiam na “Cidade Santa” (Mateus 23:37-39).

A Profecia Básica da Destruição do Templo (Mateus 24:1-3)

Quando Cristo estava saindo do templo, predisse que ele seria totalmente destruído: ”Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada” (24:2). Os apóstolos perguntaram sobre esta profecia:” Dize-nos quando acontecerão estas cousas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século” (24:3).

A Resposta de Jesus (Mateus 24:4-39)

É possível que os apóstolos tenham concluído que a destruição do templo e o fim do mundo aconteceriam ao mesmo tempo, mas nesta resposta a sua pergunta, Jesus fez uma distinção entre estes dois acontecimentos. Podemos saber com certeza que os sinais mencionados nos versículos 4-33 não estão falando das notícias de hoje ou de acontecimentos futuros, por causa das claras palavras de Jesus no versículo 34: ”Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.” Jesus falou mais ou menos no ano 30 d.C. O templo foi destruído pelo exército romano em 70 d.C. Alguns daqueles que ouviram a profecia viveram para ver seu cumprimento. Jesus esclareceu que os sinais que ele deu guerras, terremotos, falsos Cristos, grande tribulação, etc. iriam acontecer durante a vida de alguns dos seus ouvintes.

Jesus disse que o templo seria destruído depois da vinda de falsos Cristos e de falsos profetas (24:4-5,11,23-26), e depois de terríveis calamidades (guerras, fomes e terremotos – 24:6-8). Ele também disse que haveria perseguição (24:9-10) e aumento de pecado (24:12-13), e que o evangelho seria pregado por todo o mundo (24:14), antes que Jerusalém chegasse ao seu fim. Deste modo, Jesus estava dando algum conforto aos seus apóstolos, dizendo que a queda de Jerusalém não aconteceria imediatamente. Eles teriam tempo para cumprir sua missão antes da destruição de Jerusalém.

Estas coisas aconteceram antes de 70 d.C.? Sabemos que sim, porque Jesus disse que aconteceriam! Além desta profecia, a História nos fala de catástrofes naturais, perseguições e guerras, nesse tempo. De maior importância do que a evidência histórica, podemos nos voltar para a própria Bíblia. O Novo Testamento fala do sofrimento da fome (Atos 11:27-30), de falsos profetas (2 Pedro 2) e da perseguição contra os fiéis (Atos 8:1-3; etc.). E, exatamente como Jesus predisse, os zelosos discípulos levaram o evangelho a todo o mundo. Alguns anos antes da destruição do templo, Paulo dizia que o evangelho ”. . . foi pregado a toda criatura debaixo do céu” (Colossenses 1:23). Todas estas coisas tinham que acontecer antes da destruição do templo.

Na profecia de Mateus 24, Jesus também falou dos sinais que mostrariam aos discípulos alertas que o tempo da queda de Jerusalém tinha chegado. Ele falou especialmente do ”abominável da desolação” (24:15). Aqui, ele usa a mesma linguagem que Daniel usava para falar dos exércitos gentios entrando na cidade santa e no templo (veja Daniel 9:27; 11:31; 12:11). A profecia paralela de Lucas 21:20-24 torna claro que este é o significado desta linguagem. Jesus advertiu seus seguidores que estivessem prontos para fugir quando isto acontecesse. Ele disse que eles deveriam orar para que sua fuga não fosse complicada por mau tempo ou restrições do dia do sábado (24:20)

[Algumas pessoas interpretam esta referência ao sábado como evidêcia de que os cristão têm que continuar a observar esta lei do Velho Testamento, que era realmente um sinal da aliança entre Deus e os israelitas (Êxodo 31:12-18). Uma explicação melhor deste texto é encontrada em Neemias 13:15-22, onde Neemias instituiu a prática de fechar as portas da cicade no sábado para evitar violações da lei, durante o tempo do Velho Testamento.]

Ele também avisou que seria mais difícil para as mulheres grávidas e mães de crianças pequenas (24:19).

Para fixar sobre seus ouvintes o significado deste terrível dia de destruição, Jesus usou linguagem como a que encontramos nas profecias do Velho Testamento, de total destruição de nações e povos. Quando lemos os versículos 29-31, dois pontos nos ajudam a perceber que Jesus ainda está  falando de Jerusalém, e não do fim do mundo:

1. O limite de tempo que Jesus determinou em sua profecia, no versículo 34. Tinha que ser cumprido naquela geração.

2. O fato que as profecias do Velho Testamento usam a mesma linguagem para falar da destruição de reinos e cidades terrestres. Jesus disse: ”Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados” (24:29). À primeira vista, isso pode soar como o fim literal do mundo. Mas tal linguagem é usada em outros lugares, para falar da extinção de reis e reinos aqui na terra: Faraó do Egito (Ezequiel 32:2,7-10), nações gentias (Joel 3:12-15), Babilônia (Isaías 13:9,10,13). É claro que tal linguagem não profetiza, necessariamente, o fim do mundo, mas pode ser usada para falar dos julgamentos físicos contra nações, que ocorreram há muito tempo.

Jesus continuou, nos versículos 30 e 31, com figuras de julgamento do que se encontram no Velho Testamento. Ele disse que o Filho do homem viria nas nuvens, para julgar e salvar. Encontramos linguagem semelhante em passagens que falam do julgamento contra povos físicos, tais como Joel 3:16 e Amós 5:17-20. O Dia do Senhor não é necessariamente a segunda vinda de Cristo. Tal linguagem pode descrever a vinda de Deus em julgamento contra uma nação ou cidade.

Por que Jesus deu aos seus seguidores tais sinais detalhados sobre o julgamento contra Jerusalém? É claro, pela linguagem dos versículos 32-33, que ele queria que estivessem alertas e vigilantes. Se pudessem ver os sinais que ele tinha predito, teriam oportunidade para fugir e evitar serem destruídos (24:15-20).

Depois de afirmar que a destruição do templo seria acompanhada por claros sinais e que seria cumprida naquela geração (24:34-35), Jesus falou, nos versículos 36-39 ”. . . a respeito daquele dia . . .” que viria sem aviso. Ele não deu uma data, nem sinais para identificar sua segunda vinda. De fato, nos versículos seguintes, ele mostra que sua segunda vinda ser  súbita, inesperada e sem sinais de advertência.

Parábolas do Julgamento Final (Mateus 24:40 – 25:30)

Depois de falar de coisas que tinham que acontecer naquela geração (até os versículos 34-35), Jesus falou de sua segunda vinda, como algo que aconteceria no momento escolhido pelo Pai, porém não revelado a ninguém (24:36-39). Ele ressalta este ponto com uma série de parábolas que descrevem sua segunda vinda. Estas parábolas todas enfatizam à importância de se estar preparado para sua volta. Jesus falou dos trabalhadores no campo (24:40-42), do ladrão na noite (24:43-44), da diferença entre os servos bons e os maus (25:45-51), do contraste entre os tolos e os prudentes (25:1-13) e da importância de preparar-se para a volta do Mestre, como é explicado na parábola dos talentos (25:14-30).

Descrição do Julgamento Final (Mateus 25:31-46)

A parte final do capítulo 25 descreve o julgamento final, mostrando que Jesus se sentará no trono do julgamento, separando os servos desobedientes dos fiéis. Essa separação será final: ”E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”(25:46).

Aplicações

Entre as muitas lições que podemos aprender, no estudo deste texto, é importante que lembremos duas:

1. Que o cuidadoso estudo dos trechos bíblicos em seu contexto pode ajudar- nos a evitar que sejamos desencaminhados por doutrinas humanas sensacionalistas, tais como o pré-milenismo. Deveríamos sempre começar pela Bíblia, e não pelas últimas manchetes dos jornais.

2. Que precisamos estar sempre preparados para a volta de Cristo. Ele não enviará sinais para nos avisar da sua volta. Pode acontecer daqui a milhares de anos, ou pode acontecer hoje à noite. Ladrões não mandam cartas com antecedência para avisar suas vítimas, e Deus não mandará aviso antecipado da volta de Cristo. Aqueles que estão preparados, nada têm a temer. Os despreparados enfrentam o trágico futuro de eterno sofrimento, separados de Deus. Que cada um se prepare para estar com Cristo na eternidade!

Por Dennis Allan

UM JOVEM NO EGITO

UM JOVEM NO EGITO


José teve uma infância complicada. Sua mãe morreu quando ele era pequeno, e seu pai teve muita dificuldade em viver com esta perda. Os meio-irmãos de José o maltratavam e o pai aumentou a tensão entre eles por mostrar uma forte preferência por José.

Aos 17 anos de idade, este jovem foi vendido por seus irmãos e se tornou escravo no Egito. Os irmãos convenceram seu pai que José estivesse morto. De fato, ele estava em outro país, rejeitado e esquecido pela família.

Era comum, na época em que José vivia, pensar que “os deuses” exercessem poder limitado e local. Até muito tempo depois de José, os gregos e romanos criaram sistemas mitológicos nos quais os diversos “deuses” tiveram poderes limitados sobre determinados aspectos do universo. Diante desses fatos, a fé de José se torna ainda mais impressionante. Longe da terra prometida aos descendentes de seu bisavô, no meio de um povo com seus próprios “deuses” e costumes religiosos, José não vacilou na sua confiança no único verdadeiro Deus.

Como escravo, José se mostrou íntegro e foi rapidamente promovido à posição de administrador geral dos negócios de Potifar. A mulher de Potifar viu este jovem atraente trabalhando dia após dia, e tentou seduzi-lo. José resistia aos avanços da mulher, explicando-lhe seus motivos: “Tem-me por mordomo o meu senhor e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos. Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:8-9). Esta postura de José oferece um exemplo importante em vários sentidos:

(1) José acreditou na soberania universal do único Deus. Se ele cedesse à tentação, mesmo longe da terra dos descendentes de Abraão, pecaria contra Deus!

(2) José acreditou num padrão absoluto e universal de moralidade. Adultério é adultério em qualquer lugar.

(3) José não tentou justificar um pecado escondido. Qual dano poderia resultar de um pecado escondido cometido por um jovem longe de casa? Se José cogitou alguma desculpa deste tipo, teve o caráter de descartar tais noções e manter a sua integridade.

(4) José respeitou o casamento como um pacto inviolável. Ele não tratou o casamento de Potifar como algum arranjo insignificante entre pessoas que não conheciam o Senhor. O casamento nunca foi subordinado por Deus a alguma instituição religiosa, pois foi dado aos seres humanos pelo Criador, e deve ser respeitado por todos. Mesmo um casamento entre dois pagãos é um casamento digno de respeito.

(5) Quando a tentadora não desistiu, José fugiu. Literalmente fugiu! Manter-se puro diante de Deus foi mais importante do que o emprego, a liberdade ou a própria vida.

José passou anos na prisão por um crime que não cometeu, mas devido à sua fé, esse homem foi abençoado e usado por Deus para salvar a nação israelita. Vale a pena ser fiel!

O LIVRO DE APOCALIPSE

O LIVRO DE APOCALIPSE


Autor: Apocalipse 1:1,4,9 e 22:8 especificamente identificam o apóstolo João como o seu autor.

Quando foi escrito: O livro do Apocalipse foi provavelmente escrito entre os 90 e 95 dC.

Propósito: A Revelação de Jesus Cristo foi dada a João por Deus “para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer.” Este livro é cheio de mistérios sobre coisas que virão. É o último aviso de que o mundo certamente terminará e que o julgamento é certo. Dá-nos um pequeno vislumbre do céu e de todas as glórias que aguardam aqueles que mantêm as suas vestes brancas. O livro de Apocalipse leva-nos através da grande tribulação, com todas as suas aflições, e do fogo final que todos os infiéis terão de enfrentar pela eternidade. O livro recorda a queda de Satanás e a condenação que o aguarda juntamente com seus anjos. Vemos também as tarefas de todas as criaturas e anjos do céu, assim como as promessas dos santos que viverão para sempre com Jesus na Nova Jerusalém. Como João, é difícil encontrar palavras para descrever o que lemos no livro do Apocalipse.

Versículos-chave: Apocalipse 1:19: “Escreva, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que estão por vir.”

Apocalipse 13:16-17: “Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.”

Apocalipse 19:11: “Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça.”

Apocalipse 20:11: “Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles.”

Apocalipse 21:1: “Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.”

Resumo: O Apocalipse é pródigo de descrições coloridas das visões que nos anunciam os últimos dias antes do retorno de Cristo e a introdução do novo céu e nova terra. O Apocalipse começa com cartas às sete igrejas da Ásia Menor, revelando em seguida a série de devastações derramadas sobre a terra; a marca da besta, “666″; a decisiva batalha do Armagedom; o aprisionamento de Satanás; o reino do Senhor, o julgamento do Grande Trono Branco e a natureza da cidade eterna de Deus. Profecias sobre Jesus Cristo são cumpridas e uma última chamada ao Seu Senhorio nos assegura de que Ele voltará em breve.

Conexões: O livro de Apocalipse é a culminação de profecias sobre o fim dos tempos, começando com o Antigo Testamento. A descrição do anticristo mencionado em Daniel 9:27 é totalmente desenvolvida no capítulo 13 de Apocalipse. Fora do Apocalipse, exemplos da literatura apocalíptica na Bíblia são Daniel capítulos 7-12, Isaías capítulos 24-27, Ezequiel capítulos 37-41 e Zacarias capítulos 9-12. Todas essas profecias se reúnem no livro do Apocalipse.

Aplicação Prática: Você já aceitou a Cristo como seu Salvador? Se sim, então você não tem nada a temer do julgamento de Deus sobre o mundo tal como descrito no livro do Apocalipse. O Juiz está do nosso lado. Antes do julgamento final começar, temos de testemunhar aos amigos e vizinhos sobre a oferta de Deus de vida eterna em Cristo. Os acontecimentos deste livro são reais. Temos de viver vidas que comprovem o que realmente acreditamos para que os outros notem nossa alegria sobre o futuro e desejem juntar-se a nós nessa nova e gloriosa cidade.

OS QUATRO LIVROS QUE PAULO ESCREVEU NO PERÍODO INICIAL EM ROMA ATÉ TRANSMITIR A HOMENS FIÉIS E IDÔNEOS PARA INSTRUIR A OUTROS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - QUINTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 4: A ÊNFASE DOS ESCRITOS DE PAULO

Leitura bíblica: At 28:16, 30-31; Fp 4:22, 1:30-31; 1Tm 1:3-7

Ler com oração: O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. (1Tm 2:4; 2Tm 4:1-5)


OS QUATRO LIVROS QUE PAULO ESCREVEU NO PERÍODO INICIAL EM ROMA ATÉ TRANSMITIR A HOMENS FIÉIS E IDÔNEOS PARA INSTRUIR A OUTROS

Os quatro livros que Paulo escreveu no período inicial em Roma

Conforme relatamos no capítulo anterior, chegando em Roma, apesar dele ser prisioneiro, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo por companhia o soldado que o guardava, enquanto esperava o julgamento (At 28:16). Por dois anos ele permaneceu na própria casa que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus (vs. 30-31).
Os dois anos que Paulo esteve em Roma foram muito frutíferos a ponto de suas palavras alcançarem até o palácio imperial (Fp 4:22) e toda a guarda pretoriana (1:12-13). Enquanto estava em Roma, escreveu os quatro livros mais importantes dentre suas epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom, por volta do ano 64 (Ef 3:1; 4:1; 6:20; Fp 1:13; Cl 4:3, 10, 18; Fm 9, 22-23).

Os últimos quatro livros escritos antes de seu martírio
1 Timóteo

Depois de passar dois anos em Roma na casa em que alugara, devido à demora do seu processo de julgamento, Paulo teve oportunidade de viajar e aproveitou para visitar as igrejas. Aproximadamente um ano antes, Paulo havia escrito a Epístola aos Efésios e estava ansioso para saber como eles receberam essa palavra. Ele fez questão de passar por Éfeso, quando estava de viagem rumo da Macedônia (1 Tm 1:3).
O que Paulo viu em Éfeso não foi nada animador, visto que em lugar de usarem o espírito para receber luz na palavra tão elevada que lhes enviara por carta, eles se ocuparam com fábulas e genealogias sem fim, que antes promoviam discussões do que a economia de Deus na fé (v. 4). Eles se enveredaram pelo caminho do mero conhecimento intelectual, perderam-se em vã conversação, pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que diziam, nem os assuntos sobre os quais faziam ousadas asseverações (vs. 6-7).
Como resultado, a igreja em Éfeso dava sinais de degradação espiritual, motivo pelo qual Paulo deixou ali seu jovem cooperador para ajudá-los a saírem da esfera anímica para a prática da verdade no espírito (v. 3). Portanto, a Primeira Epístola a Timóteo deve ter sido escrita na Macedônia, por volta do ano 65.

Tito

Depois disso Paulo foi a Creta e também ali deparou com a situação de degradação na igreja. Deixou Tito, outro cooperador seu, para colocar ordem na igreja, repreendendo-os severamente para que fossem sadios na fé e não se ocupassem com fábulas judaicas nem com mandamentos de homens desviados da verdade (Tt 1:5, 13-14). De Creta Paulo partiu para Nicópolis, na Acaia, ao sul da Grécia, onde pretendia passar o inverno (3:12). Portanto a Epístola a Tito deve ter sido escrita em Nicópolis, por volta do ano 65.

Hebreus

A Epístola aos Hebreus nos revela que o mundo que há de vir não será mais entregue aos anjos, como no primeiro mundo, antes, Deus determinou que o homem irá assumir esse governo. Ao longo do texto, o autor desvenda como Deus fará isso, uma vez que o homem, aparentemente, não tem condição nenhuma de assumi-lo. Somente Paulo tinha qualificação para escrever essa carta com conteúdo tão profundo; a menção de Timóteo no final dela, reforça a ideia de que foi escrita por Paulo (Hb 13:23). Provavelmente ele escreveu aos hebreus em Mileto, pouco antes de voltar a Roma (2 Tm 4:20), pois a saudação no final da epístola diz: “Os da Itália vos saúdam” (Hb 13:24). Isso pode significar que ele ainda não estava em Roma, portanto a Epístola aos Hebreus deve ter sido escrita em Mileto, por volta do ano 67.

2 Timóteo

Provavelmente Paulo tenha sido subitamente preso em Trôade e levado para Roma, pois pediu para Timóteo trazer-lhe a capa e os livros que havia deixado na casa de Carpo, em Trôade (2 Tm 4:13). Isso deve ter ocorrido devido à perseguição promovida por Nero. A Segunda Epístola a Timóteo foi então escrita na prisão em Roma, por volta do ano 67.

A atitude de Paulo para com as verdades recebidas
Pleno conhecimento da verdade

Na Primeira Epístola a Timóteo, Paulo mostra sua visão quanto às verdades que recebeu do Senhor: “O qual [Deus] deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (2:4). A revelação que ele recebera do plano da salvação de Deus para o homem, a economia neotestamentária de Deus, precisava ser passada a todos os homens.
Paulo não fez parte dos doze apóstolos que receberam a mesma revelação do próprio Senhor Jesus enquanto esteve com eles. Os doze apóstolos andaram com Jesus, que os ensinou na prática, no dia a dia; não numa sala de aula, mas conforme surgiam as mais variadas situações, enquanto deparavam com diferentes pessoas, durante os três anos e meio que conviveu com eles. Paulo, porém, não teve essa mesma oportunidade, pois recebeu toda a visão num curto período de tempo, como se estivesse fazendo um curso intensivo de mestrado. Ele recebeu um “pacote” completo de revelação, e sabia que tinha a responsabilidade de passá-la adiante. Daí sua grande preocupação para que todos chegassem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, conhecessem a visão completa da economia de Deus.

Transmitir a homens fiéis e idôneos para instruir a outros

Quando escreveu a Segunda Epístola a Timóteo, Paulo já estava na prisão romana e tinha consciência de que o tempo de sua partida era chegado (4:6). Ele pede a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2:2).
Paulo fez a sua parte ao pregar a palavra conforme a visão que recebera de Deus; todavia, o tempo de sua partida estava próximo e ele já não tinha como dar continuidade a isso, por isso incumbiu seu jovem cooperador de fazê-lo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. [...] Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (4:1-5).
Como Paulo havia recebido o “pacote” completo das verdades do Novo Testamento, seu foco era passar o conhecimento dessas verdades a homens fiéis e idôneos, capazes de transmitir a outros. Essa foi sua grande preocupação durante todo seu ministério. Todavia, esse seu desejo não produziu o esperado, visto que no final de seu ministério as igrejas sob seu cuidado estavam em degradação.

quarta-feira, 19 de março de 2014

INÍCIO DO CAPÍTULO 4 ATÉ ROMANOS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - QUARTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 4: A ÊNFASE DOS ESCRITOS DE PAULO
Leitura bíblica:     At 18:1-3; 1Ts 1:1; 1Co16:8; 2 Co 2:1-3,5-7; At 20:1-3

Ler com oração:  O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. (1Tm 2:4)


INÍCIO DO CAPÍTULO 4 ATÉ ROMANOS

O ministério epistolar de Paulo é de suma importância no tocante à revelação das verdades do Novo Testamento. Para melhor entendimento e facilidade de memorização, vamos dividir as cartas de Paulo da seguinte maneira: seis delas foram escritas antes dele subir a Roma para ser julgado das acusações dos judeus; quatro cartas foram escritas em seu primeiro período em Roma, na casa que alugara aguardando seu julgamento; e as quatro últimas ele escreveu antes de ser martirizado.

Os livros escritos por Paulo antes de sua viagem a Roma

Os seis livros que Paulo escreveu antes de sua viagem a Roma, na ordem em que aparecem na Bíblia são: Romanos, Primeira e Segunda Epístola aos Coríntios, Gálatas, e Primeira e Segunda Epístola aos Tessalonicenses. Vamos abordar cada um deles na ordem cronológica em que foram escritos.

As cartas escritas na segunda viagem de Paulo
Gálatas

A Epístola aos Gálatas deve ter sido escrita durante a segunda viagem de Paulo na companhia de Silas, depois que visitaram a Galácia, ao passarem pelas cidades de Filipos, Anfípolis, Apolônia, Tessalônica e Bereia, na Macedônia. Depois de passar em Bereia, Paulo partiu sozinho para Atenas, e de Atenas ele foi para Corinto, onde encontrou Áquila e Priscila, passando a morar e trabalhar com eles fazendo tendas (At 18:1-3). Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, Paulo se entregou totalmente à palavra (v. 5); ele permaneceu um ano e seis meses em Corinto, e nesse período deve ter escrito a Epístola aos Gálatas, por volta do ano 54.

1 e 2 Tessalonicenses

As duas cartas aos tessalonicenses foram escritas em Corinto, depois da chegada de Timóteo e Silas, que também era chamado de Silvano. Segundo os registros, essas epístolas também tiveram a coautoria de Silvano e Timóteo (1 Ts 1:1; 2 Ts 1:1). Na Primeira Epístola aos Tessalonicenses vemos a menção da chegada de Timóteo, com boas notícias da fé e do amor dos irmãos em Tessalônica, bem como do desejo deles em ver Paulo (3:6). Portanto, essas epístolas também foram escritas durante a permanência de Paulo em Corinto, por volta do ano 54.

As cartas escritas na terceira viagem de Paulo

1 Coríntios

Na sua terceira viagem, Paulo permaneceu em Éfeso por três anos (At 19:21-22; 20:31). Muito provavelmente ele escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios quase no final de sua permanência ali, pois ele mesmo disse que ficaria em Éfeso até o Pentecostes (1 Co 16:8). Além disso, em suas saudações, ele escreve: “As igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muito vos saúdam Áquila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles” (v. 19). Éfeso ficava na província romana da Ásia e Corinto ficava na província de Acaia.
Conforme mencionamos no capítulo anterior, quando Paulo escreveu aos coríntios recomendou-lhes que recolhessem antecipadamente as ofertas destinadas a Jerusalém (vs. 1-2). Também salientamos que naquele momento, quando estava ainda em Éfeso, ele não havia decidido se ia levar pessoalmente as ofertas para Jerusalém (vs. 3-4). Portanto, Paulo escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios em Éfeso, por volta do ano 59.
Na sua primeira carta, Paulo lidou com vários problemas da igreja em Corinto, tais como divisão e partidarismo, demandas em tribunais pagãos, imoralidades, questões relativas à autoridade e mau uso dos dons espirituais. Em particular, Paulo foi extremamente duro na questão daquele que se atreveu a possuir a mulher de seu próprio pai: “E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]” (5:2-5).
Embora seja um pecado de extrema gravidade, não devemos julgar o caso exclusivamente pelo nosso senso de moralidade; nessa hora precisamos ser sensíveis ao Espírito para lidar com a situação adequadamente. Por um lado, a igreja precisa conhecer como Deus repudia esse tipo de pecado; por outro, não podemos fechar o caminho do arrependimento para quem cometeu tal pecado grave.

2 Coríntios

Paulo encarregou Tito de levar a primeira carta aos coríntios. Ao perceber que havia usado palavras duras demais ao tratar com os irmãos da igreja em Corinto, especialmente com quem havia cometido o pecado grave, escreveu uma segunda carta temendo que os coríntios não fossem suportar a dureza da primeira. Mesmo sabendo que logo estaria em Corinto a fim de recolher as ofertas para Jerusalém, Paulo fez questão de escrever-lhes outra carta, pois não queria encontrá-los tristes (2 Co 2:1-3). Ele reconheceu que foi demasiadamente áspero; pediu-lhes que perdoassem aquele que pecara e o confortassem, para que ele não fosse consumido por excessiva tristeza (vs. 5-7).
Querendo muito saber como os coríntios haviam recebido sua primeira carta, Paulo não aguentou esperar em Éfeso e saiu à procura de Tito em Trôade; não o encontrando ali, partiu para Macedônia (vs. 12-13). Ao chegar lá, Paulo foi confortado com a chegada de Tito, que relatou a saudade, o pranto e o zelo dos coríntios para com ele, o que aumentou seu regozijo (7:6-7). Este é o pano de fundo dessa carta, que foi escrita na Macedônia (8:1; 9:2, 4; At 20:1), por volta do ano 60.

Romanos

Algum tempo depois que Paulo escreveu aos coríntios em Éfeso, tomou a decisão de ir a Jerusalém, pois seu desejo era visitar Roma; antes, contudo, passaria pela Macedônia, onde escreveu a segunda carta aos coríntios (At 19:21). Em Corinto, que fica na província de Acaia, ele escreveu a Epístola aos Romanos comunicando-os da sua intenção de levar as ofertas da Macedônia e Acaia até Jerusalém, e de lá pretendia ir até a Espanha, passando por Roma (Rm 15:23-26). O livro de Romanos foi, portanto, escrito em Corinto (At 20:1-3), por volta do ano 60.

terça-feira, 18 de março de 2014

PAULO VAI ATÉ CESAREIA / ATÉ PAULO EM ROMA

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - TERÇA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 3: A IDA DE PAULO A JERUSALÉM E SUA CONSEQUÊNCIA
Leitura bíblica: At 21:30-33, 23:12-13, 23-24, 27, 25:3,11, 26:28, 29, 32

Ler com oração:   E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel. (At 16:6-7; 9:15)


PAULO VAI ATÉ CESAREIA / ATÉ PAULO EM ROMA


Paulo vai até Cesareia

Com toda Jerusalém amotinada, o desejo do povo era matar Paulo, mas Deus salvou-lhe a vida por meio do comandante da força, chamado Cláudio Lísias (At 23:26). Ao verem chegar o comandante e os soldados, cessaram de espancá-lo (21:30-33). Havia mais de quarenta judeus que, sob anátema, juraram que não haviam de comer nem beber, enquanto não matassem Paulo (23:12-13); e isso chegou ao conhecimento do comandante, que mandou levá-lo escoltado até Cesareia (vs. 23-24).
Em Cesareia, Paulo teve de se defender perante o governador Félix das acusações da parte do sumo sacerdote com alguns anciãos (24:1-21). Mais tarde Félix, que teve por sucessor Pórcio Festo, querendo assegurar o apoio dos judeus, manteve Paulo encarcerado (v. 27). No governo de Festo, os judeus tentaram levar Paulo para ser julgado em Jerusalém, com a intenção de matá-lo na estrada (25:3). Então Festo, querendo assegurar o apoio político dos judeus, perguntou se Paulo queria ser julgado em Jerusalém. Percebendo a artimanha, Paulo apelou para César (v. 11).
Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia para saudar a Festo. Paulo foi trazido à presença deles para que apresentasse sua defesa, e com ousadia pregou a Cristo e Sua ressurreição. Então Agripa se dirigiu a Paulo, e disse: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (26:28). Paulo respondeu: “Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias” (v. 29). A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles. Então Agripa se dirigiu a Festo, e disse: “Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César” (v. 32). Assim Paulo foi fiel à comissão recebida de levar o nome do Senhor perante os reis (9:15).
Deus preservou a vida de Paulo para deixar por escrito a visão celestial
Paulo havia dito em Cesareia que estava pronto não só para ser preso, mas até morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus (At 21:13). De fato, em Jerusalém, os judeus vindos da Ásia agitaram o povo com o fim de matá-lo (vs. 27-31). Deus, porém, proveu-lhe salvação e preservou sua vida, pois Paulo ainda precisava deixar por escrito toda a revelação que recebera nas regiões da Arábia. Até esse momento, ele havia escrito somente seis cartas: uma aos gálatas, duas aos tessalonicenses, duas aos coríntios e a carta aos romanos.
A revelação que ele recebeu sobre o plano de Deus para a salvação completa do homem, ou seja, a economia neotestamentária de Deus, ainda não havia sido totalmente registrada em livros. Somente em Roma, Paulo teve oportunidade de escrever o restante das cartas, deixando-nos um legado tão precioso que hoje está disponível a todos. Iremos explicar melhor o assunto no próximo capítulo.
A viagem para Roma
Na viagem a Roma, Paulo e alguns outros presos foram entregues a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial (At 27:1). Embarcaram num navio que estava de partida para costear a Ásia e chegaram a Mirra, na Lícia (v. 5). Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, embarcou-os nele. Navegaram vagarosamente muitos dias e, tendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não conseguiram prosseguir por causa do vento contrário, aportando num lugar chamado Bons Portos, em Creta (v. 8).
Paulo advertiu-os sobre os dano e prejuízos que teriam, não só da carga e do navio, mas também das vidas que nele estavam, se prosseguissem a viagem naquelas condições. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia (vs. 10-11). O navio foi arrastado com violência, e, temendo que dessem em águas rasas, arriaram os aparelhos e foram ao léu. Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte aliviaram o navio. Depois de alguns dias sem ver o sol nem as estrelas, caindo sobre eles grande tempestade, dissipou-se afinal toda a esperança de salvamento (v. 20).
Paulo começa a reinar na situação
Passada a tempestade e havendo todos, estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: “Senhores, na verdade era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda. Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito. Porém é necessário que vamos dar a uma ilha” (At 27:21-26).
Quando chegou a décima quarta noite, por volta da meia-noite, pressentiram os marinheiros que se aproximavam de alguma terra e procuraram fugir do navio, mas Paulo disse ao centurião e aos soldados: “Se estes não permanecerem a bordo, vós não podereis salvar-vos” (v. 31). Então os soldados cortaram os cabos do bote. Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que se alimentassem, pois estavam sem comer havia catorze dias. Todos cobraram ânimo e se puseram também a comer, depois que Paulo, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e começou a comer. Estavam no navio duzentas e setenta e seis pessoas ao todo (v. 37).
Paulo em Malta
Uma vez em terra, verificaram que a ilha se chamava Malta. Os bárbaros os trataram com singular humanidade; acenderam uma fogueira e acolheram todos, por causa da chuva que caía e do frio. Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. Quando os bárbaros viram a cobra pendente da mão dele, disseram uns aos outros: “Certamente, este homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. Porém, ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar, ou cair morto de repente. Depois de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser ele um deus” (At 28:4-6).
Perto daquele lugar havia um sítio pertencente ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual os recebeu e hospedou os que estavam com Paulo benignamente por três dias. Aconteceu achar-se enfermo o pai do Públio, ardendo em febre. Paulo foi visitá-lo, e, orando, impôs-lhe as mãos e o curou. À vista disso, os demais enfermos da ilha também vieram e foram curados; e puseram a bordo tudo o que era necessário para que prosseguissem viagem (vs. 7-10).
A vida de Deus reina
A razão de todo esse relato sobre a vida de Paulo é para mostrar que apesar dele ter viajado na condição de um preso, terminou na condição de um rei. A sua obstinação, em querer ajudar seus patrícios na terceira viagem, prejudicou-o, visto que não foi tão sensível à direção do Espírito por causa de sua determinação de ir a Jerusalém. Na sua segunda viagem, Paulo e Silas também tiveram boas razões para pregar a palavra na Ásia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo; decidiram ir a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não os permitiu; e eles obedeceram ao Espírito (At 16:6-7).
Depois de quase perder a vida em Jerusalém, Paulo percebeu que o lado bom de sua alma, desejando ajudar os judeus, não deu nenhum resultado positivo. Já livre dessa ansiedade, na difícil viagem até Roma, Paulo deixou que a vida de Deus reinasse nele em todas as situações. Como é importante obedecer ao Espírito e andar segundo a Sua vontade, negando a nossa.
Paulo em Roma
Uma vez em Roma, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava, enquanto esperava o julgamento. Isso faz parte da providência divina, pois foi nesse período que ele escreveu as quatro epístolas que consideramos ser o coração da Bíblia: Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemom. Explicaremos melhor sobre cada uma delas no próximo capítulo.
Em Roma, Paulo ainda convocou os principais dos judeus, deu-lhes explicação sobre si, e aproveitou a oportunidade para lhes fazer uma exposição testemunhando sobre o reino de Deus. Houve alguns que ficaram persuadidos pelo que ele dizia; outros, porém, continuaram incrédulos. Por fim, Paulo se despediu dizendo: “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse: Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não entendereis; vendo, vereis e não percebereis. Porquanto o coração deste povo se tornou endurecido; com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, para que não entendam com o coração, e se convertam, e por mim sejam curados” (At 28:25-27).
Paulo também disse-lhes: “Tomai, pois, conhecimento de que esta salvação de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão” (v. 28). Paulo finalmente entendeu que pela rejeição do povo de Israel, a salvação de Deus chegou aos gentios: esta era a sua comissão. Depois disso, Paulo permaneceu por dois anos na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo (vs. 29-30).


segunda-feira, 17 de março de 2014

EM CESARÉIA, ROGARAM A PAULO QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM ATÉ VOTO DO NAZIREADO

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - SEGUNDA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 3: A IDA DE PAULO A JERUSALÉM E SUA CONSEQUÊNCIA

Leitura bíblica:  At 21:10-14, 17-21, 22-24

Ler com oração:  Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão. (Gl 2:21)


EM CESARÉIA, ROGARAM A PAULO QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM ATÉ VOTO DO NAZIREADO


Em Cesareia, rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém

De Mileto navegaram até Tiro, onde permaneceram sete dias com os discípulos; e estes, movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém. De Tiro, passaram por Ptolemaida e foram para Cesareia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos escolhido pelos apóstolos, ali ficaram (At 21:3-8; 6:3-5; 8:5).
Um profeta chamado Ágabo, tomou o cinto de Paulo, amarrou com ele seus próprios pés e mãos e declarou: “Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. Então todos os que estavam ali rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém”. Paulo respondeu: “Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus”. Como, porém, não o persuadiram, conformados, disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (21:10-14).

O motivo real da ida de Paulo a Jerusalém

Quando Paulo estava em Corinto, levantando a coleta para os santos necessitados da Judeia, ele escreveu uma carta aos romanos, manifestando seu desejo de, entregar o dinheiro em Jerusalém, ir até Roma e, de lá, para a Espanha: “Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos, penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que, de passagem estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia. Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Mecedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (Rm 15:22-26).

“Eu te enviarei para longe, aos gentios”

Paulo havia sido comissionado por Deus para pregar o evangelho aos gentios. Depois que apareceu a Paulo no caminho de Damasco, o Senhor encarregou Ananias de procurá-lo, dizendo-lhe: “Vai, porque este [Paulo] é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9:15). Paulo foi escolhido para levar o nome do Senhor principalmente perante os gentios. Pouco tempo depois de ter recebido o batismo, invocando o nome do Senhor, tendo Paulo voltado para Jerusalém, orava no templo, quando lhe sobreveio um êxtase, onde viu o Senhor que falava com ele: “Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito. [...] Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios” (At 22:17-18, 21).

A grande tristeza de Paulo por amor de seus compatriotas

Na Epístola aos Romanos, Paulo deixa transparecer o real motivo de sua ida a Jerusalém. Ele tinha sido fiel à incumbência do Senhor pregando o evangelho aos gentios, todavia, nessa carta escrita pouco antes de sua ida a Jerusalém, ele descreve seu grande conflito interno: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: que tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rm 9:1-5).
Paulo tinha grande preocupação pela salvação de Israel, queria de alguma forma ajudar seus compatriotas a terem entendimento das coisas de Deus: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento” (10:1-2). Todavia, ele tinha de perceber que Deus não o havia incumbido disso.
Levar as ofertas aos necessitados da Judeia era a excelente oportunidade que Paulo precisava para, de alguma forma, ministrar aos seus compatriotas. Provavelmente essa obstinação em ir a Jerusalém tenha feito Paulo perder a característica que marcou a sua segunda viagem: depender do Espírito para dar cada passo. Ele estava tão focado nesse propósito que não deu ouvidos ao Espírito para que não fosse a Jerusalém.

Paulo em Jerusalém

Passados alguns dias em Cesareia, subiram a Jerusalém e foram recebidos pelos irmãos com alegria. No dia seguinte Paulo foi encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros se reuniram. Tendo-os saudado, Paulo contou minuciosamente o que Deus fizera entre os gentios por seu ministério. Ouvindo-o, deram eles glória a Deus e lhe disseram: “Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre os judeus que creram, e todos são zelosos da lei; e foram informados a teu respeito que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei” (At 21:17-21).
Em outras palavras, a obra de Paulo entre os gentios se tornou insignificante diante da “grandeza da obra” ocorrida em Jerusalém, com dezenas de milhares de membros, todos zelosos da lei. Não havia nenhum ambiente entre eles para receberem a ajuda espiritual de Paulo, pelo contrário, este foi subjugado pela forte atmosfera religiosa densa, reinante em Jerusalém.

Voto de nazireado

Paulo foi convencido a fazer o voto de nazireado juntamente com outros quatro homens que, voluntariamente haviam aceitado o voto, para provar aos judeus crentes de Jerusalém que não era verdade o que se dizia a seu respeito, pelo contrário, ele mesmo guardava a lei (At 21:22-24). Isso vai frontalmente contra o que ele mesmo escreveu aos gálatas, quando alguns dentre eles estavam abandonando a graça e recuando de volta à lei: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1:6-7); e mais: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (2:21).
Paulo continua: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?” (3:1-3). Com essas palavras percebemos quão sério era o fato de Paulo ter aceitado fazer o voto; por isso Deus não permitiu sua conclusão: “Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus vindos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e o agarraram, gritando: Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a ser contra o povo, contra a lei e contra este lugar. [...] Agitou-se toda a cidade, havendo concorrência do povo; e, agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e imediatamente foram fechadas as portas” (At 21:27-30).