quinta-feira, 1 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA LEVAR O NOME DE JESUS AS PESSOAS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 01/10/2020


SEGUNDA SEMANA – QUINTA-FEIRA (Páginas 47 à 51)


Ler com oração:

Rm 12:1  

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.


LEVAR  O  NOME  DE  JESUS  AS  PESSOAS 


    Se lermos atentamente os versículos de Romanos 10, veremos que o encargo de Paulo era levar o nome do Senhor a todas as pessoas, inclusive aos judeus. Como vimos, toda vez que invocamos o nome do Senhor, desfrutamos de Suas riquezas. Contudo essas riquezas não são apenas para nosso desfrute pessoal; precisamos pregar o evangelho, levando esse Nome a todos. As pessoas estão esperando por nós: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10:14-15). Por que esse versículo menciona os pés, e não a boca? Porque fomos enviados para pregar o evangelho, logo, precisamos sair às ruas, ou seja, usar nossos pés. Essa é nossa responsabilidade. 


A VIDA DA IGREJA É DINÂMICA


    Após serem salvas pela pregação do evangelho, as pessoas precisam de um ambiente adequado para crescer espiritualmente. Deus preparou esse lugar, a igreja (1 Co 1:2). A partir do capítulo 12 de Romanos, Paulo mostra como a vida da igreja é dinâmica. A igreja é nosso viver, por isso a chamamos de “vida da igreja”. Porém essa vida não é parada, passiva. A vida da igreja é ativa, dinâmica; e vai além do viver de reuniões.


     A igreja é o melhor ambiente para que a vida de Deus cresça em nós. No entanto a vida da igreja não é um “mar de rosas”, pois nela, muitas vezes, experimentamos a morte de Cristo (Cl 1:24), mas também experimentamos o poder de Sua ressurreição (Fp 3:10). Além disso, não podemos rejeitar nenhum membro escolhido pelo Senhor.


    Esse é o lugar em que o Senhor nos colocou após sermos salvos, por isso precisamos participar das reuniões com entusiasmo. A igreja se opõe ao mundo, portanto não devemos trazer as coisas do mundo para a igreja. 


    Em João 17, vemos a oração de Jesus para que o Pai nos guarde Nele, pois, embora não sejamos do mundo, ainda estamos no mundo (vs. 9-18). Estamos aqui para ser testemunhas do Senhor. Essa é nossa função. Não somos do mundo, portanto não devemos viver segundo ele. 


Os ASPETOS  DA VIDA  DA iIGREJA 


     Em Romanos 12:1, Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Nessa porção de Romanos, Paulo começa a falar sobre a vida prática da igreja, a vida do Corpo. 


    A vida do Corpo é a vida da igreja, que engloba todos os aspectos da nossa vida, não só a vida de reuniões, mas também o viver familiar e o viver social. As reuniões são muito importantes; não podemos menosprezá-las, mesmo que haja poucas pessoas (Hb 10:25). Lembremos que, onde estiverem dois ou três reunidos no nome do Senhor, ali Ele estará no meio deles (Mt 18:20). 


    No primeiro capítulo, vimos que a vida da igreja também inclui o viver familiar. Nosso relacionamento com nossos familiares deve basear-se nos princípios da vida da igreja, para expressar Cristo. Se criarmos nossos filhos nesse ambiente, eles espontaneamente seguirão nosso exemplo, vivendo a vida da igreja e sendo úteis ao Senhor. 


    A vida da igreja deve fazer parte da nossa vida social. Em nosso dia a dia, contatamos muitas pessoas, por isso precisamos levar essa vida maravilhosa da igreja para os lugares que frequentamos, a fim de que as pessoas com quem nos relacionamos, conheçam esse viver maravilhoso. 


A IMPORTÂNCIA DE APRESENTAR NOS SO CORPO


     Voltemos a Romanos 12:1. Por que Paulo utiliza a expressão “rogo-vos” nesse versículo? Porque ele sabe que temos dificuldade de praticar a palavra de Deus, por isso roga pelas misericórdias de Deus. No capítulo 9 de Romanos, Paulo já havia dito que Deus tem misericórdia de quem Lhe aprouver ter misericórdia; portanto não depende de quem quer ou de quem corre (vs. 15-16). Nossa condição, antes de receber a salvação de Deus, era deplorável; mas, ainda assim, Ele quis ter misericórdia de nós, e nos deu Sua graça a fim de salvar-nos. Baseado nessa misericórdia que nos alcançou, o apóstolo Paulo roga que apresentemos nosso corpo a Deus. 


    No Antigo Testamento, o animal ofertado era imolado no altar do holocausto. Ele era cortado em pedaços e colocado sobre o altar para ser queimado pelo fogo; com isso, um aroma agradável subia a Deus. Ao sentir o aroma, Deus aceitava aquela oferta. Nós também precisamos apresentar-nos diante de Deus como um sacrifício vivo. 


    Por que, nesse versículo, Paulo fala do corpo, e não do espírito ou da alma? Leiamos 1 Coríntios 6:13: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo”. Assim, nosso corpo é para o Senhor, e o Senhor, para nosso corpo. Portanto precisamos fugir das coisas pecaminosas. 


    Além disso, nosso corpo é membro de Cristo. Vejamos: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (1 Co 6:15-18). 


    Nosso corpo também é santuário do Espírito Santo: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Co 6:19). Preste atenção à última frase: “E que não sois de vós mesmos?”. Se não somos de nós mesmos, devemos apresentar-nos a Deus.


     Na sequência lemos: “Fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (v. 20). Perceberam a importância do nosso corpo? Precisamos mantê-lo santo, separado para Deus e para a Sua obra; e a melhor forma de fazer isso é oferecendo-o como sacrifício vivo ao Senhor. 


    Em 1 Coríntios 9:27, Paulo diz: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”. O que Paulo quis dizer com isso? Por exemplo, domingo de manhã, o despertador toca para você acordar para ir à reunião, mas o dia está frio, e a cama, quente. Então, qual é a vontade do seu corpo? Certamente, de ficar em casa, dormindo até mais tarde. Nosso corpo está sempre em busca de conforto. O corpo de Paulo também era assim, por isso ele o esmurrava. Esse esmurrar não é ficar socando o corpo fisicamente, mas, utilizando o exemplo acima, é obrigá-lo a se levantar da cama e ir para a reunião, onde ele será útil ao Senhor. 


    “Levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo” (2 Co 4:10). Nosso corpo precisa ter as marcas de Cristo. Por isso devemos esmurrá-lo e levá-lo à morte, para que a vida de Cristo se manifeste nele. Se não há marcas da morte de Cristo em nosso corpo, é um sinal de que estamos sendo dominados por ele em vez de dominá-lo. 


    Em Romanos, Paulo usa duas expressões: “corpo do pecado” (6:6) e “corpo desta morte” (7:24). O “corpo do pecado” impulsiona nosso corpo a pecar, enquanto o “corpo desta morte” trabalha contra a nossa vontade de servir ao Senhor. Sempre que queremos fazer algo espiritual, como orar, ler a Bíblia, pregar o evangelho e ir às reuniões, o “corpo desta morte” se manifesta, e sentimos cansaço, preguiça e sono. Contudo, se no mesmo instante alguém nos chamar para fazer algo que agrada nossa carne, o “corpo do pecado” se levanta, e todo cansaço, preguiça e sono desaparecem. Por isso precisamos, muitas vezes, esmurrar nosso corpo, reduzindo-o à escravidão. Fazendo assim, exibiremos as marcas de Cristo, e Sua vida se manifestará em nosso corpo.


     “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5:10). Quando o Senhor voltar, em Seu tribunal, seremos julgados segundo o que tivermos feito com nosso corpo. Agora compreendemos o rogo do apóstolo Paulo em Romanos 12:1, que termina afirmando que esse é nosso culto, ou serviço, racional. Portanto a melhor forma de servir a Deus é oferecer-Lhe nosso corpo.