terça-feira, 10 de setembro de 2013

O BOM INÍCIO EM JERUSALÉM / A INFLUÊNCIA DA TRADIÇÃO RELIGIOSA

ALIMENTO DIÁRIO / SEMANA 2 - TERÇA-FEIRA

SÉRIE: livro: CHAMADOS PARA PROMOVER A FÉ

MENSAGEM CAPITULO 3 - GUARDAR A FÉ

Leitura bíblica: Mt 24:14,28:18-20;At 1:8,2:21,41,46-47;Tt 1:1;At 15:1,Gl 3:1-3,5:2-4

Ler com oração: Ouviam somente dizer: Aquele que, antes, nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir (Gl 1: 23). logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenha na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim (2:20). Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? (3: 1-3)

O BOM INÍCIO EM JERUSALÉM / A INFLUÊNCIA DA TRADIÇÃO RELIGIOSA

O bom início em Jerusalém

O Senhor Jesus começou Seu ministério aos trinta anos (Lc 3:23). Para realizar a obra que Lhe fora confiada pelo Pai, Ele chamou doze discípulos, aos quais aperfeiçoou e enviou – por isso foram chamados apóstolos. Após Sua morte e ressurreição, o Senhor lhes concedeu autoridade e os incumbiu de anunciar o evangelho do reino por todo o mundo, começando de Jerusalém até alcançar os confins da terra (Mt 24:14; 28:18-20; At 1:8).
Eles começaram bem no dia de Pentecostes. Por meio da pregação de Pedro, que mostrava a necessidade de invocar o nome do Senhor para serem salvos, houve acréscimo de quase três mil pessoas que foram batizadas no nome do Senhor Jesus (At 2:21, 41). Depois, com uma vida da igreja prevalecente, perseverando unânimes no templo, partindo o pão de casa em casa e tomando suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvavam a Deus e contavam com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, dia a dia lhes acrescentava o Senhor os que iam sendo salvos (vs. 46-47). Conforme a palavra de Deus crescia, até mesmo muitos sacerdotes passaram a obedecer à Fé (6:7).

A influência da tradição religiosa

Pelos registros bíblicos, podemos dizer que os primeiros doze apóstolos não foram totalmente fiéis à comissão que lhes havia sido confiada pelo Senhor e, quando se levantou grande perseguição contra a igreja em Jerusalém, em vez de levar a Fé até os confins da terra, permaneceram ali (8:1). Após isso, já não há registro de que alguém ousasse invocar o nome do Senhor publicamente naquela cidade.
Saulo exterminava em Jerusalém os que invocavam o Senhor, e estes começaram a ser perseguidos também em outros lugares, como em Damasco (9:14, 21). Os apóstolos, por sua vez, pouco a pouco foram sendo subjugados pelos sacerdotes que haviam crido no Senhor, os quais trouxeram para a igreja uma bagagem tradicional muito grande da religião judaica. Em Jerusalém, guardar a lei de Moisés foi se tornando mais importante que guardar a Fé (21:20-21, 24).
O Senhor, contudo, não desistiu de Seu propósito. Para que Sua economia neotestamentária pudesse ser executada, Ele apareceu a Paulo — ainda chamado Saulo —, um dos maiores opositores e perseguidores dos que invocavam o nome de Jesus, e o separou especialmente para anunciar o evangelho de Deus e levar Seu nome perante gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (At 9:15; Rm 1:1-4).
Paulo se tornou um vaso muito útil, um instrumento nas mãos de Seu possuidor para promover a Fé (Tt 1:1). Ele promovia a Fé objetiva – que é aquilo em que cremos –, cujo conteúdo é a economia neotestamentária de Deus, que vem a ser Seu plano de nos redimir e Se dispensar para nós a fim de nos regenerar com Sua vida divina e nos transformar em filhos maduros para herdar Seu reino.
A situação em Jerusalém se agravou, pois ali não apenas se deixou de guardar a Fé, como também se começou a enviar pessoas especialmente para os lugares onde o evangelho estava sendo pregado, com o intuito de promover a circuncisão e a observância da lei e dos costumes do Antigo Testamento.
Quando se soube em Jerusalém o que Paulo estava pregando, enviaram-se irmãos para Antioquia e para a Galácia, a fim de se impor a circuncisão e a lei de Moisés aos que haviam sido salvos dentre os gentios. Isso trouxe grande perturbação nas igrejas levantadas por Paulo e Barnabé (At 15:1).
Essa interferência dos judaizantes acabou chegando ao conhecimento dos dois, que, depois de contender e discutir com eles, decidiram ir a Jerusalém para esclarecer o assunto.
Em sua primeira viagem, quando pregavam a Fé, Paulo e Barnabé haviam ajudado as pessoas que foram salvas a viver no espírito pela prática de invocar o nome do Senhor. Mas todas aquelas interferências impostas pelos judeus, segundo a tradição religiosa que tinham, poderiam conduzir os novos irmãos a viver em si mesmos, independentes de Deus, a estar sob a lei, desligando-os de Cristo e fazendo-os decair da graça (Gl 3:1-3; 5:2-4). Isso era inadmissível!
Tendo chegado a Jerusalém, Paulo e Barnabé encontraram-se com Tiago – irmão de Jesus –, com os apóstolos e com os presbíteros da igreja. Os apóstolos ainda estavam lá, mas já não havia tanta autoridade entre eles. Aparentemente Tiago se tornara o mais influente (cf. At 15).
Reuniram-se então para decidir a questão. Após algum alvoroço, Pedro deu seu testemunho de como Deus o havia usado para iniciar a pregação do evangelho aos gentios. Barnabé e Paulo, em seguida, deram um relato de como Deus os usara para fazer sinais e prodígios entre os gentios. Tiago, por fim, tomou a palavra e deu seu parecer. Ele propôs que os crentes gentios não fossem perturbados, mas apenas instruídos a guardar-se de quatro coisas julgadas essenciais: das contaminações dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.
Por conseguinte, elaboraram uma carta com essas determinações e a enviaram a Antioquia pelas mãos de Paulo e Barnabé e de mais dois líderes da igreja em Jerusalém: Silas e Judas. Já mencionamos anteriormente que, depois de cumprir sua missão, Judas voltou, mas Silas, guiado pelo Espírito, resolveu permanecer ali (vs. 33-35).
Quando Paulo decidiu fazer sua segunda viagem missionária, escolheu Silas e este o seguiu. Nessa viagem, depois de passar por Filipos, Paulo e Silas foram para Tessalônica e posteriormente para Corinto, onde souberam que os irmãos da Galácia estavam se submetendo à circuncisão e se apartando do evangelho pregado por Paulo. Por causa disso, ele, pouco depois, escreveu aos gálatas.
Nessa epístola, Paulo escreveu um resumo da revelação que obtivera nas regiões da Arábia, quando ainda servia em Damasco (Gl 1:17). Afirmou na carta que o evangelho que anunciava não era segundo o homem (v. 11), e que ele não o havia aprendido de homem algum, nem o havia recebido de homem algum, mas mediante revelação do próprio Senhor Jesus (v. 12). Paulo também escreveu que fora feito apóstolo não por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai (v. 1). Ele precisou dizer isso porque aqueles judaizantes, cuja origem era Jerusalém, provavelmente estavam espalhando pela região que, por não ter sido enviado de Jerusalém, Paulo não era apóstolo, portanto seu evangelho não era completo.
Ao falar aos gálatas, Paulo os repreendeu dizendo: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou [enfeitiçou, segundo o original grego] a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isso de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (3:1-3). Paulo não entendia como eles podiam estar passando tão rápido para outro evangelho; por isso os advertiu fortemente, lembrando-os de que haviam recebido o Espírito, a promessa de Deus a Abraão, por meio da pregação da Fé e não pelas obras da lei (1:23; 2:20).


Ponto-chave: Incumbência de anunciar o evangelho do reino por todo o mundo
Pergunta: Por que Paulo precisou advertir fortemente aos gálatas?