terça-feira, 13 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 13/10/2020



QUARTA SEMANA – TERÇA-FEIRA (Páginas 85 à 89)


Ler com oração:

2 Co 3:18  E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.


O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO 


    O apóstolo Paulo desfrutava do operar da cruz de Cristo em sua vida. Ele sabia que, depois da experiência de morte, viria a ressurreição. O Cristo que Paulo pregava em Corinto é o Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1 Co 1:23). Em Romanos 8:36, vemos: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Na experiência de Paulo, o efeito da cruz de Cristo, isto é, o operar da morte, não era de vez em quando, mas diariamente. Todas as vezes que o homem natural e caído quiser aparecer, você pode usar a prata, que representa a obra de Cristo. Nela, existe o efeito da cruz que aniquila nosso velho homem. 


    As pedras preciosas representam a obra do Espírito Santo. Graças ao Senhor, somos transformados por meio do Espírito que em nós habita. Aos poucos, a transformação em lavoura e em edifício de Deus está ocorrendo. Em Efésios 2:22, lemos: “No qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. A edificação não é algo para o futuro, mas para o presente. Aqui vemos que esse processo de edificação está acontecendo em nosso espírito, que é a habitação de Deus. Ele, como o Espírito Santo, habita em nós e deseja fazer uma obra de edificação. O Senhor quer ocupar todas as partes do nosso ser.


     Em 2 Coríntios 3:18, lemos: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. A transformação ocorre quando contemplamos o Senhor, que hoje é o Espírito. Ao nos aproximarmos Dele, inicia-se um processo de transformação, de um nível de glória para outro nível de glória. Precisamos contemplar Cristo todos os dias em nosso espírito. Assim como Davi, que tenhamos o desejo de contemplar Sua beleza e meditar em Seu templo. Precisamos clamar, pedir e buscar essa transformação (Sl 27:4). 


O DEUS TRIÚNO – O ÚNICO MATERIAL  PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA 


    O Deus Triúno é um rio que flui, produzindo vida e edificação para a igreja. Leiamos: “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix” (Gn 2:10-12). Esse rio teve origem no jardim do Éden, e seu destino é a nova Jerusalém (Ap 22:1). A terra por onde o rio passa, possui três materiais: o ouro, o bdélio e a pedra de ônix. O ouro representa a obra do Pai. O bdélio (a forma vegetal da pérola) é uma resina que sai de uma árvore. Hoje, ele é a prata, que representa a obra do Filho; e, na nova Jerusalém, será a pérola. A pedra de ônix representa a obra do Espírito Santo. Esses ricos materiais estão nesse maravilhoso rio, e, por onde ele passar, tudo viverá (Ez 47:9). 


    O livro de Ezequiel mostra que, à medida que temos experiência com os materiais desse rio, somos restringidos. Leiamos: “Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar” (47:3-5).


     Em nossa experiência, a água estar nos tornozelos significa que, inicialmente, apesar de sermos salvos e vivermos a vida da igreja, ainda não temos tanta restrição da vida divina. Nesse estágio, podemos movimentar-nos com muita facilidade, sem depender do Senhor. As águas ainda são superficiais em nossa vida; estão nos tornozelos. Porém, à medida que permitimos o trabalhar do Senhor em nós, o nível das águas aumentará. 


    No segundo estágio dessa experiência, as águas já estavam nos joelhos. Aqui, o cristão vive com mais restrições. Ele não faz tudo o que deseja, pois possui discernimento de que precisa ser guiado pelo Espírito, ou seja, pelas águas desse rio. Ele já não consegue andar de qualquer jeito, pois o Espírito o constrange. Assim, as águas crescem e sobem a tal ponto que ultrapassam seus lombos, e chegam a cobri-lo totalmente. 


    Nesse último estágio, o rio da água da vida, que é cheio de ouro, prata e pedras preciosas, passa a controlar os filhos de Deus, não permitindo que o atravessem por si sós. Quando estamos mergulhados nesse rio, o Espírito tem o controle da nossa vida. Nossas forças naturais foram vencidas pela força desse rio maravilhoso. Assim, passamos a ser conduzidos pelo Espírito, e nossas atitudes irão expressar os Seus frutos. 


    Para concluir o assunto sobre os ricos materiais para a edificação da igreja, leiamos a seguinte porção: “Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo. A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista. As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21:17-21).


     A nova Jerusalém será adornada com os ricos materiais que, hoje, devemos usar na edificação da igreja — ouro, pérola e pedras preciosas. A pérola é o resultado da dor produzida pela entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra contém uma substância lustrosa, chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar, cobrindo o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada. Assim, uma ostra que não foi ferida de modo algum produzirá pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. 


    Graças ao Senhor, o viver da igreja, que representa uma grande “ostra”, é o único ambiente capaz de produzir pérolas para Deus. Sim, estamos em um processo de transformação em que, na maior parte do tempo, assim como na formação de uma pérola, as dores causadas pelas feridas são inevitáveis. Porém estamos sendo preparados para reinar com Cristo por mil anos. Assim, se sofremos com Ele, em prol da edificação da igreja, não usando nosso ser natural, mas permitindo que o rio da água da vida conduza nossas atitudes, também com Ele seremos glorificados (Rm 8:17).


     Querido leitor, desfrute ao máximo de Cristo, pois Ele é rico, e Suas riquezas não têm fim. Esse desfrute irá capacitá-lo a edificar a igreja com os materiais adequados. A madeira, o feno e a palha não devem fazer parte de seu serviço a Ele; e sim o ouro, a prata e as pedras preciosas. Estes devem ser sua marca na edificação da igreja. Pelo seu desfrute de Cristo, hoje, a igreja torna-se essa maravilhosa lavoura, cheia de vida, para cultivar Cristo; e, no porvir, será um firme edifício, Sua habitação. Em outras palavras, a lavoura de Deus é para o edifício de Deus. É como vemos em Gênesis, em que um rio flui do jardim do Éden, produzindo os materiais para a edificação, passando por toda a Bíblia, e, finalmente, culminando com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.