quarta-feira, 14 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – QUARTA-FEIRA 14/10 (Páginas 91 à 94)


Ler com oração:

Gl 2:20  Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.


         CAPÍTULO SEIS


       A RESSURREIÇÃO 


    No capítulo anterior, vimos que o desfrute de Cristo, como bebida e comida, nos livra das preferências e culmina na edificação da igreja. Em 1 Coríntios 3, vimos que a lavoura, algo repleto de vida, é para o edifício de Deus. Em Gênesis 2, temos o rio que sai do Éden, segue fluindo por toda a Bíblia, produzindo materiais para a edificação, e termina com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.

     Neste capítulo, trataremos de um aspecto extremamente importante para a fundamentação de nossa vida cristã, de nossa fé: a importância da ressurreição. A ressurreição gerou uma igreja prevalecente 


    A motivação do apóstolo Paulo para falar sobre a ressurreição foi, certamente, porque alguns irmãos da igreja em Corinto tinham dúvida a respeito disso. Preocupado com esse assunto, o apóstolo mostrou-lhes que a ressurreição é parte crucial do plano de Deus, de Sua economia neotestamentária. Se tirarmos a ressurreição da vida cristã, não haverá mais nada. Se existimos espiritualmente, é por causa da ressurreição de Cristo. 


    Após o viver humano perfeito de Jesus, Ele foi à cruz e morreu por nós e pelos nossos pecados. Sua morte na cruz pôs fim a todos os itens negativos do universo, tais como: o pecado (2 Co 5:21; Rm 8:3), os pecados (1 Pe 2:24), Satanás (Hb 2:14), o mundo (Gl 6:14; Jo 12:31), a velha criação (Cl 1:20), o velho homem (Rm 6:6), as ordenanças (Ef 2:15), o ego (Gl 2:20) e a carne (5:24). Quão eficaz foi a morte de Cristo! 


    Ao terceiro dia, o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mt 17:23; 20:19; 1 Co 15:4). Em seguida, Ele foi elevado aos céus (At 1:9-11), acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro (Ef 1:19-20); assentou-se à direita do Pai (Mc 16:19; Hb 1:3) e foi glorificado (1 Tm 3:16). Cristo se tornou o Espírito que dá vida para entrar no que Nele crer e invocar o Seu nome de todo o coração (Rm 10:9-10, 13).


     A igreja, que é composta dos que creem, foi produzida na ressurreição de Cristo. Por consequência, estamos acima de todas as coisas negativas: principados, potestades, pecado, pecados, Satanás, mundo, velha criação, velho homem, ordenanças, ego e carne. Logo, a igreja já nasceu vitoriosa. 

     Isso nos deve encorajar, principalmente, quando participamos da reunião da ceia do Senhor. Nesse tipo de reunião nossa postura não pode ser a de um derrotado. Depois de ter conhecimento de tudo o que Cristo passou e fez para gerar a igreja, nossas orações nessa reunião não podem limitar-se à confissão de pecados ou concentrar-se apenas nela. Não! Esse é um momento de vitória. Devemos celebrar uma festa ao Senhor, com o coração cheio de alegria. E o teor das nossas orações deve ser: “Senhor Jesus! Tu venceste a morte, Tu venceste tudo! E ainda do Teu lado saiu sangue e água. O sangue para nossa redenção, e a água para nos dar vida. Aleluia! E Tu nos colocaste numa posição de vitória! Estamos assentados Contigo, acima de todas as coisas negativas do universo! Amém!”. Com uma postura assim, individual e coletivamente, seremos vitoriosos, e a oração da igreja será prevalecente. Louvado seja o Senhor! 


TESTEMUNHAS OCULARES DA RESSURREIÇÃO 



    Agora temos um bom fundamento para dar início ao nosso desfrute do capítulo 15 de 1 Coríntios. No versículo 1, lemos: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais”. Graças ao Senhor pelo evangelho que nos foi anunciado! Esse evangelho não é somente da graça, o qual, pelo perdão de pecados, livra o homem da condenação eterna, o lago de fogo. Inclui ainda nosso crescimento de vida, tendo Cristo como a vida que devemos manifestar, e a igreja como nosso viver. 

    No versículo 2, lemos: “Por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão”. A melhor tradução da parte inicial desse versículo é: “Por ele também estamos sendo salvos”. Querido leitor, você creu em vão? Certamente não! Em minha experiência pessoal, quando cri, tinha total convicção no Senhor pela fé. Entretanto precisamos perseverar para continuarmos sendo salvos. 

    Continuando, nos versículos 3 e 4, temos: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou, segundo as Escrituras. Quando diz “segundo as Escrituras” é para que creiamos com fé em toda a Palavra de Deus. Nossa fé não se baseia na opinião de um ou no ponto de vista de outro, mas está baseada e focada na Palavra. A ressurreição, portanto, não é diferente. Nós a acolhemos pela fé na Palavra de Deus. 

     Entre os versículos 5 e 9, Paulo descreve que a ressurreição foi testemunhada, primeiramente, por Pedro e, em seguida, pelos doze apóstolos; depois, por mais de quinhentos irmãos; e, finalmente, por Paulo, que se considerou o menor dentre os apóstolos e nascido fora de tempo. Nessa descrição, vemos a humildade de Paulo. Por ter sido um perseguidor da igreja, daqueles que invocavam o nome do Senhor, ele não se considerava digno de merecer a aparição do Cristo ressurreto. No entanto, sob o prisma do arranjo divino, o Senhor o alcançou para levar adiante Seu ministério. 


A GRAÇA QUE TRABALHA CONOSCO


    Em 1 Coríntios 15:10, lemos: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Embora Paulo tenha se considerado o menor dos apóstolos, conforme o versículo anterior, e o menor de todos os santos (Ef 3:8), ele atribuía o que era à ação da graça de Deus em sua vida. Isso também se aplica a nós, uma vez que nossa utilidade para Deus é consequência da Sua graça. A graça veio depois da ressurreição de Cristo. Ele que a trouxe para nós (Jo 1:17). 

    Cabe ainda destacar no versículo 10 que a graça não pode tornar-se vã. Se formos sinceros com nós mesmos, admitiremos que o Senhor nos tem dado graça. Essa graça, porém, não deve tornar-se vã. Se, contudo, ela tem-se tornado vã, temos de nos arrepender e reconhecer que a graça nos foi outorgada para ser operada em nós e por nós. 


    Ainda no versículo 10 de 1 Coríntios 15, vemos: “Antes, trabalhei muito mais do que todos eles”. Paulo, o menor dos apóstolos, o menor de todos os santos, que viu o Senhor depois de todos os demais, disse que trabalhou muito mais do que todos eles. Aqui, “todos eles” são os apóstolos que estavam à frente dele. Paulo, entretanto, continuou a frase e concluiu humildemente: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Sem a graça, Paulo não poderia ser útil ao Senhor. Sem a graça, ele jamais poderia trabalhar. 


    Há dois versículos no livro de Gálatas que são muito pertinentes a esse assunto. No capítulo 2, versículos 20 e 21, lemos: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão”. Se combinarmos os dois textos acima, de 1 Coríntios e Gálatas, temos o seguinte: “Logo, já não sou eu quem vive, mas a graça vive em mim”. Em outras palavras, a graça vivendo em nós é o mesmo que Cristo vivendo em nós. 


    Além disso, o texto de Gálatas também mostra que não podemos anular a graça de Deus. Quanto mais graça experimentarmos, mais úteis seremos para Deus. Querido leitor, não tenha medo e não pense que você não é capaz de enfrentar as adversidades. Somente pela graça que vem do Senhor é que conseguimos passar por situações adversas sem murmurar. Lembre-se: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (1 Co 15:10b-11).