sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O MINISTÉRIO DE JOÃO

Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados (1 Pe 4:8)
Mt 4:21-22; Mc 3:17; 10:35-37; Lc 9:54; Jo 13:23, 25; 20:2; 21:7, 20; At 3:1; 4:19; 8:14
Nesta semana veremos sobre o ministério do apóstolo João. No passado vimos que João foi chamado pelo Senhor em sua juventude. Ele era pescador, assim como Tiago, seu irmão (Mt 4:21). No momento em que o Senhor os chamou, eles estavam consertando as redes de pesca. Porém, ao chamado do Senhor imediatamente deixaram as redes e o barco para segui-Lo (v. 22).
De acordo com os registros bíblicos, podemos perceber que em certos momentos João era um jovem impetuoso (Mc 3:17; 10:35-37; Lc 9:54), contudo o Senhor o amava muito, a ponto de ele mesmo descrever-se como o “discípulo a quem Jesus amava” (Jo13:23; 20:2; 21:7, 20). Ele também manifestou o amor intenso que tinha pelo Senhor, permanecendo ao Seu lado mesmo durante a crucificação, enquanto todos o
s outros discípulos se dispersaram. Em uma das passagens, vemo-lo aconchegado a Jesus, reclinando-se sobre o Seu peito (Jo 13:24-25). A sua proximidade do Senhor, portanto, foi uma das principais características de João.
Entretanto, durante o período relatado no livro de Atos, João não tinha destaque entre os demais apóstolos, aparecendo apenas ao lado de Pedro, acompanhando-o em suas viagens (At 3:1; 4:19; 8:14). Ademais, não há registros de mensagens, viagens ou pregações feitas por João, embora ele fosse descrito por Paulo como uma das “colunas” da igreja (Gl 2:9).
Não sabemos por qual motivo, naquele período, João não participava de forma mais ativa na obra do ministério, tal como os apóstolos Pedro e Paulo. Talvez fosse por pouca capacidade ou por ser muito humilde, deixando Pedro sempre tomar a liderança. Todavia, sabemos que todas essas coisas estavam de acordo com a vontade soberana de Deus, pois muitos anos após a morte de Pedro e Paulo, João foi usado pelo Senhor para dar continuidade ao Seu ministério.
Em sua maturidade, depois de permanecer exilado por vinte anos, João recebeu grandes visões, as quais ele narrou no livro de Apocalipse. Depois de ser libertado da prisão, segundo a história da igreja, dirigiu-se para Éfeso, com a finalidade de ajudar os irmãos da igreja ali. Assim como quando era pescador, em sua juventude, João consertava as redes de seu pai e, mais tarde, tornou-se muito útil a Deus para reparar falhas espirituais existentes na igreja. Seu ministério tinha esse aspecto remendador, cuja base sólida era o amor a Deus e aos irmãos.

O MINISTÉRIO DE JOÃO É PERMANENTE

Durante a perseguição do império romano aos cristãos, no primeiro século, os que estavam à frente das igrejas foram martirizados, assim como Pedro e Paulo. Naquela época, João não se destacava como os demais apóstolos, uma vez que, aparentemente, não exercia algum tipo de liderança. Cremos que por essa razão não foi executado com os demais. Foi apenas aprisionado e depois enviado para o exílio em Patmos.
O tempo de prisão e exílio de João durou cerca de vinte anos. Nesse período ele deve ter renunciado bastante à sua vida da alma e procurado viver no espírito (Ap 1:10; 4:2; 17:3; 21:20). Como resultado, o Senhor pôde trabalhar profundamente nele e dar-lhe grandes revelações.
Após seu exílio, estando já em Éfeso, João certamente teve a oportunidade de ler a epístola que Paulo escrevera àquela igreja. Tendo lido a carta, percebeu que era necessário ajudar os irmãos a praticarem as verdades nela contidas, a fim de restaurar a condição da igreja em Éfeso.
Sua experiência em Éfeso foi muito positiva. Em sua maturidade, ele se tornou mais sensível ao Espírito. Por meio de seu ministério, João ajudou os irmãos a deixarem sua animosidade e a desfrutarem do Espírito e da vida. Desse modo, a igreja em Éfeso foi totalmente restaurada, pois os irmãos aprenderam a viver no espírito, negando a si mesmos. Louvado seja o Senhor!

EXPRESSAR PLENAMENTE O PRÓPRIO DEUS

De acordo com 2 Pedro 1:5-7, o estágio inicial de nosso crescimento de vida é a fé. Depois desenvolvemos nossas virtudes e gradualmente avançamos até alcançar o nível do amor fraternal. Todavia, precisamos progredir cada vez mais, até o nível do amor ágape, que é expressar plenamente o próprio Deus.
A Bíblia nos revela que a vontade de Deus é que sejamos semelhantes a Ele (Gn 1:26; 1 Jo 3:2). Uma vez que temos Sua imagem, a vida de Deus habitando e crescendo interiormente em nós, Sua semelhança se manifestará em nosso viver. Assim, ser semelhante a Ele significa expressá-Lo exteriormente em nossa humanidade, tornando-nos mais parecidos com Ele.
No entanto, mesmo que tenhamos avançado nesse crescimento, nossa vida da alma pode manifestar-se novamente. Quando isso acontecer, devemos nos arrepender e nos voltar para o espírito. Este é um ciclo constante, no qual somos renovados na medida em que as coisas velhas são eliminadas.
Isso também diz respeito ao exercício da piedade. Em 1 Timóteo 3:16 lemos: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória”. Paulo também exorta Timóteo, dizendo: “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade” (4:7).