sexta-feira, 28 de março de 2014

AS DUAS ETAPAS DO EVANGELHO DE DEUS ATÉ PRATICAR A VERDADE

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 3 - SEXTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 6: O MINISTÉRIO DE JOÃO E A NOSSA REAÇÃO

Leitura bíblica: Rm 1:1-4; Hb 2:14-15; Jo 1:29; 1Jo 5:11-12; 2 Jo 4

Ler com oração: A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados. Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo. (1 Co 12:1-3)


AS DUAS ETAPAS DO EVANGELHO DE DEUS ATÉ PRATICAR A VERDADE

As duas etapas do evangelho de Deus

Como extrair vida das verdades? Vejamos, por exemplo, a Epístola de Paulo aos Romanos: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio de seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho” (1:1-3a). Nesses versículos, o apóstolo Paulo esclarece que o evangelho de Deus diz respeito ao Filho. Portanto ele tratará acerca do evangelho de Deus, que nos salva em duas etapas. A primeira diz respeito ao Filho vindo em carne, como o Filho do Homem, da descendência de Davi; e, a segunda etapa, diz respeito ao Filho, designado Filho de Deus segundo o espírito de santidade e pela ressurreição dos mortos (vs. 3b-4).

A primeira parte do evangelho

Embora o Senhor Jesus tivesse sido concebido pelo Espírito Santo (Mt 1:18, 20), Seu corpo veio de Maria. Ela era descendente de Davi, e este era representante típico de um pecador. Portanto Seu corpo era semelhante à carne pecaminosa, mas sem pecado (Rm 8:3; 2 Co 5:21). Dessa forma, o Senhor Jesus como descendente de Davi, participou de carne e sangue para nos salvar (Hb 2:14-15). De acordo com a lei, só poderia haver remissão de pecados, mediante derramamento de sangue (Hb 9:22). Portanto, como Homem perfeito, e sem pecado, o Senhor estava qualificado a derramar Seu sangue a fim de recebermos a remissão dos pecados. Ele foi à cruz e morreu como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1:29).
A Bíblia revela que o Senhor ficou na cruz durante seis horas. Quando Jesus viu que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: “Tenho sede!” (19:28). Depois de ter tomado o vinagre, que Lhe deram numa esponja fixada em um caniço de hissopo, Jesus disse: “Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito” (v. 30). O dia seguinte à crucificação do Senhor seria sábado. Nesse dia, pela lei judaica, nada se podia fazer, pois era o repouso sabático. Com isso, para evitar que os crucificados escapassem, era comum os soldados quebrarem-lhes as pernas, o que fizeram a ambos que estavam ao lado do Senhor (v. 32). Quando, porém, viram que Jesus já havia morrido, um dos soldados, Lhe abriu um dos lados com uma lança, de onde fluíram sangue e água (vs. 33-34). Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, conforme João registrou: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” (v. 36; cf. Sl 34:20). Enquanto a maioria dos discípulos estava distante, João estava muito próximo à cruz e viu com detalhes esse momento. Além dele, ali estavam também algumas irmãs: Maria, mãe de Jesus, a irmã dela, Maria, mulher de Clopas e Maria Madalena (Jo 19:25).
O fato de ter fluído sangue e água do lado do Senhor tem um significado importante na tipologia. Quando Deus fez cair pesado sono sobre Adão, do seu lado lhe retirou uma costela, da qual edificou-lhe Eva, sua auxiliadora idônea (Gn 2:21-22). O sono profundo de Adão simboliza a morte de Cristo para gerar a igreja. Depois que o Senhor morreu, um dos soldados Lhe abriu o lado com uma lança, de onde saíram sangue e água, que representam a obra de redenção e o dispensar da vida divina, os elementos suficientes para gerar e edificar a igreja, a noiva de Cristo. Podemos dizer que essa, portanto, é a primeira parte do evangelho de Deus. O Senhor Jesus, como o descendente de Davi, proporcionou-nos nossa redenção, pavimentando o caminho para recebermos Sua vida.

A segunda etapa do evangelho

A segunda parte do evangelho diz respeito a Jesus como o Filho de Deus. Paulo então prossegue, dizendo: “Foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus cristo, nosso Senhor” (Rm 1: 4). Como Filho de Deus, Nele temos a vida de Deus (1 Jo 5:11-12). Essa vida é para nossa regeneração e crescimento espiritual.
Sob a ótica do ministério de João, essa segunda parte do evangelho de Deus corresponde ao fluir da água do lado do Senhor, que representa a vida de Deus (Jo 19:34). Por estar muito próximo à cruz, João teve uma visão privilegiada desse fato. De longe é provável que se enxergue o sangue, mas a água, por ser transparente, somente quem estava perto, como João, poderia ver. Esse fato não foi registrado nos outros evangelhos.

Usar o espírito em nosso contato com as verdades

Além da Epístola de Paulo aos Romanos, também nos é possível usar a ótica do ministério de João para termos uma atitude correta para com as verdades descritas na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios onde fala de todo processo espiritual que ocorre conosco a fim de edificarmos o Corpo de Cristo: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados. Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo” (12:1-3).
Antes de crermos no Senhor Jesus, éramos idólatras e, como tais, éramos mudos. Hoje, entretanto, seguimos um Deus que fala! Esse Deus que fala, no princípio, era a Palavra. Por isso, hoje, podemos também falar. Nós podemos dizer: “Jesus é o Senhor!”. Se, contudo, não estivermos no espírito, dificilmente conseguiremos declarar isso. Assim, o primeiro pré-requisito para extrair a vida da Palavra é estar no espírito. Para isso, precisamos invocar o nome do Senhor: “Ó Senhor Jesus!”.
Graças ao Senhor! Com a atitude correta para com as verdades, podemos receber vida de ambas as linhas: a dos apóstolos – proveniente das experiências de vida e da convivência com o Senhor – e a de Paulo – que compreende seu ministério epistolar recebido por revelação. Por meio do ministério de João na sua maturidade somos encorajados a usar nosso espírito para ler toda a Bíblia.

Exercitar os dons até que se tornem ministérios e operações

A primeira verdade crucial abordada pelo apóstolo Paulo no capítulo 12 de sua primeira carta aos coríntios é invocar o nome do Senhor (1 Co 12:1-3). Em seguida ele prossegue dizendo: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (vs. 4-6). Esses versículos nos mostram os dons, os ministérios e as operações. Os dons estão relacionados ao Espírito; os ministérios ao Senhor; e, as operações a Deus Pai.
Nossa atitude para com essas verdades é que precisamos invocar o nome do Senhor para permanecer no espírito e exercitar nossos dons até que se tornem ministérios. Por exemplo, se regularmente damos o dízimo, além disso quando surge uma necessidades adicional e urgente da obra do Senhor, para que o evangelho do reino alcance toda a terra, também participamos, exercitando o dom de ofertar, esse dom, por fim, se tornará nosso ministério. O ministério, desse modo, vem do único Senhor. Uma vez que temos um ministério e o exercemos com fidelidade, Deus pode realizar Suas operações.
O versículo 12 diz: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo”. A partir desse versículo, Paulo passa a detalhar o que são os ministérios usando a figura do corpo humano. Ministério está relacionado à manifestação da vida de Deus em cada um de nós.
Por meio do Corpo de Cristo, repleto de ministérios, em pleno funcionamento, Deus pode fazer Suas operações. Por exemplo, se surge a necessidade de apoio de Sua obra em alguma lugar, Deus enviará o membro que tem o ministério específico para suprir aquela carência. Assim, quando vemos as epístolas de Paulo sob o ângulo do ministério de João, suas palavras tornam-se mais práticas.
Aproveitamos para encorajar a todos os leitores da Bíblia a fazer uma releitura das Escrituras buscando extrair, tanto quanto possível, vida das verdades e, sobretudo, praticá-las. Esta é a ajuda que temos recebido do ministério do apóstolo João em sua maturidade.

Praticar a verdade

Como mencionamos anteriormente, nas epístolas de João vemos o quanto ele se importava com a prática das verdades: “Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai” (2 Jo 4). A fonte da alegria do apóstolo João era os irmãos estarem andando na verdade, isto é, praticando a verdade.
Mais adiante ele prossegue: “O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade” (3 Jo 1). O destinatário dessa carta era Gaio, da igreja em Corinto, que havia sido batizado por Paulo (1 Co 1:14); sendo que sua principal comissão, proveniente da parte de Deus, era a hospedagem (Rm 16:23). Quando João soube que a igreja em Corinto estava praticando a verdade, fez questão de escrever-lhe e demonstrar sua alegria.
No versículo 2 lemos: “Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma”. Como Gaio já estava com a idade bastante avançada, João demonstrou seu cuidado para com o corpo e a alma dele. Gaio andava na verdade; ele já possuía um espírito forte que o levava a andar na verdade. Então, no versículo 4, João apresenta seu sentimento mais profundo: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade”.