segunda-feira, 28 de setembro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA OS DOIS CHAMAMENTOS DE ABRAÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 28/09/2020



SEGUNDA SEMANA –  SEGUNDA-FEIRA (Páginas 35 à 39)


Ler com oração:

Gn 12:1  Então o Senhor disse a Abrão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.


OS DOIS CHAMAMENTOS DE ABRAÃO 


    Leiamos Gênesis 11:31-32: “Tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã, onde ficaram. E, havendo Tera vivido duzentos e cinco anos ao todo, morreu em Harã”. Agora, vejamos Atos 7:2: “Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã”. Aqui, Estêvão afirma que o “Deus da Glória” apareceu para Abraão quando ele estava na Mesopotâmia, ou seja, em Ur dos caldeus.

     Foi o pai de Abraão, Tera, que o levou para Harã (Gn 11:31). Antes disso, Deus havia aparecido a Abraão pela primeira vez e dito: “Sai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra que eu te mostrarei. Então, saiu da terra dos caldeus e foi habitar em Harã. E dali, com a morte de seu pai, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais” (At 7:3-4). Vemos, aqui, que o Deus da Glória já havia aparecido a Abraão, pedindo para ele sair de Ur dos caldeus, mas ele não saiu. Abraão ainda não cria na palavra de Deus, não tinha fé alguma, por isso ficou ali parado. Foi necessário seu pai sair, levando toda a família, para Abraão ir embora daquela terra. 

     Em Gênesis 12:1, lemos: “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei”. Essa foi a segunda aparição de Deus a Abraão. Ele acrescentou algo no segundo chamamento: “Sai da casa de teu pai”. Abraão somente saiu de Ur dos caldeus porque seu pai levou toda a família. Ele não tinha forças para deixar sua família, por isso se escorou em seu pai e permaneceu em Harã até a morte dele. Após a morte do pai de Abraão, Deus apareceu novamente para chamá-lo. Na segunda aparição de Deus, a fé de Abraão aumentou um pouco mais.

     Quando Deus fala conosco, nossa fé aumenta. A fé de Abraão não veio de uma só vez, e sim à medida que Deus falava com ele. A fé vem por ouvirmos a Palavra (Rm 10:17), por isso, em nosso viver, não devemos negligenciá-la. Deus fala conosco nas reuniões da igreja, nas conferências e na leitura dos livros espirituais. Se ouvirmos Sua palavra, nossa fé crescerá mais e mais. 

    Em Gênesis 12:4, vemos, finalmente, que Abraão saiu: “Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o Senhor, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã”. Deus tinha dito a Abraão para sair apenas com sua mulher, mas ele, ainda muito apegado à família, levou consigo a Ló, seu sobrinho. Mais adiante, lemos: “Atravessou Abrão a terra até Siquém, até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra. Apareceu o Senhor a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera” (Gn 12:6-7). Essa foi a terceira aparição de Deus a Abraão, e sua reação espontânea foi edificar um altar ao Senhor. Sempre que o Senhor aparece para nós, nossa fé aumenta, e nos consagramos mais a Ele. Uma característica marcante de Abraão era ter uma vida de altar e tenda, sempre invocando o nome do Senhor (Gn 12:8; 13:3-4). Sua vida foi para servir ao Senhor. Que todos nós possamos ter esse viver. 


 UMA IMPORTANTE LIÇÃO COM A SEPARAÇÃO DE LÓ

         


    Em Gênesis 13:1, lemos: “Saiu, pois, Abrão do Egito para o Neguebe, ele e sua mulher e tudo o que tinha, e Ló com ele”. Deus abençoou muito a Abraão, e, por estar junto dele, Ló também foi beneficiado. A terra onde estavam já não comportava os bens que eles possuíam, conforme lemos: “Ló, que ia com Abrão, também tinha rebanhos, gado e tendas.


 E a terra não podia sustentá-los, para que habitassem juntos, porque eram muitos os seus bens; de sorte que não podiam habitar um na companhia do outro” (vs. 5-6). Abraão, então, disse a Ló: “Acaso, não está diante de ti toda a terra? Peço-te que te apartes de mim; se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores para a direita, irei para a esquerda” (v. 9). Nesse momento, Abraão já estava mais maduro, e sua fé havia aumentado um pouco mais. Podemos fazer essa afirmação pelo fato de Abraão ter dado a Ló a preferência para escolher a terra. Isso indica que ele tinha total confiança que Deus o guiaria pelo melhor caminho, mesmo escolhendo por último. Você acha que Abraão deixaria Ló escolher primeiro se ele tivesse no início de sua experiência com Deus? Provavelmente não. Isso só aconteceu porque Abraão aprendeu a confiar no Senhor. 


    Sobre a escolha de Ló, em Gênesis 13:10, lemos: “Levantou Ló os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, como quem vai para Zoar”. Esse versículo mostra que, aparentemente, Ló havia feito uma boa escolha. Ele escolheu um lugar muito bonito, uma planície, sem montanhas. Contudo os versículos seguintes mostram que Ló foi armando suas tendas até chegar a Sodoma (Gn 13:12-13). 


Essa é uma grande lição para nós. Devemos tomar cuidado com nossas escolhas. Além disso, Ló não devia ter-se separado de Abraão, que era o representante de Deus naquele momento, aquele a quem Deus aparecia e com quem falava. Ló prosperou por estar junto de Abraão. Devemos estar sob a liderança daqueles que o Senhor colocou à nossa frente. Se acharmos que podemos fazer nossa própria obra ou seguir nosso próprio caminho, assim como Ló, tomaremos decisões precipitadas que custarão muito caro. 


    No início do capítulo 14 de Gênesis, houve uma guerra de quatro reis contra cinco reis (vs. 1-2). Os quatro reis venceram e levaram a população de Sodoma cativa, e Ló estava entre eles. Apesar de se haverem separado, Abraão amava seu sobrinho. Quando foi avisado de que Ló tinha sido levado cativo, saiu em seu resgate com apenas trezentos e dezoito homens. Ele lutou contra o exército dos quatro reis e saiu vitorioso dessa batalha, pois Deus estava com ele (vs. 14-17). Devemos ter o mesmo coração de Abraão, de lutar pelos irmãos. Porém Ló, em vez de arrepender-se e voltar para junto de Abraão, retornou a Sodoma. 


    Após essa vitória de Abraão, Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14:18), apareceu a ele com pão e vinho e o abençoou: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo” (vs. 19-20). Essa reação de Abraão, em dar o dízimo a Melquisedeque, foi algo totalmente espontâneo. Ele reconhecia que aquela vitória tinha sido dada por Deus. Da mesma forma, nós também devemos reconhecer que tudo vem de Deus, e não do nosso esforço natural. 


    Com respeito a Melquisedeque, em Hebreus 7:3, vemos que ele “não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote perpetuamente”. Ele era diferente de Arão, que representava o sacerdócio humano, terreno e limitado. Por isso o Senhor Jesus é o sumo sacerdote da ordem de Melquisedeque (Sl 110:4; Hb 7:21), pois é Ele que se compadece de nós perpetuamente (Hb 7:3; cf. 4:15).