NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 5: O MINISTÉRIO DE PEDRO
Leitura bíblica: Gl 3:14; Jo 7:38-39; 2 Pe 1:5-8; 2 Pe1:1, 10-11; Sl 82:6; Jó 33:4
Ler com oração: Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo. (2 Pe 1:3-4)
A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO ATÉ SOIS DEUSES, SOIS TODOS FILHOS DO ALTÍSSIMO
A Segunda Epístola de Pedro
Provavelmente a segunda carta de Pedro tenha sido escrita em Roma por volta do ano 69, depois do martírio de Paulo (2 Pe 3:15-16), portanto um pouco antes da destruição de Jerusalém pelo Império Romano no ano 70, e próximo ao seu martírio (1:14). Nessa epístola Pedro revela algo grandioso: Deus nos criou e nos regenerou com o fim de nos doar todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, para participarmos da Sua natureza divina.
O trabalhar do Deus Triúno
Logo após a saudação, Pedro escreve: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as sua preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (1:3-4).
Sem dúvida alguma, Deus Pai é o doador da vida; pelo Seu divino poder Ele nos doou todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, por meio da fé igualmente preciosa que cada um recebeu (v. 1). Essa doação ocorreu pelo conhecimento completo do Filho, o qual nos chamou para a Sua própria glória e virtude. Pela glória e virtude do Filho nos têm sido doadas as Suas preciosas e mui grandes promessas, as quais recebemos por meio do Espírito prometido (Gl 3:14; Jo 7:38-39). O trabalhar do Deus Triúno é para que nos tornemos coparticipantes da natureza divina, livrando-nos da corrupção das paixões que há no mundo.
O plano de Deus é fazer o homem participar de Sua vida e natureza
Pedro ainda nos encoraja: “Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1:5-8).
O que vimos até agora tem relação com o que o apóstolo Paulo mencionou em sua Primeira Epístola aos Coríntios: “Falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória [...] mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (2:7, 9). É algo tão grandioso que precisamos que o Espírito nos revele: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (v. 10).
O plano de Deus é tão maravilhoso que é difícil para o homem entendê-lo completamente. Como pode o Deus Criador, tão ilimitado, eterno, fazer do homem tão limitado Seu filho? O homem só precisa confessar com a boca que Jesus é o seu Senhor, e em seu coração crer que Deus O ressuscitou dentre os mortos, para receber em seu espírito a vida eterna de Deus (Rm 10:8-9). É nesse momento que recebemos a fé igualmente preciosa (2 Pe 1:1) e ela é a base para Deus nos adicionar Sua vida e natureza. Por meio de nos esvaziar, isto é, negar a nós mesmos, a vida de Deus tem espaço para crescer em nós. Sobre a base da fé, Deus quer acrescentar a virtude, o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, o amor fraternal, e, por fim, o amor.
Ágape: amor de Deus
A palavra grega para amor é ágape, o amor divino; este amor somente Deus tem, mas Ele deseja que o homem participe desse amor. O Senhor Jesus disse: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (Mt 5:43-46). Nenhum amor humano é capaz de amar os seus inimigos; somente Deus é capaz, e Ele quer nos fazer como Ele é em vida e natureza. Isso está além da nossa compreensão!
Amplamente suprida a entrada no reino
Quando a vida de Deus crescer em nós na sua plenitude, conforme descrito por Pedro, estaremos prontos para entrar no reino eterno de nosso Senhor Jesus Cristo: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1:10-11).
Tão grande salvação
A salvação que Deus preparou para o homem é tão grande que dedicaremos mais algum espaço para esclarecer o assunto. A Epístola aos Hebreus ressalta que Deus constituiu o homem para o governo do mundo que há de vir. Embora o homem tenha sido criado um pouco menor que os anjos, Deus mesmo o preparará para ser coroado de glória e de honra (2:5-8). É disso que Pedro fala na sua segunda carta. O plano de Deus é trabalhar no homem até ele estar pleno de Sua vida e natureza.
Deus nunca gerou nenhum anjo como Seu filho: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?” (1:5). Os anjos, pelo contrário, foram designados para nos servir, isto é, servir os que hão de herdar a salvação (v. 14). Somos privilegiados, somos esses que herdarão essa grande salvação.
O sopro de Deus
Como é possível uma criatura tão limitada como o homem se tornar um filho do Deus ilimitado, eterno? A chave para começarmos a desvendar esse enigma está na criação do homem. Segundo o livro de Gênesis, Deus tomou o pó da terra e formou o corpo do homem; todavia, o que deu vida a ele foi o sopro de Deus, isto é, o fôlego de vida que Deus soprou em suas narinas (2:7). Podemos dizer que a essência da criação do homem foi o sopro de Deus que se tornou o espírito do homem, pois a mesma palavra hebraica usada para o fôlego de vida em Gênesis 2:7 foi usada para o espírito do homem em Provérbios 20:27. No livro de Jó, as palavras de Eliú trazem mais luz ao assunto: “Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio” (32:8); e: “O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida” (33:4); e ainda: “Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (34:14-15).
Deus pôs a eternidade no coração do homem
Ainda não conseguimos entender como o homem finito pode ser filho do Deus infinito, mas o livro de Eclesiastes nos revela: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (3:11). É impressionante saber que o homem foi criado para ser filho do Deus eterno; quando Ele soprou o fôlego de vida no homem, pôs a eternidade no coração do homem, preparando-o para receber a vida eterna de Deus.
“Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo”
Agora entendemos por que o salmista exclama: “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe o domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste” (Sl 8:4-6). E em outro salmo afirma: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo” (82:6). A isso Jesus fez referência quando os judeus acusaram-No de blasfemo, pois sendo Homem, se fazia de Deus a Si mesmo: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar, então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas, porque declarei: sou Filho de Deus?” (Jo 10:33-36).
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