sábado, 17 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA FIÉIS NO POUCO PARA SERVIR NO MUITO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – SÁBADO 17/10 (Páginas 102 à 105)


Ler com oração:

Lc 19:12    Ele disse: "Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar.

FIÉIS NO POUCO PARA SERVIR NO MUITO


     Voltemos ao versículo 24 de 1 Coríntios 15: “Então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder”. Cristo, o Filho, está, hoje, conquistando o reino da terra de volta para Deus. Ele, contudo, não faz isso sozinho, mas conta com a igreja, que é o Seu Corpo. Primeiramente, Cristo, o Filho de Deus, foi enviado à terra para realizar a redenção e concluir esta era. Então virá o fim.

     Em virtude da rebelião de Lúcifer, a terra foi usurpada por Satanás. A primeira criação de Deus estava sob a liderança de Lúcifer, o arcanjo. Como querubim da guarda ungido, sua função era velar pela glória de Deus e estar sobre toda a Sua criação (Ez 28:14). Por causa de seu orgulho, esse arcanjo pôs tudo a perder, pois desejou ser igual a Deus (Is 14:13-14; Ez 28:15). Além de seduzir a terça parte dos anjos, também corrompeu a criação de Deus. O Criador, no entanto, subjugou sua rebelião, enviando-o para a terra (Is 14:15; Ez 28:17). Os anjos rebeldes tornaram-se os principados e as potestades (Ef 6:12); e o seres criados antes de Adão tiveram seus espíritos aprisionados nas águas (Mt 8:29, 31-32). O presente mundo, portanto, está sob a influência de Satanás (Lc 4:5-7). 

    Diante disso, o Senhor não ficou de braços cruzados. Entretanto não reconquistará esse reino sozinho. Ele conta conosco, Seus servos. O Senhor, então, como na parábola das minas (Lc 19:11-27), antes de sair “com o fim de tomar posse de um reino e voltar” (v. 12), confiou “minas” a nós (cada mina era equivalente à sexagésima parte de um talento). E deixou a seguinte ordem: “Negociai até que eu volte” (v. 13). Na verdade, essa parábola mostra que o Senhor, em Sua primeira vinda, nos confiou dons e deseja que os multipliquemos a fim de edificar Seu Corpo e estabelecer Seu reino aqui na terra (Mt 6:10). 

    Na segunda vinda do Senhor, porém, teremos de prestar contas a Ele do que fizemos com os dons que recebemos: “Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino, mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber que negócio cada um teria conseguido” (Lc 19:15). Nessa prestação de contas, os dois primeiros servos trouxeram, respectivamente, dez e cinco minas, como resultado do que cada um recebeu inicialmente. Então o Senhor confiou-lhes autoridade sobre dez e cinco cidades, respectivamente (vs. 16-19). Essa é a maneira que o Senhor recompensará a cada um de nós, Seus servos. 

    Querido leitor, essa parábola nos traz encorajamento e é uma advertência. Encorajamento porque podemos aprender com o exemplo desses servos que negociaram suas minas e entregaram o rendimento delas a seu senhor; e uma advertência porque o servo que não negociou sua mina trouxe prejuízo para si mesmo, não tendo direito à recompensa. Pelo contrário, a mina lhe foi tirada e dada ao que tinha dez (Lc 19:20-24).


 A VITÓRIA DE CRISTO SOBRE TODOS OS INIMIGOS 


    Em 1 Coríntios 15:25-26, lemos: “Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte”. O trecho de Apocalipse 20 nos ajuda a compreender melhor esses versículos. Durante o reino milenar, parte do reino dos céus destinada aos vencedores, Satanás será preso no abismo por mil anos (vs. 1-3). 

    Após sua prisão, Satanás será solto e, infelizmente, ainda conseguirá seduzir as nações a segui-lo em sua ambição de resistir a Deus e a Seus filhos vencedores (vs. 7-8). O que me espanta nessa situação é ver que muitas nações cederão à sedução de Satanás, mesmo depois de terem participado de um ambiente tão glorioso como a manifestação do reino. 

    Em seguida, descerá fogo do céu e consumirá as nações, e Satanás será lançado no lago de fogo, onde já estarão a besta e o falso profeta (vs. 9-10). 

    No versículo 14, lemos: “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo”. O último inimigo, a morte, será, finalmente, lançado para dentro do lago de fogo. Graças ao Senhor, não faremos parte da segunda morte, pois seremos ressuscitados. 


A RESSURREIÇÃO INTRODUZIU O HOMEM NA GLÓRIA


     Prosseguindo, em 1 Coríntios 15:27 e 28, lemos: “Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. Esses versículos expõem a missão do Filho. Ele foi enviado pelo Pai para sujeitar todas as coisas e, posteriormente, sujeitar-se ao Pai.

     Essa porção nos remete a Salmos 8, em que Davi profetiza que Jesus, como homem, foi feito, por um pouco, menor do que Deus e foi coroado de glória e de honra (vs. 1-5). O segundo da trindade, o Filho, já era Deus (Jo 1:1); e, como homem, Ele abriu caminho para que a humanidade também fosse coroada e glorificada. Assim, Jesus nasceu como homem, viveu como homem, sofreu como homem, passou por todas as restrições, mas com uma diferença: Ele não pecou. O Senhor foi à cruz cumprir a redenção por nós. Ele morreu e foi sepultado, mas ressuscitou. A ressurreição representa uma mudança de esfera, de ambiente, e, sobretudo, uma mudança de dimensão. Ela não pertence à esfera terrena. O Senhor, portanto, venceu por nós! Ele subiu aos céus e está à direita do Pai, como o Filho do Homem.

     Quando Estêvão estava sendo apedrejado, confessou ter visto Jesus, o Filho do Homem, em pé à destra de Deus (At 7:55-56). Antes do Senhor Jesus, não havia nenhum homem na glória. Ele foi o primeiro homem a estar lá. Assim como Jesus tornou-se Senhor e Cristo, encabeçando todas as coisas, Ele conferiu essa autoridade à igreja, a qual também será exaltada juntamente com Ele (Mt 28:18-19). 

    Em Sua segunda vinda, Cristo virá com Seus vencedores, e, juntos, regerão sobre as nações, no reino milenar. Então tudo estará consumado. Satanás, a besta, o falso profeta e a morte serão derrotados e lançados no lago de fogo. Amém! 


A RESSURREIÇÃO ASSEGURA NOSSA ESPERANÇA 


    Nos versículos 29 a 32 de 1 Coríntios 15, o apóstolo Paulo retomou seus argumentos acerca da ressurreição. Até uma prática herética entre os coríntios, de se batizarem pelos mortos, foi usada por Paulo para mostrar-lhes a existência da ressurreição. Eles faziam isso com a falsa expectativa de que, quando Cristo voltasse, seus parentes, que não tiveram oportunidade de serem batizados, seriam ressuscitados. 


    A ressurreição tem tanto valor para a vida cristã que o apóstolo disse que lutou com feras em Éfeso por causa da esperança da ressurreição. Os epicureus comiam, bebiam e morriam, pois para eles não haveria outra vida após a morte. Logo, tinham de aproveitar bem a presente vida, porque a morte seria o fim. Obviamente, Paulo queria mostrar-lhes que há, sim, esperança após a morte, a ressurreição. É a partir dela que toda a economia de Deus se consumará, conforme vimos no tópico acima.