sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Podemos nos aproximar de Deus sem medo


Podemos nos aproximar de Deus sem medo

Escrito por Dong Yu Lan
Alimento Diário

 - O ministério que seguimos e praticamos

Não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hb 4:15-16)

Nm 20:11-12; Ne 9:17; 1 Co 10:4; Hb 2:17-18

O Senhor Jesus se compadece de nossas fraquezas. Como Filho do Homem, Ele mesmo sabe o que é padecer e não tem necessidade de que Lhe expliquem acerca da natureza humana. No Antigo Testamento, a misericórdia de Deus ainda não havia sido plenamente dispensada à humanidade, estando vigente a era da lei. A lei foi dada por intermédio de Moisés, que fora escolhido por Deus para conduzir o povo de Israel pelo deserto até a boa terra da Canaã.

A entrada na boa terra representa o ingresso no reino. Os israelitas deixaram o Egito atravessando o Mar Vermelho, que hoje representa o batismo que nos liberta da escravidão do mundo. Contudo, mesmo libertos do Egito, os israelitas ainda não estavam livres da influência da vida da alma, a qual lhes causou muitos problemas durante o trajeto pelo deserto, até chegar à travessia do rio Jordão. Um desses problemas foi a murmuração do povo pela falta de água em Meribá. Por causa da dureza do coração do povo de Israel, Moisés, indignado, em vez de apenas falar à rocha, feriu-a pela segunda vez, desobedecendo à ordem de Deus. Nessa situação, Moisés deu vazão à vida da alma e foi desqualificado para entrar na boa terra (Nm 20:11-12).

A rocha da qual jorrou água representa Cristo, ferido uma única vez na cruz para perdoar nossos pecados (1 Co 10:4). Em razão da desobediência, Moisés não pôde entrar na boa terra, mesmo tendo rogado a Deus por perdão. Isso mostra que o velho homem, que está sob a influência da vida da alma, não pode entrar no reino dos céus, mas deve ser eliminado durante nossa trajetória cristã. Portanto, se preservamos nossa vida da alma, seremos impedidos de reinar com o Senhor.

Em Deuteronômio 3, lemos que embora Moisés tenha rogado a Deus que o deixasse entrar na boa terra, o Senhor não o permitiu e até pediu-lhe que não Lhe rogasse mais. Deus é misericordioso, mas naquela ocasião não seria possível conceder o que Moisés pedia. Isso mostra que, no Antigo Testamento, mesmo quando alguém se arrependia, isso não garantia o perdão de Deus.

No Novo Testamento, todavia, como Filho do Homem, o Senhor Jesus tornou a graça e a misericórdia de Deus ilimitadas e acessíveis a todo o que Nele crê e Dele se aproxima. Ele foi tentado em todas as coisas à nossa semelhança, mas sem pecado, por isso se compadece de nossas fraquezas e nos socorre (Hb 2:17-18; 4:15-16). Quando erramos, podemos nos arrepender e clamar pelo perdão de Deus; quando confessamos nossos pecados, por causa do sangue de Jesus, o Filho de Deus, somos perdoados e purificados de toda injustiça (1 Jo 1:7, 9). Ao orar e invocar o Seu nome, o Senhor inclina Seus ouvidos para nos ouvir e salvar. Por causa de Jesus, podemos nos aproximar do Pai com intrepidez, sem medo; por causa de Jesus, Deus pode nos alcançar e perdoar sempre.

O perdão proveniente da vida de Deus


O perdão proveniente da vida de Deus

Escrito por Dong Yu Lan
Alimento Diário

 - O ministério que seguimos e praticamos

Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia (Mq 7:18)

Mt 18:1, 21-22; Jo 21:3-17

Em Mateus 18 os discípulos perguntaram ao Senhor quem era o maior no reino dos céus. Ele lhes mostrou a necessidade de se humilharem e também de perdoarem as ofensas uns dos outros. Nesse instante, Pedro perguntou se seria suficiente perdoar a um irmão por sete vezes. Mesmo que consideremos aceitável o parâmetro apresentado por Pedro, o Senhor o considerou limitado. Talvez sete vezes seja o máximo que alguém consiga perdoar, pela vida herdada de seus pais segundo a carne, mas isso é insuficiente para preencher os requisitos exigidos no reino dos céus.

O Senhor lhe disse que não se deveria perdoar somente sete vezes, mas setenta vezes sete, indicando o padrão elevado do amor proveniente da vida de Deus (vs. 21-22). Quando abrimos mão de nosso parecer para exercitar o amor de Deus, Ele nos capacita a perdoar quem nos ofendeu de maneira ilimitada.

Assim como ocorreu com Pedro, nossa vida da alma se manifesta repetidas vezes, porque ainda nos sentimos livres para fazer o que bem entendemos. Por essa razão, existe a necessidade de que ouçamos novamente a palavra do Senhor sobre negar a nós mesmos. Apesar de às vezes pensarmos que já aprendemos a lição, na verdade ainda precisamos nos exercitar diariamente para praticar essa palavra.

João 21 registra que após a morte do Senhor, Pedro decidiu ir pescar e levou outros discípulos consigo. Embora fossem todos exímios pescadores, durante toda aquela noite nada pescaram. Ao clarear do dia, o Senhor apareceu-lhes na praia e ordenou que lançassem a rede à direita do barco. Foi quando apanharam uma grande quantidade de peixes, de modo que quase não conseguiam puxar a rede. Então reconheceram que era o Senhor que lhes falava. Isso mostra a importância de atendermos às palavras do Senhor em vez de tentarmos resolver os problemas por nós mesmos. Quando chegaram à praia, o Senhor já lhes havia preparado pão assado e peixe (vs. 3-13).

Após se alimentarem, o Senhor perguntou a Pedro se ele O amava. Pedro respondeu que sim e, por mais duas vezes, a pergunta se repetiu. Na terceira vez, Pedro se entristeceu, talvez por ter a impressão de que o Senhor não acreditasse nele. Provavelmente, nessa ocasião, Pedro se arrependeu, percebendo que, embora sentisse que amava o Senhor, nada sabia, e que o Senhor sabe todas as coisas.

Se realmente amamos o Senhor, devemos apascentar Seus cordeiros e ovelhas (vs. 15-17). Embora muitas vezes falhemos, o Senhor é cheio de amor e se compadece de nós quando nos arrependemos (Mq 7:18-19).

A grande necessidade de negar o ego


A grande necessidade de negar o ego

Escrito por Dong Yu Lan
Alimento Diário

 - O ministério que seguimos e praticamos

Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas(Fp 3:1)

Mt 17:1-5, 24-27; 2 Pe 1:12

Quando recebemos essa palavra sobre negar a vida da alma pela primeira vez, não sabíamos como praticá-la. Com o passar do tempo, de tanto ouvi-la, pensamos que já negamos a nós mesmos o suficiente e não percebemos quão terrível é o nosso ego. Não podemos encarar essa palavra como se fosse apenas mais uma doutrina, mas devemos reconhecer a grande necessidade que temos de negar a vida da alma; do contrário, não estaremos aptos a governar com Cristo em Seu reino.

Embora alguns possam achar desnecessária a repetição desse assunto, Deus ainda hoje vem nos falar da urgência que temos em praticar essa palavra (Fp 3:1; 2 Pe 1:12). Na realidade, quando negamos a nós mesmos, estamos praticando o principal item da vida da igreja: esvaziar-nos do ego para a vida divina nos preencher. Essa revelação não provém de elucidação humana, pois é o Espírito que nos tem indicado insistentemente o caminho de tomar a cruz. Se ultimamente o Senhor tem nos falado diversas vezes sobre isso, é porque precisamos ouvir e praticar, pois nossa vida da alma ainda se manifesta repetidamente.

Em Mateus 17 vemos que isso ocorreu com Pedro, quando estava com o Senhor Jesus no monte da transfiguração. Naquela ocasião, Elias e Moisés conversavam com Jesus, quando Pedro teve a ideia de armar três tendas: uma para cada um deles. Imediatamente, ouviu-se uma voz nos céus, que dizia: “Este é o meu Filho amado. A Ele ouvi” (v. 5). O episódio ocorrido com Pedro mostra o quanto a vida da alma, que se manifesta por meio de opiniões e atitudes precipitadas, nos impede de ouvir somente o Senhor Jesus.

Ainda em Mateus 17 consta que a vida da alma de Pedro voltou a se manifestar. Quando os cobradores de impostos lhe perguntaram se o Senhor pagava o tributo do templo, Pedro falhou ao responder rapidamente à pergunta, dizendo que Ele pagava. Assim que entrou na casa, Jesus lhe perguntou se os impostos são cobrados dos filhos ou dos estranhos, levando-o a perceber que, como Filho de Deus, estava isento do imposto do templo. Como, porém, a vida da alma de Pedro já havia se manifestado, ignorando a revelação recebida anteriormente, e respondido precipitadamente aos cobradores de imposto uma afirmação contrária ao que já lhe fora revelado, Jesus lhe ordenou que fosse pescar com anzol um peixe, em cuja boca encontraria um estáter para pagar o tributo pelo Senhor e por ele próprio (vs. 24-27). Cremos que, nessa situação, enquanto aguardava o peixe, Pedro se arrependeu de ter agido por seu impulso natural.

Aprendamos a abrir mão do que provém de nosso ser natural caído; se assim procedermos, a vida de Deus encontrará espaço para crescer em nós. Caso contrário, a vida do Senhor será para nós apenas teoria, e não prática.