sexta-feira, 2 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A VIDA DA IGREJA: UM NOVO VIVER

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 02/10/2020


SEGUNDA SEMANA – SEXTA-FEIRA (Páginas 51 à 54)


Ler com oração:

Rm 12:2  E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.


A VIDA DA IGREJA: UM NOVO VIVER 


    Em Romanos 12:1, Paulo mostra a importância do nosso corpo no serviço a Deus; no versículo 2, destaca a importância da nossa mente, que é a parte líder da alma, nesse serviço: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A vida da igreja é uma vida totalmente nova, guiada pelo Espírito. Nela, não há nada do mundo, por isso nascemos de novo e nos tornamos um novo homem (Ef 2:15). Sendo assim, nosso conceito precisa mudar também. Nosso pensamento, que era antigo, precisa ser renovado. Se tentarmos introduzir nossa velha maneira na vida da igreja, isso só atrapalhará. Por isso Romanos 12:2 inicia dizendo: “Não vos conformeis com este século”. Não podemos trazer a forma do mundo para a igreja. 


    A palavra grega para “século” é aion. Satanás, a todo momento, vem com uma novidade para nos atrair. Ele quer que nos conformemos com este século e, para isso, usa a nossa mente para aceitarmos as práticas do mundo como algo normal. O mundo deixou, há muito tempo, de glorificar a Deus e de dar-Lhe graças. Nós, porém, na vida da igreja, glorificamos a Deus e Lhe rendemos graças por tudo (Ef 5:20). 


    Precisamos reverenciar a Deus, dando-Lhe toda a honra e toda a glória. Ele deve ser o primeiro em nossa vida. Em tudo, devemos dar a primazia a Ele. E não apenas isso, também devemos aprender a dar graças a Deus em qualquer situação. Normalmente, damos graças a Deus nas situações favoráveis e reclamamos nas situações adversas. Essa postura é igual à do povo de Israel no deserto. Experimente dar graças a Deus quando tudo parece dar errado. Talvez a situação não mude imediatamente, mas seu interior se encherá de gozo e paz. 


    Na Bíblia, há vários versículos que falam sobre temer a Deus (2 Cr 19:7; Jó 1:8; Sl 111:10; Pv 15:16; 2 Co 7:1). Isso não significa que devemos ter medo de Deus, e sim reverência, respeito, pois é dessa maneira que O serviremos adequadamente. Ainda sobre esse assunto, leiamos Hebreus 12:28-29: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor”.


TRANSFORMA-VOS  PEL A RENOVAÇÃO DA VOSSA MENTE

 

    Vejamos como nosso envolvimento e comprometimento com a vida normal da igreja pode promover uma mudança em nossa mente. Em Romanos 12:2, lemos: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Esse processo de não se moldar ao mundo, para alguns, talvez seja difícil. A melhor maneira de fazer isso é oferecer o corpo para servir ao Senhor e, cada vez mais, se conectar à vida da igreja. Assim, nossa mente será renovada, e deixaremos de ter prazer nas coisas do mundo. Quem já teve essa experiência pode testemunhar que, no início, amava determinadas coisas do mundo; hoje, porém, após um tempo vivendo a vida da igreja de forma ativa, já não sente falta delas. Essa é a maneira prática de ter a mente renovada constantemente.


     Deus quer transformar-nos, infundindo mais da Sua natureza e da Sua glória em nós (2 Co 3:18; 2 Pe 1:3-4). A vida da igreja é o ambiente adequado para nosso crescimento de vida e para nossa transformação. Quanto mais vivermos a vida da igreja, mais renovada será nossa mente e mais transformados seremos. 


    A renovação da mente é muito importante para a nossa transformação, pois é a mente que escolherá se inclinar para a carne ou para o espírito (Rm 8:5-6). Queremos viver na lei do pecado e da morte ou na lei do Espírito da vida? Nossa mente está acostumada a pender para a carne, por isso ela precisa ser renovada. Invocar o nome do Senhor nos ajuda a colocar a mente no espírito (1 Co 12:3). 


    À medida que ocorre a renovação da nossa mente, experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Segundo Paulo, o homem natural não entende as coisas de Deus porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2:14). Assim, se permanecermos no velho homem, sendo governados pela mente caída, nunca conseguiremos compreender a vontade de Deus. Todavia, conforme ocorre a renovação da nossa mente, a vontade de Deus fica mais clara para nós a ponto de não querermos trocá-la por nada.


 NÃO PENSE  DE SI MESMO ALÉM DO QUE  CONVÊM 


    Em Romanos 12:3, lemos: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Esse é um aspecto importante no viver da igreja, pois muitos problemas ocorrem porque, normalmente, pensamos de nós mesmos além do que convém. 


    Em Filipenses 2, Paulo fala algo semelhante. No versículo 1, ele diz: “Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias”. O termo “entranhados afetos e misericórdias”, em grego, é splangchnon. Essa é uma das características da humanidade elevada de Cristo. Na vida da igreja, para ter um relacionamento saudável com os irmãos, precisamos viver pelo splangchnon de Cristo, ou seja, pelos Seus “entranhados afetos e misericórdias”, e não pelo sentimento natural, do velho homem. 


    Nosso sentimento é egoísta e separatista. Somos muito seletivos. Normalmente, gostamos das pessoas que nos agradam, amamos quem nos ama e deixamos de lado aqueles com quem não temos tanta intimidade. Em nosso ser natural, queremos sempre misericórdia para nós e justiça para os outros. Precisamos do splangchnon de Cristo para que nossa humanidade seja elevada; assim, teremos mais compaixão uns dos outros. 


    O Senhor Jesus se compadece de nós. O termo “compadecer-se” significa sofrer junto. Ter compaixão é ter empatia pela pessoa, colocando-se no lugar dela. Foi o que o Senhor Jesus fez (Jo 2:25). Ele é nosso sumo sacerdote e conhece muito bem nossa situação, por isso pode compadecer-se de nós (Hb 4:14-15). Quando erramos, Ele não nos corrige com uma vara; antes, é compassivo para conosco, pois Ele mesmo foi tentado em todas as coisas e conhece nossas dificuldades em vencer determinadas situações. 


    Precisamos seguir o exemplo do Senhor Jesus. Se Ele é compassivo para conosco, devemos também ser compassivos para com os irmãos. Em Mateus 18, há uma parábola que serve de lição para nós. Segundo essa parábola, um servo teve sua grande dívida perdoada pelo rei, mas não foi capaz de perdoar uma pequena dívida de seu conservo (vs. 23-35). Quando o rei ficou sabendo disso, disse-lhe: “Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?” (vs. 32-33). O servo, então, foi lançado na prisão até pagar toda a dívida (vs. 34-35). Se fomos alvo da compaixão de Cristo, por que relutamos em compadecer-nos dos outros? Por que criticamos, murmuramos e reclamamos? Porque ainda pensamos de nós mesmos além do que convém.