segunda-feira, 17 de março de 2014

EM CESARÉIA, ROGARAM A PAULO QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM ATÉ VOTO DO NAZIREADO

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - SEGUNDA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 3: A IDA DE PAULO A JERUSALÉM E SUA CONSEQUÊNCIA

Leitura bíblica:  At 21:10-14, 17-21, 22-24

Ler com oração:  Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão. (Gl 2:21)


EM CESARÉIA, ROGARAM A PAULO QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM ATÉ VOTO DO NAZIREADO


Em Cesareia, rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém

De Mileto navegaram até Tiro, onde permaneceram sete dias com os discípulos; e estes, movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém. De Tiro, passaram por Ptolemaida e foram para Cesareia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos escolhido pelos apóstolos, ali ficaram (At 21:3-8; 6:3-5; 8:5).
Um profeta chamado Ágabo, tomou o cinto de Paulo, amarrou com ele seus próprios pés e mãos e declarou: “Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. Então todos os que estavam ali rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém”. Paulo respondeu: “Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus”. Como, porém, não o persuadiram, conformados, disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (21:10-14).

O motivo real da ida de Paulo a Jerusalém

Quando Paulo estava em Corinto, levantando a coleta para os santos necessitados da Judeia, ele escreveu uma carta aos romanos, manifestando seu desejo de, entregar o dinheiro em Jerusalém, ir até Roma e, de lá, para a Espanha: “Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos, penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que, de passagem estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia. Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Mecedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (Rm 15:22-26).

“Eu te enviarei para longe, aos gentios”

Paulo havia sido comissionado por Deus para pregar o evangelho aos gentios. Depois que apareceu a Paulo no caminho de Damasco, o Senhor encarregou Ananias de procurá-lo, dizendo-lhe: “Vai, porque este [Paulo] é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9:15). Paulo foi escolhido para levar o nome do Senhor principalmente perante os gentios. Pouco tempo depois de ter recebido o batismo, invocando o nome do Senhor, tendo Paulo voltado para Jerusalém, orava no templo, quando lhe sobreveio um êxtase, onde viu o Senhor que falava com ele: “Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito. [...] Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios” (At 22:17-18, 21).

A grande tristeza de Paulo por amor de seus compatriotas

Na Epístola aos Romanos, Paulo deixa transparecer o real motivo de sua ida a Jerusalém. Ele tinha sido fiel à incumbência do Senhor pregando o evangelho aos gentios, todavia, nessa carta escrita pouco antes de sua ida a Jerusalém, ele descreve seu grande conflito interno: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: que tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rm 9:1-5).
Paulo tinha grande preocupação pela salvação de Israel, queria de alguma forma ajudar seus compatriotas a terem entendimento das coisas de Deus: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento” (10:1-2). Todavia, ele tinha de perceber que Deus não o havia incumbido disso.
Levar as ofertas aos necessitados da Judeia era a excelente oportunidade que Paulo precisava para, de alguma forma, ministrar aos seus compatriotas. Provavelmente essa obstinação em ir a Jerusalém tenha feito Paulo perder a característica que marcou a sua segunda viagem: depender do Espírito para dar cada passo. Ele estava tão focado nesse propósito que não deu ouvidos ao Espírito para que não fosse a Jerusalém.

Paulo em Jerusalém

Passados alguns dias em Cesareia, subiram a Jerusalém e foram recebidos pelos irmãos com alegria. No dia seguinte Paulo foi encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros se reuniram. Tendo-os saudado, Paulo contou minuciosamente o que Deus fizera entre os gentios por seu ministério. Ouvindo-o, deram eles glória a Deus e lhe disseram: “Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre os judeus que creram, e todos são zelosos da lei; e foram informados a teu respeito que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei” (At 21:17-21).
Em outras palavras, a obra de Paulo entre os gentios se tornou insignificante diante da “grandeza da obra” ocorrida em Jerusalém, com dezenas de milhares de membros, todos zelosos da lei. Não havia nenhum ambiente entre eles para receberem a ajuda espiritual de Paulo, pelo contrário, este foi subjugado pela forte atmosfera religiosa densa, reinante em Jerusalém.

Voto de nazireado

Paulo foi convencido a fazer o voto de nazireado juntamente com outros quatro homens que, voluntariamente haviam aceitado o voto, para provar aos judeus crentes de Jerusalém que não era verdade o que se dizia a seu respeito, pelo contrário, ele mesmo guardava a lei (At 21:22-24). Isso vai frontalmente contra o que ele mesmo escreveu aos gálatas, quando alguns dentre eles estavam abandonando a graça e recuando de volta à lei: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1:6-7); e mais: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (2:21).
Paulo continua: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?” (3:1-3). Com essas palavras percebemos quão sério era o fato de Paulo ter aceitado fazer o voto; por isso Deus não permitiu sua conclusão: “Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus vindos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e o agarraram, gritando: Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a ser contra o povo, contra a lei e contra este lugar. [...] Agitou-se toda a cidade, havendo concorrência do povo; e, agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e imediatamente foram fechadas as portas” (At 21:27-30).