ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - DOMINGO
NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 5: O MINISTÉRIO DE PEDRO
Leitura bíblica: 1Pe 1:3-9; Hb 2:5-8, 1 Ts 4:16-17; 1Co 15:51-54; Mt 3:11
Ler com oração: Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. [...]. Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.[...] Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. (1Pe 1:6-7, 4:12-13; Mt 16:24-25)
INÍCIO DO CAPÍTULO 5 ATÉ LOUVOR, GLÓRIA E HONRA
Conforme exposto nos capítulos anteriores, os doze apóstolos receberam a revelação das verdades do Novo Testamento diretamente do Senhor Jesus, durante os anos que estiveram com Ele. Jesus aproveitava todas as oportunidades para aplicar na vida prática as verdades que ensinava. Todavia, por causa da imaturidade deles, não compreendiam totalmente o que o Senhor lhes revelava. Mais tarde, Ele levantou a Paulo e lhe deu a visão completa da economia neotestamentária de Deus.
Todavia, os doze apóstolos têm uma posição especial no plano de Deus. No livro de Apocalipse, escrito por João na ilha de Patmos, é revelado que a muralha da cidade [nova Jerusalém] tinha doze fundamentos, sobre os quais estavam os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21:14). Os verdadeiros representantes do ministério dos doze apóstolos foram Pedro e João, que pouco a pouco amadureceram em vida. O Espírito da realidade lhes ensinou todas as coisas e os fez lembrar de tudo o que o Senhor Jesus lhes havia dito (Jo 14:17, 26). As cartas que Pedro e João escreveram, já em idade avançada, demonstram que eles haviam amadurecido, visto que são livros que destilam vida e estão recheados de experiências. Veremos neste capítulo acerca do ministério de Pedro em sua maturidade.
A Primeira Epístola de Pedro
Pedro escreveu sua primeira epístola por volta do ano 64, antes do martírio de Paulo. Essa carta foi escrita com a ajuda de Silvano, que era Silas, companheiro de Paulo em sua segunda viagem apostólica (1 Pe 5:12). Na ocasião em que foi escrita essa epístola, João Marcos, o pivô da discussão entre Paulo e Barnabé no início da segunda viagem (At 15:37-40), estava com Pedro (v. 13). O mesmo Marcos foi mais tarde solicitado por Paulo, para que Timóteo o levasse até ele, pois lhe era útil para o ministério (2 Tm 4:11). Isso revela que os mesmos cooperadores, Silas e Marcos, serviam com Paulo e com Pedro.
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo
Queremos lembrar que o nosso foco neste livro é falar sobre a nossa atitude para com as verdades. Pedro, na sua maturidade, nos ajuda a aplicar as verdades por meio de suas preciosas experiências. Ele bendiz “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1 Pe 1:3-5).
Deus é totalmente digno de receber o nosso louvor, pois segundo a Sua muita misericórdia, nós, homens, pela fé em Cristo, fomos gerados por Deus como Seus filhos, ao recebermos Sua vida. Isso só se tornou possível mediante a ressurreição de Jesus Cristo, o Primogênito do Pai. Esse novo nascimento nos trouxe uma viva esperança: crescer como filhos de Deus, e amadurecer até sermos Seus filhos herdeiros, com o objetivo de receber a herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para nós. Essa herança será o reino, será o governo do mundo que há de vir, que Deus determinou não entregar aos anjos, e, sim, aos homens (Hb 2:5-8).
A salvação completa de Deus
Todavia, há um longo caminho a percorrer para que os homens alcancem a herança do reino. Para isso é necessário passarmos pelo trabalhar da salvação completa de Deus que visa salvar o nosso espírito, alma e corpo. A salvação do espírito ocorre no momento da nossa regeneração, quando recebemos a vida de Deus por meio do Espírito em nosso espírito. Pela salvação do espírito, recebemos a vida eterna, tornamo-nos filhos de Deus. A salvação do nosso corpo ocorrerá na segunda vinda de Cristo; quando ressoar a trombeta de Deus, o Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois os vivos, os que ficarem, serão arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares (1 Ts 4:16-17). Os mortos em Cristo ressuscitarão incorruptíveis, e, os vivos, serão transformados. O corpo corruptível se revestirá de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestirá de imortalidade (1 Co 15:51-54). Essa é a salvação do nosso corpo.
A salvação da alma
Falamos da salvação do espírito e também do corpo, mas ainda falta a salvação da nossa alma; esta é a mais complicada, pois precisa de toda a nossa vida na terra para se desenvolver. O Senhor Jesus fez questão de expor o problema da alma para Pedro. No Evangelho de Mateus está registrado que Pedro reprovou Jesus na tentativa de protegê-Lo, pois não desejava que Ele sofresse e fosse morto. Como resposta, Pedro ouviu do Senhor: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (16:21-23).
Em outra ocasião, o mesmo Pedro, entusiasmado com a aparição de Moisés e Elias, quis fazer três tendas; uma para o Senhor Jesus, outra para Moisés e outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vinda da nuvem, uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a Ele ouvi” (17:1-5). Exemplos como estes mostram que o homem vive pela sua alma; ainda que seja pelo lado bom dela, não consegue fazer a vontade de Deus.
Negar a si mesmo, negar a vida da alma
Se quisermos fazer a vontade de Deus teremos de seguir o Senhor, e para segui-Lo, só tem um caminho: negar a nós mesmos. Depois de revelar que a igreja é um tipo de viver que faz a vontade de Deus, e não um edifício nem uma organização religiosa, Jesus revela o caminho: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto quem quiser salvar a sua vida [alma] perdê-la-á; e quem perder a vida [alma] por minha causa achá-la-á” (Mt 16:24-25).
Todo homem que conhece a necessidade de negar a si mesmo deve ter experimentado uma luta interior muito grande na tentativa de consegui-lo. Seguramente não é uma tarefa fácil. Todos nós temos a experiência de passar por algumas grandes tribulações na vida, situações em que lutamos até esgotar todas as nossas forças, até chegarmos a ponto de não nos restar nenhuma saída, a não ser nos render ao Senhor. São momentos em que provamos o quebrantamento, o arrependimento cabal e a consagração absoluta. Pensamos muitas vezes que são provações como essas que nos fazem negar a vida da alma. No entanto, quando a pressão do sofrimento é aliviada, a vida da alma que pensamos ter sido debelada em nós, volta à atividade. Isso é muito frustrante, e não deve ter sido diferente na experiência de Pedro.
Espírito e fogo
A Primeira Epístola de Pedro mostra que ele achou o caminho certo. O versículo chave está em Mateus 3:11, na palavra dita por João Batista: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Ao lerem esse texto, alguns entendem que se aceitarmos o Senhor Ele nos batizará com o Espírito Santo, e se não O aceitarmos, Ele nos batizará com o fogo inextinguível. A Palavra não diz que seremos batizados com o Espírito Santo “ou” com fogo, e, sim, com o Espírito Santo “e” com fogo.
Em outras palavras, o Espírito e o fogo andam juntos, isto é, onde está o Espírito ali está também o fogo. Pedro evidencia a importância do fogo no processo de purificação de nossa alma: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1:6-7).
Para se refinar o ouro, coloca-se o minério em um cadinho, para submetê-lo a alta temperatura. O ouro derrete, isto é, se liquefaz; e em estado líquido ele decanta, pois é mais pesado que as impurezas, permitindo assim que o ourives as remova. Semelhantemente, toda vez que o Senhor, nas situações cotidianas expõe a nossa vida da alma com Sua luz, precisamos do fogo que está no nosso espírito para evidenciar as impurezas da alma e queimá-las. Não há necessidade de esperar por alguma tribulação extraordinária, e, sim, no nosso dia a dia, por meio de uma palavra ou atitude, precisamos ser iluminados por Deus, de que ainda vivemos por nós mesmos, mesmo que seja pelo lado bom. Assim, voluntariamente buscamos o fogo do Espírito para depurar o ouro não perecível que está em nós.
Confirmando a importância do fogo na salvação da alma, Pedro, também fala: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando” (4:12-13). O conceito tradicional, de associar o fogo ao castigo, dificulta-nos o entendimento de que ele também pode ser usado por Deus no sentido positivo, para eliminar as impurezas e depurar o ouro. Pedro achou o caminho para obter a salvação da alma e hoje somos beneficiados pelas suas experiências de vida.
Louvor, glória e honra
Pedro ainda complementa sobre a salvação da alma dizendo: “A quem [Jesus Cristo], não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé, a salvação da vossa alma” (1 Pe 1:8-9). Esse é o caminho da salvação da nossa alma. Na revelação de Jesus Cristo, isto é, na Sua segunda vinda, quando todos os filhos de Deus comparecerão perante o tribunal de Cristo (2 Co 5:10) que Ele estabelecerá nos ares (1 Ts 4:16-17), receberemos louvor, isto é, aprovação; glória, que é a esfera do reino de Deus, e honra, para reinarmos com o Senhor.
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