quinta-feira, 20 de março de 2014

OS QUATRO LIVROS QUE PAULO ESCREVEU NO PERÍODO INICIAL EM ROMA ATÉ TRANSMITIR A HOMENS FIÉIS E IDÔNEOS PARA INSTRUIR A OUTROS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - QUINTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 4: A ÊNFASE DOS ESCRITOS DE PAULO

Leitura bíblica: At 28:16, 30-31; Fp 4:22, 1:30-31; 1Tm 1:3-7

Ler com oração: O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. (1Tm 2:4; 2Tm 4:1-5)


OS QUATRO LIVROS QUE PAULO ESCREVEU NO PERÍODO INICIAL EM ROMA ATÉ TRANSMITIR A HOMENS FIÉIS E IDÔNEOS PARA INSTRUIR A OUTROS

Os quatro livros que Paulo escreveu no período inicial em Roma

Conforme relatamos no capítulo anterior, chegando em Roma, apesar dele ser prisioneiro, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo por companhia o soldado que o guardava, enquanto esperava o julgamento (At 28:16). Por dois anos ele permaneceu na própria casa que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus (vs. 30-31).
Os dois anos que Paulo esteve em Roma foram muito frutíferos a ponto de suas palavras alcançarem até o palácio imperial (Fp 4:22) e toda a guarda pretoriana (1:12-13). Enquanto estava em Roma, escreveu os quatro livros mais importantes dentre suas epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom, por volta do ano 64 (Ef 3:1; 4:1; 6:20; Fp 1:13; Cl 4:3, 10, 18; Fm 9, 22-23).

Os últimos quatro livros escritos antes de seu martírio
1 Timóteo

Depois de passar dois anos em Roma na casa em que alugara, devido à demora do seu processo de julgamento, Paulo teve oportunidade de viajar e aproveitou para visitar as igrejas. Aproximadamente um ano antes, Paulo havia escrito a Epístola aos Efésios e estava ansioso para saber como eles receberam essa palavra. Ele fez questão de passar por Éfeso, quando estava de viagem rumo da Macedônia (1 Tm 1:3).
O que Paulo viu em Éfeso não foi nada animador, visto que em lugar de usarem o espírito para receber luz na palavra tão elevada que lhes enviara por carta, eles se ocuparam com fábulas e genealogias sem fim, que antes promoviam discussões do que a economia de Deus na fé (v. 4). Eles se enveredaram pelo caminho do mero conhecimento intelectual, perderam-se em vã conversação, pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que diziam, nem os assuntos sobre os quais faziam ousadas asseverações (vs. 6-7).
Como resultado, a igreja em Éfeso dava sinais de degradação espiritual, motivo pelo qual Paulo deixou ali seu jovem cooperador para ajudá-los a saírem da esfera anímica para a prática da verdade no espírito (v. 3). Portanto, a Primeira Epístola a Timóteo deve ter sido escrita na Macedônia, por volta do ano 65.

Tito

Depois disso Paulo foi a Creta e também ali deparou com a situação de degradação na igreja. Deixou Tito, outro cooperador seu, para colocar ordem na igreja, repreendendo-os severamente para que fossem sadios na fé e não se ocupassem com fábulas judaicas nem com mandamentos de homens desviados da verdade (Tt 1:5, 13-14). De Creta Paulo partiu para Nicópolis, na Acaia, ao sul da Grécia, onde pretendia passar o inverno (3:12). Portanto a Epístola a Tito deve ter sido escrita em Nicópolis, por volta do ano 65.

Hebreus

A Epístola aos Hebreus nos revela que o mundo que há de vir não será mais entregue aos anjos, como no primeiro mundo, antes, Deus determinou que o homem irá assumir esse governo. Ao longo do texto, o autor desvenda como Deus fará isso, uma vez que o homem, aparentemente, não tem condição nenhuma de assumi-lo. Somente Paulo tinha qualificação para escrever essa carta com conteúdo tão profundo; a menção de Timóteo no final dela, reforça a ideia de que foi escrita por Paulo (Hb 13:23). Provavelmente ele escreveu aos hebreus em Mileto, pouco antes de voltar a Roma (2 Tm 4:20), pois a saudação no final da epístola diz: “Os da Itália vos saúdam” (Hb 13:24). Isso pode significar que ele ainda não estava em Roma, portanto a Epístola aos Hebreus deve ter sido escrita em Mileto, por volta do ano 67.

2 Timóteo

Provavelmente Paulo tenha sido subitamente preso em Trôade e levado para Roma, pois pediu para Timóteo trazer-lhe a capa e os livros que havia deixado na casa de Carpo, em Trôade (2 Tm 4:13). Isso deve ter ocorrido devido à perseguição promovida por Nero. A Segunda Epístola a Timóteo foi então escrita na prisão em Roma, por volta do ano 67.

A atitude de Paulo para com as verdades recebidas
Pleno conhecimento da verdade

Na Primeira Epístola a Timóteo, Paulo mostra sua visão quanto às verdades que recebeu do Senhor: “O qual [Deus] deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (2:4). A revelação que ele recebera do plano da salvação de Deus para o homem, a economia neotestamentária de Deus, precisava ser passada a todos os homens.
Paulo não fez parte dos doze apóstolos que receberam a mesma revelação do próprio Senhor Jesus enquanto esteve com eles. Os doze apóstolos andaram com Jesus, que os ensinou na prática, no dia a dia; não numa sala de aula, mas conforme surgiam as mais variadas situações, enquanto deparavam com diferentes pessoas, durante os três anos e meio que conviveu com eles. Paulo, porém, não teve essa mesma oportunidade, pois recebeu toda a visão num curto período de tempo, como se estivesse fazendo um curso intensivo de mestrado. Ele recebeu um “pacote” completo de revelação, e sabia que tinha a responsabilidade de passá-la adiante. Daí sua grande preocupação para que todos chegassem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, conhecessem a visão completa da economia de Deus.

Transmitir a homens fiéis e idôneos para instruir a outros

Quando escreveu a Segunda Epístola a Timóteo, Paulo já estava na prisão romana e tinha consciência de que o tempo de sua partida era chegado (4:6). Ele pede a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2:2).
Paulo fez a sua parte ao pregar a palavra conforme a visão que recebera de Deus; todavia, o tempo de sua partida estava próximo e ele já não tinha como dar continuidade a isso, por isso incumbiu seu jovem cooperador de fazê-lo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. [...] Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (4:1-5).
Como Paulo havia recebido o “pacote” completo das verdades do Novo Testamento, seu foco era passar o conhecimento dessas verdades a homens fiéis e idôneos, capazes de transmitir a outros. Essa foi sua grande preocupação durante todo seu ministério. Todavia, esse seu desejo não produziu o esperado, visto que no final de seu ministério as igrejas sob seu cuidado estavam em degradação.

quarta-feira, 19 de março de 2014

INÍCIO DO CAPÍTULO 4 ATÉ ROMANOS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - QUARTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 4: A ÊNFASE DOS ESCRITOS DE PAULO
Leitura bíblica:     At 18:1-3; 1Ts 1:1; 1Co16:8; 2 Co 2:1-3,5-7; At 20:1-3

Ler com oração:  O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. (1Tm 2:4)


INÍCIO DO CAPÍTULO 4 ATÉ ROMANOS

O ministério epistolar de Paulo é de suma importância no tocante à revelação das verdades do Novo Testamento. Para melhor entendimento e facilidade de memorização, vamos dividir as cartas de Paulo da seguinte maneira: seis delas foram escritas antes dele subir a Roma para ser julgado das acusações dos judeus; quatro cartas foram escritas em seu primeiro período em Roma, na casa que alugara aguardando seu julgamento; e as quatro últimas ele escreveu antes de ser martirizado.

Os livros escritos por Paulo antes de sua viagem a Roma

Os seis livros que Paulo escreveu antes de sua viagem a Roma, na ordem em que aparecem na Bíblia são: Romanos, Primeira e Segunda Epístola aos Coríntios, Gálatas, e Primeira e Segunda Epístola aos Tessalonicenses. Vamos abordar cada um deles na ordem cronológica em que foram escritos.

As cartas escritas na segunda viagem de Paulo
Gálatas

A Epístola aos Gálatas deve ter sido escrita durante a segunda viagem de Paulo na companhia de Silas, depois que visitaram a Galácia, ao passarem pelas cidades de Filipos, Anfípolis, Apolônia, Tessalônica e Bereia, na Macedônia. Depois de passar em Bereia, Paulo partiu sozinho para Atenas, e de Atenas ele foi para Corinto, onde encontrou Áquila e Priscila, passando a morar e trabalhar com eles fazendo tendas (At 18:1-3). Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, Paulo se entregou totalmente à palavra (v. 5); ele permaneceu um ano e seis meses em Corinto, e nesse período deve ter escrito a Epístola aos Gálatas, por volta do ano 54.

1 e 2 Tessalonicenses

As duas cartas aos tessalonicenses foram escritas em Corinto, depois da chegada de Timóteo e Silas, que também era chamado de Silvano. Segundo os registros, essas epístolas também tiveram a coautoria de Silvano e Timóteo (1 Ts 1:1; 2 Ts 1:1). Na Primeira Epístola aos Tessalonicenses vemos a menção da chegada de Timóteo, com boas notícias da fé e do amor dos irmãos em Tessalônica, bem como do desejo deles em ver Paulo (3:6). Portanto, essas epístolas também foram escritas durante a permanência de Paulo em Corinto, por volta do ano 54.

As cartas escritas na terceira viagem de Paulo

1 Coríntios

Na sua terceira viagem, Paulo permaneceu em Éfeso por três anos (At 19:21-22; 20:31). Muito provavelmente ele escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios quase no final de sua permanência ali, pois ele mesmo disse que ficaria em Éfeso até o Pentecostes (1 Co 16:8). Além disso, em suas saudações, ele escreve: “As igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muito vos saúdam Áquila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles” (v. 19). Éfeso ficava na província romana da Ásia e Corinto ficava na província de Acaia.
Conforme mencionamos no capítulo anterior, quando Paulo escreveu aos coríntios recomendou-lhes que recolhessem antecipadamente as ofertas destinadas a Jerusalém (vs. 1-2). Também salientamos que naquele momento, quando estava ainda em Éfeso, ele não havia decidido se ia levar pessoalmente as ofertas para Jerusalém (vs. 3-4). Portanto, Paulo escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios em Éfeso, por volta do ano 59.
Na sua primeira carta, Paulo lidou com vários problemas da igreja em Corinto, tais como divisão e partidarismo, demandas em tribunais pagãos, imoralidades, questões relativas à autoridade e mau uso dos dons espirituais. Em particular, Paulo foi extremamente duro na questão daquele que se atreveu a possuir a mulher de seu próprio pai: “E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]” (5:2-5).
Embora seja um pecado de extrema gravidade, não devemos julgar o caso exclusivamente pelo nosso senso de moralidade; nessa hora precisamos ser sensíveis ao Espírito para lidar com a situação adequadamente. Por um lado, a igreja precisa conhecer como Deus repudia esse tipo de pecado; por outro, não podemos fechar o caminho do arrependimento para quem cometeu tal pecado grave.

2 Coríntios

Paulo encarregou Tito de levar a primeira carta aos coríntios. Ao perceber que havia usado palavras duras demais ao tratar com os irmãos da igreja em Corinto, especialmente com quem havia cometido o pecado grave, escreveu uma segunda carta temendo que os coríntios não fossem suportar a dureza da primeira. Mesmo sabendo que logo estaria em Corinto a fim de recolher as ofertas para Jerusalém, Paulo fez questão de escrever-lhes outra carta, pois não queria encontrá-los tristes (2 Co 2:1-3). Ele reconheceu que foi demasiadamente áspero; pediu-lhes que perdoassem aquele que pecara e o confortassem, para que ele não fosse consumido por excessiva tristeza (vs. 5-7).
Querendo muito saber como os coríntios haviam recebido sua primeira carta, Paulo não aguentou esperar em Éfeso e saiu à procura de Tito em Trôade; não o encontrando ali, partiu para Macedônia (vs. 12-13). Ao chegar lá, Paulo foi confortado com a chegada de Tito, que relatou a saudade, o pranto e o zelo dos coríntios para com ele, o que aumentou seu regozijo (7:6-7). Este é o pano de fundo dessa carta, que foi escrita na Macedônia (8:1; 9:2, 4; At 20:1), por volta do ano 60.

Romanos

Algum tempo depois que Paulo escreveu aos coríntios em Éfeso, tomou a decisão de ir a Jerusalém, pois seu desejo era visitar Roma; antes, contudo, passaria pela Macedônia, onde escreveu a segunda carta aos coríntios (At 19:21). Em Corinto, que fica na província de Acaia, ele escreveu a Epístola aos Romanos comunicando-os da sua intenção de levar as ofertas da Macedônia e Acaia até Jerusalém, e de lá pretendia ir até a Espanha, passando por Roma (Rm 15:23-26). O livro de Romanos foi, portanto, escrito em Corinto (At 20:1-3), por volta do ano 60.

terça-feira, 18 de março de 2014

PAULO VAI ATÉ CESAREIA / ATÉ PAULO EM ROMA

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - TERÇA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 3: A IDA DE PAULO A JERUSALÉM E SUA CONSEQUÊNCIA
Leitura bíblica: At 21:30-33, 23:12-13, 23-24, 27, 25:3,11, 26:28, 29, 32

Ler com oração:   E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel. (At 16:6-7; 9:15)


PAULO VAI ATÉ CESAREIA / ATÉ PAULO EM ROMA


Paulo vai até Cesareia

Com toda Jerusalém amotinada, o desejo do povo era matar Paulo, mas Deus salvou-lhe a vida por meio do comandante da força, chamado Cláudio Lísias (At 23:26). Ao verem chegar o comandante e os soldados, cessaram de espancá-lo (21:30-33). Havia mais de quarenta judeus que, sob anátema, juraram que não haviam de comer nem beber, enquanto não matassem Paulo (23:12-13); e isso chegou ao conhecimento do comandante, que mandou levá-lo escoltado até Cesareia (vs. 23-24).
Em Cesareia, Paulo teve de se defender perante o governador Félix das acusações da parte do sumo sacerdote com alguns anciãos (24:1-21). Mais tarde Félix, que teve por sucessor Pórcio Festo, querendo assegurar o apoio dos judeus, manteve Paulo encarcerado (v. 27). No governo de Festo, os judeus tentaram levar Paulo para ser julgado em Jerusalém, com a intenção de matá-lo na estrada (25:3). Então Festo, querendo assegurar o apoio político dos judeus, perguntou se Paulo queria ser julgado em Jerusalém. Percebendo a artimanha, Paulo apelou para César (v. 11).
Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia para saudar a Festo. Paulo foi trazido à presença deles para que apresentasse sua defesa, e com ousadia pregou a Cristo e Sua ressurreição. Então Agripa se dirigiu a Paulo, e disse: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (26:28). Paulo respondeu: “Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias” (v. 29). A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles. Então Agripa se dirigiu a Festo, e disse: “Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César” (v. 32). Assim Paulo foi fiel à comissão recebida de levar o nome do Senhor perante os reis (9:15).
Deus preservou a vida de Paulo para deixar por escrito a visão celestial
Paulo havia dito em Cesareia que estava pronto não só para ser preso, mas até morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus (At 21:13). De fato, em Jerusalém, os judeus vindos da Ásia agitaram o povo com o fim de matá-lo (vs. 27-31). Deus, porém, proveu-lhe salvação e preservou sua vida, pois Paulo ainda precisava deixar por escrito toda a revelação que recebera nas regiões da Arábia. Até esse momento, ele havia escrito somente seis cartas: uma aos gálatas, duas aos tessalonicenses, duas aos coríntios e a carta aos romanos.
A revelação que ele recebeu sobre o plano de Deus para a salvação completa do homem, ou seja, a economia neotestamentária de Deus, ainda não havia sido totalmente registrada em livros. Somente em Roma, Paulo teve oportunidade de escrever o restante das cartas, deixando-nos um legado tão precioso que hoje está disponível a todos. Iremos explicar melhor o assunto no próximo capítulo.
A viagem para Roma
Na viagem a Roma, Paulo e alguns outros presos foram entregues a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial (At 27:1). Embarcaram num navio que estava de partida para costear a Ásia e chegaram a Mirra, na Lícia (v. 5). Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, embarcou-os nele. Navegaram vagarosamente muitos dias e, tendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não conseguiram prosseguir por causa do vento contrário, aportando num lugar chamado Bons Portos, em Creta (v. 8).
Paulo advertiu-os sobre os dano e prejuízos que teriam, não só da carga e do navio, mas também das vidas que nele estavam, se prosseguissem a viagem naquelas condições. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia (vs. 10-11). O navio foi arrastado com violência, e, temendo que dessem em águas rasas, arriaram os aparelhos e foram ao léu. Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte aliviaram o navio. Depois de alguns dias sem ver o sol nem as estrelas, caindo sobre eles grande tempestade, dissipou-se afinal toda a esperança de salvamento (v. 20).
Paulo começa a reinar na situação
Passada a tempestade e havendo todos, estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: “Senhores, na verdade era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda. Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito. Porém é necessário que vamos dar a uma ilha” (At 27:21-26).
Quando chegou a décima quarta noite, por volta da meia-noite, pressentiram os marinheiros que se aproximavam de alguma terra e procuraram fugir do navio, mas Paulo disse ao centurião e aos soldados: “Se estes não permanecerem a bordo, vós não podereis salvar-vos” (v. 31). Então os soldados cortaram os cabos do bote. Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que se alimentassem, pois estavam sem comer havia catorze dias. Todos cobraram ânimo e se puseram também a comer, depois que Paulo, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e começou a comer. Estavam no navio duzentas e setenta e seis pessoas ao todo (v. 37).
Paulo em Malta
Uma vez em terra, verificaram que a ilha se chamava Malta. Os bárbaros os trataram com singular humanidade; acenderam uma fogueira e acolheram todos, por causa da chuva que caía e do frio. Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. Quando os bárbaros viram a cobra pendente da mão dele, disseram uns aos outros: “Certamente, este homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. Porém, ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar, ou cair morto de repente. Depois de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser ele um deus” (At 28:4-6).
Perto daquele lugar havia um sítio pertencente ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual os recebeu e hospedou os que estavam com Paulo benignamente por três dias. Aconteceu achar-se enfermo o pai do Públio, ardendo em febre. Paulo foi visitá-lo, e, orando, impôs-lhe as mãos e o curou. À vista disso, os demais enfermos da ilha também vieram e foram curados; e puseram a bordo tudo o que era necessário para que prosseguissem viagem (vs. 7-10).
A vida de Deus reina
A razão de todo esse relato sobre a vida de Paulo é para mostrar que apesar dele ter viajado na condição de um preso, terminou na condição de um rei. A sua obstinação, em querer ajudar seus patrícios na terceira viagem, prejudicou-o, visto que não foi tão sensível à direção do Espírito por causa de sua determinação de ir a Jerusalém. Na sua segunda viagem, Paulo e Silas também tiveram boas razões para pregar a palavra na Ásia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo; decidiram ir a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não os permitiu; e eles obedeceram ao Espírito (At 16:6-7).
Depois de quase perder a vida em Jerusalém, Paulo percebeu que o lado bom de sua alma, desejando ajudar os judeus, não deu nenhum resultado positivo. Já livre dessa ansiedade, na difícil viagem até Roma, Paulo deixou que a vida de Deus reinasse nele em todas as situações. Como é importante obedecer ao Espírito e andar segundo a Sua vontade, negando a nossa.
Paulo em Roma
Uma vez em Roma, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava, enquanto esperava o julgamento. Isso faz parte da providência divina, pois foi nesse período que ele escreveu as quatro epístolas que consideramos ser o coração da Bíblia: Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemom. Explicaremos melhor sobre cada uma delas no próximo capítulo.
Em Roma, Paulo ainda convocou os principais dos judeus, deu-lhes explicação sobre si, e aproveitou a oportunidade para lhes fazer uma exposição testemunhando sobre o reino de Deus. Houve alguns que ficaram persuadidos pelo que ele dizia; outros, porém, continuaram incrédulos. Por fim, Paulo se despediu dizendo: “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse: Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não entendereis; vendo, vereis e não percebereis. Porquanto o coração deste povo se tornou endurecido; com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, para que não entendam com o coração, e se convertam, e por mim sejam curados” (At 28:25-27).
Paulo também disse-lhes: “Tomai, pois, conhecimento de que esta salvação de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão” (v. 28). Paulo finalmente entendeu que pela rejeição do povo de Israel, a salvação de Deus chegou aos gentios: esta era a sua comissão. Depois disso, Paulo permaneceu por dois anos na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo (vs. 29-30).


segunda-feira, 17 de março de 2014

EM CESARÉIA, ROGARAM A PAULO QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM ATÉ VOTO DO NAZIREADO

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - SEGUNDA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 3: A IDA DE PAULO A JERUSALÉM E SUA CONSEQUÊNCIA

Leitura bíblica:  At 21:10-14, 17-21, 22-24

Ler com oração:  Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão. (Gl 2:21)


EM CESARÉIA, ROGARAM A PAULO QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM ATÉ VOTO DO NAZIREADO


Em Cesareia, rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém

De Mileto navegaram até Tiro, onde permaneceram sete dias com os discípulos; e estes, movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém. De Tiro, passaram por Ptolemaida e foram para Cesareia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos escolhido pelos apóstolos, ali ficaram (At 21:3-8; 6:3-5; 8:5).
Um profeta chamado Ágabo, tomou o cinto de Paulo, amarrou com ele seus próprios pés e mãos e declarou: “Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. Então todos os que estavam ali rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém”. Paulo respondeu: “Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus”. Como, porém, não o persuadiram, conformados, disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (21:10-14).

O motivo real da ida de Paulo a Jerusalém

Quando Paulo estava em Corinto, levantando a coleta para os santos necessitados da Judeia, ele escreveu uma carta aos romanos, manifestando seu desejo de, entregar o dinheiro em Jerusalém, ir até Roma e, de lá, para a Espanha: “Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos, penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que, de passagem estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia. Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Mecedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (Rm 15:22-26).

“Eu te enviarei para longe, aos gentios”

Paulo havia sido comissionado por Deus para pregar o evangelho aos gentios. Depois que apareceu a Paulo no caminho de Damasco, o Senhor encarregou Ananias de procurá-lo, dizendo-lhe: “Vai, porque este [Paulo] é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9:15). Paulo foi escolhido para levar o nome do Senhor principalmente perante os gentios. Pouco tempo depois de ter recebido o batismo, invocando o nome do Senhor, tendo Paulo voltado para Jerusalém, orava no templo, quando lhe sobreveio um êxtase, onde viu o Senhor que falava com ele: “Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito. [...] Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios” (At 22:17-18, 21).

A grande tristeza de Paulo por amor de seus compatriotas

Na Epístola aos Romanos, Paulo deixa transparecer o real motivo de sua ida a Jerusalém. Ele tinha sido fiel à incumbência do Senhor pregando o evangelho aos gentios, todavia, nessa carta escrita pouco antes de sua ida a Jerusalém, ele descreve seu grande conflito interno: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: que tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rm 9:1-5).
Paulo tinha grande preocupação pela salvação de Israel, queria de alguma forma ajudar seus compatriotas a terem entendimento das coisas de Deus: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento” (10:1-2). Todavia, ele tinha de perceber que Deus não o havia incumbido disso.
Levar as ofertas aos necessitados da Judeia era a excelente oportunidade que Paulo precisava para, de alguma forma, ministrar aos seus compatriotas. Provavelmente essa obstinação em ir a Jerusalém tenha feito Paulo perder a característica que marcou a sua segunda viagem: depender do Espírito para dar cada passo. Ele estava tão focado nesse propósito que não deu ouvidos ao Espírito para que não fosse a Jerusalém.

Paulo em Jerusalém

Passados alguns dias em Cesareia, subiram a Jerusalém e foram recebidos pelos irmãos com alegria. No dia seguinte Paulo foi encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros se reuniram. Tendo-os saudado, Paulo contou minuciosamente o que Deus fizera entre os gentios por seu ministério. Ouvindo-o, deram eles glória a Deus e lhe disseram: “Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre os judeus que creram, e todos são zelosos da lei; e foram informados a teu respeito que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei” (At 21:17-21).
Em outras palavras, a obra de Paulo entre os gentios se tornou insignificante diante da “grandeza da obra” ocorrida em Jerusalém, com dezenas de milhares de membros, todos zelosos da lei. Não havia nenhum ambiente entre eles para receberem a ajuda espiritual de Paulo, pelo contrário, este foi subjugado pela forte atmosfera religiosa densa, reinante em Jerusalém.

Voto de nazireado

Paulo foi convencido a fazer o voto de nazireado juntamente com outros quatro homens que, voluntariamente haviam aceitado o voto, para provar aos judeus crentes de Jerusalém que não era verdade o que se dizia a seu respeito, pelo contrário, ele mesmo guardava a lei (At 21:22-24). Isso vai frontalmente contra o que ele mesmo escreveu aos gálatas, quando alguns dentre eles estavam abandonando a graça e recuando de volta à lei: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1:6-7); e mais: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (2:21).
Paulo continua: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?” (3:1-3). Com essas palavras percebemos quão sério era o fato de Paulo ter aceitado fazer o voto; por isso Deus não permitiu sua conclusão: “Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus vindos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e o agarraram, gritando: Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a ser contra o povo, contra a lei e contra este lugar. [...] Agitou-se toda a cidade, havendo concorrência do povo; e, agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e imediatamente foram fechadas as portas” (At 21:27-30).

domingo, 16 de março de 2014

O FINAL DA SEGUNDA VIAGEM DE PAULO E SILAS ATÉ PAULO VISITA MACEDÔNIA E ACAIA

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 1 - DOMINGO

NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES

MENSAGEM capítulo 3: A IDA DE PAULO A JERUSALÉM E SUA CONSEQUÊNCIA

Leitura bíblica:  At 19:21; 16:1-4

Ler com oração:  Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina, nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé. (1 Tm 1:3-4)


O FINAL DA SEGUNDA VIAGEM DE PAULO E SILAS ATÉ PAULO VISITA MACEDÔNIA E ACAIA

O final da segunda viagem de Paulo e Silas

Depois das experiências maravilhosas em Filipos, Paulo e Silas foram a Tessalônica, Bereia e Atenas pregando a palavra de Deus (At 17). Em seguida Paulo partiu para Corinto e lá encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se do casal, e, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles, e trabalhavam juntos, pois a profissão deles era fazer tendas (18:1-3).
Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, Paulo se entregou totalmente à Palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus (v. 5). Havendo oposição por parte dos judeus, Paulo deixou a sinagoga e foi para os gentios (v. 6), e ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus (v. 11). De Corinto, passou por Cencreia onde fez o voto de nazireu, raspando a cabeça. O motivo de Paulo ter assumido o voto é desconhecido. Paulo levou consigo Priscila e Áquila até Éfeso e ali os deixou. Em Éfeso, pregava aos judeus na sinagoga; logo em seguida, embarcando, viajou para Cesareia e de lá subiu a Jerusalém, antes de voltar para Antioquia (vs. 7-22).
Não se sabe ao certo a razão de Paulo ter ido até Jerusalém antes de voltar para a Antioquia. Ele poderia ter navegado diretamente para Antioquia. Algum motivo ele tinha para se encontrar com os de Jerusalém, e certamente isso teve grande influência na sua terceira viagem.

A terceira viagem de Paulo

Havendo passado algum tempo em Antioquia, Paulo saiu, atravessando sucessivamente a região da Galácia e Frígia, confirmando todos os discípulos. Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloquente e poderoso nas Escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João (At 18:23-25).
Priscila e Áquila expuseram a Apolo com mais exatidão, o caminho do Senhor. Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso, achando ali alguns discípulos que só conheciam o batismo de João. E eles, tendo ouvido a Paulo, foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam (At 18:26–19:6).
Na sua terceira viagem, Paulo voltou a usar a sinagoga para arrazoar e persuadir os judeus com respeito ao reino de Deus. Depois de frequentar a sinagoga por três meses, por causa da dureza de coração dos judeus, ele passou a discorrer diariamente na escola de Tirano, que era um espaço para eventos culturais e filosóficos. Durou isto dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos (vs. 8-10).

Algumas peculiaridades da terceira viagem

Chama-nos atenção de que não há menção de Silas ou de outro cooperador como companheiro de Paulo nessa viagem, somente dos que lhe ministravam: Timóteo e Erasto (At 19:22). Também não vemos na terceira viagem o que caracterizou a segunda: a dependência absoluta do Espírito a ponto de buscarem um lugar de oração para começar a obra em Filipos, quando o costume era usar a sinagoga para se iniciar a obra numa cidade. Pela primeira vez também Paulo impõe as mãos sobre os discípulos para que recebessem o derramamento do Espírito Santo, falando em línguas e profetizando.
Outra peculiaridade refere-se aos milagres extraordinários feitos pelas mãos de Paulo, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais de seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam (vs. 11-12). Paulo também nunca ficou tanto tempo em uma cidade como em Éfeso; três meses ele passou discutindo na sinagoga, e dois anos gastou discursando na escola de Tirano; totalizando três anos em Éfeso conforme o registro de Atos 20:31.
A base da formação da igreja em Éfeso foi, por um lado, o batismo do Espírito Santo com o falar em línguas, profecias e milagres extraordinários; por outro lado, foram mais de dois anos de palavras de revelação e conhecimento. Apesar disso, a situação da igreja não era boa, de acordo com a carta que Paulo escreveu ao seu jovem cooperador Timóteo, que foi deixado em Éfeso.

Problemas na igreja em Éfeso

Timóteo foi deixado em Éfeso anos depois da terceira viagem de Paulo, porque a situação da igreja naquela cidade não estava nada bem. Havia pessoas que se ocupavam com fábulas e genealogias sem fim, que antes promoviam discussões do que a economia de Deus na fé (1 Tm 1:3-4). Essas pessoas perderam-se em loquacidade frívola, isto é, tinham o hábito de falar muitas palavras sem importância, fúteis ou levianas, e “pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações” (vs. 6-7). Essa situação indica, sem dúvida alguma, problemas na formação da igreja.

Paulo resolveu ir a Jerusalém

Por ocasião da terceira viagem, ao final de sua permanência em Éfeso, Paulo manifesta sua decisão de ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e Acaia (At 19:21). Isso nos permite inferir que na viagem anterior, ele havia se comprometido de alguma forma com a liderança da igreja em Jerusalém, de levar-lhes a coleta das ofertas para a necessidade dos santos.
Na Primeira Epístola aos Coríntios, escrita no final de sua permanência em Éfeso, Paulo diz: “Quanto à coleta para os santos [de Jerusalém], fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for. E, quando tiver chegado, enviarei, com cartas, para levarem as vossas dádivas a Jerusalém, aqueles que aprovardes. Se convier que eu também vá, eles irão comigo” (16:1-4). Paulo ainda não tinha certeza de que ele iria pessoalmente a Jerusalém levar as ofertas. Tudo indica que essa decisão foi tomada em Corinto.

Paulo visita Macedônia e Acaia

Depois do tumulto levantado por um ourives, chamado Demétrio, Paulo partiu para a Macedônia e depois chegou à Grécia, onde ficavam as cidades de Atenas, Corinto e Cencreia; muito provavelmente ele tenha ficado em Corinto, onde se demorou três meses. Houve uma conspiração por parte dos judeus contra ele quando estava para embarcar rumo à Síria, então determinou voltar pela Macedônia (At 20:1-3). De Filipos, Paulo e alguns que o acompanhavam navegaram até Trôade, onde ficaram por uma semana; dali foram para Assôs, Metilene e chegaram a Mileto, de onde Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja em Éfeso (vs. 13-17). Paulo decidiu não aportar em Éfeso, pois queria passar o dia de Pentecostes em Jerusalém.

sábado, 15 de março de 2014

A SEGUNDA VIAGEM ATÉ LUGAR DE ORAÇÃO NAS CASAS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 1 - SÁBADO

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 2: SENSÍVEIS AO GUIAR DO ESPÍRITO
Leitura bíblica: At 16:15, At 16:16-34


Ler com oração: Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso. (At 16: 11-15)

A SEGUNDA VIAGEM ATÉ LUGAR DE ORAÇÃO NAS CASAS

A segunda viagem

Alguns dias depois, Paulo disse a Barnabé que queria visitar os irmãos por todas as cidades nas quais tinham anunciado a palavra do Senhor. Barnabé queria levar a João Marcos, mas Paulo não achava justo levarem aquele que se afastara deles desde a Panfília. Houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre; Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor (At 15:36-40). Não queremos entrar no mérito de quem estava certo ou errado, visto que não devemos deixar de lado alguém só porque falhou conosco determinada vez; todos merecem ser aperfeiçoados, desde que se mostrem desejosos disso.
Tendo Paulo confirmado as igrejas pela Síria e Cilícia, chegou a Derbe e a Listra, de onde levou consigo a Timóteo, de quem os irmãos davam bom testemunho. O registro da viagem que descreveremos a seguir é um modelo para quem deseja fazer a obra de Deus à Sua maneira. Ao saírem da Galácia, entrando na região da Frígia, a Bíblia diz que foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, mais ao sul. Antes de chegarem a Mísia, tentavam ir para a Bitínia, ao norte, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. E assim continuaram indo para o oeste, até chegarem a Trôade, uma cidade portuária (16:6-8).
A companhia de Silas deve ter tido grande influência nessa viagem. Ele queria aprender com Paulo como seguir o Espírito na obra do Senhor e viveram experiências maravilhosas de obediência a Ele. Em Trôade, defronte ao mar Egeu, não tinham para onde ir. Naquela noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual “um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho” (vs. 9-10).

Um lugar de oração em Filipos

De Trôade navegaram para Macedônia e foram a Filipos onde permaneceram alguns dias. Em Filipos, eles não procuraram alguma sinagoga para pregar a palavra como de costume, pois nesta viagem eles estavam extremamente sensíveis ao Espírito. Buscavam um lugar onde pudessem orar para que o Espírito lhes desse uma direção; e saíram da cidade para junto do rio, onde lhes pareceu haver um lugar de oração, e falaram às mulheres que ali estavam. Uma mulher chamada Lídia, vendedora de púrpura e temente a Deus, os escutava, quando o Senhor abriu-lhe o coração para atender ao que Paulo dizia (At 16:11-14).

A casa da Lídia

Depois de ser batizada, Lídia e toda a sua casa, rogou-lhes dizendo: “Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai”, constrangendo-os a isso (v. 15). Esse modelo deixado na Bíblia é para nos mostrar que a igreja não precisa necessariamente de um templo. Um lugar de oração junto do rio pode ser usado pela igreja. A casa da Lídia certamente se tornou um lugar onde a igreja se reunia.

O carcereiro

O livro de Atos registra que depois disso Paulo e Silas foram acusados de perturbar a cidade, visto que Paulo havia expulsado o espírito adivinhador de uma jovem possessa. Depois de lhes darem muitos açoites os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança (16:16-23). Este, os levou para o cárcere interior, e lhes prendeu os pés no tronco (v. 24).
Por volta da meia-noite, Paulo e Silas, em lugar de se lamentarem da má sorte, oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas e soltaram-se as cadeias de todos. O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: “Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!”. Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas (vs. 25-29).
Depois, trazendo-os para fora, disse: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?”. Responderam-lhe: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”. E lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus (vs. 30-34).Louvado seja o Senhor!

sexta-feira, 14 de março de 2014

Atos dos Apóstolos 9 (Sua conversão)

Atos dos Apóstolos 9  (Sua conversão)



1 E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote.
2 E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns deste Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
3 E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
4 E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5 E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
6 E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
7 E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.
8 E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco.
9 E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.
10 E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor.
11 E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando;
12 E numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver.
13 E respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
14 E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.
15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
16 E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
17 E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
18 E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.
19 E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.
20 E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus.
21 E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?
22 Saulo, porém, se esforçava muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo.
23 E, tendo passado muitos dias, os judeus tomaram conselho entre si para o matar.
24 Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e como eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida,
25 Tomando-o de noite os discípulos o desceram, dentro de um cesto, pelo muro.
26 E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo.
27 Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus.
28 E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo,
29 E falava ousadamente no nome do Senhor Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo.
30 Sabendo-o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a Tarso.
31 Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.
32 E aconteceu que, passando Pedro por toda a parte, veio também aos santos que habitavam em Lida.
33 E achou ali certo homem, chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual era paralítico.
34 E disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou.
35 E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor.
36 E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia.
37 E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto.
38 E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois homens, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles.
39 E, levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera quando estava com elas.
40 Mas Pedro, fazendo sair a todos, pôs-se de joelhos e orou: e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se.
41 E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.
42 E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.
43 E ficou muitos dias em Jope, com um certo Simão curtidor.

quinta-feira, 13 de março de 2014

PAULO PREGAVA OUSADAMENTE EM DAMASCO

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 1 - QUINTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 2: SENSÍVEIS AO GUIAR DO ESPÍRITO

Leitura bíblica: At 8:3; 9:4-5, 15-17; 2 Co 12:1-4; At 9:21-25

Ler com oração: Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco.(Gl 1:15-17)


PAULO PREGAVA OUSADAMENTE EM DAMASCO

O Novo Testamento tem vinte e sete livros, dos quais catorze são de autoria do apóstolo Paulo, incluindo a Epístola aos Hebreus. Dessa maneira, os escritos de Paulo ocupam mais da metade do conjunto de livros do Novo Testamento. É, portanto, inegável a importância do ministério de Paulo quanto à revelação das verdades. Depois de tantos séculos, hoje, somos os grandes beneficiários desse legado, ou seja, das verdades apresentadas em seus livros. Louvado seja o Senhor!

Saulo, instruído aos pés de Gamaliel

Paulo era chamado de Saulo (At 13:9), seu nome hebraico; nasceu em Tarso da Cilícia, foi criado em Jerusalém e instruído aos pés do mestre Gamaliel, segundo a exatidão da lei de seus antepassados, sendo zeloso para com Deus (22:3). Ele mesmo disse que quanto ao judaísmo se avantajava a muitos da sua idade, sendo extremamente zeloso das tradições de seus pais (Gl 1:14).
Saulo muitas vezes era radical em defender a tradição dos judeus. Quando Estêvão, cheio do Espírito testemunhava no Sinédrio, os judeus enfurecidos lançaram-no fora da cidade e o apedrejaram. Saulo, muito jovem, guardava as vestes dos que apedrejavam Estêvão (At 7:55-59) e consentia na sua morte (8:1).

Saulo assolava a igreja

Após a morte de Estêvão, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Saulo assolava a igreja, entrando nas casas, e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere (At 8:3). Não satisfeito, Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém (9:1-2). Relatamos esses fatos, para chamar a atenção sobre o extremo zelo e radicalismo excessivo de Saulo contra os seguidores de Jesus, para defender a tradição de seus pais, antes da sua conversão.

Sua conversão

Seguindo Saulo estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9:4-5). Em Damasco Deus enviou Ananias para que recuperasse a visão de Saulo, e para dizer-lhe que era um instrumento escolhido do Senhor, para levar o Seu nome perante os gentios e reis (vs. 15-17).

A visão celestial

Depois disso, Saulo permaneceu em Damasco alguns dias com os discípulos (At 9:19). Todavia, o Senhor precisava equipá-lo com a verdade da nova dispensação; pois ele fora muito bem instruído aos pés do Gamaliel, segundo a exatidão da lei, da antiga dispensação. De Damasco foi para as regiões da Arábia para receber a revelação, conforme ele mesmo relata na Epístola aos Gálatas: “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco” (1:15-17).
Para Deus revelar Seu Filho, isto é, toda a Sua economia neotestamentária, foi preciso levar Saulo até as regiões da Arábia. Na Segunda Epístola aos Coríntios, Paulo relata a sua experiência de como recebeu a revelação: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (12:1-4).

Quarenta dias e quarenta noites

Moisés subiu ao monte Sinai e ali permaneceu por quarenta dias e quarenta noites (Êx 24:18; 34:28) para receber de Deus todas as instruções sobre as leis, os dez mandamentos, o tabernáculo com seus utensílios, o serviço sacerdotal; em suma: o plano da administração de Deus na primeira aliança, isto é, a economia veterotestamentária de Deus. Semelhantemente, Paulo também deve ter permanecido pelo menos o mesmo período de tempo nas regiões da Arábia para receber a revelação completa do plano de Deus para a nova aliança, ou seja, a economia neotestamentária de Deus.
O Senhor Jesus havia revelado aos Seus doze apóstolos o mesmo plano de Deus, nos três anos e meio que passou com eles. Ele não os ensinou numa sala de aula, durante quarenta dias e quarenta noites; eles o receberam nas situações práticas do dia a dia em um período muito maior. Todavia, Paulo não teve essa oportunidade, pois ele mesmo disse que era um nascido fora de tempo (1 Co 15:8). Ele recebeu a revelação de uma só vez, semelhante a quem faz um curso intensivo, com grande carga de conhecimento teórico, e, a partir daí, precisa de muito tempo e maturidade para assimilar todo seu conteúdo.

Paulo pregava ousadamente em Damasco

De volta a Damasco, Paulo pregava nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de Deus, pois já estava equipado com as verdades que recebera na Arábia: “Ora, todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que exterminava em Jerusalém os que invocavam o nome de Jesus e para aqui veio precisamente com o fim de os levar amarrados aos principais sacerdotes? Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo” (At 9:21-22).
Decorridos muitos dias, os judeus deliberaram entre si tirar-lhe a vida. Mas os seus discípulos tomaram-no de noite e, colocando-o num cesto, desceram-no pela muralha (vs. 23-25). Devido a isso, Paulo teve de fugir para Jerusalém. Esse episódio nos mostra que em Damasco, Paulo tinha um grupo de seguidores, de discípulos. Ninguém deve ter discípulos, somente o Senhor Jesus.

quarta-feira, 12 de março de 2014

O ESPÍRITO ATÉ ANDAR NA VERDADE

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 1 - QUARTA-FEIRA


 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM capítulo 1: QUE É A VERDADE?
Leitura bíblica: Ef 4:17-29; Lc 6:47-491Co 9:27; Tg 1:21-22



Ler com oração: No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.... por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre. Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai. (Jo 7:37-39; 2 Jo 2,4)

O ESPÍRITO ATÉ ANDAR NA VERDADE

O Espírito

João relata no seu evangelho um episódio muito elucidador sobre o assunto em pauta: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (Jo 7:37-39).
É muito interessante João afirmar que o Espírito ainda não fora dado. A explicação está no óleo composto da unção. O Espírito de Deus, como o azeite de oliveira, já existia desde a eternidade, mas para a preparação do óleo composto ainda faltava adicionar quatro especiarias. Somente quando Jesus fosse glorificado, isto é, quando Ele passasse pela morte e ressurreição, esses elementos estariam disponíveis para serem adicionados ao Espírito de Deus para formar o óleo composto da unção, que é o Espírito. Quando Jesus morreu e ressuscitou, Ele voltou como o outro Consolador, que é o Espírito da verdade, prefigurado pelo óleo composto da unção.
Hoje esse óleo composto da unção, o Espírito, entrou em todos os que creem em Jesus. Nele temos a humanidade de Jesus, temos a Sua morte e ressurreição; Nele também temos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esse Espírito nos conduz a toda a verdade, a toda a realidade. Aleluia!

A palavra da verdade

Deus é luz e Nele não há treva nenhuma. Ele é a própria transparência, nada tem a esconder; Ele é a realidade absoluta deste universo. Cristo é a verdade, pois Ele trouxe Deus até nós. A graça e a verdade vieram por meio do Senhor Jesus, mas quando Ele morreu e ressuscitou, voltou como o Espírito da verdade que é o óleo composto da unção, com todos os elementos que o homem precisa para conduzi-lo a toda a realidade.
A consequência de não ter Deus como a luz e não ter Cristo como a verdade pode ser vista na Epístola aos Efésios: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico, que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza” (4:17-19). Sem a luz e sem a verdade, o homem vive na vaidade, na obscuridade e na ignorância.
Graças a Deus que Cristo trouxe a verdade até nós: “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus” (vs. 20-21). Esta é a verdade em Jesus! Em seguida diz que devemos despojar-nos “do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano” (v. 22), pois nele não há verdade. O texto prossegue: “E vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (vs. 23-24). O novo homem, sim, foi criado na verdade.
É interessante notar que no texto acima Paulo não disse: “Não foi assim que aprendestes de Cristo”, mas “Não foi assim que aprendestes a Cristo”. Nesse texto, Cristo é o objeto do aprendizado e não somente de quem ensina: não aprendemos somente a verdade “de Cristo”, mas aprendemos “a Cristo” como a própria verdade, pois Deus deseja constituir-nos com Sua realidade divina em Cristo, expulsando de nós toda vaidade, falsidade e mentira, dando-nos consistência com a própria verdade.
Consequentemente haverá mudanças em nosso viver diário: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (v. 25); e “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim transmita graça aos que ouvem” (v. 29). Isso é andar na verdade, na genuína vida da igreja.
A verdade está na Palavra de Deus. Quando ouvimos a palavra da verdade, o evangelho da nossa salvação (Ef 1:13), o Espírito da verdade entrou em nós e trabalha para a nossa salvação. Por isso, devemos ter clareza a respeito da correlação entre a Palavra, a luz, a vida e a verdade. Agora entendemos que a verdade não é meramente uma doutrina teológica, antes, é o conteúdo real e divino contido na Palavra que temos de tomar posse.

Praticante da Palavra

Pelo que expomos, podemos perceber que a palavra da verdade não é somente para ser recebida como conhecimento intelectual. Não devemos usar apenas a mente para entendê-la, antes, devemos usar o espírito para recebê-la como vida. Toda a palavra da verdade precisa ser praticada, por isso, Jesus disse em certa ocasião: “Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída. Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa” (Lc 6:47-49).
Essa é uma advertência para aqueles que somente buscam conhecimento e não se preocupam em praticar as verdades ouvidas; tudo que ele construir em sua vida desabará porque não tem alicerces, ou seja, não tomou posse da realidade contida na Palavra. Aquele que possui muito conhecimento pode se iludir achando que, por saber muito e pregar muito bem as verdades bíblicas aos outros, tem posse da realidade da Palavra que prega; contudo, ele não a tem. O apóstolo Paulo tinha receio de ter pregado a outros, e ele mesmo vir a ser desqualificado (1 Co 9:27). O conhecimento pode nos enganar, por essa razão, Tiago nos alerta: “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg 1:21-22).

Andar na verdade

Deus preservou a vida do apóstolo João no final do primeiro século, para encarregá-lo com o ministério do Espírito e da vida, que permanecerá até a volta do Senhor. Sobre esse assunto trataremos com maiores detalhes nos capítulos posteriores. O ministério de João na sua maturidade tem por função ajudar os filhos de Deus a tomar posse da realidade e da vida contidas na palavra da verdade. A preocupação de Paulo era que todos chegassem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2:4), e a comissão de João era que, além do conhecimento da verdade, os filhos de Deus praticassem a verdade.
Na sua segunda carta, João demonstra que conhece a verdade: “Por causa da verdade que permanece em nós, e conosco estará para sempre” (2 Jo 2). Para João, a verdade não é mero conhecimento bíblico, antes, é algo vivo e que permanece nos filhos de Deus. Daí a importância de exercitarmos o espírito, para que a verdade trabalhe em nós, infundindo-nos toda a realidade de Deus, por meio de praticar a Palavra ouvida.
Na sua época, João conseguiu isso por meio do seu ministério do Espírito e da vida: “Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai” (v. 4). O seu ministério ajudou muitos a andar na verdade, a praticar a Palavra, por meio do exercício do espírito e ganhar a vida de Deus por meio das verdades ouvidas. Esta deve ser a nossa atitude para com as verdades!

terça-feira, 11 de março de 2014

ABENÇOADOS PARA COOPERAR COM O REINO DEUS

ABENÇOADOS PARA COOPERAR COM O REINO DEUS

Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida (1 Tm 6:17-19)

Lc 12: 29-31; Jo 15:5

A primeira tentação que o Senhor Jesus venceu em Mateus 4 tem relação com a subsistência. Quanto a isso, Deus é fiel em suprir cada filho Seu. No Antigo Testamento, Ele prometeu ao povo de Israel a boa terra de Canaã, onde havia abundância de águas e variedade de alimentos.
O trigo existente na boa terra de Canaã tipifica a morte do Senhor Jesus, e a cevada, Sua ressurreição. Na boa terra havia, ainda, a videira, que representa o Senhor Jesus como a árvore da vida, e as figueiras simbolizando o quanto frutificamos para Deus. Quando o Senhor Jesus estava a caminho de Jerusalém, passou um tempo em Betânia, na casa de Lázaro, Marta e Maria. Certo dia Ele sentiu fome e se dirigiu a uma figueira para ver se nela havia algum fruto. Como ali encontrou somente folhas, amaldiçoou a figueira, e ela secou.
Infelizmente, às vezes somos como essa figueira. Mesmo com uma boa aparência, ou seja, com muitas folhas, não produzimos frutos para Deus. Essa é uma lição para nós. Não devemos nos importar meramente com a aparência, mas sim em produzir frutos para o Senhor (Jo 15:2).
As romeiras que havia na boa terra, por sua vez, apontam para a abundância da vida de Deus, que, ao crescer, quebra todas as barreiras. Quando a romã amadurece, suas sementes se multiplicam a tal ponto que racham a casca, sendo lançadas para fora do fruto. Também devemos ser assim em nosso viver espiritual: que a vida divina cresça e amadureça em nós, a ponto de quebrar a dura “casca” da nossa vida da alma e alcançar as pessoas que nos cercam
(v. 5). Além disso, na boa terra havia as oliveiras, que produzem a oliva para se fazer azeite. Como sabemos, o azeite da oliveira representa o Espírito de Deus.
Tamanha era a riqueza da terra de Canaã, que até as pedras continham ferro e cobre, de modo que nada faltaria ao povo de Israel ali. Porém, em Deuteronômio 8:17-18, o Senhor os advertiu, dizendo: “Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê”.
Do mesmo modo, no Novo Testamento, podemos testificar que muitos filhos de Deus recebem bênçãos materiais, a tal ponto que excedem a real necessidade, chegando a sobejar. Não é normal utilizarmos tudo o que possuímos para nosso próprio benefício. Diante disso, precisamos considerar diante do Senhor aquilo que Ele deseja que ofertemos para suprir a necessidade do reino. Hoje estamos nos preparando para governar o mundo que há de vir, por isso não vamos ajuntar tesouros sobre a terra, mas investir no reino dos céus (Lc 12:29-31).


À medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus (Mt 10:7)

À medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus (Mt 10:7)

Mt 3:2; 4:17

Vimos que o Evangelho de Mateus apresenta pelo menos três ocasiões em que é enfatizado que o reino dos céus está próximo (Mt 3:2; 4:17; 10:7). Em cada um desses momentos, vemos que a vinda do reino está associada ao arrependimento e à pregação do evangelho. Por isso, quando lemos “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”, precisamos experimentar a realidade dessas palavras.
Pela misericórdia de Deus o evangelho do reino nos alcançou, trazendo-nos a revelação da necessidade de crescermos em vida. À medida que a vida de Deus cresce em nós, somos capacitados a perceber quando nossa natureza anímica se manifesta. Quanto mais recebemos a luz divina, mais somos conduzidos ao arrependimento e, por fim, nos deixamos ser purificados pelo fogo do Espírito.
Por isso buscamos viver no espírito, invocando o nome do Senhor e negando a nós mesmos. O resultado dessas práticas é um viver segundo a vontade de Deus, que nos prepara para o dia em que o reino dos céus irá se manifestar.
O Senhor também deseja nos enviar para pregar o evangelho do reino a todas as pessoas. Muitos cristãos conhecem somente o evangelho da graça, isto é, o que Cristo fez por eles na cruz. Cabe, portanto, àqueles que já tiveram a revelação do evangelho do reino essa comissão especial de anunciar a todos os homens que o reino está próximo.
Hoje, Deus está trabalhando em nosso coração a fim de torná-lo uma boa terra. Por outro lado, Ele deseja que sejamos Seus semeadores. A Palavra de Deus nos mostra que a pregação do evangelho do reino, o evangelho da vida, é uma semente que devemos semear. Que o Senhor nos dispense mais de Sua graça e nos aperfeiçoe nesse encargo de levar e semear a vida divina a todos. Amém!

O ESPÍRITO DA VERDADE ATÉ TRÊS UNIDADES DE QUINHENTOS SICLOS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 1 - TERÇA-FEIRA
NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
 MENSAGEM capítulo 1: QUE É A VERDADE?

Leitura bíblica:  Jo 16:13; Ex 30:22-25; Gl 5:24; Rm 6:5; Fp 3:10; Is 45:5-6

Ler com oração: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós...Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne. (Jo 14:16-17; Hb 10:19-20)


O ESPÍRITO DA VERDADE ATÉ TRÊS UNIDADES DE QUINHENTOS SICLOS


O Espírito da verdade

Enquanto Jesus vivia em carne, não era possível estar para sempre com Seus discípulos, por isso Ele disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14:16-17). Para que isso ocorresse o Senhor teria de morrer e em ressurreição voltar como o Espírito da verdade para entrar nos discípulos e estar para sempre com eles.
Jesus habitava com Seus discípulos fisicamente, mas após a ressurreição, voltaria como o Espírito para entrar em todo aquele que Nele cresse. O Espírito da verdade, ou o Espírito da realidade, é quem nos guiará a toda verdade ou realidade: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16:13).

O óleo sagrado da unção

O livro de Êxodo registra as instruções do Senhor acerca da fórmula do óleo da unção: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Tu, pois, toma das mais excelentes especiarias: de mirra fluida quinhentos siclos, de cinamomo odoroso a metade, a saber, duzentos e cinquenta siclos, e de cálamo aromático duzentos e cinquenta siclos, e de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveira um him. Disto farás o óleo sagrado para a unção, o perfume composto segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado da unção” (Êx 30:22-25).

As quatro especiarias

O óleo da unção era usado para consagrar sacerdotes, reis e também os móveis do tabernáculo, inaugurando-os para o serviço a Deus. O óleo usado para esse fim não era simplesmente o azeite de oliveira, que, de acordo com a Palavra, representa o Espírito de Deus, pois nesse óleo Deus mandou Moisés adicionar quatro especiarias. Na Bíblia, o número quatro representa a criação de Deus. Isso pode ser visto nos quatro seres viventes descritos no livro de Ezequiel, entre os quais o homem toma a liderança (Ez 1:5-10; Ap 4:6). Podemos afirmar, então, que foram adicionados elementos da humanidade de Jesus ao azeite de oliveira.
A mirra era uma especiaria usada para embalsamar os mortos; ela representa, portanto, a morte de Cristo. Na carta aos romanos, Paulo diz que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na Sua morte, sendo crucificado com Ele o nosso velho homem (Rm 6:3, 6). A mirra representa o elemento da morte de Cristo adicionado ao Espírito de Deus.
O cinamomo odoroso era usado como remédio para matar germes e bactérias; ele representa a eficácia da morte de Cristo. Na Epístola aos Gálatas, Paulo afirma que os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências (5:24). O cinamomo representa a eficácia da morte de Cristo, capaz de neutralizar a nossa carne, com suas paixões e concupiscências. Esse elemento também foi adicionado ao óleo composto da unção.
O cálamo é uma planta que nasce e cresce numa região pantanosa, onde nenhuma outra espécie sobreviveria. O cálamo aromático representa, portanto, a ressurreição de Cristo. A esse respeito, o apóstolo Paulo também disse: “Porque, se fomos unidos com ele [Cristo] na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6:5). A ressurreição de Cristo é outro elemento que compõe o óleo sagrado da unção.
A cássia era usada antigamente como repelente de insetos e de serpentes. Ela representa o poder da ressurreição de Cristo. A Epístola aos Filipenses diz: “Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte” (3:10). O poder da ressurreição é o quarto elemento da humanidade de Cristo adicionado ao óleo composto da unção.

Um him de azeite de oliveira

Na Bíblia, o número um representa o Deus único; além Dele não há Deus (1 Tm 1:17; Rm 16:27; Is 45:5-6). Um him de azeite de oliveira é a base para formar o óleo composto da unção, com a adição das quatro especiarias. Por meio da encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição de Cristo, a humanidade de Jesus foi mesclada com a divindade.
Ademais, o azeite acrescentado às especiarias contém ainda outro significado: um (him) mais quatro (especiarias) totalizam cinco, que na Bíblia é o número da responsabilidade. Na parábola das dez virgens, cinco eram prudentes e foram fiéis quanto à responsabilidade de levar azeite nas vasilhas, mantendo acesas suas lâmpadas, enquanto as cinco néscias foram negligentes (Mt 25:2-8). Portanto, Deus e o homem em Cristo, juntos, arcam com a responsabilidade de realizar a vontade divina, de acordo com o que vemos na Bíblia: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:16); e “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1 Co 6:17).

Três unidades de quinhentos siclos

Outro fato importante é constatar que as quatro especiarias estão divididas em três unidades de peso de quinhentos siclos. A primeira e a quarta especiarias, a mirra e a cássia, são de quinhentos siclos cada. As duas especiarias do meio, o cinamomo e o cálamo, são de duzentos e cinquenta siclos cada uma, que somadas totalizam quinhentos siclos. O número três, dessas unidades de peso, representa o Deus Triúno: o Pai, o Filho e o Espírito, indicando que no óleo composto da unção está o próprio Deus Triúno.
Para compreender melhor por que a segunda unidade de quinhentos siclos é dividida ao meio, isto é, em duas metades de duzentos e cinquenta siclos devemos recorrer à figura do tabernáculo. Entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos havia quatro colunas sobre as quais estava pendurado um véu (Êx 26:31-33). Quatro colunas oferecem três entradas, que representam o Pai, o Filho e o Espírito.
Quando Jesus foi crucificado, clamou com grande voz e entregou o espírito; o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo, indicando que foi algo realizado por Deus (Mt 27:50-51). Quando o véu foi rasgado, a entrada do meio foi liberada. A primeira e a terceira entradas não puderam ser abertas indicando que o Pai e o Espírito não poderiam ser rasgados, ou seja, partidos. Mas o Filho foi partido por nós na cruz, abrindo-nos um caminho para entrar no Santo dos Santos: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10:19-20).
Aleluia! Hoje temos acesso ao Santo dos Santos, que simboliza o nosso espírito onde está a arca da aliança, que representa Deus. O Espírito da verdade como o óleo composto da unção está em nosso espírito. Podemos entrar a qualquer momento na presença de Deus, por meio do sangue de Jesus vertido na cruz por cada um de nós. Agora entendemos porque Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, pois Ele mesmo abriu o caminho para irmos até o Pai, vivermos sempre no espírito em comunhão constante com Deus (Gl 5:16, 25).

segunda-feira, 10 de março de 2014

A GRAÇA E A VERDADE VIERAM POR MEIO DE JESUS CRISTO ATÉ JESUS É A VERDADE

NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADE
QUE É A VERDADE?

Leitura bíblica:  Is 55:1; 1 Jo 4:8-10; Jo 3:16; 1 Jo 3:16, 1:5-7; Ef 4:17

Ler com oração: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. (Jo 1:1-4, 14, 17)

A GRAÇA E A VERDADE VIERAM POR MEIO DE JESUS CRISTO ATÉ JESUS É A VERDADE

A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo


O apóstolo João havia amadurecido em vida quando escreveu seu evangelho, o qual começa dizendo: “No princípio era o Verbo [a Palavra], e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:1-4). O Filho é a Palavra; a vida está Nele e a vida é a luz dos homens. Aqui vemos a correlação entre a Palavra, a vida e a luz.
A Palavra (o Verbo) se fez carne na pessoa de Jesus, e “habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (v. 14). A lei foi dada por intermédio de Moisés; “a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (v. 17b). Quando Jesus veio à terra, a Palavra chegou até nós, e Ele trouxe Consigo vida, luz, graça e verdade.    

Amor e graça
                                                   
Antes de prosseguir abordando sobre a graça e a verdade, vamos conhecer um pouco sobre a relação existente entre o amor e a graça. A graça refere-se a Deus Pai ter-nos dado gratuitamente o Seu próprio Filho, que morreu como propiciação por nossos pecados, e nos deu a Sua vida para que vivêssemos por meio dela. Isaías profetizou a esse respeito: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (55:1).
Deus nunca trilha pelo caminho da elitização, dispensando-Se somente àqueles que têm dinheiro, posses ou acesso aos Seus benefícios; pelo contrário, todos têm iguais condições para comprar, sem dinheiro e sem preço, o que por Deus é oferecido ao homem: Seu próprio Filho para a nossa salvação e desfrute.
Portanto, a origem da graça é o amor de Deus. Em sua primeira epístola, João revela: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4:8-10).
Deus é amor, e esse amor O fez enviar-nos Seu Filho para nos salvar; Sua salvação é gratuita e disponível a todos, basta buscá-Lo. Quando o amor de Deus se manifesta a nós, ele se torna graça; Jesus Cristo é quem trouxe a graça da parte de Deus até nós: Ele mesmo é a graça. Aleluia!
A melhor definição para amor é doação. O nosso Deus é doador; tudo teve origem Nele, é Ele quem nos dá tudo que precisamos para nossa existência: ar, água, sol, chuva etc. Contudo, a maior demonstração de amor é Deus se doar para o homem por meio de Seu Filho. O apóstolo João nos dá a melhor definição do amor de Deus: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).
O amor de Deus é tão imenso que O fez dar Seu único Filho para o homem receber Sua vida como graça por meio da fé. Deus é amor, Ele é o doador, e o homem é o receptor da graça. Todos os que Nele creem recebem a vida eterna, e essa vida possui o “gene” do amor de Deus, por isso João afirma: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3:16). A vida de Deus faz de nós, Seus filhos, igualmente doadores desse amor aos irmãos.

Luz e verdade
         
O apóstolo João revelou em sua primeira epístola que Deus também é luz: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1:5-7).
É muito difícil definir a luz; João só conseguiu dizer que Deus é luz e não há Nele treva nenhuma, isto é, Deus é o que é, pois Ele é totalmente transparente; Nele não há nada a esconder; Ele é a própria luz e Nele não há sequer sombras. Ele é a própria realidade do universo, portanto, quem anda nas trevas não consegue praticar a verdade, visto que somente quem anda na luz pode fazê-lo. Deus é luz, que veio até nós por meio de Jesus Cristo para que O desfrutemos como a verdade. Quem pratica a verdade anda na luz de Deus, pois Nele não há treva nenhuma; Nele não há falsidade, ou seja, em Deus não há nada que não seja a verdade, pois Deus é a verdade.
O mesmo não pode ser afirmado com relação ao homem sem Deus: ele é vazio, carece de realidade; pode ter uma boa aparência exterior, mas por dentro é totalmente diferente, pois nele falta a verdade. O apóstolo Paulo disse que os gentios, isto é, os homens sem Deus, andam na vaidade dos seus próprios pensamentos (Ef 4:17). A respeito disso também disse o Pregador no livro de Eclesiastes: “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade”. Toda a vida humana sem Deus é vaidade; por isso, Deus que é luz, quer encher o homem de realidade. Foi Jesus Cristo quem trouxe ao homem não somente a graça, mas também a verdade, a realidade.

Jesus é a verdade

Quando se aproximava o momento de Sua partida, Jesus disse aos discípulos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. E vós sabeis o caminho para onde eu vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:1-6).
O conceito de Tomé, que é o mesmo de muitos, era que Jesus iria partir para preparar muitas moradas físicas, a ponto de alguns até falarem que Ele estaria nos preparando mansões celestiais. O que Jesus disse foi que Ele iria por meio de Sua morte e voltaria logo em seguida por meio da ressurreição, e não como alguns pensam, que seria na Sua segunda vinda. A afirmação de Jesus: “Quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”, significa que, em ressurreição, Jesus terá como receber os que Nele creem, para os levar ao Pai, o qual é o lugar da morada que Jesus mencionou.
Quando Filipe replicou-Lhe, pedindo para mostrar o Pai, Jesus disse: “Não crês que estou no Pai e que o Pai está em mim?” (v. 10a). Jesus é o caminho para se chegar até o Pai; a Sua morte e ressurreição visam justamente preparar-nos um lugar em Deus Pai. Jesus também é a verdade e a vida. A verdade, portanto, não pode ser meramente uma doutrina bíblica, mesmo que seja corretíssima, antes, a verdade é o próprio Senhor Jesus.

domingo, 9 de março de 2014

A SALVAÇÃO DA ALMA PELO QUEIMAR CONTÍNUO DO FOGO DO ESPÍRITO

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
Servir a Deus no espírito (Jo 4:23-24)
Leitura bíblica:  Mt 3:11; 1 Pe 1:3-9, 22; Ap 21:18, 21-2


Ler com oração: Para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:7).

A SALVAÇÃO DA ALMA PELO QUEIMAR CONTÍNUO DO FOGO DO ESPÍRITO

Cremos que a experiência de Pedro mudou quando ele teve contato com o que está escrito em Mateus 3:11: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo”. Durante muito tempo interpretamos de maneira equivocada esse versículo, mas hoje o Senhor nos deu uma nova maneira de compreendê-lo. Antigamente pensávamos, com base no entendimento de outros interpretes da Bíblia, que João Batista batizava com água, mas depois dele viria o Senhor Jesus, que batizaria com Espírito Santo os que cressem Nele, e com fogo os que O rejeitassem. Porém o versículo não diz “Espírito Santo ou fogo” mas, sim, “Espírito Santo e fogo”. É muito provável que Pedro tenha percebido que no Espírito há fogo, e esse fogo queima todas as impurezas que há em nossa alma (1 Pe 1:6-7; 22).
Para purificar o ouro, o ourives utiliza um recipiente em forma de pote, resistente a temperaturas elevadas chamado cadinho. O minério é colocado em seu interior e aquecido gradativamente a temperaturas cada vez mais elevadas, até que se torne líquido. Como cada material possui calor específico diferente dos demais, o mais pesado permanece no fundo do cadinho, e as impurezas sobem à superfície. Aplicando essa figura à nossa experiência, devemos colocar a nossa vida da alma no espírito para que suas impurezas sejam eliminadas. Pedro viu que havia fogo em seu espírito e, a partir daquele momento, quando percebia que sua velha vida da alma estava se manifestando, se voltava ao espírito para purificá-la.
Vamos permitir ao Espírito queimar hoje todas as impurezas em nós, de modo que nossa fé seja como o ouro muito mais precioso que o ouro perecível. Precisamos buscar estar no espírito, e servi-Lo no espírito, onde há o fogo que queima todas as coisas indevidas em nosso interior, até que só reste o ouro puro que é muito mais precioso do que o ouro perecível (1 Pe 1:7). O resultado do trabalhar do Espírito como o fogo em nosso interior é que receberemos louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo porque negamos a vida da alma. Como resultado de negar a nós mesmos nossa alma será salva e reinaremos com Ele (Mt 16:25-27). Por fim, toda a cidade santa, a nova Jerusalém, será de ouro puro transparente para irradiar a glória de Deus e do Cordeiro por toda eternidade (Ap 21:18, 21-24). Aleluia! Louvado seja o Senhor!
Hoje concluímos as vinte e quatro mensagens que compõe essa série do Alimento Diário. Qual deve ser a nossa atitude para com as verdades? Devemos buscar conhecê-las, transmiti-las e principalmente praticá-las no espírito para ganhar vida e ser transformados e úteis para o Senhor. Dessa maneira estaremos aptos para reinar com Cristo no mundo que há de vir. Que o Senhor abençoe a todos nós!

sexta-feira, 7 de março de 2014

A EXPERIÊNCIA DE PEDRO E A NECESSIDADE DE NEGARMOS A VIDA DA ALMA

NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
Servir a Deus no espírito (Jo 4:23-24)
Leitura bíblica:  Mt 16:21-26; 17:1-8, 24-27; Lc 9:23-25

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me (Lc 9:23)

A EXPERIÊNCIA DE PEDRO E A NECESSIDADE DE NEGARMOS A VIDA DA ALMA

Quando lemos os evangelhos, vemos que Pedro tinha a vida da alma muito forte, a qual era frequentemente exposta pelo Senhor Jesus para que ele se arrependesse e aprendesse a negá-la. Hoje, o Senhor nos colocou na vida da igreja para aprendermos a perder a vida da alma, pois, do contrário, não poderemos reinar com Ele no mundo que há de vir.
Em Mateus 17, após o Senhor falar claramente da necessidade de negar-se a si mesmo, a vida da alma de Pedro se manifestou. Ele, Tiago e João foram especialmente escolhidos e levados ao monte, onde Jesus foi transfigurado. Além de Jesus, ali apareceram também Moisés e Elias. Pedro, empolgado, sugeriu que se fizessem três tendas, uma para cada um deles. Nesse momento, porém, foi interrompido por uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (v. 5). Moisés e Elias representam, respectivamente, a lei e os profetas e foram muito importantes para a orientação do povo de Israel no Antigo Testamento. No entanto, naquele momento, os discípulos deveriam se preocupar em ouvir apenas o Senhor Jesus, o próprio Filho de Deus.
Mais tarde a vida da alma de Pedro voltou a manifestar-se quando ele foi indagado pelos cobradores de impostos se Jesus pagava o tributo das duas dracmas a favor do templo. Pedro respondeu prontamente que sim sem, contudo, consultar o Senhor. Ao entrar na casa, o Senhor Jesus mostrou a Pedro que Ele sendo o Filho de Deus não precisaria contribuir com aquele imposto. Como eles não tinham ali o dinheiro para pagá-lo, que ficava com Judas, o Senhor ordenou a Pedro que fosse pescar até que pegasse um peixe com um estáter na boca, e então pagasse o tributo pelos dois. Certamente durante essa “pesca especial” Pedro deve ter refletido sobre sua rapidez em responder e a impulsividade de sua vida da alma. Há, ainda, outros exemplos na Palavra que nos mostram o quanto a vida da alma de Pedro servia de tropeço para o Senhor realizar Sua vontade (Mt 16:22-24).
Que possamos aprender com as experiências de Pedro. Quando ouvimos que devemos sair para pregar o evangelho, por exemplo, alguns podem querer sair imediatamente, mesmo sem consultar o Espírito. Essa não é a maneira adequada de praticar a Palavra, mas precisamos aprender a primeiramente ir diante do Senhor e segui-Lo no espírito.

O EVANGELHO DO REINO E O CRESCIMENTO DA VIDA DE DEUS EM NÓS

ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 8 - SEXTA-FEIRA

 NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
MENSAGEM 24: Servir a Deus no espírito (Jo 4:23-24)
Leitura bíblica: Jo 21:20-23; Rm 1:1-4; 5:8-10; 2 Co 3:6

Ler com oração: Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida (Rm 5:10).


O EVANGELHO DO REINO E O CRESCIMENTO DA VIDA DE DEUS EM NÓS

Após ter ouvido de Jesus que ainda era infantil, Pedro não ficou muito satisfeito e O questionou a respeito de João: “E quanto a este?”, ao que o Senhor respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me” (Jo 21:22). Com isso, os discípulos concluíram que João não morreria, mas o próprio João, ao escrever seu evangelho, diz que isso seria impossível. Jesus se referia, na verdade, ao ministério do apóstolo João, que permanecerá até a volta do Senhor, o ministério do Espírito e vida.
Vimos que Paulo registrou em catorze epístolas todas as palavras que recebeu quando foi arrebatado ao terceiro céu (2 Co 12:1-4). Essas cartas nos trazem muita ajuda, mas precisamos atentar ao modo como as lemos, não apenas como letra, mas usando nosso espírito, pois assim tocaremos o Espírito e ganharemos vida (3:6).
A primeira carta de Paulo no Novo Testamento foi endereçada aos romanos. Nesse livro, Paulo nos mostra o evangelho de Deus em dois aspectos: Cristo como o Filho do Homem, descendente de Davi e, por outro lado, como o Filho de Deus, designado segundo o Espírito de santidade pela ressurreição dos mortos.
No primeiro aspecto temos o evangelho da graça, que é para a nossa salvação eterna. Nesse aspecto Cristo, como o Filho do Homem, veio para morrer por nós os pecadores e por Seu sangue somos justificados (Rm 5:8-10a). Todavia não devemos estacionar nessa primeira etapa; precisamos avançar para o segundo aspecto do evangelho, que é o evangelho do reino que enfatiza o aspecto da vida. O evangelho da graça mostra como Cristo resolveu o problema dos nossos pecados e nos deu a vida de Deus. O evangelho do reino mostra como essa vida precisa crescer. Isso acontece por meio do viver da igreja, onde servimos em espírito e em cooperação com outros irmãos e somos ajudados a negar nossa vida da alma. Dessa maneira somos salvos pela vida de Deus (v. 10b). Louvado seja o Senhor!