segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O PANO DE FUNDO DA CARTA DE PAULO AOS TESSALONICENSES

 ALIMENTO DIÁRIO




SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA (páginas 7, 8 e 9)

SÉRIE:* DEUS NOS CHAMA PARA O SEU REINO E GLÓRIA

O PODER DO EVANGELHO – EZRA MA E PEDRO DONG

Mensagem: O PODER DO EVANGELHO – (1 Ts 1:5))
Ministrada por Ezra Ma

Leitura bíblica:
At 16:40—17:4; 1 Ts 4:14-18

Ler com oração:
Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança (1 Ts 4:13) 


O PANO DE FUNDO DA CARTA DE
PAULO AOS TESSALONICENSES

Querido leitor, iniciamos uma nova série do Alimento Diário intitulada “Deus nos chama para o Seu reino e glória”, com base nas duas epístolas de Paulo aos tessalonicenses. Nesta semana, trataremos do contexto em que o apóstolo escreveu essas cartas à igreja em Tessalônica; do tempo em que ele e seus cooperadores permaneceram naquela cidade; da forte experiência que os irmãos tiveram com o poder do evangelho, um poder que os libertou dos ídolos, para servir ao Deus vivo e verdadeiro; e, por fim, veremos como tudo isso se relaciona com a estrutura do viver da igreja: a obra de fé, o labor de amor e a perseverança da esperança.
Após o livro de Atos, seguem-se as epístolas de Paulo nesta ordem: Romanos, Primeira e Segunda Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e, por fim, Primeira e Segunda Tessalonicenses. Embora apareçam no final da sequência bíblica das cartas dirigidas às igrejas, as epístolas aos tessalonicenses foram as primeiras que Paulo escreveu.
Conhecer os eventos que motivaram Paulo a escrever essas duas epístolas vai nos ajudar a compreender o conteúdo espiritual delas. A igreja em Tessalônica era uma igreja nova, com poucos meses de existência, quando recebeu as cartas de Paulo. Como teve de sair às pressas daquela cidade, o apóstolo não pôde apresentar a Palavra e o conhecimento de uma maneira mais completa. Assim, ele escreveu essas duas epístolas para orientá-los a viver uma vida cristã santa, com vistas à vida da igreja. Ele apresentou aos tessalonicenses a preciosa estrutura da igreja: fé, amor e esperança. Além disso, a igreja passava por provações e, em razão das perseguições do Império Romano, vários irmãos foram mortos. Isso gerou dúvidas sobre o que aconteceria com os que morreram, sobre qual seria o futuro deles. Por isso, Paulo despendeu um tempo considerável nessas duas epístolas para esclarecê-los sobre a vinda do Senhor e
O poder do evangelho e o arrebatamento tanto dos vivos, como daqueles que dormiram no Senhor, isto é, dos mortos (1 Ts 4:13-18).
Tais palavras são muito oportunas, pois alguns de nós, nestes tempos de pandemia, também experimentamos tristeza decorrente da partida de alguns de nossos irmãos e entes queridos. Não estamos num momento de perseguição exterior, mas de tribulação. E muitos de nós temos uma sensação interior de que a vinda do Senhor está próxima. Essas cartas não foram escritas somente para os irmãos de Tessalônica, mas para nós hoje!
Tessalônica era a capital da província romana da Macedônia. Sua economia era forte e florescente devido a sua excelente localização no mar Egeu. Seu porto era utilizado pelos romanos para transporte de mercadorias e realização de negócios. Sua população era numerosa, com nativos e diversas comunidades de estrangeiros, incluindo uma importante colônia judaica.
Sabemos, por meio do livro de Atos, que Paulo estava em sua segunda viagem missionária quando chegou a Tessalônica. Ele e Silas foram guiados pelo Senhor a cada uma das cidades apontadas no mapa até chegar àquela cidade: “À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho. Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias” (At 16:9-12). É fascinante perceber na Bíblia a maneira de Deus enviar e direcionar Seus servos, como fez com Paulo e Silas, orientando-lhes os passos conforme Sua vontade. Isso é um grande exemplo para nós.
Saindo de Filipos, passaram por Anfípolis, depois chegaram a Tessalônica, e, ali, encontraram uma sinagoga de judeus (At 16:40—17:4), onde por três sábados Paulo discorreu com eles acerca das Escrituras. Alguns judeus se uniram a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos e muitas mulheres distintas.
Que sempre busquemos, no cuidado para com os irmãos e no estabelecimento das igrejas, ser conduzidos por esse mesmo caminho de obediência ao guiar do Espírito, e que tenhamos palavras de esclarecimento e consolo aos que têm dúvidas ou passam por sofrimentos. Aleluia!


domingo, 18 de outubro de 2020

O CORAÇÃO DA BÍBLIA PRINCÍPIO DA MORTE E RESSURREIÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – DOMINGO 18/10 (Páginas 106 à 109)


Ler com oração:

2 Tm 2:22   Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor.


PRINCÍPIO DA MORTE E RESSURREIÇÃO 


    No versículo 33 de 1 Coríntios 15, lemos: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”. A expressão “más conversações” também pode ser traduzida por “más companhias”. Enquanto orientava seu jovem cooperador Timóteo, Paulo disse o seguinte: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2:22). Nossos companheiros devem ser pessoas positivas na igreja, de coração puro, que invocam e amam o Senhor. Não nos associemos aos que espalham boatos e conversas negativas, e só causam desânimo. Que na vida da igreja nos ajudemos mutuamente em amor, buscando a sobriedade e tendo conhecimento de Deus (1 Co 15:34). 


    Nos versículos 35 a 39, Paulo mostra como ocorre a ressurreição dos mortos, usando como referência a vida vegetal (1 Co 15). Toda e qualquer semente, quando semeada, “não nasce, se primeiro não morrer” (v. 36). Se você semear uma semente na terra, ela, primeiramente, morrerá, para depois germinar, crescer, florescer e frutificar a trinta, a sessenta e a cem por um (Mt 13:8). Esse é o princípio na vida de ressurreição. 


    O Senhor Jesus comparou-Se a um grão de trigo. No Evangelho de João 12:24, lemos: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto”. Esse é o princípio da ressurreição. Jesus foi a semente de vida que, caindo na terra, morreu, e não ficou na morte, mas ressuscitou. Quando ressuscitou, produziu muito fruto. Nós somos esse fruto, o resultado dessa semeadura. Nos versículos 40 e 41, o apóstolo Paulo mostra que há diversos tipos de corpos e, entre eles, há diversos níveis de glória (1 Co 15). Isso se aplica aos diversos níveis do galardão que receberemos. No caso da parábola das minas (Lc 19:16-19), o que negociou sua mina e rendeu dez, recebeu autoridade sobre dez cidades; o que negociou sua mina e rendeu cinco, recebeu autoridade sobre cinco cidades. Essa ilustração mostra que tudo depende de nosso rendimento espiritual na vida da igreja. Deus é conhecido como galardoador dos que O buscam (Hb 11:6). Se buscamos pouco, receberemos pouco; se, entretanto, buscamos muito, receberemos muito. 


    Nos versículos 42 a 44 de 1 Coríntios 15, vemos a dualidade do corpo, antes e depois da ressurreição. Quando experimentarmos a ressurreição, nosso corpo será incorruptível, glorioso, espiritual e cheio de poder, isto é, não será mais anímico (governado pela alma), mas governado pelo Espírito. Podemos ver todos esses atributos no Cristo ressurreto, conforme lemos: “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante” (v. 45). O Senhor Jesus é o Espírito que dá vida. E, como último Adão, o Senhor encerrou o velho homem na cruz. Agora, temos apenas Cristo. 

    Com a morte e a ressurreição, o Senhor se tornou o Espírito que dá vida. E os que creem em Cristo recebem esse Espírito prometido (Jo 7:37-39). Hoje, Jesus já foi glorificado, pois morreu e ressuscitou. Podemos unir-nos a Ele como um só espírito (1 Co 6:17); podemos experimentá-Lo por meio da Palavra, que é espírito e vida (Jo 6:63); e, à medida que vivemos no Espírito de Deus mesclado ao nosso espírito, cumprimos a economia, o plano de Deus. O resultado é que a fé objetiva, o que está escrito na Palavra, se tornará nossa fé subjetiva, nossa experiência com a Palavra.


 TRAGADA FOI A MORTE PELA VITÓRIA 


    Em 1 Coríntios 15, versículos 46 a 49, o apóstolo Paulo prossegue fazendo um paralelo entre o primeiro homem, Adão, e o segundo homem, Cristo. O primeiro homem é natural e terreno, enquanto o segundo homem é espiritual e celestial. Por isso devemos trazer a imagem do segundo homem, Cristo. Nesse sentido, o que nos diferencia das outras pessoas? A única e grande diferença é que nós, cristãos, temos o Espírito. Contudo, se vivemos na carne, é possível que cometamos as mesmas coisas que elas cometem. Então a responsabilidade é nossa. 


    Viver no espírito é a maneira de praticarmos a palavra profética, é o caminho para termos a realidade do reino dos céus hoje e garantirmos nossa entrada em sua manifestação na era vindoura. Sem viver no espírito, não haverá realidade alguma; antes, seremos naturais e terrenos, como todos os demais descendentes do velho Adão. 

    O versículo 50 continua: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (1 Co 15). Absolutamente nada proveniente da corrupção, isto é, do velho Adão, poderá herdar o reino de Deus. Paulo fez uma lista das coisas oriundas da carne em 1 Coríntios 6:9-10. No entanto, no versículo 11 desse mesmo capítulo, ele nos encoraja: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. 


    Na genuína vida cristã, que é conforme a vontade de Deus, não existe a opção de ficar em cima do muro. Deixar de viver no espírito é, automaticamente, escolher viver na carne. As obras da carne são terríveis (Gl 5:19-21) e estão relacionadas ao corpo: prostituição, impureza, lascívia; à alma: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas; e a questões de ordem espiritual: idolatria e feitiçarias. Porém, em meio a tantas coisas negativas provenientes do velho Adão, temos mais uma palavra de encorajamento: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (vs. 22-23). Essas coisas são provenientes da vida divina, que recebemos ao crer no Senhor e está crescendo em nós! 

    Em 2 Timóteo 3:1-5 temos uma relação de coisas negativas provenientes do legado do velho Adão; são situações características do tempo do fim. Diante dessas questões, devemos seguir a recomendação de Paulo: “Foge também destes”. 


    Finalmente, chegamos aos versículos 51 a 58 de 1 Coríntios 15: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”. Esses versículos nos trazem esperança. Aleluia! Nosso corpo corruptível será revestido de incorruptibilidade; ou, em outras palavras, nosso corpo de humilhação será igual ao corpo da glória de Cristo (Fp 3:20-21). 

    Dessa forma, concluímos o capítulo 15 de 1 Coríntios. Em outra publicação, abordaremos o capítulo 16, que trata das ofertas de riquezas materiais e tem uma relação muito grande com a ressurreição. Jesus é o Senhor!


sábado, 17 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA FIÉIS NO POUCO PARA SERVIR NO MUITO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – SÁBADO 17/10 (Páginas 102 à 105)


Ler com oração:

Lc 19:12    Ele disse: "Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar.

FIÉIS NO POUCO PARA SERVIR NO MUITO


     Voltemos ao versículo 24 de 1 Coríntios 15: “Então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder”. Cristo, o Filho, está, hoje, conquistando o reino da terra de volta para Deus. Ele, contudo, não faz isso sozinho, mas conta com a igreja, que é o Seu Corpo. Primeiramente, Cristo, o Filho de Deus, foi enviado à terra para realizar a redenção e concluir esta era. Então virá o fim.

     Em virtude da rebelião de Lúcifer, a terra foi usurpada por Satanás. A primeira criação de Deus estava sob a liderança de Lúcifer, o arcanjo. Como querubim da guarda ungido, sua função era velar pela glória de Deus e estar sobre toda a Sua criação (Ez 28:14). Por causa de seu orgulho, esse arcanjo pôs tudo a perder, pois desejou ser igual a Deus (Is 14:13-14; Ez 28:15). Além de seduzir a terça parte dos anjos, também corrompeu a criação de Deus. O Criador, no entanto, subjugou sua rebelião, enviando-o para a terra (Is 14:15; Ez 28:17). Os anjos rebeldes tornaram-se os principados e as potestades (Ef 6:12); e o seres criados antes de Adão tiveram seus espíritos aprisionados nas águas (Mt 8:29, 31-32). O presente mundo, portanto, está sob a influência de Satanás (Lc 4:5-7). 

    Diante disso, o Senhor não ficou de braços cruzados. Entretanto não reconquistará esse reino sozinho. Ele conta conosco, Seus servos. O Senhor, então, como na parábola das minas (Lc 19:11-27), antes de sair “com o fim de tomar posse de um reino e voltar” (v. 12), confiou “minas” a nós (cada mina era equivalente à sexagésima parte de um talento). E deixou a seguinte ordem: “Negociai até que eu volte” (v. 13). Na verdade, essa parábola mostra que o Senhor, em Sua primeira vinda, nos confiou dons e deseja que os multipliquemos a fim de edificar Seu Corpo e estabelecer Seu reino aqui na terra (Mt 6:10). 

    Na segunda vinda do Senhor, porém, teremos de prestar contas a Ele do que fizemos com os dons que recebemos: “Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino, mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber que negócio cada um teria conseguido” (Lc 19:15). Nessa prestação de contas, os dois primeiros servos trouxeram, respectivamente, dez e cinco minas, como resultado do que cada um recebeu inicialmente. Então o Senhor confiou-lhes autoridade sobre dez e cinco cidades, respectivamente (vs. 16-19). Essa é a maneira que o Senhor recompensará a cada um de nós, Seus servos. 

    Querido leitor, essa parábola nos traz encorajamento e é uma advertência. Encorajamento porque podemos aprender com o exemplo desses servos que negociaram suas minas e entregaram o rendimento delas a seu senhor; e uma advertência porque o servo que não negociou sua mina trouxe prejuízo para si mesmo, não tendo direito à recompensa. Pelo contrário, a mina lhe foi tirada e dada ao que tinha dez (Lc 19:20-24).


 A VITÓRIA DE CRISTO SOBRE TODOS OS INIMIGOS 


    Em 1 Coríntios 15:25-26, lemos: “Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte”. O trecho de Apocalipse 20 nos ajuda a compreender melhor esses versículos. Durante o reino milenar, parte do reino dos céus destinada aos vencedores, Satanás será preso no abismo por mil anos (vs. 1-3). 

    Após sua prisão, Satanás será solto e, infelizmente, ainda conseguirá seduzir as nações a segui-lo em sua ambição de resistir a Deus e a Seus filhos vencedores (vs. 7-8). O que me espanta nessa situação é ver que muitas nações cederão à sedução de Satanás, mesmo depois de terem participado de um ambiente tão glorioso como a manifestação do reino. 

    Em seguida, descerá fogo do céu e consumirá as nações, e Satanás será lançado no lago de fogo, onde já estarão a besta e o falso profeta (vs. 9-10). 

    No versículo 14, lemos: “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo”. O último inimigo, a morte, será, finalmente, lançado para dentro do lago de fogo. Graças ao Senhor, não faremos parte da segunda morte, pois seremos ressuscitados. 


A RESSURREIÇÃO INTRODUZIU O HOMEM NA GLÓRIA


     Prosseguindo, em 1 Coríntios 15:27 e 28, lemos: “Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. Esses versículos expõem a missão do Filho. Ele foi enviado pelo Pai para sujeitar todas as coisas e, posteriormente, sujeitar-se ao Pai.

     Essa porção nos remete a Salmos 8, em que Davi profetiza que Jesus, como homem, foi feito, por um pouco, menor do que Deus e foi coroado de glória e de honra (vs. 1-5). O segundo da trindade, o Filho, já era Deus (Jo 1:1); e, como homem, Ele abriu caminho para que a humanidade também fosse coroada e glorificada. Assim, Jesus nasceu como homem, viveu como homem, sofreu como homem, passou por todas as restrições, mas com uma diferença: Ele não pecou. O Senhor foi à cruz cumprir a redenção por nós. Ele morreu e foi sepultado, mas ressuscitou. A ressurreição representa uma mudança de esfera, de ambiente, e, sobretudo, uma mudança de dimensão. Ela não pertence à esfera terrena. O Senhor, portanto, venceu por nós! Ele subiu aos céus e está à direita do Pai, como o Filho do Homem.

     Quando Estêvão estava sendo apedrejado, confessou ter visto Jesus, o Filho do Homem, em pé à destra de Deus (At 7:55-56). Antes do Senhor Jesus, não havia nenhum homem na glória. Ele foi o primeiro homem a estar lá. Assim como Jesus tornou-se Senhor e Cristo, encabeçando todas as coisas, Ele conferiu essa autoridade à igreja, a qual também será exaltada juntamente com Ele (Mt 28:18-19). 

    Em Sua segunda vinda, Cristo virá com Seus vencedores, e, juntos, regerão sobre as nações, no reino milenar. Então tudo estará consumado. Satanás, a besta, o falso profeta e a morte serão derrotados e lançados no lago de fogo. Amém! 


A RESSURREIÇÃO ASSEGURA NOSSA ESPERANÇA 


    Nos versículos 29 a 32 de 1 Coríntios 15, o apóstolo Paulo retomou seus argumentos acerca da ressurreição. Até uma prática herética entre os coríntios, de se batizarem pelos mortos, foi usada por Paulo para mostrar-lhes a existência da ressurreição. Eles faziam isso com a falsa expectativa de que, quando Cristo voltasse, seus parentes, que não tiveram oportunidade de serem batizados, seriam ressuscitados. 


    A ressurreição tem tanto valor para a vida cristã que o apóstolo disse que lutou com feras em Éfeso por causa da esperança da ressurreição. Os epicureus comiam, bebiam e morriam, pois para eles não haveria outra vida após a morte. Logo, tinham de aproveitar bem a presente vida, porque a morte seria o fim. Obviamente, Paulo queria mostrar-lhes que há, sim, esperança após a morte, a ressurreição. É a partir dela que toda a economia de Deus se consumará, conforme vimos no tópico acima.


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO NOS INTRODUZIU NA UNIDADE DO DEUS TRIÚNO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 16/10/2020


QUARTA SEMANA – SEXTA-FEIRA (Páginas 98 à 102)


Ler com oração:

Jo 14:20   Naquele dia, compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês.


A RESSURREIÇÃO NOS INTRODUZIU   NA UNIDADE DO DEUS TRIÚNO 


    Quando andava com Seus discípulos, o Senhor predisse Sua morte e Sua ressurreição três vezes, conforme registrado nos três primeiros evangelhos: no Evangelho de Mateus (16:21; 17:23; 20:19); no Evangelho de Marcos (8:31; 9:31; 10:34); e no Evangelho de Lucas (9:22; 18:33; 24:7). 


    A predição da morte e ressurreição do Senhor no Evangelho de João foi um pouco diferente. No capítulo 14, lemos: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. E vós sabeis o caminho para onde eu vou” (vs. 2-4). Depois de ouvir essas palavras, Tomé perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” (v. 5). Se estivéssemos no lugar dele, provavelmente, acrescentaríamos: Que lugar é esse? Que caminho devemos tomar para chegar lá? Então o Senhor prosseguiu: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (v. 6). Nessas palavras do Senhor temos uma importante dica: o lugar é o Pai, e o caminho para alcançá-Lo é o Filho.


     De acordo com esses versículos, o “ir” do Senhor diz respeito à Sua morte, e o “voltar”, à Sua ressurreição como Espírito. Para melhor esclarecimento, prestemos atenção aos versículos 16 e 17: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14). Quando o Senhor falou essas palavras, o Espírito ainda não tinha sido dado, porque Ele ainda vivia na terra. Era necessário Cristo ser crucificado, morrer, ressuscitar e ser glorificado para que o Espírito viesse a nós. Hoje, porém, como Cristo já passou por tudo isso, podemos ler esse versículo da seguinte forma: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e está em vós”. O Espírito da verdade ou da realidade já está em nós, que cremos. Por meio Dele, podemos viver a realidade do reino dos céus. 


    Outra importante questão é que, para se referir ao Pai, o Senhor usou a terceira pessoa do singular: “Ele vos dará outro Consolador”, mas, de repente, mudou para a primeira pessoa ao afirmar: “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (Jo 14:18). Desse modo, podemos entender que o Espírito da verdade não nos deixará órfãos. Isso prova que o Senhor rogou ao Pai para que enviasse outro Consolador, o qual é o Espírito da verdade, que é o próprio Cristo. 

    Tomando como base a conclusão acima, podemos entender melhor o versículo 20: “Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós” (Jo 14). O Senhor está no Pai, o Pai está no Senhor, o Senhor está em nós, e nós estamos no Senhor. Em outras palavras, nós estamos no Pai e no Filho. Isso é maravilhoso! 


    A fim de que façamos parte do Deus Triúno, o Senhor nos santifica. Leiamos: “A favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade” (Jo 17:19). Segundo esse versículo, de um lado, os discípulos foram incluídos na oração do Senhor; de outro, nós também fomos incluídos em Sua oração, conforme lemos: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra” (v. 20). Você e eu fomos incluídos na oração do Senhor porque viemos a crer Nele, por intermédio de Sua palavra.


     Prosseguindo, no versículo 21, lemos: “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17). Não tínhamos nada a ver com o Pai. Agora, o Pai é um com o Filho e o Filho é um com o Pai, para que também sejamos um com o Pai e com o Filho. 

    Para que essa unidade entre nós e o Deus Triúno seja real, precisamos de aperfeiçoamento. O versículo 23 diz: “Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim” (Jo 17). Estamos sendo aperfeiçoados nessa unidade.


 Ela não é exterior. Não se trata de um mero acordo de trégua. A unidade aqui é entre o Pai, o Filho e nós. 

    Por saber de nossas limitações, o Senhor colocou-nos na vida da igreja para sermos aperfeiçoados. Imagine se o Senhor entregasse tudo para nós, todas as Suas riquezas de uma única vez! Não iríamos aguentar, iríamos explodir. Por isso o Senhor nos colocou na vida da igreja, para sermos aperfeiçoados na unidade. 


    Prestemos atenção ao final do versículo 23: “Para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”. Esse versículo termina falando do amor. A base da vida da igreja é o amor. Não foi à toa que o apóstolo Paulo usou um capítulo inteiro de sua primeira carta aos coríntios para falar sobre o amor (1 Co 13). O amor é a essência dos dons. Tudo passará, menos o amor. Esse é o amor de Deus. 


A RESSURREIÇÃO – O ARREBATAMENTO DO FILHO VARÃO

 

    Vamos meditar um pouco mais no versículo 23 de 1 Coríntios 15. Nessa porção vemos que Cristo, as primícias, foi o primeiro a ressuscitar. Mas o versículo prossegue mostrando que os que “são de Cristo” também ressuscitarão. Vejamos esse assunto à luz da Primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (4:16-18). Pelo fato de Cristo ter sido o primeiro a ressuscitar, temos a realidade da ressurreição em nós e devemos viver segundo essa realidade. Ademais, acende em nós a esperança de que, um dia, ressuscitaremos fisicamente. 


    Geralmente, essas palavras da epístola aos tessalonicenses são usadas em funerais, a fim de consolar as famílias e amigos da pessoa que faleceu. Contudo, nessa porção, ainda há algo mais que devemos considerar: quando formos arrebatados entre as nuvens para o encontro do Senhor nos ares, todos nós seremos julgados no tribunal de Cristo (2 Co 5:10). Nessa ocasião, o Senhor determinará quem serão os vencedores. No entanto, se temos desfrutado da realidade do reino dos céus na vida da igreja, temos grande chance de fazer parte dos vencedores coletivos. 

    Sobre os vencedores coletivos, convém compreendermos o que foi registrado em Apocalipse 12. Esse capítulo descreve uma mulher que está sofrendo dores de parto, que representa a igreja no aspecto universal, compreendendo todos os filhos de Deus. Depois, vemos um grande dragão vermelho, que representa Satanás, o diabo, a antiga serpente, e sua cauda arrasta a terça parte das estrelas, representando a terça parte dos anjos que se rebelaram contra Deus por influência de Lúcifer. E, por fim, o filho varão, a quem esse dragão deseja devorar, que representa os vencedores (vs. 1-4, 9). 


    No versículo 5 de Apocalipse 12, lemos: “Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono”. Note que o filho varão não foi arrebatado para os ares, mas diretamente para o trono de Deus. Ou seja, esses vencedores serão julgados enquanto vivem na terra e servem na casa de Deus (1 Pe 4:17). Quando chegar o grande Dia, eles pegarão uma linha direta, um voo direto, sem escalas, até alcançar o terceiro céu, onde está o trono de Deus.


     Quando vejo esse cenário, fico entusiasmado, pois é muito possível que isso aconteça ainda nesta era, na nossa geração. Que façamos parte desse vencedor coletivo, corporativo! Não nos preocupemos apenas com nós mesmos. Hoje, a chance de sermos arrebatados vivos, com um grupo de irmãos, é muito maior do que no tempo do apóstolo Paulo. Busquemos esse caminho! Assim como o Senhor, não queremos que ninguém se perca. Se for preciso, carregaremos uns aos outros para que todos façam parte desse filho varão. Aleluia!


OS RESSUSCITADOS PARA O TRONO BRANCO


     Além da ressurreição dos filhos de Deus, haverá a ressurreição dos incrédulos mortos, a fim de serem julgados. Leiamos: “Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. [...] Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras” (Ap 20:5, 11-13). De acordo com esses versículos, quem não participou da primeira ressurreição (v. 5) será ressuscitado para o juízo (v. 13). Desse modo, o trono branco está relacionado com o julgamento dos mortos que não creram no Senhor. Estes não farão parte da primeira ressurreição. 



    Querido leitor, tenho uma grande notícia para você, e muito positiva por sinal: nós não faremos parte dessa ressurreição para o juízo. Ela é destinada às pessoas que não creram em Jesus ou não quiseram aceitar a pregação do evangelho quando lhe foi dada a oportunidade. Você e eu participaremos da ressurreição para a recompensa (Lc 14:14).


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO – ESSENCIAL À FÉ

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – QUINTA-FEIRA  15/10 (Páginas 95 à 97)


Ler com oração:

Rm 5:15  Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;


A RESSURREIÇÃO – ESSENCIAL À FÉ 


    Nos versículos 12 a 17 de 1 Coríntios 15, vemos como a ressurreição é estratégica e essencial para nossa fé. O texto diz: “Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. Não crer na ressurreição de Cristo torna vã a nossa pregação, ou seja, não tem efeito algum; torna vã a nossa fé. Seremos tidos por falsas testemunhas, pois estaremos indo contra Deus, uma vez que negar a ressurreição é o mesmo que duvidar de Deus; e, por fim, permaneceremos em nossos pecados, ou seja, não houve perdão de pecados. 


    Na época de Paulo, no judaísmo havia duas fortes correntes: os fariseus e os saduceus. Vejamos a diferença entre eles: “Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas” (At 23:8). A declaração dos saduceus afetava o viver da igreja em Corinto, comprometendo o dispensar de Deus aos santos e fazendo-os perder o sentido de ser cristãos. Diante disso, para assegurar nossa convicção de que Cristo ressuscitou, recomendo a você, querido leitor, declarar em alto e bom som: Cristo ressuscitou! A ressurreição existe sim! Amém! 

    Continuando, no versículo 18, lemos: “E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram” (1 Co 15). Na segunda vinda de Cristo, os irmãos que já morreram, identificados, nesse versículo, como “os que dormiram”, serão ressuscitados. Depois, os que ainda estiverem vivos terão seus corpos transfigurados, e, em seguida, todos serão arrebatados para o encontro do Senhor nos ares (1 Ts 4:13-17). 

    Prosseguindo: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15:19). Sem a clara convicção acerca da ressurreição, a infelicidade é uma certeza. Mas a nossa esperança em Cristo não se limita apenas a esta vida. Aleluia! Nós temos outra vida para viver. Nosso alvo é entrar no reino dos céus. 


A APARÊNCIA, A REALIDADE E A MANIFESTAÇÃO DO REINO


     Nos dias atuais, entre nós, cristãos, há dois aspectos em relação ao reino: a aparência e a realidade. A maneira como você e eu nos portamos no viver da igreja determinará se estaremos ou não na manifestação do reino. Esse é um assunto que faz parte do plano de Deus. 

    Hoje, estamos na era da graça, que inclui a realidade e a aparência do reino. Os que vivem a realidade do reino dos céus terão o direito de participar da sua manifestação, que é o galardão. Os que vivem a aparência, entretanto, serão lançados nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes, isto é, perderão o galardão de reinar com Cristo durante mil anos.


     Para entender melhor, considere que o reino de Deus compreende da eternidade passada à eternidade futura. Para entrar nele, basta nascer de novo por meio de crer no Senhor Jesus (Jo 3:5). O reino dos céus engloba a era atual, da igreja, na qual precisamos viver a realidade desse reino, e não a aparência (Mt 16:18-19). A manifestação desse reino, porém, está dentro do reino de Deus e é destinada aos vencedores hoje, ou seja, aos que levaram a sério a vida da igreja em seu cotidiano, estando dispostos a fazer a vontade de Deus (Mt 5:3, 10; 7:21). Então, quando vier o reino milenar, que é a era seguinte, será a manifestação dessa realidade (Mt 16:27). 

    Hoje, o reino está dentro de nós (Lc 17:21). Ninguém enxerga, mas, quando pregamos o evangelho, nosso intuito é levar a outros a realidade do reino dos céus, que é a vida da igreja. Quando formos para as ruas com a camisa com os dizeres “Posso orar por você?”, após a oração, é sempre bom deixar com a pessoa algum livro espiritual ou um exemplar do Jornal Árvore da Vida. Nosso desejo, além de abençoá-las com a oração, é também disponibilizar uma literatura saudável para sua edificação.  


A RESSURREIÇÃO – PROFETIZADA NAS ESCRITURAS


     Retomando, no versículo 20 de 1 Coríntios 15, lemos: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. A palavra “primícias”, nesse versículo, nos remete ao livro de Levítico e representa os frutos que amadureciam primeiro. Esses frutos eram colhidos, ofertados a Deus e movidos pelo sacerdote no dia imediato ao sábado, isto é, no domingo (23:10-12). Cristo, como as primícias, foi predito no Antigo Testamento. Usando a linguagem de Paulo, em sua primeira carta aos coríntios, Cristo refere-se às primícias da ressurreição, pois Ele ressuscitou primeiro. 


    Na Epístola aos Colossenses, Cristo é chamado de o primogênito de entre os mortos (1:18); em Efésios, Ele foi ressuscitado dentre os mortos (1:20); e, em Mateus, o Senhor ressuscitou no primeiro dia da semana, em um domingo. Esse fato foi percebido pelas irmãs Maria Madalena e a outra Maria, que chegaram bem cedo ao sepulcro, porque, com simplicidade, creram nas palavras do Senhor quando Ele disse que ressuscitaria ao terceiro dia (28:1-7).


    Vejamos, agora, o legado de Adão e o de Cristo. Leiamos: “Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15:21-22). Enquanto em Adão o pecado introduziu a morte nos homens, por meio de Cristo temos a ressurreição, e com ela, a vida (Rm 5:12, 15). 


    A partir do versículo 23 de 1 Coríntios 15, Paulo apresenta a ordem dos que ressuscitarão: “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”. Por ser o primeiro, Cristo é as primícias. Depois, seremos nós, os que são de Cristo, em Sua segunda vinda.


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – QUARTA-FEIRA 14/10 (Páginas 91 à 94)


Ler com oração:

Gl 2:20  Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.


         CAPÍTULO SEIS


       A RESSURREIÇÃO 


    No capítulo anterior, vimos que o desfrute de Cristo, como bebida e comida, nos livra das preferências e culmina na edificação da igreja. Em 1 Coríntios 3, vimos que a lavoura, algo repleto de vida, é para o edifício de Deus. Em Gênesis 2, temos o rio que sai do Éden, segue fluindo por toda a Bíblia, produzindo materiais para a edificação, e termina com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.

     Neste capítulo, trataremos de um aspecto extremamente importante para a fundamentação de nossa vida cristã, de nossa fé: a importância da ressurreição. A ressurreição gerou uma igreja prevalecente 


    A motivação do apóstolo Paulo para falar sobre a ressurreição foi, certamente, porque alguns irmãos da igreja em Corinto tinham dúvida a respeito disso. Preocupado com esse assunto, o apóstolo mostrou-lhes que a ressurreição é parte crucial do plano de Deus, de Sua economia neotestamentária. Se tirarmos a ressurreição da vida cristã, não haverá mais nada. Se existimos espiritualmente, é por causa da ressurreição de Cristo. 


    Após o viver humano perfeito de Jesus, Ele foi à cruz e morreu por nós e pelos nossos pecados. Sua morte na cruz pôs fim a todos os itens negativos do universo, tais como: o pecado (2 Co 5:21; Rm 8:3), os pecados (1 Pe 2:24), Satanás (Hb 2:14), o mundo (Gl 6:14; Jo 12:31), a velha criação (Cl 1:20), o velho homem (Rm 6:6), as ordenanças (Ef 2:15), o ego (Gl 2:20) e a carne (5:24). Quão eficaz foi a morte de Cristo! 


    Ao terceiro dia, o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mt 17:23; 20:19; 1 Co 15:4). Em seguida, Ele foi elevado aos céus (At 1:9-11), acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro (Ef 1:19-20); assentou-se à direita do Pai (Mc 16:19; Hb 1:3) e foi glorificado (1 Tm 3:16). Cristo se tornou o Espírito que dá vida para entrar no que Nele crer e invocar o Seu nome de todo o coração (Rm 10:9-10, 13).


     A igreja, que é composta dos que creem, foi produzida na ressurreição de Cristo. Por consequência, estamos acima de todas as coisas negativas: principados, potestades, pecado, pecados, Satanás, mundo, velha criação, velho homem, ordenanças, ego e carne. Logo, a igreja já nasceu vitoriosa. 

     Isso nos deve encorajar, principalmente, quando participamos da reunião da ceia do Senhor. Nesse tipo de reunião nossa postura não pode ser a de um derrotado. Depois de ter conhecimento de tudo o que Cristo passou e fez para gerar a igreja, nossas orações nessa reunião não podem limitar-se à confissão de pecados ou concentrar-se apenas nela. Não! Esse é um momento de vitória. Devemos celebrar uma festa ao Senhor, com o coração cheio de alegria. E o teor das nossas orações deve ser: “Senhor Jesus! Tu venceste a morte, Tu venceste tudo! E ainda do Teu lado saiu sangue e água. O sangue para nossa redenção, e a água para nos dar vida. Aleluia! E Tu nos colocaste numa posição de vitória! Estamos assentados Contigo, acima de todas as coisas negativas do universo! Amém!”. Com uma postura assim, individual e coletivamente, seremos vitoriosos, e a oração da igreja será prevalecente. Louvado seja o Senhor! 


TESTEMUNHAS OCULARES DA RESSURREIÇÃO 



    Agora temos um bom fundamento para dar início ao nosso desfrute do capítulo 15 de 1 Coríntios. No versículo 1, lemos: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais”. Graças ao Senhor pelo evangelho que nos foi anunciado! Esse evangelho não é somente da graça, o qual, pelo perdão de pecados, livra o homem da condenação eterna, o lago de fogo. Inclui ainda nosso crescimento de vida, tendo Cristo como a vida que devemos manifestar, e a igreja como nosso viver. 

    No versículo 2, lemos: “Por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão”. A melhor tradução da parte inicial desse versículo é: “Por ele também estamos sendo salvos”. Querido leitor, você creu em vão? Certamente não! Em minha experiência pessoal, quando cri, tinha total convicção no Senhor pela fé. Entretanto precisamos perseverar para continuarmos sendo salvos. 

    Continuando, nos versículos 3 e 4, temos: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou, segundo as Escrituras. Quando diz “segundo as Escrituras” é para que creiamos com fé em toda a Palavra de Deus. Nossa fé não se baseia na opinião de um ou no ponto de vista de outro, mas está baseada e focada na Palavra. A ressurreição, portanto, não é diferente. Nós a acolhemos pela fé na Palavra de Deus. 

     Entre os versículos 5 e 9, Paulo descreve que a ressurreição foi testemunhada, primeiramente, por Pedro e, em seguida, pelos doze apóstolos; depois, por mais de quinhentos irmãos; e, finalmente, por Paulo, que se considerou o menor dentre os apóstolos e nascido fora de tempo. Nessa descrição, vemos a humildade de Paulo. Por ter sido um perseguidor da igreja, daqueles que invocavam o nome do Senhor, ele não se considerava digno de merecer a aparição do Cristo ressurreto. No entanto, sob o prisma do arranjo divino, o Senhor o alcançou para levar adiante Seu ministério. 


A GRAÇA QUE TRABALHA CONOSCO


    Em 1 Coríntios 15:10, lemos: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Embora Paulo tenha se considerado o menor dos apóstolos, conforme o versículo anterior, e o menor de todos os santos (Ef 3:8), ele atribuía o que era à ação da graça de Deus em sua vida. Isso também se aplica a nós, uma vez que nossa utilidade para Deus é consequência da Sua graça. A graça veio depois da ressurreição de Cristo. Ele que a trouxe para nós (Jo 1:17). 

    Cabe ainda destacar no versículo 10 que a graça não pode tornar-se vã. Se formos sinceros com nós mesmos, admitiremos que o Senhor nos tem dado graça. Essa graça, porém, não deve tornar-se vã. Se, contudo, ela tem-se tornado vã, temos de nos arrepender e reconhecer que a graça nos foi outorgada para ser operada em nós e por nós. 


    Ainda no versículo 10 de 1 Coríntios 15, vemos: “Antes, trabalhei muito mais do que todos eles”. Paulo, o menor dos apóstolos, o menor de todos os santos, que viu o Senhor depois de todos os demais, disse que trabalhou muito mais do que todos eles. Aqui, “todos eles” são os apóstolos que estavam à frente dele. Paulo, entretanto, continuou a frase e concluiu humildemente: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Sem a graça, Paulo não poderia ser útil ao Senhor. Sem a graça, ele jamais poderia trabalhar. 


    Há dois versículos no livro de Gálatas que são muito pertinentes a esse assunto. No capítulo 2, versículos 20 e 21, lemos: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão”. Se combinarmos os dois textos acima, de 1 Coríntios e Gálatas, temos o seguinte: “Logo, já não sou eu quem vive, mas a graça vive em mim”. Em outras palavras, a graça vivendo em nós é o mesmo que Cristo vivendo em nós. 


    Além disso, o texto de Gálatas também mostra que não podemos anular a graça de Deus. Quanto mais graça experimentarmos, mais úteis seremos para Deus. Querido leitor, não tenha medo e não pense que você não é capaz de enfrentar as adversidades. Somente pela graça que vem do Senhor é que conseguimos passar por situações adversas sem murmurar. Lembre-se: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (1 Co 15:10b-11).



terça-feira, 13 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 13/10/2020



QUARTA SEMANA – TERÇA-FEIRA (Páginas 85 à 89)


Ler com oração:

2 Co 3:18  E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.


O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO 


    O apóstolo Paulo desfrutava do operar da cruz de Cristo em sua vida. Ele sabia que, depois da experiência de morte, viria a ressurreição. O Cristo que Paulo pregava em Corinto é o Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1 Co 1:23). Em Romanos 8:36, vemos: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Na experiência de Paulo, o efeito da cruz de Cristo, isto é, o operar da morte, não era de vez em quando, mas diariamente. Todas as vezes que o homem natural e caído quiser aparecer, você pode usar a prata, que representa a obra de Cristo. Nela, existe o efeito da cruz que aniquila nosso velho homem. 


    As pedras preciosas representam a obra do Espírito Santo. Graças ao Senhor, somos transformados por meio do Espírito que em nós habita. Aos poucos, a transformação em lavoura e em edifício de Deus está ocorrendo. Em Efésios 2:22, lemos: “No qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. A edificação não é algo para o futuro, mas para o presente. Aqui vemos que esse processo de edificação está acontecendo em nosso espírito, que é a habitação de Deus. Ele, como o Espírito Santo, habita em nós e deseja fazer uma obra de edificação. O Senhor quer ocupar todas as partes do nosso ser.


     Em 2 Coríntios 3:18, lemos: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. A transformação ocorre quando contemplamos o Senhor, que hoje é o Espírito. Ao nos aproximarmos Dele, inicia-se um processo de transformação, de um nível de glória para outro nível de glória. Precisamos contemplar Cristo todos os dias em nosso espírito. Assim como Davi, que tenhamos o desejo de contemplar Sua beleza e meditar em Seu templo. Precisamos clamar, pedir e buscar essa transformação (Sl 27:4). 


O DEUS TRIÚNO – O ÚNICO MATERIAL  PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA 


    O Deus Triúno é um rio que flui, produzindo vida e edificação para a igreja. Leiamos: “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix” (Gn 2:10-12). Esse rio teve origem no jardim do Éden, e seu destino é a nova Jerusalém (Ap 22:1). A terra por onde o rio passa, possui três materiais: o ouro, o bdélio e a pedra de ônix. O ouro representa a obra do Pai. O bdélio (a forma vegetal da pérola) é uma resina que sai de uma árvore. Hoje, ele é a prata, que representa a obra do Filho; e, na nova Jerusalém, será a pérola. A pedra de ônix representa a obra do Espírito Santo. Esses ricos materiais estão nesse maravilhoso rio, e, por onde ele passar, tudo viverá (Ez 47:9). 


    O livro de Ezequiel mostra que, à medida que temos experiência com os materiais desse rio, somos restringidos. Leiamos: “Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar” (47:3-5).


     Em nossa experiência, a água estar nos tornozelos significa que, inicialmente, apesar de sermos salvos e vivermos a vida da igreja, ainda não temos tanta restrição da vida divina. Nesse estágio, podemos movimentar-nos com muita facilidade, sem depender do Senhor. As águas ainda são superficiais em nossa vida; estão nos tornozelos. Porém, à medida que permitimos o trabalhar do Senhor em nós, o nível das águas aumentará. 


    No segundo estágio dessa experiência, as águas já estavam nos joelhos. Aqui, o cristão vive com mais restrições. Ele não faz tudo o que deseja, pois possui discernimento de que precisa ser guiado pelo Espírito, ou seja, pelas águas desse rio. Ele já não consegue andar de qualquer jeito, pois o Espírito o constrange. Assim, as águas crescem e sobem a tal ponto que ultrapassam seus lombos, e chegam a cobri-lo totalmente. 


    Nesse último estágio, o rio da água da vida, que é cheio de ouro, prata e pedras preciosas, passa a controlar os filhos de Deus, não permitindo que o atravessem por si sós. Quando estamos mergulhados nesse rio, o Espírito tem o controle da nossa vida. Nossas forças naturais foram vencidas pela força desse rio maravilhoso. Assim, passamos a ser conduzidos pelo Espírito, e nossas atitudes irão expressar os Seus frutos. 


    Para concluir o assunto sobre os ricos materiais para a edificação da igreja, leiamos a seguinte porção: “Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo. A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista. As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21:17-21).


     A nova Jerusalém será adornada com os ricos materiais que, hoje, devemos usar na edificação da igreja — ouro, pérola e pedras preciosas. A pérola é o resultado da dor produzida pela entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra contém uma substância lustrosa, chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar, cobrindo o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada. Assim, uma ostra que não foi ferida de modo algum produzirá pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. 


    Graças ao Senhor, o viver da igreja, que representa uma grande “ostra”, é o único ambiente capaz de produzir pérolas para Deus. Sim, estamos em um processo de transformação em que, na maior parte do tempo, assim como na formação de uma pérola, as dores causadas pelas feridas são inevitáveis. Porém estamos sendo preparados para reinar com Cristo por mil anos. Assim, se sofremos com Ele, em prol da edificação da igreja, não usando nosso ser natural, mas permitindo que o rio da água da vida conduza nossas atitudes, também com Ele seremos glorificados (Rm 8:17).


     Querido leitor, desfrute ao máximo de Cristo, pois Ele é rico, e Suas riquezas não têm fim. Esse desfrute irá capacitá-lo a edificar a igreja com os materiais adequados. A madeira, o feno e a palha não devem fazer parte de seu serviço a Ele; e sim o ouro, a prata e as pedras preciosas. Estes devem ser sua marca na edificação da igreja. Pelo seu desfrute de Cristo, hoje, a igreja torna-se essa maravilhosa lavoura, cheia de vida, para cultivar Cristo; e, no porvir, será um firme edifício, Sua habitação. Em outras palavras, a lavoura de Deus é para o edifício de Deus. É como vemos em Gênesis, em que um rio flui do jardim do Éden, produzindo os materiais para a edificação, passando por toda a Bíblia, e, finalmente, culminando com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O CRESCIMENTO VEM DE DEUS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 12/10/2020


QUARTA SEMANA – SEGUNDA-FEIRA (Páginas 81 à 85)


Ler com oração:

1 Co 3:10  Conforme a graça de Deus que me foi concedida, eu, como sábio construtor, lancei o alicerce, e outro está construindo sobre ele. Contudo, veja cada um como constrói.


O CRESCIMENTO VEM  DE DEUS

 

    Em 1 Coríntios 3:6-7, lemos: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”. O crescimento vem de Deus. Mas o que Paulo e Apolo plantavam e regavam? Cristo era o centro da pregação do evangelho. O termo “plantar” indica algo que não está morto, pois somente algo vivo se pode plantar e regar. Cristo é vivo e cheio de vida, suficiente para edificar a Sua igreja.


     No Evangelho de Mateus, Jesus disse que Ele é o semeador que saiu a semear a semente da vida em cada coração. Essa semente divina, que é a palavra de Deus, encontrou vários tipos de solo, que representam o coração do homem (13:1-9). Graças ao Senhor que essa semente, cheia de vida, caiu também em um solo fértil, que produz fruto a cem, a sessenta e a trinta por um. Esse solo somos nós! O fato de Paulo plantar e Apolo regar demonstra que a igreja deve ser uma esfera cheia do desfrute de Cristo. Todo o crescimento que provém de Deus terá como início o desfrute de Cristo. A igreja deve ser um ambiente de vida, paz e alegria no Espírito Santo, ou seja, cheio de vida. As regras e as doutrinas mortas não devem fazer parte desse viver, pois não trazem o crescimento em vida. Paulo e Apolo não levavam mandamentos e doutrinas mortas para os irmãos, mas apresentavam Cristo como comida e bebida espiritual.


     Amado leitor, o crescimento vem de Deus. Nós levamos o desfrute de Cristo e promovemos uma esfera cheia de vida, paz e alegria no viver da igreja. Deus é sábio. Ele não deixou o crescimento para o homem, pois, por causa do pecado, temos a tendência de nos orgulhar e de nos vangloriar das coisas boas que fazemos. Assim, Deus nos concede Sua graça, para que tenhamos parte no plantar e no regar em Sua igreja. Porém o crescimento está em Suas poderosas mãos, pois é Ele que completará toda a obra na igreja.


 SOMOS LAVOURA  DE DEUS 


    Prosseguindo, no versículo 9 lemos: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (1 Co 3). O crescimento de um cristão está relacionado ao desfrute da vida de Cristo. Como lavoura de Deus, somos uma semente que, ao ser cuidada pelos irmãos no viver da igreja, irá crescer e, por fim, frutificar. Como edifício, somos as pedras vivas, lapidadas diariamente no convívio uns com os outros nesse ambiente maravilhoso da igreja (1 Pe 2:5). O resultado será uma igreja edificada e cheia de vida.


 TUDO É SEGUNDO A  GRAÇA DE DEUS 

    OUTRO  EDFICA  SOBRE ELE 



    No versículo 10, lemos: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica” (1 Co 3). Paulo não trabalhava sozinho. Ele agradecia a todo o momento pela graça de Deus. Como prudente construtor, ele lançou o fundamento para a construção do edifício de Deus. Porém ele sabia qual era sua porção na edificação da igreja, sabia que outros iriam edificar sobre esse fundamento. Paulo não era egoísta; pelo contrário, era um humilde servo de Cristo e sabia qual era o seu ministério e a sua porção. O fundamento é Cristo. Apolo também tinha sua porção, a de regar. Paulo lançou um firme fundamento, e Apolo iria cooperar com essa construção. Por isso Paulo disse: “E outro edifica sobre ele”. A maturidade de Paulo fechou as brechas da preferência e da divisão. Ao dizer que Apolo também tinha a sua porção na edificação, Paulo estava dizendo aos irmãos em Corinto que todos são importantes e úteis na igreja de Deus, e que não há necessidade de disputa, pois tudo é segundo a graça de Deus. 


CADA  UM VEJA  COMO  EDIFICA


    Nós estamos inseridos na edificação da igreja. Essa palavra não se restringe apenas a Paulo e a Apolo, mas é para todos os filhos de Deus. Nas reuniões da igreja, por exemplo, não podemos ser passivos, mas devemos apresentar-nos para servir. Todos nós temos uma porção de Cristo capaz de edificar Sua igreja. 


    Em Efésios 4:11-12, lemos: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. Nessa porção das Escrituras, a tradução para o português foi um pouco modificada. Segundo o original grego, a melhor tradução para a parte final é: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério”. Isso significa que todos nós precisamos ser aperfeiçoados para participar da obra do ministério. Não podemos esquivar-nos ou queimar etapas; Deus quer aperfeiçoar-nos, e precisamos passar por todas as fases desse aperfeiçoamento. O CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho) é uma poderosa ferramenta que o Senhor concedeu para o aperfeiçoamento dos santos. Temos unidades do CEAPE em diversas regiões do Brasil e do mundo. Gostaria de encorajá-lo a separar um tempo para participar desse aperfeiçoamento. Ore ao Senhor e peça essa oportunidade de se consagrar durante um ano somente a Ele. O CEAPE oferece um aperfeiçoamento intensivo. Ali você será colocado em várias circunstâncias nas quais somente o Senhor poderá supri-lo com graça e salvação. Isso não significa que não estamos sendo aperfeiçoados na igreja. Todavia, no CEAPE, o processo de aperfeiçoamento é mais rápido. 


    SOMOS PEDRAS VIVAS PARA A EDIFICAÇÃO

                  


     Leiamos 1 Pedro 2:4-5: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”. Somos pedras vivas, e não mortas. A vida de Cristo está em nós, uma vida que destruiu a morte, o pecado e todas as coisas negativas. Essa vida é triunfante. Para Deus, somos essas pedrinhas capazes de cooperar na edificação da Sua igreja.


     Em 1 Coríntios 3, vemos as duas características da igreja, como lavoura e edifício de Deus, agora mescladas (v. 9). Em Efésios 3:17, vemos duas expressões que nos remetem a esses dois aspectos: “Assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor”. Um único versículo reuniu os dois aspectos, lavoura e edifício. O termo “arraigados” está relacionado a lançar raízes, ou seja, ser uma lavoura com profundidade em Cristo; enquanto “alicerçados em amor” significa que a construção do edifício é em amor. Em nossa experiência, ao desfrutar de Cristo, devemos aprofundar nossas raízes Nele, e o alicerce dessa construção é o amor. 


OS MATERIAIS PARA A EDIFICAÇÃO


     Em 1 Coríntios 3:12-13, lemos: “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará”. Precisamos usar os materiais adequados para edificar a igreja. Nesses versículos, vemos duas importantes questões para que nossa vida cristã seja sólida e viva. 


    Por um lado, o fundamento, que é Cristo, já está pronto. Paulo lançou esse firme alicerce, e não podemos substituí-lo por nada. Para evitar qualquer divisão na igreja, Deus, sabiamente, colocou Cristo como alicerce. Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já foi posto, Cristo Jesus. 


    Por outro lado, todos nós participamos da edificação da igreja. Não servir e não cooperar com o Senhor também é um tipo de edificação. Existem materiais preciosos e materiais que não possuem nenhum valor para a edificação. O ouro representa a natureza de Deus Pai; a prata representa a redenção de Cristo (Mt 26:15); e as pedras preciosas, o operar transformador do Espírito. Estes são materiais riquíssimos, pois representam a edificação com o Deus Triúno. Já madeira, feno e palha são materiais pobres, que só ocupam espaço, e representam nossa natureza caída, que busca edificar a igreja sem Cristo. Sem o revestimento de Cristo, seremos apenas madeira, feno e palha. 


    No Antigo Testamento, nos utensílios do tabernáculo, a madeira era de acácia, de qualidade. O cupim e os bichos não conseguiam corroê-la. Porém, mesmo com essas características, para servir a Deus como utensílio no tabernáculo, essa madeira precisava ser recoberta de ouro, pois o ouro representa a natureza de Deus. Mesmo que o homem tenha um padrão moral, social e econômico, assim como a qualidade de uma madeira de acácia, para servir ao Senhor na igreja, o que realmente importa é o revestimento do Deus Triúno (Êx 25:10-11; 36:20-34). 


    Querido leitor, quais materiais você tem usado na edificação da igreja? No dia do Senhor toda a nossa obra será manifesta. Hoje, porém, temos uma saída. Se percebermos que estamos usando madeira, feno e palha, basta nos arrependermos e buscarmos a Cristo para que os materiais sejam substituídos pelo próprio Deus Triúno. Ainda neste tempo, no viver da igreja, Deus usará o fogo para provar nossa obra. O ouro, a prata e as pedras preciosas conseguem passar pela provação do fogo em altas temperaturas; a madeira, o feno e a palha, porém, serão extintos mesmo em baixas temperaturas.


domingo, 11 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA DESFRUTAR DE CRISTO – O CAMINHO DA SALVAÇÃO NOSSA BEBIDA

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


DIA: 11/10/2020


TERCEIRA SEMANA – DOMINGO (Páginas 78 à 81)


Ler com oração:

1 Tm 4:6  Se você transmitir essas instruções aos irmãos, será um bom ministro de Cristo Jesus, nutrido com as verdades da fé e da boa doutrina que tem seguido.


DESFRUTAR  DE CRISTO – 

O CAMINHO DA SALVAÇÃO 

     NOSSA BEBIDA 


    No viver da igreja, um cristão, ao desfrutar de Cristo, produz impactos enormes. Carecemos não de um alto conhecimento bíblico ou de um viver democrático, como a igreja em Corinto buscava. O que mais necessitamos é desfrutar de Cristo.


     Em Corinto, devido à forte cultura grega, as reuniões eram feitas como em um parlamento, um congresso nacional. Todos tinham o direito de falar e, quanto mais falavam, mais necessitavam falar. Você gostaria que as reuniões da igreja tivessem esse tipo de ambiente controlado pelo homem, ou controlado pelo Espírito? Na igreja existe ordem e direção. Nas reuniões da igreja em Corinto todos falavam o que queriam, era uma verdadeira democracia. Contudo não havia o suprimento da vida de Cristo. O real desfrute de Cristo, nas reuniões da igreja, não vem pela democracia, mas pela teocracia, em que Deus é o centro da reunião. Cristo é o banquete das reuniões. Paulo tinha o desejo de alimentar a igreja em Corinto não com doutrinas. Ele disse: “Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido” (1 Co 3:2). Seu encargo era simplesmente levar os irmãos a beber e se alimentar de Cristo. O viver da igreja é muito simples.

 Voltemos à simplicidade de invocar o nome do Senhor e desfrutar da Sua presença. 


    No Evangelho de João, Cristo é apresentado de várias maneiras para que o homem desfrute Dele. Uma delas é que Cristo é a bebida. Ele pode saciar a sede espiritual de todo aquele que Nele crê. Leiamos: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Essa fonte que não para de jorrar está dentro de você. Na igreja não deve haver discussões, democracia ou quem fala melhor ou pior. Não! Temos Cristo como a água viva, a verdadeira bebida que jorra do nosso interior. Se desfrutarmos Dele, as pessoas ao nosso redor serão contagiadas com essa água viva que está a jorrar.


     Continuando no Evangelho de João, lemos: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:37-38). Aleluia! Temos rios de água viva que estão prontos para fluir de nós por meio da pregação do evangelho. 


    Outro meio poderoso de fazer esses rios jorrarem, é invocar o nome do Senhor Jesus. Todas as vezes que invocamos o Seu grandioso nome, nós somos curados. Esse nome é doce e refrigera a alma. Como é bom desfrutar de Cristo ao clamar Seu nome! Experimente agora mesmo! Invoque várias vezes durante o dia. Ó Senhor Jesus! Ó Senhor Jesus! Ó Senhor Jesus! E você perceberá que em seu interior há rios cheios de vida, querendo fluir e abençoar outros. 



     NOSSA COMIDA



     Cristo, além de ser nossa bebida, é nossa comida. Uma comida cheia de nutrientes. Leiamos: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. [...] Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá” (Jo 6:51, 57). Graças ao Senhor, no viver da igreja temos a palavra profética, um falar que nos dá direção. O falar de Cristo é capaz de nos sustentar nos momentos mais difíceis. Por isso a igreja, com simplicidade e obediência, deve receber a palavra dos Seus profetas e, rapidamente, praticá-la. 


    Em 1 Timóteo 4:6, lemos: “Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”. Nesse versículo, vemos que precisamos expor as Escrituras. Isso significa que somos como um “garçom”, que leva a comida até a mesa. No viver da igreja somos “garçons” que alimentam a todos. O Alimento Diário (um devocional semestral, publicado por esta editora, composto por seis volumes, com quatro semanas cada, contendo a palavra profética dispensada nas conferências internacionais, realizadas na Estância Árvore da Vida, em Sumaré-SP, e algumas conferências regionais) tem muitas riquezas escondidas. Se não gastarmos tempo, labor e dedicação na sua leitura, como seremos bons ministros de Cristo Jesus? Somos garçons que levam um cardápio recheado das riquezas de Cristo para que todos se alimentem e sejam fortalecidos; assim, precisamos gastar tempo com o desfrute da Palavra de Deus. 


O PODER DE LER-ORAR A PALAVRA


    Transformar a Palavra de Deus em nossa oração é a oração mais poderosa. Em minhas visitas e viagens às igrejas, tenho sentido que estamos perdendo o real significado de ler e orar a Palavra de Deus. Nas reuniões, ao ler e orar algum versículo das Escrituras, percebo que “comemos” rapidamente; não gastamos tempo. Em menos de um minuto já finalizamos um determinado versículo. No mundo animal, por exemplo, ao oferecer uma picanha a um cachorro, ele rapidamente engole aquele saboroso pedaço de carne. É certo que ele não desfrutou do sabor, e os nutrientes daquela carne não foram totalmente processados. Com os animais ruminantes é diferente. O boi, por exemplo, mastiga várias vezes, desfrutando do sabor e retirando, ao máximo, os nutrientes do capim. De igual maneira, gastemos tempo ao ler e orar a Palavra de Deus e seremos grandemente ajudados por ela. Precisamos realmente degustar a Palavra, entrar nela, e essa prática maravilhosa será nosso viver.


sábado, 10 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A LUTA ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 10/10/2020


TERCEIRA SEMANA – SÁBADO (Páginas 76 à 78)


Ler com oração:

Rm 8:6   A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz;


A LUTA ENTRE  A CARNE  E O ESPÍRITO 


    Os cristãos vivem em constante luta. Sua mente é um campo de batalha. O apóstolo Paulo chamou os irmãos da igreja em Corinto de carnais, pois a mente deles, a parte líder da alma, estava, a todo o momento, voltada para as coisas humanas, terrenas e caídas, conforme lemos: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais” (1 Co 3:1-2). Apesar de serem convertidos e terem o Espírito no seu interior, mesclado ao seu espírito, os irmãos de Corinto tinham dificuldade de exercitar o Espírito. A falta de exercício do Espírito faz com que nossa mente corra, rapidamente, para praticar as coisas da carne. Em nós mesmos, a mente jamais terá forças para buscar ou para querer fazer a vontade de Deus. Por isso precisamos exercitar o espírito por meio da leitura bíblica, da oração, do louvor, das reuniões e dos serviços da igreja. 


    O ambiente da igreja é espiritual; assim, devemos buscar, ao máximo, colocar nossa mente nas coisas do alto. Como vivemos a vida da igreja? No Espírito ou na carne? Depende de onde está nossa mente. Lembre-se: nossa mente não tem vida própria. Ela é comparada a um pêndulo que penderá para um lado ou para o outro. Ou vivemos no Espírito ou estamos na carne (Rm 8:6). Se buscarmos o Senhor, praticando os itens apresentados acima, o Espírito que em nós habita, controlará nossa mente; e, assim, seremos uma bênção para Deus e para a igreja. O resultado de exercitar o Espírito é vida e paz.

 

    Em Gálatas 5:17, lemos: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”. Querido leitor, a maior guerra não ocorre fora de nós, mas em nosso interior. Quem decide o vencedor dessa guerra é sua própria mente. A carne, se colocada no Espírito, será subjugada, e você desfrutará, da parte de Cristo, vida abundante e paz plena. Invocar o nome do Senhor é algo poderoso para nos manter no Espírito. Quanto mais invocarmos Seu nome, mais estaremos nessa esfera espiritual. Faça sua escolha! Não troque esse ambiente espiritual por nada. Decida viver no Espírito!


 CIÚMES  E CONTENDAS OU AS COMPAIXÕES DE CRISTO?



    Em 1 Coríntios 3:3, lemos: “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?”. Aqui, Paulo revela o motivo de os coríntios serem carnais. O viver dos irmãos era pautado nas preferências que geravam ciúmes e contendas na igreja. Entre nós, há ciúmes ou não? Por vezes, nossas dificuldades não são tão expostas como as da igreja em Corinto; porém, no interior, podemos alimentar ciúmes em relação a determinado irmão que fala bem ou se destaca nos serviços. Todos nós temos o “veneno” do ciúme em nossa natureza caída. Precisamos viver no Espírito, que, por meio do poder da cruz de Cristo, tratará de maneira completa esse sentimento negativo. Porém, caso não seja tratado e continuemos vivendo a vida da igreja sem dar atenção a esse assunto, nossa carne se alimentará desse “veneno” que gera destruições no ambiente da igreja. O resultado disso será uma igreja dividida pelas contendas e preferências. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos livre dessa situação. 


    Por outro lado, existe algo contrário aos ciúmes e à contenda, capaz de trazer uma esfera de paz, alegria e encorajamento no viver da igreja. Em Filipenses, lemos: “Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias” (2:1). São os entranhados afetos e misericórdias de Cristo. A expressão “entranhados afetos” refere-se à humanidade de Cristo em Sua profundidade, ou seja, no mais íntimo do Seu ser; uma compaixão que sai das Suas entranhas.


     Devemos expressar a todos os homens as ternas misericórdias que Cristo demonstrou por nós, ao perdoar nossos pecados. Por exemplo, somente poderemos nos compadecer de alguém com dor de dente, se tivermos passado por essa mesma situação dolorosa e desconfortável. Alguém que não tenha sentido essa dor não entenderá a queixa da pessoa que está nessa situação. Porém, se soubermos o quanto dói, iremos compadecer-nos imediatamente. Lembraremos o quanto é desconfortável e diremos que somente um dentista poderá salvar essa pessoa. Assim é a humanidade de Cristo. Ele passou por tudo que estamos vivenciando hoje e sabe como ter empatia, encorajar-nos, aliviar nossas dores e, por fim, salvar-nos. Da mesma maneira que Cristo cuida de nós, devemos cuidar uns dos outros. Assim, o viver da igreja será muito abençoado.


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA LAVOURA DE DEUS E EDIFÍCIO DE DEUS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 09/10/2020


TERCEIRA SEMANA – SEXTA-FEIRA (Páginas 73 à 76)


Ler com oração:

Jo 6:27  Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem dará a vocês. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação".


      Capítulo cinco 

LAVOURA DE DEUS E EDIFÍCIO DE DEUS 


    No capítulo anterior, vimos que o livro de Romanos foi colocado antes das epístolas de Primeira e Segunda Coríntios, segundo o arranjo divino. Além disso, tivemos uma visão panorâmica da Epístola de Paulo aos Romanos, mostrando que, para lidar com os problemas da igreja, precisamos, antes, da salvação completa de Deus, que é a solução para todos os problemas. 


    Neste capítulo, falaremos sobre a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, dando ênfase ao capítulo três. Esse capítulo mostra que nosso desfrute de Cristo resulta na igreja como lavoura e edifício de Deus. Nada traz tantos benefícios espirituais para os cristãos do que desfrutar de Cristo. Ele é a bebida e a comida que todos os cristãos precisam desfrutar. O resultado disso é a edificação da igreja (Jo 7:37-38, 6:48, 57)

    Na igreja em Corinto, conforme a primeira carta de Paulo destinada a ela, percebemos a carência do real desfrute de Cristo. O coração dos irmãos não estava focado na obra do Cristo crucificado, mas na filosofia e na sabedoria humana que eram produzidas pelo mundo (1 Co 1:18-25). Diante disso, o apóstolo mostra que Cristo e a cruz são a solução única para todos os problemas enfrentados por essa igreja. A vitória dos cristãos sobre seus problemas não é fixar os olhos na sabedoria do mundo, mas mergulhar o coração em Cristo, que é poderoso para solucioná-los. 


PREFERÊNCIA  E  DIVISÃO  – 

OS PRINCIPAIS  PROBLEMAS DA IGREJA


     Em 1 Coríntios 1:4-7, lemos: “Sempre dou graças a [meu] Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo”. Nesses versículos, o apóstolo Paulo mostra que a igreja em Corinto não era pobre, e sim rica em toda a palavra e conhecimento. 


    Em uma igreja tão rica em palavra e conhecimento não deveria haver preferências e divisão. Para isso, Paulo exorta-os a voltar à genuína unidade, conforme está escrito: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo” (1 Co 1:10-12). Mesmo entre aqueles que causavam divisão, alguns “preferiam” a Cristo; porém Paulo os colocou na mesma medida dos que tinham preferência por ele mesmo, por Apolo e por Cefas. Que sabedoria Paulo teve ao lidar com o “câncer” da preferência. Os irmãos que preferiam somente a Cristo pareciam ser mais “espirituais” que os outros. Paulo, porém, pelo discernimento do Espírito, viu que todas essas preferências, mesmo a mais “espiritual”, não produziam a mesma disposição mental e o mesmo parecer. Todavia as contendas, as preferências e a divisão faziam parte do viver da igreja em Corinto. Por isso Paulo os chamou de carnais, de crianças em Cristo (1 Co 3:1-2). 


    Já aprendemos uma grande lição neste início. O conhecimento na forma de filosofias, ideias e palavras motivacionais não será capaz de fechar as brechas das preferências e das divisões na igreja. Mais cedo ou mais tarde, a igreja que vive nessa esfera certamente sofrerá com divisões entre os irmãos. A falta de experiência com o Cristo crucificado é o grande fator que nos leva a viver nessa esfera que danifica a igreja de Deus. 


OS JUDEUS PEDEM SINAIS E OS GREGOS BUSCAM SABEDORIA

  


     Continuando, em 1 Coríntios 1:22, Paulo revela que, além das preferências e das divisões, na igreja em Corinto havia dois grupos distintos. Leiamos: “Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria”. Os judeus pediam sinais e os gregos buscavam sabedoria. O povo judeu, desde o Antigo Testamento, provou as promessas de Deus por meio de sinais. Deus fazia grandes milagres para os filhos de Israel. Ao desfrutarmos dos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, fica evidente que, em toda a história de Israel, o povo judeu foi dependente de milagres feitos por Deus. Assim, os judeus, mesmo vivendo na era do Novo Testamento, estão acostumados com milagres e sinais (Mt 16:1-4). 


    Os gregos buscavam sabedoria. Em Atos 17:16-18, vemos como a cidade de Corinto foi influenciada pela sabedoria humana caída. Leiamos: “Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade. Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali. E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição”. Na época de Paulo, os epicureus e os estoicos referiam-se a duas correntes filosóficas atuantes nas praças das principais cidades gregas, nesse caso, Atenas. Os epicureus não acreditavam na ressurreição e convenciam as pessoas de que deveriam aproveitar a vida, fazendo o que bem quisessem e atendendo a todos os caprichos, pois nada haveria após a morte; enquanto os estoicos ensinavam que o comportamento das pessoas era o melhor indício para um bom modo de vida, e suas crenças estavam enraizadas na natureza. Ambas as filosofias evidenciavam que, naquela época, era comum os gregos apreciarem esse tipo de sabedoria humana. Paulo foi chamado de tagarela, pois seu espírito se revoltou ao ver a idolatria reinante naquela cidade. Ele passou a pregar o evangelho em todos os lugares, seja em sinagogas ou em praças. 

    O versículo 19 continua: “Então, tomando-o consigo, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas?” (At 17). 


Areópago era um lugar aonde os gregos, sedentos por sabedoria humana, iam para ouvir as últimas novidades (v. 21). A filosofia humana reinava naquele lugar e influenciava todo o mundo grego da época, que incluía a cidade de Corinto. Paulo, entretanto, não aceitava tal condição e os chamou de idólatras. Ele pregava a palavra de Deus todos os dias a todos que encontrava. 


    Na Epístola aos Filipenses, há uma advertência para quem busca a sabedoria deste século. Assim diz: “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas” (Fp 3:18-19).


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O VIVER PRÁTICO DA IGREJA UMA SÍNTESE DOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA:08/10/2020



TERCEIRA SEMANA – QUINTA-FEIRA (Páginas 71 à 72)


Ler com oração:

Rm 12:11  Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.


O VIVER PRÁTICO DA IGREJA

UMA SÍNTESE DOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS 

     DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS


     Nos capítulos 1 a 8 de Romanos, o apóstolo Paulo nos transporta para as regiões celestiais com a revelação do evangelho completo de Deus. O Senhor preparou uma salvação completa para Seus filhos. O desejo de Deus é que, acima das revelações, tenhamos um viver prático no ambiente da igreja junto com outros irmãos. Os capítulos 9 a 11 foram direcionados aos judeus e apresentam a eleição de Deus. E, por fim, os capítulos 12 a 16 mostram o viver prático da igreja. Agora, veremos, brevemente, como deve ser esse viver.


     Em Romanos 12, vemos a importância de apresentar o corpo, a alma e o espírito nos serviços da igreja. Devemos apresentar nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Sabemos que o corpo sofre com as pressões do mundo, e Paulo também sabia disso; então, para nos encorajar, rogou para que nosso serviço ao Senhor seja em virtude das Suas misericórdias. Além do corpo, a alma também precisa estar engajada. O mundo quer moldar nossa mente, que é a parte líder da alma, com o presente século (aion). Para não cairmos nessa cilada, é preciso buscar a renovação da mente, preenchendo-a com a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita. Por fim, para servir ao Senhor, precisamos ser fervorosos de espírito: “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12:11). Aqui, o termo “remisso” significa preguiçoso e está relacionado com as coisas do Senhor, com perder o zelo e o fervor no serviço a Ele. Quando apresentamos o corpo, a mente é renovada, e o espírito se torna fervoroso (Rm 12:1-2). 

    Em Romanos 13, Paulo fala sobre a importância da obediência às autoridades instituídas e sobre o amor ao próximo.


     No capítulo 14, Paulo traz-nos luz ao dizer que não estamos aptos a julgar nenhum filho de Deus. O Senhor deseja que o viver da igreja seja um ambiente de inclusão de todos os filhos de Deus. Se Ele acolheu determinado irmão, quem somos nós para excluí-lo? 


    No capítulo 15, Paulo nos adverte a suportar os mais fracos. Precisamos buscar agradar ao próximo, e não a nós mesmos. Assim como Cristo nos acolheu, devemos imitá-Lo e acolher a todos no viver prático da igreja. Não podemos restringir os serviços da igreja aos que consideramos mais capazes. É de vital importância incluir os mais fracos nos serviços, para que também recebam, de Deus, graça e desfrute. Assim, os mais debilitados, aos poucos, crescerão em vida. A graça e o desfrute que ganhamos, quando servimos o Senhor, são poderosos para gerar crescimento. 


    E, por último, no capítulo 16, Paulo lembra nominalmente cada irmão e recomenda-os à igreja. O coração de Paulo era inclusivo. Aleluia! Ele via em cada irmão, irmã, casal e família grande potencial para ser útil ao Senhor. 


    Assim, o evangelho completo de Deus é a solução para os problemas encontrados na Primeira Epístola aos Coríntios. Ao ler esse capítulo, fica claro o motivo que levou o Espírito Santo a colocar na Bíblia o livro de Romanos antes de 1 e 2 Coríntios. A saída para os inúmeros problemas que existiam na igreja em Corinto e para as dificuldades que encontramos na igreja hoje é a prática do conteúdo da Epístola de Paulo aos Romanos. Nela temos os ingredientes necessários para vencer todos os problemas. Louvado seja o Senhor!