quarta-feira, 14 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – QUARTA-FEIRA 14/10 (Páginas 91 à 94)


Ler com oração:

Gl 2:20  Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.


         CAPÍTULO SEIS


       A RESSURREIÇÃO 


    No capítulo anterior, vimos que o desfrute de Cristo, como bebida e comida, nos livra das preferências e culmina na edificação da igreja. Em 1 Coríntios 3, vimos que a lavoura, algo repleto de vida, é para o edifício de Deus. Em Gênesis 2, temos o rio que sai do Éden, segue fluindo por toda a Bíblia, produzindo materiais para a edificação, e termina com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.

     Neste capítulo, trataremos de um aspecto extremamente importante para a fundamentação de nossa vida cristã, de nossa fé: a importância da ressurreição. A ressurreição gerou uma igreja prevalecente 


    A motivação do apóstolo Paulo para falar sobre a ressurreição foi, certamente, porque alguns irmãos da igreja em Corinto tinham dúvida a respeito disso. Preocupado com esse assunto, o apóstolo mostrou-lhes que a ressurreição é parte crucial do plano de Deus, de Sua economia neotestamentária. Se tirarmos a ressurreição da vida cristã, não haverá mais nada. Se existimos espiritualmente, é por causa da ressurreição de Cristo. 


    Após o viver humano perfeito de Jesus, Ele foi à cruz e morreu por nós e pelos nossos pecados. Sua morte na cruz pôs fim a todos os itens negativos do universo, tais como: o pecado (2 Co 5:21; Rm 8:3), os pecados (1 Pe 2:24), Satanás (Hb 2:14), o mundo (Gl 6:14; Jo 12:31), a velha criação (Cl 1:20), o velho homem (Rm 6:6), as ordenanças (Ef 2:15), o ego (Gl 2:20) e a carne (5:24). Quão eficaz foi a morte de Cristo! 


    Ao terceiro dia, o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mt 17:23; 20:19; 1 Co 15:4). Em seguida, Ele foi elevado aos céus (At 1:9-11), acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro (Ef 1:19-20); assentou-se à direita do Pai (Mc 16:19; Hb 1:3) e foi glorificado (1 Tm 3:16). Cristo se tornou o Espírito que dá vida para entrar no que Nele crer e invocar o Seu nome de todo o coração (Rm 10:9-10, 13).


     A igreja, que é composta dos que creem, foi produzida na ressurreição de Cristo. Por consequência, estamos acima de todas as coisas negativas: principados, potestades, pecado, pecados, Satanás, mundo, velha criação, velho homem, ordenanças, ego e carne. Logo, a igreja já nasceu vitoriosa. 

     Isso nos deve encorajar, principalmente, quando participamos da reunião da ceia do Senhor. Nesse tipo de reunião nossa postura não pode ser a de um derrotado. Depois de ter conhecimento de tudo o que Cristo passou e fez para gerar a igreja, nossas orações nessa reunião não podem limitar-se à confissão de pecados ou concentrar-se apenas nela. Não! Esse é um momento de vitória. Devemos celebrar uma festa ao Senhor, com o coração cheio de alegria. E o teor das nossas orações deve ser: “Senhor Jesus! Tu venceste a morte, Tu venceste tudo! E ainda do Teu lado saiu sangue e água. O sangue para nossa redenção, e a água para nos dar vida. Aleluia! E Tu nos colocaste numa posição de vitória! Estamos assentados Contigo, acima de todas as coisas negativas do universo! Amém!”. Com uma postura assim, individual e coletivamente, seremos vitoriosos, e a oração da igreja será prevalecente. Louvado seja o Senhor! 


TESTEMUNHAS OCULARES DA RESSURREIÇÃO 



    Agora temos um bom fundamento para dar início ao nosso desfrute do capítulo 15 de 1 Coríntios. No versículo 1, lemos: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais”. Graças ao Senhor pelo evangelho que nos foi anunciado! Esse evangelho não é somente da graça, o qual, pelo perdão de pecados, livra o homem da condenação eterna, o lago de fogo. Inclui ainda nosso crescimento de vida, tendo Cristo como a vida que devemos manifestar, e a igreja como nosso viver. 

    No versículo 2, lemos: “Por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão”. A melhor tradução da parte inicial desse versículo é: “Por ele também estamos sendo salvos”. Querido leitor, você creu em vão? Certamente não! Em minha experiência pessoal, quando cri, tinha total convicção no Senhor pela fé. Entretanto precisamos perseverar para continuarmos sendo salvos. 

    Continuando, nos versículos 3 e 4, temos: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou, segundo as Escrituras. Quando diz “segundo as Escrituras” é para que creiamos com fé em toda a Palavra de Deus. Nossa fé não se baseia na opinião de um ou no ponto de vista de outro, mas está baseada e focada na Palavra. A ressurreição, portanto, não é diferente. Nós a acolhemos pela fé na Palavra de Deus. 

     Entre os versículos 5 e 9, Paulo descreve que a ressurreição foi testemunhada, primeiramente, por Pedro e, em seguida, pelos doze apóstolos; depois, por mais de quinhentos irmãos; e, finalmente, por Paulo, que se considerou o menor dentre os apóstolos e nascido fora de tempo. Nessa descrição, vemos a humildade de Paulo. Por ter sido um perseguidor da igreja, daqueles que invocavam o nome do Senhor, ele não se considerava digno de merecer a aparição do Cristo ressurreto. No entanto, sob o prisma do arranjo divino, o Senhor o alcançou para levar adiante Seu ministério. 


A GRAÇA QUE TRABALHA CONOSCO


    Em 1 Coríntios 15:10, lemos: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Embora Paulo tenha se considerado o menor dos apóstolos, conforme o versículo anterior, e o menor de todos os santos (Ef 3:8), ele atribuía o que era à ação da graça de Deus em sua vida. Isso também se aplica a nós, uma vez que nossa utilidade para Deus é consequência da Sua graça. A graça veio depois da ressurreição de Cristo. Ele que a trouxe para nós (Jo 1:17). 

    Cabe ainda destacar no versículo 10 que a graça não pode tornar-se vã. Se formos sinceros com nós mesmos, admitiremos que o Senhor nos tem dado graça. Essa graça, porém, não deve tornar-se vã. Se, contudo, ela tem-se tornado vã, temos de nos arrepender e reconhecer que a graça nos foi outorgada para ser operada em nós e por nós. 


    Ainda no versículo 10 de 1 Coríntios 15, vemos: “Antes, trabalhei muito mais do que todos eles”. Paulo, o menor dos apóstolos, o menor de todos os santos, que viu o Senhor depois de todos os demais, disse que trabalhou muito mais do que todos eles. Aqui, “todos eles” são os apóstolos que estavam à frente dele. Paulo, entretanto, continuou a frase e concluiu humildemente: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Sem a graça, Paulo não poderia ser útil ao Senhor. Sem a graça, ele jamais poderia trabalhar. 


    Há dois versículos no livro de Gálatas que são muito pertinentes a esse assunto. No capítulo 2, versículos 20 e 21, lemos: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão”. Se combinarmos os dois textos acima, de 1 Coríntios e Gálatas, temos o seguinte: “Logo, já não sou eu quem vive, mas a graça vive em mim”. Em outras palavras, a graça vivendo em nós é o mesmo que Cristo vivendo em nós. 


    Além disso, o texto de Gálatas também mostra que não podemos anular a graça de Deus. Quanto mais graça experimentarmos, mais úteis seremos para Deus. Querido leitor, não tenha medo e não pense que você não é capaz de enfrentar as adversidades. Somente pela graça que vem do Senhor é que conseguimos passar por situações adversas sem murmurar. Lembre-se: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (1 Co 15:10b-11).



terça-feira, 13 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 13/10/2020



QUARTA SEMANA – TERÇA-FEIRA (Páginas 85 à 89)


Ler com oração:

2 Co 3:18  E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.


O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO 


    O apóstolo Paulo desfrutava do operar da cruz de Cristo em sua vida. Ele sabia que, depois da experiência de morte, viria a ressurreição. O Cristo que Paulo pregava em Corinto é o Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1 Co 1:23). Em Romanos 8:36, vemos: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Na experiência de Paulo, o efeito da cruz de Cristo, isto é, o operar da morte, não era de vez em quando, mas diariamente. Todas as vezes que o homem natural e caído quiser aparecer, você pode usar a prata, que representa a obra de Cristo. Nela, existe o efeito da cruz que aniquila nosso velho homem. 


    As pedras preciosas representam a obra do Espírito Santo. Graças ao Senhor, somos transformados por meio do Espírito que em nós habita. Aos poucos, a transformação em lavoura e em edifício de Deus está ocorrendo. Em Efésios 2:22, lemos: “No qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. A edificação não é algo para o futuro, mas para o presente. Aqui vemos que esse processo de edificação está acontecendo em nosso espírito, que é a habitação de Deus. Ele, como o Espírito Santo, habita em nós e deseja fazer uma obra de edificação. O Senhor quer ocupar todas as partes do nosso ser.


     Em 2 Coríntios 3:18, lemos: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. A transformação ocorre quando contemplamos o Senhor, que hoje é o Espírito. Ao nos aproximarmos Dele, inicia-se um processo de transformação, de um nível de glória para outro nível de glória. Precisamos contemplar Cristo todos os dias em nosso espírito. Assim como Davi, que tenhamos o desejo de contemplar Sua beleza e meditar em Seu templo. Precisamos clamar, pedir e buscar essa transformação (Sl 27:4). 


O DEUS TRIÚNO – O ÚNICO MATERIAL  PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA 


    O Deus Triúno é um rio que flui, produzindo vida e edificação para a igreja. Leiamos: “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix” (Gn 2:10-12). Esse rio teve origem no jardim do Éden, e seu destino é a nova Jerusalém (Ap 22:1). A terra por onde o rio passa, possui três materiais: o ouro, o bdélio e a pedra de ônix. O ouro representa a obra do Pai. O bdélio (a forma vegetal da pérola) é uma resina que sai de uma árvore. Hoje, ele é a prata, que representa a obra do Filho; e, na nova Jerusalém, será a pérola. A pedra de ônix representa a obra do Espírito Santo. Esses ricos materiais estão nesse maravilhoso rio, e, por onde ele passar, tudo viverá (Ez 47:9). 


    O livro de Ezequiel mostra que, à medida que temos experiência com os materiais desse rio, somos restringidos. Leiamos: “Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar” (47:3-5).


     Em nossa experiência, a água estar nos tornozelos significa que, inicialmente, apesar de sermos salvos e vivermos a vida da igreja, ainda não temos tanta restrição da vida divina. Nesse estágio, podemos movimentar-nos com muita facilidade, sem depender do Senhor. As águas ainda são superficiais em nossa vida; estão nos tornozelos. Porém, à medida que permitimos o trabalhar do Senhor em nós, o nível das águas aumentará. 


    No segundo estágio dessa experiência, as águas já estavam nos joelhos. Aqui, o cristão vive com mais restrições. Ele não faz tudo o que deseja, pois possui discernimento de que precisa ser guiado pelo Espírito, ou seja, pelas águas desse rio. Ele já não consegue andar de qualquer jeito, pois o Espírito o constrange. Assim, as águas crescem e sobem a tal ponto que ultrapassam seus lombos, e chegam a cobri-lo totalmente. 


    Nesse último estágio, o rio da água da vida, que é cheio de ouro, prata e pedras preciosas, passa a controlar os filhos de Deus, não permitindo que o atravessem por si sós. Quando estamos mergulhados nesse rio, o Espírito tem o controle da nossa vida. Nossas forças naturais foram vencidas pela força desse rio maravilhoso. Assim, passamos a ser conduzidos pelo Espírito, e nossas atitudes irão expressar os Seus frutos. 


    Para concluir o assunto sobre os ricos materiais para a edificação da igreja, leiamos a seguinte porção: “Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo. A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista. As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21:17-21).


     A nova Jerusalém será adornada com os ricos materiais que, hoje, devemos usar na edificação da igreja — ouro, pérola e pedras preciosas. A pérola é o resultado da dor produzida pela entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra contém uma substância lustrosa, chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar, cobrindo o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada. Assim, uma ostra que não foi ferida de modo algum produzirá pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. 


    Graças ao Senhor, o viver da igreja, que representa uma grande “ostra”, é o único ambiente capaz de produzir pérolas para Deus. Sim, estamos em um processo de transformação em que, na maior parte do tempo, assim como na formação de uma pérola, as dores causadas pelas feridas são inevitáveis. Porém estamos sendo preparados para reinar com Cristo por mil anos. Assim, se sofremos com Ele, em prol da edificação da igreja, não usando nosso ser natural, mas permitindo que o rio da água da vida conduza nossas atitudes, também com Ele seremos glorificados (Rm 8:17).


     Querido leitor, desfrute ao máximo de Cristo, pois Ele é rico, e Suas riquezas não têm fim. Esse desfrute irá capacitá-lo a edificar a igreja com os materiais adequados. A madeira, o feno e a palha não devem fazer parte de seu serviço a Ele; e sim o ouro, a prata e as pedras preciosas. Estes devem ser sua marca na edificação da igreja. Pelo seu desfrute de Cristo, hoje, a igreja torna-se essa maravilhosa lavoura, cheia de vida, para cultivar Cristo; e, no porvir, será um firme edifício, Sua habitação. Em outras palavras, a lavoura de Deus é para o edifício de Deus. É como vemos em Gênesis, em que um rio flui do jardim do Éden, produzindo os materiais para a edificação, passando por toda a Bíblia, e, finalmente, culminando com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O CRESCIMENTO VEM DE DEUS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 12/10/2020


QUARTA SEMANA – SEGUNDA-FEIRA (Páginas 81 à 85)


Ler com oração:

1 Co 3:10  Conforme a graça de Deus que me foi concedida, eu, como sábio construtor, lancei o alicerce, e outro está construindo sobre ele. Contudo, veja cada um como constrói.


O CRESCIMENTO VEM  DE DEUS

 

    Em 1 Coríntios 3:6-7, lemos: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”. O crescimento vem de Deus. Mas o que Paulo e Apolo plantavam e regavam? Cristo era o centro da pregação do evangelho. O termo “plantar” indica algo que não está morto, pois somente algo vivo se pode plantar e regar. Cristo é vivo e cheio de vida, suficiente para edificar a Sua igreja.


     No Evangelho de Mateus, Jesus disse que Ele é o semeador que saiu a semear a semente da vida em cada coração. Essa semente divina, que é a palavra de Deus, encontrou vários tipos de solo, que representam o coração do homem (13:1-9). Graças ao Senhor que essa semente, cheia de vida, caiu também em um solo fértil, que produz fruto a cem, a sessenta e a trinta por um. Esse solo somos nós! O fato de Paulo plantar e Apolo regar demonstra que a igreja deve ser uma esfera cheia do desfrute de Cristo. Todo o crescimento que provém de Deus terá como início o desfrute de Cristo. A igreja deve ser um ambiente de vida, paz e alegria no Espírito Santo, ou seja, cheio de vida. As regras e as doutrinas mortas não devem fazer parte desse viver, pois não trazem o crescimento em vida. Paulo e Apolo não levavam mandamentos e doutrinas mortas para os irmãos, mas apresentavam Cristo como comida e bebida espiritual.


     Amado leitor, o crescimento vem de Deus. Nós levamos o desfrute de Cristo e promovemos uma esfera cheia de vida, paz e alegria no viver da igreja. Deus é sábio. Ele não deixou o crescimento para o homem, pois, por causa do pecado, temos a tendência de nos orgulhar e de nos vangloriar das coisas boas que fazemos. Assim, Deus nos concede Sua graça, para que tenhamos parte no plantar e no regar em Sua igreja. Porém o crescimento está em Suas poderosas mãos, pois é Ele que completará toda a obra na igreja.


 SOMOS LAVOURA  DE DEUS 


    Prosseguindo, no versículo 9 lemos: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (1 Co 3). O crescimento de um cristão está relacionado ao desfrute da vida de Cristo. Como lavoura de Deus, somos uma semente que, ao ser cuidada pelos irmãos no viver da igreja, irá crescer e, por fim, frutificar. Como edifício, somos as pedras vivas, lapidadas diariamente no convívio uns com os outros nesse ambiente maravilhoso da igreja (1 Pe 2:5). O resultado será uma igreja edificada e cheia de vida.


 TUDO É SEGUNDO A  GRAÇA DE DEUS 

    OUTRO  EDFICA  SOBRE ELE 



    No versículo 10, lemos: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica” (1 Co 3). Paulo não trabalhava sozinho. Ele agradecia a todo o momento pela graça de Deus. Como prudente construtor, ele lançou o fundamento para a construção do edifício de Deus. Porém ele sabia qual era sua porção na edificação da igreja, sabia que outros iriam edificar sobre esse fundamento. Paulo não era egoísta; pelo contrário, era um humilde servo de Cristo e sabia qual era o seu ministério e a sua porção. O fundamento é Cristo. Apolo também tinha sua porção, a de regar. Paulo lançou um firme fundamento, e Apolo iria cooperar com essa construção. Por isso Paulo disse: “E outro edifica sobre ele”. A maturidade de Paulo fechou as brechas da preferência e da divisão. Ao dizer que Apolo também tinha a sua porção na edificação, Paulo estava dizendo aos irmãos em Corinto que todos são importantes e úteis na igreja de Deus, e que não há necessidade de disputa, pois tudo é segundo a graça de Deus. 


CADA  UM VEJA  COMO  EDIFICA


    Nós estamos inseridos na edificação da igreja. Essa palavra não se restringe apenas a Paulo e a Apolo, mas é para todos os filhos de Deus. Nas reuniões da igreja, por exemplo, não podemos ser passivos, mas devemos apresentar-nos para servir. Todos nós temos uma porção de Cristo capaz de edificar Sua igreja. 


    Em Efésios 4:11-12, lemos: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. Nessa porção das Escrituras, a tradução para o português foi um pouco modificada. Segundo o original grego, a melhor tradução para a parte final é: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério”. Isso significa que todos nós precisamos ser aperfeiçoados para participar da obra do ministério. Não podemos esquivar-nos ou queimar etapas; Deus quer aperfeiçoar-nos, e precisamos passar por todas as fases desse aperfeiçoamento. O CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho) é uma poderosa ferramenta que o Senhor concedeu para o aperfeiçoamento dos santos. Temos unidades do CEAPE em diversas regiões do Brasil e do mundo. Gostaria de encorajá-lo a separar um tempo para participar desse aperfeiçoamento. Ore ao Senhor e peça essa oportunidade de se consagrar durante um ano somente a Ele. O CEAPE oferece um aperfeiçoamento intensivo. Ali você será colocado em várias circunstâncias nas quais somente o Senhor poderá supri-lo com graça e salvação. Isso não significa que não estamos sendo aperfeiçoados na igreja. Todavia, no CEAPE, o processo de aperfeiçoamento é mais rápido. 


    SOMOS PEDRAS VIVAS PARA A EDIFICAÇÃO

                  


     Leiamos 1 Pedro 2:4-5: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”. Somos pedras vivas, e não mortas. A vida de Cristo está em nós, uma vida que destruiu a morte, o pecado e todas as coisas negativas. Essa vida é triunfante. Para Deus, somos essas pedrinhas capazes de cooperar na edificação da Sua igreja.


     Em 1 Coríntios 3, vemos as duas características da igreja, como lavoura e edifício de Deus, agora mescladas (v. 9). Em Efésios 3:17, vemos duas expressões que nos remetem a esses dois aspectos: “Assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor”. Um único versículo reuniu os dois aspectos, lavoura e edifício. O termo “arraigados” está relacionado a lançar raízes, ou seja, ser uma lavoura com profundidade em Cristo; enquanto “alicerçados em amor” significa que a construção do edifício é em amor. Em nossa experiência, ao desfrutar de Cristo, devemos aprofundar nossas raízes Nele, e o alicerce dessa construção é o amor. 


OS MATERIAIS PARA A EDIFICAÇÃO


     Em 1 Coríntios 3:12-13, lemos: “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará”. Precisamos usar os materiais adequados para edificar a igreja. Nesses versículos, vemos duas importantes questões para que nossa vida cristã seja sólida e viva. 


    Por um lado, o fundamento, que é Cristo, já está pronto. Paulo lançou esse firme alicerce, e não podemos substituí-lo por nada. Para evitar qualquer divisão na igreja, Deus, sabiamente, colocou Cristo como alicerce. Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já foi posto, Cristo Jesus. 


    Por outro lado, todos nós participamos da edificação da igreja. Não servir e não cooperar com o Senhor também é um tipo de edificação. Existem materiais preciosos e materiais que não possuem nenhum valor para a edificação. O ouro representa a natureza de Deus Pai; a prata representa a redenção de Cristo (Mt 26:15); e as pedras preciosas, o operar transformador do Espírito. Estes são materiais riquíssimos, pois representam a edificação com o Deus Triúno. Já madeira, feno e palha são materiais pobres, que só ocupam espaço, e representam nossa natureza caída, que busca edificar a igreja sem Cristo. Sem o revestimento de Cristo, seremos apenas madeira, feno e palha. 


    No Antigo Testamento, nos utensílios do tabernáculo, a madeira era de acácia, de qualidade. O cupim e os bichos não conseguiam corroê-la. Porém, mesmo com essas características, para servir a Deus como utensílio no tabernáculo, essa madeira precisava ser recoberta de ouro, pois o ouro representa a natureza de Deus. Mesmo que o homem tenha um padrão moral, social e econômico, assim como a qualidade de uma madeira de acácia, para servir ao Senhor na igreja, o que realmente importa é o revestimento do Deus Triúno (Êx 25:10-11; 36:20-34). 


    Querido leitor, quais materiais você tem usado na edificação da igreja? No dia do Senhor toda a nossa obra será manifesta. Hoje, porém, temos uma saída. Se percebermos que estamos usando madeira, feno e palha, basta nos arrependermos e buscarmos a Cristo para que os materiais sejam substituídos pelo próprio Deus Triúno. Ainda neste tempo, no viver da igreja, Deus usará o fogo para provar nossa obra. O ouro, a prata e as pedras preciosas conseguem passar pela provação do fogo em altas temperaturas; a madeira, o feno e a palha, porém, serão extintos mesmo em baixas temperaturas.


domingo, 11 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA DESFRUTAR DE CRISTO – O CAMINHO DA SALVAÇÃO NOSSA BEBIDA

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


DIA: 11/10/2020


TERCEIRA SEMANA – DOMINGO (Páginas 78 à 81)


Ler com oração:

1 Tm 4:6  Se você transmitir essas instruções aos irmãos, será um bom ministro de Cristo Jesus, nutrido com as verdades da fé e da boa doutrina que tem seguido.


DESFRUTAR  DE CRISTO – 

O CAMINHO DA SALVAÇÃO 

     NOSSA BEBIDA 


    No viver da igreja, um cristão, ao desfrutar de Cristo, produz impactos enormes. Carecemos não de um alto conhecimento bíblico ou de um viver democrático, como a igreja em Corinto buscava. O que mais necessitamos é desfrutar de Cristo.


     Em Corinto, devido à forte cultura grega, as reuniões eram feitas como em um parlamento, um congresso nacional. Todos tinham o direito de falar e, quanto mais falavam, mais necessitavam falar. Você gostaria que as reuniões da igreja tivessem esse tipo de ambiente controlado pelo homem, ou controlado pelo Espírito? Na igreja existe ordem e direção. Nas reuniões da igreja em Corinto todos falavam o que queriam, era uma verdadeira democracia. Contudo não havia o suprimento da vida de Cristo. O real desfrute de Cristo, nas reuniões da igreja, não vem pela democracia, mas pela teocracia, em que Deus é o centro da reunião. Cristo é o banquete das reuniões. Paulo tinha o desejo de alimentar a igreja em Corinto não com doutrinas. Ele disse: “Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido” (1 Co 3:2). Seu encargo era simplesmente levar os irmãos a beber e se alimentar de Cristo. O viver da igreja é muito simples.

 Voltemos à simplicidade de invocar o nome do Senhor e desfrutar da Sua presença. 


    No Evangelho de João, Cristo é apresentado de várias maneiras para que o homem desfrute Dele. Uma delas é que Cristo é a bebida. Ele pode saciar a sede espiritual de todo aquele que Nele crê. Leiamos: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Essa fonte que não para de jorrar está dentro de você. Na igreja não deve haver discussões, democracia ou quem fala melhor ou pior. Não! Temos Cristo como a água viva, a verdadeira bebida que jorra do nosso interior. Se desfrutarmos Dele, as pessoas ao nosso redor serão contagiadas com essa água viva que está a jorrar.


     Continuando no Evangelho de João, lemos: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:37-38). Aleluia! Temos rios de água viva que estão prontos para fluir de nós por meio da pregação do evangelho. 


    Outro meio poderoso de fazer esses rios jorrarem, é invocar o nome do Senhor Jesus. Todas as vezes que invocamos o Seu grandioso nome, nós somos curados. Esse nome é doce e refrigera a alma. Como é bom desfrutar de Cristo ao clamar Seu nome! Experimente agora mesmo! Invoque várias vezes durante o dia. Ó Senhor Jesus! Ó Senhor Jesus! Ó Senhor Jesus! E você perceberá que em seu interior há rios cheios de vida, querendo fluir e abençoar outros. 



     NOSSA COMIDA



     Cristo, além de ser nossa bebida, é nossa comida. Uma comida cheia de nutrientes. Leiamos: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. [...] Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá” (Jo 6:51, 57). Graças ao Senhor, no viver da igreja temos a palavra profética, um falar que nos dá direção. O falar de Cristo é capaz de nos sustentar nos momentos mais difíceis. Por isso a igreja, com simplicidade e obediência, deve receber a palavra dos Seus profetas e, rapidamente, praticá-la. 


    Em 1 Timóteo 4:6, lemos: “Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”. Nesse versículo, vemos que precisamos expor as Escrituras. Isso significa que somos como um “garçom”, que leva a comida até a mesa. No viver da igreja somos “garçons” que alimentam a todos. O Alimento Diário (um devocional semestral, publicado por esta editora, composto por seis volumes, com quatro semanas cada, contendo a palavra profética dispensada nas conferências internacionais, realizadas na Estância Árvore da Vida, em Sumaré-SP, e algumas conferências regionais) tem muitas riquezas escondidas. Se não gastarmos tempo, labor e dedicação na sua leitura, como seremos bons ministros de Cristo Jesus? Somos garçons que levam um cardápio recheado das riquezas de Cristo para que todos se alimentem e sejam fortalecidos; assim, precisamos gastar tempo com o desfrute da Palavra de Deus. 


O PODER DE LER-ORAR A PALAVRA


    Transformar a Palavra de Deus em nossa oração é a oração mais poderosa. Em minhas visitas e viagens às igrejas, tenho sentido que estamos perdendo o real significado de ler e orar a Palavra de Deus. Nas reuniões, ao ler e orar algum versículo das Escrituras, percebo que “comemos” rapidamente; não gastamos tempo. Em menos de um minuto já finalizamos um determinado versículo. No mundo animal, por exemplo, ao oferecer uma picanha a um cachorro, ele rapidamente engole aquele saboroso pedaço de carne. É certo que ele não desfrutou do sabor, e os nutrientes daquela carne não foram totalmente processados. Com os animais ruminantes é diferente. O boi, por exemplo, mastiga várias vezes, desfrutando do sabor e retirando, ao máximo, os nutrientes do capim. De igual maneira, gastemos tempo ao ler e orar a Palavra de Deus e seremos grandemente ajudados por ela. Precisamos realmente degustar a Palavra, entrar nela, e essa prática maravilhosa será nosso viver.


sábado, 10 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A LUTA ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 10/10/2020


TERCEIRA SEMANA – SÁBADO (Páginas 76 à 78)


Ler com oração:

Rm 8:6   A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz;


A LUTA ENTRE  A CARNE  E O ESPÍRITO 


    Os cristãos vivem em constante luta. Sua mente é um campo de batalha. O apóstolo Paulo chamou os irmãos da igreja em Corinto de carnais, pois a mente deles, a parte líder da alma, estava, a todo o momento, voltada para as coisas humanas, terrenas e caídas, conforme lemos: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais” (1 Co 3:1-2). Apesar de serem convertidos e terem o Espírito no seu interior, mesclado ao seu espírito, os irmãos de Corinto tinham dificuldade de exercitar o Espírito. A falta de exercício do Espírito faz com que nossa mente corra, rapidamente, para praticar as coisas da carne. Em nós mesmos, a mente jamais terá forças para buscar ou para querer fazer a vontade de Deus. Por isso precisamos exercitar o espírito por meio da leitura bíblica, da oração, do louvor, das reuniões e dos serviços da igreja. 


    O ambiente da igreja é espiritual; assim, devemos buscar, ao máximo, colocar nossa mente nas coisas do alto. Como vivemos a vida da igreja? No Espírito ou na carne? Depende de onde está nossa mente. Lembre-se: nossa mente não tem vida própria. Ela é comparada a um pêndulo que penderá para um lado ou para o outro. Ou vivemos no Espírito ou estamos na carne (Rm 8:6). Se buscarmos o Senhor, praticando os itens apresentados acima, o Espírito que em nós habita, controlará nossa mente; e, assim, seremos uma bênção para Deus e para a igreja. O resultado de exercitar o Espírito é vida e paz.

 

    Em Gálatas 5:17, lemos: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”. Querido leitor, a maior guerra não ocorre fora de nós, mas em nosso interior. Quem decide o vencedor dessa guerra é sua própria mente. A carne, se colocada no Espírito, será subjugada, e você desfrutará, da parte de Cristo, vida abundante e paz plena. Invocar o nome do Senhor é algo poderoso para nos manter no Espírito. Quanto mais invocarmos Seu nome, mais estaremos nessa esfera espiritual. Faça sua escolha! Não troque esse ambiente espiritual por nada. Decida viver no Espírito!


 CIÚMES  E CONTENDAS OU AS COMPAIXÕES DE CRISTO?



    Em 1 Coríntios 3:3, lemos: “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?”. Aqui, Paulo revela o motivo de os coríntios serem carnais. O viver dos irmãos era pautado nas preferências que geravam ciúmes e contendas na igreja. Entre nós, há ciúmes ou não? Por vezes, nossas dificuldades não são tão expostas como as da igreja em Corinto; porém, no interior, podemos alimentar ciúmes em relação a determinado irmão que fala bem ou se destaca nos serviços. Todos nós temos o “veneno” do ciúme em nossa natureza caída. Precisamos viver no Espírito, que, por meio do poder da cruz de Cristo, tratará de maneira completa esse sentimento negativo. Porém, caso não seja tratado e continuemos vivendo a vida da igreja sem dar atenção a esse assunto, nossa carne se alimentará desse “veneno” que gera destruições no ambiente da igreja. O resultado disso será uma igreja dividida pelas contendas e preferências. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos livre dessa situação. 


    Por outro lado, existe algo contrário aos ciúmes e à contenda, capaz de trazer uma esfera de paz, alegria e encorajamento no viver da igreja. Em Filipenses, lemos: “Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias” (2:1). São os entranhados afetos e misericórdias de Cristo. A expressão “entranhados afetos” refere-se à humanidade de Cristo em Sua profundidade, ou seja, no mais íntimo do Seu ser; uma compaixão que sai das Suas entranhas.


     Devemos expressar a todos os homens as ternas misericórdias que Cristo demonstrou por nós, ao perdoar nossos pecados. Por exemplo, somente poderemos nos compadecer de alguém com dor de dente, se tivermos passado por essa mesma situação dolorosa e desconfortável. Alguém que não tenha sentido essa dor não entenderá a queixa da pessoa que está nessa situação. Porém, se soubermos o quanto dói, iremos compadecer-nos imediatamente. Lembraremos o quanto é desconfortável e diremos que somente um dentista poderá salvar essa pessoa. Assim é a humanidade de Cristo. Ele passou por tudo que estamos vivenciando hoje e sabe como ter empatia, encorajar-nos, aliviar nossas dores e, por fim, salvar-nos. Da mesma maneira que Cristo cuida de nós, devemos cuidar uns dos outros. Assim, o viver da igreja será muito abençoado.


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA LAVOURA DE DEUS E EDIFÍCIO DE DEUS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 09/10/2020


TERCEIRA SEMANA – SEXTA-FEIRA (Páginas 73 à 76)


Ler com oração:

Jo 6:27  Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem dará a vocês. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação".


      Capítulo cinco 

LAVOURA DE DEUS E EDIFÍCIO DE DEUS 


    No capítulo anterior, vimos que o livro de Romanos foi colocado antes das epístolas de Primeira e Segunda Coríntios, segundo o arranjo divino. Além disso, tivemos uma visão panorâmica da Epístola de Paulo aos Romanos, mostrando que, para lidar com os problemas da igreja, precisamos, antes, da salvação completa de Deus, que é a solução para todos os problemas. 


    Neste capítulo, falaremos sobre a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, dando ênfase ao capítulo três. Esse capítulo mostra que nosso desfrute de Cristo resulta na igreja como lavoura e edifício de Deus. Nada traz tantos benefícios espirituais para os cristãos do que desfrutar de Cristo. Ele é a bebida e a comida que todos os cristãos precisam desfrutar. O resultado disso é a edificação da igreja (Jo 7:37-38, 6:48, 57)

    Na igreja em Corinto, conforme a primeira carta de Paulo destinada a ela, percebemos a carência do real desfrute de Cristo. O coração dos irmãos não estava focado na obra do Cristo crucificado, mas na filosofia e na sabedoria humana que eram produzidas pelo mundo (1 Co 1:18-25). Diante disso, o apóstolo mostra que Cristo e a cruz são a solução única para todos os problemas enfrentados por essa igreja. A vitória dos cristãos sobre seus problemas não é fixar os olhos na sabedoria do mundo, mas mergulhar o coração em Cristo, que é poderoso para solucioná-los. 


PREFERÊNCIA  E  DIVISÃO  – 

OS PRINCIPAIS  PROBLEMAS DA IGREJA


     Em 1 Coríntios 1:4-7, lemos: “Sempre dou graças a [meu] Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo”. Nesses versículos, o apóstolo Paulo mostra que a igreja em Corinto não era pobre, e sim rica em toda a palavra e conhecimento. 


    Em uma igreja tão rica em palavra e conhecimento não deveria haver preferências e divisão. Para isso, Paulo exorta-os a voltar à genuína unidade, conforme está escrito: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo” (1 Co 1:10-12). Mesmo entre aqueles que causavam divisão, alguns “preferiam” a Cristo; porém Paulo os colocou na mesma medida dos que tinham preferência por ele mesmo, por Apolo e por Cefas. Que sabedoria Paulo teve ao lidar com o “câncer” da preferência. Os irmãos que preferiam somente a Cristo pareciam ser mais “espirituais” que os outros. Paulo, porém, pelo discernimento do Espírito, viu que todas essas preferências, mesmo a mais “espiritual”, não produziam a mesma disposição mental e o mesmo parecer. Todavia as contendas, as preferências e a divisão faziam parte do viver da igreja em Corinto. Por isso Paulo os chamou de carnais, de crianças em Cristo (1 Co 3:1-2). 


    Já aprendemos uma grande lição neste início. O conhecimento na forma de filosofias, ideias e palavras motivacionais não será capaz de fechar as brechas das preferências e das divisões na igreja. Mais cedo ou mais tarde, a igreja que vive nessa esfera certamente sofrerá com divisões entre os irmãos. A falta de experiência com o Cristo crucificado é o grande fator que nos leva a viver nessa esfera que danifica a igreja de Deus. 


OS JUDEUS PEDEM SINAIS E OS GREGOS BUSCAM SABEDORIA

  


     Continuando, em 1 Coríntios 1:22, Paulo revela que, além das preferências e das divisões, na igreja em Corinto havia dois grupos distintos. Leiamos: “Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria”. Os judeus pediam sinais e os gregos buscavam sabedoria. O povo judeu, desde o Antigo Testamento, provou as promessas de Deus por meio de sinais. Deus fazia grandes milagres para os filhos de Israel. Ao desfrutarmos dos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, fica evidente que, em toda a história de Israel, o povo judeu foi dependente de milagres feitos por Deus. Assim, os judeus, mesmo vivendo na era do Novo Testamento, estão acostumados com milagres e sinais (Mt 16:1-4). 


    Os gregos buscavam sabedoria. Em Atos 17:16-18, vemos como a cidade de Corinto foi influenciada pela sabedoria humana caída. Leiamos: “Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade. Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali. E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição”. Na época de Paulo, os epicureus e os estoicos referiam-se a duas correntes filosóficas atuantes nas praças das principais cidades gregas, nesse caso, Atenas. Os epicureus não acreditavam na ressurreição e convenciam as pessoas de que deveriam aproveitar a vida, fazendo o que bem quisessem e atendendo a todos os caprichos, pois nada haveria após a morte; enquanto os estoicos ensinavam que o comportamento das pessoas era o melhor indício para um bom modo de vida, e suas crenças estavam enraizadas na natureza. Ambas as filosofias evidenciavam que, naquela época, era comum os gregos apreciarem esse tipo de sabedoria humana. Paulo foi chamado de tagarela, pois seu espírito se revoltou ao ver a idolatria reinante naquela cidade. Ele passou a pregar o evangelho em todos os lugares, seja em sinagogas ou em praças. 

    O versículo 19 continua: “Então, tomando-o consigo, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas?” (At 17). 


Areópago era um lugar aonde os gregos, sedentos por sabedoria humana, iam para ouvir as últimas novidades (v. 21). A filosofia humana reinava naquele lugar e influenciava todo o mundo grego da época, que incluía a cidade de Corinto. Paulo, entretanto, não aceitava tal condição e os chamou de idólatras. Ele pregava a palavra de Deus todos os dias a todos que encontrava. 


    Na Epístola aos Filipenses, há uma advertência para quem busca a sabedoria deste século. Assim diz: “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas” (Fp 3:18-19).


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O VIVER PRÁTICO DA IGREJA UMA SÍNTESE DOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA:08/10/2020



TERCEIRA SEMANA – QUINTA-FEIRA (Páginas 71 à 72)


Ler com oração:

Rm 12:11  Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.


O VIVER PRÁTICO DA IGREJA

UMA SÍNTESE DOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS 

     DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS


     Nos capítulos 1 a 8 de Romanos, o apóstolo Paulo nos transporta para as regiões celestiais com a revelação do evangelho completo de Deus. O Senhor preparou uma salvação completa para Seus filhos. O desejo de Deus é que, acima das revelações, tenhamos um viver prático no ambiente da igreja junto com outros irmãos. Os capítulos 9 a 11 foram direcionados aos judeus e apresentam a eleição de Deus. E, por fim, os capítulos 12 a 16 mostram o viver prático da igreja. Agora, veremos, brevemente, como deve ser esse viver.


     Em Romanos 12, vemos a importância de apresentar o corpo, a alma e o espírito nos serviços da igreja. Devemos apresentar nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Sabemos que o corpo sofre com as pressões do mundo, e Paulo também sabia disso; então, para nos encorajar, rogou para que nosso serviço ao Senhor seja em virtude das Suas misericórdias. Além do corpo, a alma também precisa estar engajada. O mundo quer moldar nossa mente, que é a parte líder da alma, com o presente século (aion). Para não cairmos nessa cilada, é preciso buscar a renovação da mente, preenchendo-a com a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita. Por fim, para servir ao Senhor, precisamos ser fervorosos de espírito: “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12:11). Aqui, o termo “remisso” significa preguiçoso e está relacionado com as coisas do Senhor, com perder o zelo e o fervor no serviço a Ele. Quando apresentamos o corpo, a mente é renovada, e o espírito se torna fervoroso (Rm 12:1-2). 

    Em Romanos 13, Paulo fala sobre a importância da obediência às autoridades instituídas e sobre o amor ao próximo.


     No capítulo 14, Paulo traz-nos luz ao dizer que não estamos aptos a julgar nenhum filho de Deus. O Senhor deseja que o viver da igreja seja um ambiente de inclusão de todos os filhos de Deus. Se Ele acolheu determinado irmão, quem somos nós para excluí-lo? 


    No capítulo 15, Paulo nos adverte a suportar os mais fracos. Precisamos buscar agradar ao próximo, e não a nós mesmos. Assim como Cristo nos acolheu, devemos imitá-Lo e acolher a todos no viver prático da igreja. Não podemos restringir os serviços da igreja aos que consideramos mais capazes. É de vital importância incluir os mais fracos nos serviços, para que também recebam, de Deus, graça e desfrute. Assim, os mais debilitados, aos poucos, crescerão em vida. A graça e o desfrute que ganhamos, quando servimos o Senhor, são poderosos para gerar crescimento. 


    E, por último, no capítulo 16, Paulo lembra nominalmente cada irmão e recomenda-os à igreja. O coração de Paulo era inclusivo. Aleluia! Ele via em cada irmão, irmã, casal e família grande potencial para ser útil ao Senhor. 


    Assim, o evangelho completo de Deus é a solução para os problemas encontrados na Primeira Epístola aos Coríntios. Ao ler esse capítulo, fica claro o motivo que levou o Espírito Santo a colocar na Bíblia o livro de Romanos antes de 1 e 2 Coríntios. A saída para os inúmeros problemas que existiam na igreja em Corinto e para as dificuldades que encontramos na igreja hoje é a prática do conteúdo da Epístola de Paulo aos Romanos. Nela temos os ingredientes necessários para vencer todos os problemas. Louvado seja o Senhor!


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA OS TRÊS ESTÁGIOS DE CRESCIMENTO NA EPÍSTOLA AOS ROMANOS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA; 07/10/2020


TERCEIRA SEMANA – QUARTA-FEIRA (Páginas 68 à 71)


Ler com oração:

Rm 8:14  porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.


OS TRÊS ESTÁGIOS DE CRESCIMENTO NA EPÍSTOLA AOS ROMANOS


     Continuando o desfrute da maravilhosa carta aos romanos, no capítulo 8, o apóstolo Paulo descreveu os estágios de crescimento dos filhos de Deus, até chegar à maturidade espiritual, ou seja, estar aptos a receber a herança da parte de Deus. 


    Em relação ao primeiro estágio, lemos: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:16). Aqui, a expressão “filho de Deus”, no grego, é téknon, que indica uma criança, isto é, alguém incapaz de assumir responsabilidades na casa do Pai. Nessa etapa, iniciamos nossa vida cristã. Ao nascer da água e do Espírito, tornamo-nos uma nova criatura em Cristo, e a vida de Deus passa a habitar em nós. A vida divina, depositada como uma semente incorruptível no nosso interior, deseja crescer e produzir frutos. Nesse estágio, os filhos de Deus sofrerão muitos ataques provenientes do mundo, do pecado e de Satanás, devido à carência de crescimento espiritual.


     Na Epístola aos Gálatas, Paulo reforça esse assunto ao dizer que téknon é um “herdeiro menor”, ou seja, alguém que não tem condições de assumir responsabilidades e que em nada se diferencia de um escravo (Gl 4:1). Nesse versículo, o termo “escravo” quer dizer que esse filho de Deus ainda vive sob a influência do mundo, ou seja, a falta de crescimento espiritual e de discernimento, e as ciladas do mundo, da carne e do pecado ainda podem influenciá-lo. Para cuidar desse filho, tenro na vida cristã, Deus preparou tutores e curadores — irmãos que cresceram em vida devido a provações e experiências profundas com Cristo. Com todo amor, carinho e cuidado, esses irmãos trazem direção e salvação para os filhos téknon (v. 2). 


    Avancemos para o segundo estágio de crescimento: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8:14). Aqui, o termo “filho”, no grego, é huiós, um filho maduro, que possui crescimento na vida divina. Nesse estágio, os filhos de Deus conseguem discernir as coisas do mundo, conhecem sua verdadeira condição diante do Senhor, possuem um coração quebrantado, não confiam em si mesmos, amam o que Deus ama e buscam rejeitar o que Deus rejeita. Além disso, buscam constantemente ler a Bíblia e os livros espirituais, ter uma vida de oração e de reuniões, apascentar os outros filhos de Deus e viver uma vida familiar cheia de paz e de alegria. Mais do que o Espírito testificar em seu interior que eles são filhos de Deus, os filhos huiós, no dia a dia, são guiados pelo Espírito em direção à vontade de Deus. Nesse estágio, o nível de sensibilidade e de comunhão com o Senhor é maior. 


    O terceiro e último estágio de crescimento está em Romanos 8:17: “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados”. Esse filho é um herdeiro, ou seja, está apto a receber a herança do Pai. Nesse estágio, os filhos de Deus estão preocupados com os negócios do Pai e lutam para que Sua vontade seja feita na terra assim como é feita no céu (Lc 2:49; Mt 6:10). Como um grande empresário, Deus tem Seu negócio na terra, e a igreja executará esse precioso plano. A vida de um herdeiro de Deus, durante o tempo em que realizar a vontade do Pai no mundo, não será fácil. A Palavra diz: “Se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8:17). Para ser herdeiro e, no futuro, reinar com Cristo, há uma exigência – sofrer com o Senhor. Esse sofrimento, porém, traz resultados preciosos, conforme lemos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm 5:3-4). 


    Os sofrimentos dos filhos herdeiros são, principalmente, os sofrimentos de Cristo. Leiamos: “Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24). Os herdeiros de Deus sofrem não apenas por suas coisas, mas, sobretudo, pela igreja de Deus. Eles desejam que a igreja seja edificada como lavoura e edifício de Deus, e isso traz as marcas provenientes do sofrimento. A vida da igreja não é um mar de rosas, uma vida de fantasias. O Senhor sofreu na cruz para gerar salvação e, assim, produzir a igreja; porém, para que a igreja de Deus seja edificada, precisamos participar de uma porção dos sofrimentos de Cristo. Esse sofrimento específico é em favor do Seu Corpo. Isso é amar os negócios de Deus Pai. 



  A ELEIÇÃO DE DEUS


    Continuando o estudo da carta aos romanos, vemos que o apóstolo Paulo direcionou os capítulos 9, 10 e 11 aos judeus, seus compatriotas. Eles, além de rejeitarem o evangelho de Cristo, acusaram Paulo, e isso lhe causou muitas dores (Rm 9:2-4). Assim, seu encargo nesses capítulos é apresentar o processo da eleição sob a perspectiva de Deus. 


    Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos (Mt 22:14). Deus chamou muitas pessoas, mas poucas foram escolhidas. Leiamos: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:16). Em Deus não há injustiça (v. 14). Ele terá misericórdia e compaixão de quem Lhe aprouver (v. 15). Quem somos nós para discutir com Deus sobre Sua vontade eterna e soberana (v. 20).


    Na Epístola aos Efésios, o apóstolo Paulo ressalta a questão da eleição de Deus. Leiamos: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1:3-5). Conforme os versículos anteriores, o Senhor nos escolheu antes da criação do mundo, na eternidade passada. Mas como Deus fez essa escolha? Esse assunto está sendo revelado aos poucos, porque faz parte do ministério da vontade de Deus e do Seu bom prazer (v. 9). 


    A verdade sobre a eleição de Deus torna-se cada vez mais clara, graças às revelações trazidas pelos Seus profetas. Deus é onipresente, ou seja, Ele está em todos os lugares. O tempo não interfere nas Suas decisões. Ele pode estar na eternidade passada e na eternidade futura ao mesmo tempo. Deus percorre todas as eras e nos observa durante o tempo em que estamos na terra. Ele é Espírito (Jo 4:24) e o Pai das luzes, em quem não existe variação ou sombra de mudança (Tg 1:17). O Senhor nos conheceu de antemão e nos predestinou. Isso significa que Ele entrou no tempo atual, no qual estamos, e reconheceu nosso coração de busca e de sede por Ele; então, voltou à eternidade passada (antes da fundação do mundo) e nos escolheu para o Seu bom prazer. Aleluia! Antes de escolhermos o Senhor, Ele já nos tinha escolhido (Jo 15:16).


terça-feira, 6 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A LEI DO ESPÍRITO DA VIDA É SUPERIOR

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 06/10/2020


TERCEIRA SEMANA – TERÇA-FEIRA (Páginas 65 à 67)


Ler com oração:

Rm 8:2  porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte.


A LEI DO ESPÍRITO DA VIDA É SUPERIOR 


    Em Romanos 7, vemos a ação da lei em nossa carne. Paulo apresenta três leis: a lei do pecado e da morte, a lei da nossa mente e a lei de Deus. A lei é uma força que obriga a pessoa fazer algo. 

    A lei do pecado e da morte está em nossos membros, forçando-nos a cometer o mal, e não o bem. Leiamos: “Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. [...] Mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm 7:21, 23). 


    A lei da nossa mente opera na mente humana e natural, e deseja cumprir a lei de Deus por meio de esforços próprios. “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Rm 7:25). Porém, na prática, ao tentarmos cumprir os mandamentos de Deus com a nossa mente, fracassamos e, com a frustração e o desânimo, percebemos que não passamos de escravos do pecado. 


    A lei de Deus é exterior a nós e refere-se ao caráter de Deus em forma de mandamento. Os Dez Mandamentos são um resumo do que Ele é. Em Êxodo 19, vemos que o desejo do Senhor não era entregar a lei para que o homem cumprisse, pois Ele sabia que para qualquer homem seria impossível cumprir todos os itens ali descritos. O desejo de Deus era que o homem, ao observar o alto padrão da lei, reconhecesse sua incapacidade e se arrependesse, pedindo a Ele graça e socorro para viver tal padrão (Rm 7:22, 25).


     O apóstolo Paulo, embora tivesse um “currículo” invejável de conduta e integridade no judaísmo, ao perceber o conflito dessas três leis em sua vida, reconheceu sua condição miserável. Leiamos: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24). Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! A solução está no capítulo 8, que revela uma lei que é superior às outras. É a lei do Espírito da vida. Aleluia! O desespero de Paulo, ao perceber que não era possível viver debaixo dessas três leis, foi transformado em esperança ao se deparar com a lei do Espírito da vida. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (8:1-2). 


    Se estamos em Cristo Jesus, não há mais condenação. A condenação por querer fazer o bem e não conseguir e por praticar o que não queremos praticar, está na lei do pecado e da morte, que atua na nossa carne. Quando desfrutamos de Cristo e estamos conectados a Ele, a condenação desaparece. 


    Em Romanos 8:3, lemos: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado”. O pecado habita na nossa carne, por isso é impossível cumprir os mandamentos de Deus, a lei de Deus. Para que esse problema tivesse um fim, Ele enviou Seu filho na semelhança de carne pecaminosa, e, no momento de Sua crucificação, o próprio Deus condenou o pecado. A expressão “semelhança de carne pecaminosa” significa que em Cristo não havia pecado, mesmo tendo sido tentado em todas as coisas, à nossa semelhança (Hb 4:15b). 


    No Antigo Testamento, lemos: “Disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava” (Nm 21:8-9). Essa serpente de bronze simboliza Cristo. 


    No Evangelho de João, Jesus afirmou: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (3:14-15). A serpente de bronze tinha a semelhança de uma cobra, porém não possuía veneno. Moisés levantou essa serpente em uma haste e a colocou num lugar alto, para que as pessoas que tinham sido mordidas e envenenadas, ao olhar para ela, fossem curadas. Da mesma forma, Cristo foi levantado, como um espetáculo ao mundo, e crucificado, para que os pecadores, envenenados pelo pecado, ao olhar para a cruz, fossem salvos eternamente. 


   Querido leitor, o Senhor Jesus, à nossa semelhança, como uma serpente de bronze, foi levantado na cruz, porém Nele não havia o veneno do pecado. Tudo isso é para que eu e você tenhamos a chance de ser salvos ao olhar para a obra da cruz. Louvado seja o Senhor!


 "O Senhor Jesus, à nossa semelhança, como uma serpente de bronze, foi levantado na cruz, porém Nele não havia o veneno do pecado. Tudo isso é para que eu e você tenhamos a chance de ser salvos ao olhar para a obra da cruz. Louvado seja o Senhor!"


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA JUSTIFICAÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

SEGUNDA FEIRA 05/10/2020

( Páginas 62 - 65)


LER COM ORACAO

Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor (1 Co 1.30).

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JUSTIFICAÇÃO


Por causado pecado foi estabelecida uma parede de separação entre Deus e o homem, impedindo que haja comunhão entre eles. Leiamos: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vosso pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vós não ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniquidade; os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade, confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade” (Is 59.1-4).


Para satisfazer a exigência da justiça, Cristo tornou-se nossa justiça (1 Co 1.3). Na cruz, Ele derramou Seu sangue de maneira lenta e dolorosa, gota a gota. Esse processo de sofrimento que Cristo enfrentou, trouxe justificação ao homem que Nele crê. Aleluia! 


Ao crermos em Cristo, fomos revestidos com Sua justiça. Nossa própria justiça está enferma por causa do pecado; assim, Cristo tornou-Se nossa justiça, produzida graças ao alto preço que Ele pagou na cruz por nós – Seu sangue foi colocado no altar para ser nossa eterna propiciação (Ef 1.7).


Aos olhos de Deus estamos justificados não pelo fato de realizarmos boas ações ou sermos habilidosos e praticarmos diversas obras. Não! Fomos aceitos, novamente, por causa da justiça produzida pelo Seu filho, Cristo Jesus, que suportou o árduo desafio de enfrentar a morte, e morte de cruz. Nossa pela salvação se inicia pela justificação, que é somente pela fé.


SANTIFICAÇÃO


Além de justo, Deus também é santo. Leiamos: “Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16). A santidade não está relacionada à mudança de comportamento, à mudança de práticas ou à moralidade. Deus é o único Santo; ninguém se compara a Ele (1 Sm 2.2). 


Ser santo é ser separado, isto é, ser igual a Deus, separado e distinto de tudo. Somos santificados, ou seja, santos, porque, ao crer no Senhor, nascemos de novo, e essa nova vida possui a santidade de Deus. 


Essa vida, que agora está em nosso espirito, é comparada a uma semente que, ao ser regada, nutrida e cuidada, crescerá em nós (1 Pe 1.23). Assim, no processo de santificação permitimos que a vida de Deus, com Sua natureza santa, cresça em nós, diariamente, de maneira gradual. Santificação inclui a transformação e a conformação.


A transformação é um processo metabólico em que, pouco a pouco, os elementos santos de Deus tomam conta do nosso ser. Somos santificados pela natureza santa de Deus, por meio de invocar o nome do Senhor, ler a Bíblia, ler os livros espirituais, participar das reuniões e dos serviços da igreja. Nesse processo é necessário ter paciência, pois não ocorre deum hora para outra. 


Apenas creia no processo de transformação; assim como uma lagarta, em seu casulo, espera pacientemente para se transformar em uma bela borboleta, devemos ser pacientes uns com os outros, tendo a certeza de que essa vida santa, e depositada em nós, irá completar a transformação no nosso interior (1 Co 15.51).


Ainda com respeito à transformação, leiamos: “E todos nós, com o rosto desvendado, comtemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espirito” (2 Co 3.18). No processo de transformação, todos nos comtemplamos a beleza e a doçura de Cristo. Durante nossa vida, devemos comtemplar ao máximo a glória do Senhor. 


Ele está em nosso espirito, que pé um ambiente fechado, santo, puro e sem interferência das coisas do mundo. No espirito, desfrutamos unicamente da presença do Senhor. É um lugar de profunda comunhão; e, quanto mais permanecermos ali, mais desfrutaremos da transformação. Louvado seja o Senhor!


Quanto à conformação, leiamos: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para seremos conforme \à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Aqui vemos a última etapa da santificação – sermos conformes à imagem de Cristo. O Senhor iniciou uma boa obra em nós e irá completa-la até Sua volta. 


O propósito de Deus é que todos os Seus filos sejam como Cristo Jesus, pois Ele é o protótipo perfeito, o padrão que devemos alcançar. Assim sendo, nossas emoções, nossos pensamentos e nossas vontades serão semelhantes ás emoções, aos pensamentos e à vontade de Cristo. Aleluia!


GLORIFICAÇÃO


Agora veremos sobre a glorificação, que possui dois aspectos: o inteiro e o exterior. Durante Seu ministério terreno, Cristo foi transfigurado, num alto monte, diante de Pedro, Tiago e João (Mt 17.1-5). Naquele evento, ocorreu a manifestação da glória interior. Cristo , como homem de carne e sangue, de repente, revelou a glória interior para os três discípulos (como se uma pessoa estivesse recoberta com uma capa, fechada com um zíper, e, de repente, abrisse o zíper para desvendar quem ela é).  


As vestes de Jesus, imediatamente, tornaram-se brancas como a luz, e Seu rosto resplandecia como o sol. Hoje, essa glória está no nosso interior, e podemos desfrutá-la por meio da graça. Quanto mais desfrutamos da graça de Cristo, mais provaremos a riqueza da Sua glória.


O segundo aspecto da glorificação é exterior: Em Filipenses 3.21, lemos: “O qual transformará o nosso copo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, sendo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas”. Esse corpo, no qual habitamos, está sujeito à corrupção. Nele, não temos força para vencer as dores físicas nem as inesperadas doenças que nos assolam, e não temos nenhuma esperança de triunfar sobre a morte. 


Mas, graças ao Senhor, conforme o poder eficaz que ele tem de até mesmo subordinar a si todas as coisas, nosso corpo de humilhação será substituído por um corpo igual ao Dele, cheio de glória incorruptível, capaz de trunfar sobre a morte, doenças e fraquezas.


Para mim, que sou portador de necessidades especiais, o processo de glorificação no aspecto exterior, do corpo, terá um sabor diferente do que para os outros. Esse processo será muito importante devido à minha incapacidade física. Estou envelhecendo, por isso, junto com a deficiência do meu corpo, tenho mais dificuldades ainda. 


Eu anelo que chegue o dia em que teremos um corpo ressurreto, de glória, capaz de superar a lei da gravidade e todas as consequências que o pecado trouxe. Na salvação completa de Deus, nosso espirito, alma e corpo serão conservados íntegros e irrepreensíveis (1 Ts 5.23).



domingo, 4 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A SALVAÇÃO COMPLETA – A SOLUÇÃO PARA TODOS OS PROBLEMAS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 04/10/2020


SEGUNDA SEMANA – DOMINGO (Páginas 59 à 62)


Ler com oração:

2 Co 5:17  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.




CAPÍTULO 4


 A SALVAÇÃO COMPLETA –

A SOLUÇÃO PARA TODOS

     OS PROBLEMAS





 O POSICIONAMENTO  DE ROMANOS E  DE 1 E 2 CORÍNTIOS NA BÍBLIA

     

    Neste capítulo falaremos sobre o arranjo divino quanto ao posicionamento de Romanos e de 1 e 2 Coríntios na Bíblia. A disposição desses livros nas Escrituras se deve, antes de tudo, à vontade de Deus, e não apenas ao critério de autor, conteúdo e destinatário. Deus conhece cada detalhe da natureza humana e sabe que, quando o homem se depara com algum problema, tende a ficar preso nele. Na verdade, as duas epístolas de Paulo aos coríntios foram escritas antes de sua epístola aos romanos. Nas cartas aos coríntios, Paulo trata de vários problemas enfrentados pela igreja em Corinto; e, na carta aos romanos, ele fala sobre a salvação completa de Deus. Portanto Deus colocou Romanos antes de 1 e 2 Coríntios para não ficarmos concentrados nos problemas que existiam na igreja em Corinto. Essa sequência maravilhosa das Escrituras é para que saibamos que o poder que há no evangelho de Deus é a solução para os problemas da igreja. A salvação apresentada no livro de Romanos é a salvação para todos os problemas mencionados por Paulo em sua primeira carta aos coríntios.

 

O TEOR  DA PRIMEIRA  EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS 


    De acordo com o relato do apóstolo Paulo, os problemas da igreja em Corinto estavam relacionados à divisão, em função de opiniões divergentes e preferências por este ou aquele apóstolo (1 Co 1:11-13); à imoralidade – um membro da igreja se atreveu a possuir a mulher do próprio pai (5:1); ao litígio entre os irmãos – uns levavam outros a tribunais humanos (6:1-6); a coisas e comidas sacrificadas a ídolos (8:1, 4); à dificuldade em reconhecer a autoridade apostólica (9:1-2); e ao uso inadequado dos dons espirituais (12:1).


     A primeira carta de Paulo aos coríntios foi escrita em Éfeso. Mais tarde, ele enviou seu cooperador Tito a Corinto para saber como os irmãos reagiram às suas palavras. Paulo usou palavras duras, com teor de advertência, para tratar dos inúmeros problemas que existiam ali. Essa situação lhe trouxe intranquilidade ao espírito, a ponto de desejar encontrar Tito o mais rápido possível, para obter notícias dos irmãos (2 Co 2:1-4, 12-13). Uma boa lição que também podemos extrair daqui é que em momentos de apreensão, aflições e lutas espirituais é importante ter a nosso lado irmãos como Tito (8:23). 


    Graças ao Senhor, Paulo encontrou Tito na Macedônia e foi consolado ao receber boas notícias da igreja. Leiamos: “Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito; e não somente com a sua chegada, mas também pelo conforto que recebeu de vós, referindo-nos a vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo. Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a carta, não me arrependo; embora já me tenha arrependido (vejo que aquela carta vos contristou por breve tempo), agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. [...] Foi por isso que nos sentimos confortados. E, acima desta nossa consolação, muito mais nos alegramos pelo contentamento de Tito, cujo espírito foi recreado por todos vós” (2 Co 7:6-9, 13). Paulo ficou muito alegre e encorajado com a reação da igreja em Corinto, pelo genuíno arrependimento dos irmãos, pela saudade que sentiam dele, pelo zelo e pela afeição que tinham para com ele. Essa atmosfera de graça deu a Paulo o encargo para escrever a Segunda Epístola aos Coríntios, um complemento à primeira carta. 


CRISTO É O EVANGELHO DE DEUS – A SOLUÇÃO PARA TODOS OS PROBLEMAS


    Para que Cristo se tornasse a solução para todos os males que o pecado provoca na vida de Seus filhos, Ele mesmo decidiu vir ao mundo e se tornar nosso salvador. Ele pagou um alto preço, pois habitava na glória com Deus Pai, mas, pela obediência, aceitou o desafio e se tornou homem. Esvaziando-Se inteiramente, assumiu a forma de servo e foi reconhecido em figura humana (Fp 2:6-7). 


    O próprio Deus, o criador do universo, ficou confinado no ventre de uma mulher por nove meses. Normalmente, pessoas importantes, como reis, nascem em lugares confortáveis e bem estruturados. Mas Jesus Cristo foi colocado em uma manjedoura (recipiente em que se deposita comida para animais) quando nasceu. Na infância, Ele viveu de maneira restrita, pois Herodes queria matá-Lo (Mt 2:13). Aos doze anos, após regressarem de uma festa em Jerusalém, Seus pais não O encontraram entre os parentes e os conhecidos. Jesus estava no templo, no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os (Lc 2:41-48). Na adolescência, Ele já demonstrava interesse pelas coisas do Pai, conforme respondeu aos Seus pais quando O inquiriram: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (v. 49). 


    Com aproximadamente trinta anos, a fim de cumprir toda a justiça, Jesus foi batizado por João Batista e, em seguida, deu início ao Seu ministério (Lc 3:21-23). Em todas as coisas que Jesus realizou em Seu ministério, a dependência de Deus Pai era absoluta. Ele era constante em Seu viver, retirando-se para orar em secreto porque era dependente da vontade do Pai (5:16). Ele foi examinado pelos sacerdotes, escribas e fariseus; e não havia culpa Nele. Diante da crucificação, Jesus sentiu angústia e pavor. Ao morrer por nós, na cruz, Ele destruiu as coisas negativas, como o pecado, o mundo, o nosso velho homem, a carne e Satanás. Por outro lado, Jesus liberou a vida divina para todo aquele que Nele crê. E, hoje, graças ao Senhor, podemos nascer de novo e ser uma nova criatura (2 Co 5:17).


 O PROCESSO DE SALVAÇÃO NA EPÍSTOLA AOS ROMANOS 


    A Epístola aos Romanos descreve a plena salvação dos cristãos. Somos justificados pela fé, e não por obras (3:28). Nossos esforços não produzem a justificação capaz de cumprir as elevadas exigências do caráter santo de Deus. Diante Dele, devemos reconhecer que somos naturais, pois nossa natureza é caída, e que, por nós mesmos, jamais seremos hábeis para cumprir Sua vontade. 


    Essa epístola revela de maneira contundente que todos os homens necessitam da plena salvação de Deus. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:22-23).


     O pecado trouxe consequências inimagináveis para a humanidade. O homem foi expulso do jardim do Éden, e Deus fechou o caminho para a árvore da vida, colocando querubins e o refulgir de uma espada que se revolvia (Gn 3:24). A espada representa a justiça de Deus; o fogo que a envolvia, representa Sua santidade; e os querubins representam Sua glória. Para que o homem tivesse acesso à árvore da vida novamente e dela se alimentasse, Deus precisava resolver essas três grandes exigências: da justiça, da santidade e da glória.

sábado, 3 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA SOMOS MEMBROS DINÂMICOS DO CORPO DE CRISTO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 03/10/2020


SEGUNDA SEMANA – SÁBADO (Páginas 54 à 57)


Ler com oração:

Rm 12:5  

assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.

SOMOS MEMBROS DINÂMICOS DO CORPO DE CRISTO



     Vejamos, agora, Romanos 12 : 4  Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função. O  Corpo de Cristo tem muito membros, e você, querido leitor, é um deles. Como membro, você é importante para o Corpo. O corpo humano tem muitos membros, e todos devem funcionar. Por exemplo, se por algum motivo o fígado parar de funcionar, todo o corpo será prejudicado. Esse é o princípio do Corpo de Cristo, todos os membros precisam estar saudáveis, buscando o crescimento em vida. 


    Como membros do Corpo, quando somos encarregados de realizar algum serviço, devemos fazê-lo com excelência. Muitas vezes, começamos algo e paramos. O serviço a Deus não pode parar, precisa de continuidade. Também precisamos aprender a incluir os irmãos nos serviços. Todos devem ser incluídos: irmãos, irmãs, jovens e idosos. A inclusão é muito importante para a qualidade do serviço.


     Leiamos Provérbios 20:29: O ornato dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos, as suas cãs. Uma das características dos jovens é a força, e eles devem empregá-la no serviço ao Senhor. Os jovens são o exército da igreja. Os mais velhos têm a seu favor a experiência e a maturidade. Eles são responsáveis pela direção e pela supervisão da obra de Deus, e utilizam sua experiência e seu conhecimento de Deus para que as igrejas não se desviem da linha central da revelação divina. Contudo não possuem a energia e a força de outrora. Então, os jovens colaboram com sua energia, força e dinamismo. Hoje, os jovens são muito criativos, estão sempre inovando. Deus usa essa mescla a favor do Seu Corpo, com inclusão, entusiasmo e excelência. 


    Se você acha que, na igreja, não há lugar para você servir, pois, aparentemente, em todos os serviços há irmãos servindo, você está enganado. Pregar o evangelho é servir o Senhor, e todos devem fazê-lo. Ele nos deu muitas ferramentas para servi-Lo, mencionadas nos capítulos 1 e 5 deste livro. 


O USO DOS DONS NO CORPO 


    Ainda sobre o Corpo de Cristo, em Romanos 12:5-6, lemos: Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé. O que torna a vida da igreja dinâmica é o exercício dos dons. Todos nós temos dons. Mesmo que eu tenha um dom diferente do seu, o importante é exercitar os dons que recebemos. 


    O dom é uma habilidade, um dote natural. Quando nos convertemos, o Espírito Santo nos concedeu dons como Lhe aprouve (1 Co 12:4, 7-11). Agora, cabe a nós exercitá-los. Quando exercitamos os dons, recebemos graça (Ef 4:7). A graça refere-se ao trabalhar de Deus em nós por meio do Seu Filho. Não tenhamos medo de exercitar nossos dons, pois, quanto mais os exercitamos, mais graça ganharemos.


     Em Romanos 12, temos os dons da graça, os dons da vida (v. 6). Resumindo, na igreja temos três aspectos do ministério: o ministério da Palavra, o ministério dos serviços e o ministério das ofertas de riquezas materiais. Nesse capítulo de Romanos, encontramos esses três aspectos do ministério. No versículo 6 é dito: “Segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé”. Esse trecho está relacionado ao ministério da Palavra. Não importa o tamanho da sua fé, se você recebeu o dom de profetizar, profetize.


     Nos versículos seguintes, lemos: “Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria” (Rm 12:7-8). A palavra “ministério”, no versículo 7, é diakonia em grego, e refere-se ao serviço dos diáconos. Esse trecho corresponde ao ministério dos serviços. Os irmãos que servem, devem servir com dedicação, como mencionado anteriormente; ou seja, quando começarem a executar algum serviço, devem terminar. É preciso diligência para servir ao Senhor. 


    No versículo 8, vemos o ministério das ofertas de riquezas materiais: “O que contribui, com liberalidade”. Aqui, “contribuir” quer dizer ofertar. Na vida da igreja, temos a oportunidade de ofertar para as necessidades locais e para a obra em diversas regiões, especialmente no exterior. Ao ofertar, lembremo-nos, principalmente, dos irmãos que deixaram suas famílias para pregar o evangelho em outros países.


     A principal característica de um ministro de oferta de riquezas materiais é a liberalidade, pois seu coração não está preso ao dinheiro. Ele oferta de maneira generosa, pois conhece a origem do seu dinheiro e sabe qual deve ser seu destino.


    Ainda nesse versículo, lemos: “O que preside, com diligência” (Rm 12:8). Esse trecho refere-se aos presbíteros, os irmãos responsáveis. Eles precisam tratar os assuntos da igreja com diligência. Em 1 Pedro 5:1-4, lemos: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória”. 


   Vejamos, agora, o último dom mencionado nessa passagem: “Quem exerce misericórdia, com alegria” (Rm 12:8). Exercer misericórdia é um dom. Mas nem todos têm esse dom. Às vezes, por possuir um padrão moral elevado, torna-se difícil exercer misericórdia. Contudo, graças ao Senhor, no Corpo, há os que exortam, mas também há os que exercem misericórdia, para que haja equilíbrio. Tudo funciona em perfeita harmonia no Corpo de Cristo.


    Querido leitor, vimos quão importante é o nome do Senhor na vida da igreja. Sem esse Nome, não há como desenvolver nossa salvação. Diante das ricas experiências que temos com o nome do Senhor, precisamos dar-nos conta de que devemos pregar o evangelho. Os que pregam o evangelho têm os pés formosos. Além disso, os que foram alcançados pela pregação devem ser incluídos na vida da igreja. Nesse ambiente, temos as condições necessárias para crescer e amadurecer, exercitando nossos dons para a edificação mútua dos membros do Corpo de Cristo.


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A VIDA DA IGREJA: UM NOVO VIVER

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 02/10/2020


SEGUNDA SEMANA – SEXTA-FEIRA (Páginas 51 à 54)


Ler com oração:

Rm 12:2  E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.


A VIDA DA IGREJA: UM NOVO VIVER 


    Em Romanos 12:1, Paulo mostra a importância do nosso corpo no serviço a Deus; no versículo 2, destaca a importância da nossa mente, que é a parte líder da alma, nesse serviço: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A vida da igreja é uma vida totalmente nova, guiada pelo Espírito. Nela, não há nada do mundo, por isso nascemos de novo e nos tornamos um novo homem (Ef 2:15). Sendo assim, nosso conceito precisa mudar também. Nosso pensamento, que era antigo, precisa ser renovado. Se tentarmos introduzir nossa velha maneira na vida da igreja, isso só atrapalhará. Por isso Romanos 12:2 inicia dizendo: “Não vos conformeis com este século”. Não podemos trazer a forma do mundo para a igreja. 


    A palavra grega para “século” é aion. Satanás, a todo momento, vem com uma novidade para nos atrair. Ele quer que nos conformemos com este século e, para isso, usa a nossa mente para aceitarmos as práticas do mundo como algo normal. O mundo deixou, há muito tempo, de glorificar a Deus e de dar-Lhe graças. Nós, porém, na vida da igreja, glorificamos a Deus e Lhe rendemos graças por tudo (Ef 5:20). 


    Precisamos reverenciar a Deus, dando-Lhe toda a honra e toda a glória. Ele deve ser o primeiro em nossa vida. Em tudo, devemos dar a primazia a Ele. E não apenas isso, também devemos aprender a dar graças a Deus em qualquer situação. Normalmente, damos graças a Deus nas situações favoráveis e reclamamos nas situações adversas. Essa postura é igual à do povo de Israel no deserto. Experimente dar graças a Deus quando tudo parece dar errado. Talvez a situação não mude imediatamente, mas seu interior se encherá de gozo e paz. 


    Na Bíblia, há vários versículos que falam sobre temer a Deus (2 Cr 19:7; Jó 1:8; Sl 111:10; Pv 15:16; 2 Co 7:1). Isso não significa que devemos ter medo de Deus, e sim reverência, respeito, pois é dessa maneira que O serviremos adequadamente. Ainda sobre esse assunto, leiamos Hebreus 12:28-29: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor”.


TRANSFORMA-VOS  PEL A RENOVAÇÃO DA VOSSA MENTE

 

    Vejamos como nosso envolvimento e comprometimento com a vida normal da igreja pode promover uma mudança em nossa mente. Em Romanos 12:2, lemos: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Esse processo de não se moldar ao mundo, para alguns, talvez seja difícil. A melhor maneira de fazer isso é oferecer o corpo para servir ao Senhor e, cada vez mais, se conectar à vida da igreja. Assim, nossa mente será renovada, e deixaremos de ter prazer nas coisas do mundo. Quem já teve essa experiência pode testemunhar que, no início, amava determinadas coisas do mundo; hoje, porém, após um tempo vivendo a vida da igreja de forma ativa, já não sente falta delas. Essa é a maneira prática de ter a mente renovada constantemente.


     Deus quer transformar-nos, infundindo mais da Sua natureza e da Sua glória em nós (2 Co 3:18; 2 Pe 1:3-4). A vida da igreja é o ambiente adequado para nosso crescimento de vida e para nossa transformação. Quanto mais vivermos a vida da igreja, mais renovada será nossa mente e mais transformados seremos. 


    A renovação da mente é muito importante para a nossa transformação, pois é a mente que escolherá se inclinar para a carne ou para o espírito (Rm 8:5-6). Queremos viver na lei do pecado e da morte ou na lei do Espírito da vida? Nossa mente está acostumada a pender para a carne, por isso ela precisa ser renovada. Invocar o nome do Senhor nos ajuda a colocar a mente no espírito (1 Co 12:3). 


    À medida que ocorre a renovação da nossa mente, experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Segundo Paulo, o homem natural não entende as coisas de Deus porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2:14). Assim, se permanecermos no velho homem, sendo governados pela mente caída, nunca conseguiremos compreender a vontade de Deus. Todavia, conforme ocorre a renovação da nossa mente, a vontade de Deus fica mais clara para nós a ponto de não querermos trocá-la por nada.


 NÃO PENSE  DE SI MESMO ALÉM DO QUE  CONVÊM 


    Em Romanos 12:3, lemos: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Esse é um aspecto importante no viver da igreja, pois muitos problemas ocorrem porque, normalmente, pensamos de nós mesmos além do que convém. 


    Em Filipenses 2, Paulo fala algo semelhante. No versículo 1, ele diz: “Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias”. O termo “entranhados afetos e misericórdias”, em grego, é splangchnon. Essa é uma das características da humanidade elevada de Cristo. Na vida da igreja, para ter um relacionamento saudável com os irmãos, precisamos viver pelo splangchnon de Cristo, ou seja, pelos Seus “entranhados afetos e misericórdias”, e não pelo sentimento natural, do velho homem. 


    Nosso sentimento é egoísta e separatista. Somos muito seletivos. Normalmente, gostamos das pessoas que nos agradam, amamos quem nos ama e deixamos de lado aqueles com quem não temos tanta intimidade. Em nosso ser natural, queremos sempre misericórdia para nós e justiça para os outros. Precisamos do splangchnon de Cristo para que nossa humanidade seja elevada; assim, teremos mais compaixão uns dos outros. 


    O Senhor Jesus se compadece de nós. O termo “compadecer-se” significa sofrer junto. Ter compaixão é ter empatia pela pessoa, colocando-se no lugar dela. Foi o que o Senhor Jesus fez (Jo 2:25). Ele é nosso sumo sacerdote e conhece muito bem nossa situação, por isso pode compadecer-se de nós (Hb 4:14-15). Quando erramos, Ele não nos corrige com uma vara; antes, é compassivo para conosco, pois Ele mesmo foi tentado em todas as coisas e conhece nossas dificuldades em vencer determinadas situações. 


    Precisamos seguir o exemplo do Senhor Jesus. Se Ele é compassivo para conosco, devemos também ser compassivos para com os irmãos. Em Mateus 18, há uma parábola que serve de lição para nós. Segundo essa parábola, um servo teve sua grande dívida perdoada pelo rei, mas não foi capaz de perdoar uma pequena dívida de seu conservo (vs. 23-35). Quando o rei ficou sabendo disso, disse-lhe: “Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?” (vs. 32-33). O servo, então, foi lançado na prisão até pagar toda a dívida (vs. 34-35). Se fomos alvo da compaixão de Cristo, por que relutamos em compadecer-nos dos outros? Por que criticamos, murmuramos e reclamamos? Porque ainda pensamos de nós mesmos além do que convém.


quinta-feira, 1 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA LEVAR O NOME DE JESUS AS PESSOAS

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 01/10/2020


SEGUNDA SEMANA – QUINTA-FEIRA (Páginas 47 à 51)


Ler com oração:

Rm 12:1  

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.


LEVAR  O  NOME  DE  JESUS  AS  PESSOAS 


    Se lermos atentamente os versículos de Romanos 10, veremos que o encargo de Paulo era levar o nome do Senhor a todas as pessoas, inclusive aos judeus. Como vimos, toda vez que invocamos o nome do Senhor, desfrutamos de Suas riquezas. Contudo essas riquezas não são apenas para nosso desfrute pessoal; precisamos pregar o evangelho, levando esse Nome a todos. As pessoas estão esperando por nós: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10:14-15). Por que esse versículo menciona os pés, e não a boca? Porque fomos enviados para pregar o evangelho, logo, precisamos sair às ruas, ou seja, usar nossos pés. Essa é nossa responsabilidade. 


A VIDA DA IGREJA É DINÂMICA


    Após serem salvas pela pregação do evangelho, as pessoas precisam de um ambiente adequado para crescer espiritualmente. Deus preparou esse lugar, a igreja (1 Co 1:2). A partir do capítulo 12 de Romanos, Paulo mostra como a vida da igreja é dinâmica. A igreja é nosso viver, por isso a chamamos de “vida da igreja”. Porém essa vida não é parada, passiva. A vida da igreja é ativa, dinâmica; e vai além do viver de reuniões.


     A igreja é o melhor ambiente para que a vida de Deus cresça em nós. No entanto a vida da igreja não é um “mar de rosas”, pois nela, muitas vezes, experimentamos a morte de Cristo (Cl 1:24), mas também experimentamos o poder de Sua ressurreição (Fp 3:10). Além disso, não podemos rejeitar nenhum membro escolhido pelo Senhor.


    Esse é o lugar em que o Senhor nos colocou após sermos salvos, por isso precisamos participar das reuniões com entusiasmo. A igreja se opõe ao mundo, portanto não devemos trazer as coisas do mundo para a igreja. 


    Em João 17, vemos a oração de Jesus para que o Pai nos guarde Nele, pois, embora não sejamos do mundo, ainda estamos no mundo (vs. 9-18). Estamos aqui para ser testemunhas do Senhor. Essa é nossa função. Não somos do mundo, portanto não devemos viver segundo ele. 


Os ASPETOS  DA VIDA  DA iIGREJA 


     Em Romanos 12:1, Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Nessa porção de Romanos, Paulo começa a falar sobre a vida prática da igreja, a vida do Corpo. 


    A vida do Corpo é a vida da igreja, que engloba todos os aspectos da nossa vida, não só a vida de reuniões, mas também o viver familiar e o viver social. As reuniões são muito importantes; não podemos menosprezá-las, mesmo que haja poucas pessoas (Hb 10:25). Lembremos que, onde estiverem dois ou três reunidos no nome do Senhor, ali Ele estará no meio deles (Mt 18:20). 


    No primeiro capítulo, vimos que a vida da igreja também inclui o viver familiar. Nosso relacionamento com nossos familiares deve basear-se nos princípios da vida da igreja, para expressar Cristo. Se criarmos nossos filhos nesse ambiente, eles espontaneamente seguirão nosso exemplo, vivendo a vida da igreja e sendo úteis ao Senhor. 


    A vida da igreja deve fazer parte da nossa vida social. Em nosso dia a dia, contatamos muitas pessoas, por isso precisamos levar essa vida maravilhosa da igreja para os lugares que frequentamos, a fim de que as pessoas com quem nos relacionamos, conheçam esse viver maravilhoso. 


A IMPORTÂNCIA DE APRESENTAR NOS SO CORPO


     Voltemos a Romanos 12:1. Por que Paulo utiliza a expressão “rogo-vos” nesse versículo? Porque ele sabe que temos dificuldade de praticar a palavra de Deus, por isso roga pelas misericórdias de Deus. No capítulo 9 de Romanos, Paulo já havia dito que Deus tem misericórdia de quem Lhe aprouver ter misericórdia; portanto não depende de quem quer ou de quem corre (vs. 15-16). Nossa condição, antes de receber a salvação de Deus, era deplorável; mas, ainda assim, Ele quis ter misericórdia de nós, e nos deu Sua graça a fim de salvar-nos. Baseado nessa misericórdia que nos alcançou, o apóstolo Paulo roga que apresentemos nosso corpo a Deus. 


    No Antigo Testamento, o animal ofertado era imolado no altar do holocausto. Ele era cortado em pedaços e colocado sobre o altar para ser queimado pelo fogo; com isso, um aroma agradável subia a Deus. Ao sentir o aroma, Deus aceitava aquela oferta. Nós também precisamos apresentar-nos diante de Deus como um sacrifício vivo. 


    Por que, nesse versículo, Paulo fala do corpo, e não do espírito ou da alma? Leiamos 1 Coríntios 6:13: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo”. Assim, nosso corpo é para o Senhor, e o Senhor, para nosso corpo. Portanto precisamos fugir das coisas pecaminosas. 


    Além disso, nosso corpo é membro de Cristo. Vejamos: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (1 Co 6:15-18). 


    Nosso corpo também é santuário do Espírito Santo: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Co 6:19). Preste atenção à última frase: “E que não sois de vós mesmos?”. Se não somos de nós mesmos, devemos apresentar-nos a Deus.


     Na sequência lemos: “Fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (v. 20). Perceberam a importância do nosso corpo? Precisamos mantê-lo santo, separado para Deus e para a Sua obra; e a melhor forma de fazer isso é oferecendo-o como sacrifício vivo ao Senhor. 


    Em 1 Coríntios 9:27, Paulo diz: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”. O que Paulo quis dizer com isso? Por exemplo, domingo de manhã, o despertador toca para você acordar para ir à reunião, mas o dia está frio, e a cama, quente. Então, qual é a vontade do seu corpo? Certamente, de ficar em casa, dormindo até mais tarde. Nosso corpo está sempre em busca de conforto. O corpo de Paulo também era assim, por isso ele o esmurrava. Esse esmurrar não é ficar socando o corpo fisicamente, mas, utilizando o exemplo acima, é obrigá-lo a se levantar da cama e ir para a reunião, onde ele será útil ao Senhor. 


    “Levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo” (2 Co 4:10). Nosso corpo precisa ter as marcas de Cristo. Por isso devemos esmurrá-lo e levá-lo à morte, para que a vida de Cristo se manifeste nele. Se não há marcas da morte de Cristo em nosso corpo, é um sinal de que estamos sendo dominados por ele em vez de dominá-lo. 


    Em Romanos, Paulo usa duas expressões: “corpo do pecado” (6:6) e “corpo desta morte” (7:24). O “corpo do pecado” impulsiona nosso corpo a pecar, enquanto o “corpo desta morte” trabalha contra a nossa vontade de servir ao Senhor. Sempre que queremos fazer algo espiritual, como orar, ler a Bíblia, pregar o evangelho e ir às reuniões, o “corpo desta morte” se manifesta, e sentimos cansaço, preguiça e sono. Contudo, se no mesmo instante alguém nos chamar para fazer algo que agrada nossa carne, o “corpo do pecado” se levanta, e todo cansaço, preguiça e sono desaparecem. Por isso precisamos, muitas vezes, esmurrar nosso corpo, reduzindo-o à escravidão. Fazendo assim, exibiremos as marcas de Cristo, e Sua vida se manifestará em nosso corpo.


     “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5:10). Quando o Senhor voltar, em Seu tribunal, seremos julgados segundo o que tivermos feito com nosso corpo. Agora compreendemos o rogo do apóstolo Paulo em Romanos 12:1, que termina afirmando que esse é nosso culto, ou serviço, racional. Portanto a melhor forma de servir a Deus é oferecer-Lhe nosso corpo.