sexta-feira, 23 de outubro de 2020

CRER NO PODER TRANSFORMADOR DO EVANGELHO

 ALIMENTO DIÁRIO

SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA (páginas 16 e 17)
SÉRIE: DEUS NOS CHAMA PARA O SEU REINO E GLÓRIA
O PODER DO EVANGELHO – EZRA MA E PEDRO DONG
Mensagem: O PODER DO EVANGELHO – (1 Ts 1:5))
Ministrada por Ezra Ma
Leitura bíblica:
Jo 20:19; At 2:4, 14; 13:52; Rm 14:17; Gl 5:22; 1 Pe 5:3
Ler com oração:
Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16)

CRER NO PODER TRANSFORMADOR DO EVANGELHO
Nós, que já cremos no Senhor Jesus, temos a tendência de pensar nos outros sempre que ouvimos falar sobre o evangelho. Pensamos nos familiares, vizinhos, amigos e até desconhecidos. Querido leitor, todos nós, que já recebemos o evangelho, precisamos crer no poder que ele tem de operar em nossa vida. Muitas vezes não cremos que o evangelho possa mudar-nos. Como, então, esperar que ele mude outras pessoas? Se eu não crer, minhas palavras não terão peso e não transmitirão convicção. Muitos acham que, por já serem salvos, não precisam mais dessa palavra, julgando que ela deve ser destinada apenas aos incrédulos. Certamente, já estamos salvos da perdição eterna, mas todo cristão precisa, todos os dias, ser salvo do mundo, do pecado, de sua personalidade difícil, de sua dificuldade de se coordenar com outros e de viver em paz com eles. Nossa pregação não deve estar fundamentada apenas em palavras, mas no poder de uma vida transformada. O apóstolo Paulo afirmou ousadamente: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2:4). E quanto a nós?
“O reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder” (1 Co 4:20). Hoje, querido leitor, precisamos desse poder na igreja, em nosso lar, em nossa vida pessoal, em nosso serviço a Deus. O evangelho é o poder para salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16). Você crê? Não pense que você já se graduou no evangelho. Toda vez que Deus nos fala por meio da palavra profética, Ele nos prega o evangelho, nos dá esperança, nos motiva. Nessas horas, que atitude devemos ter? Devemos crer no evangelho (Mc 1:15).
Muitos associam o poder do evangelho a um toque na testa que derruba pessoas ou à expulsão de demônios. Todavia o verdadeiro poder é o que transforma vidas, é o que reconcilia marido e mulher, que consegue fazer pessoas diferentes servir juntas e em harmonia na igreja. Se uma igreja está dividida, o verdadeiro poder é aquele que consegue derrubar a parede que separa os irmãos e novamente os juntar. Depois da morte de Jesus, os discípulos estavam trancados em uma casa com medo dos judeus, mas, quando receberam o Espírito, foram libertos do medo e passaram a pregar o evangelho àqueles de quem antes se escondiam (Jo 20:19; At 2:4, 14). Os que são tímidos, os que têm medo de servir a Deus, de pregar o evangelho, quando se enchem do poder que vem do Espírito Santo, tornam-se ousados. Um dos grandes adversários que temos em nosso interior é o medo, mas o poder do evangelho nos liberta do temor de nos consagrar totalmente a Deus.
Uma das principais manifestações de que estamos cheios do Espírito é a alegria (1 Ts 1:6; At 13:52; Rm 14:17; Gl 5:22). Existe hoje um mal-entendido com relação a encher-se do Espírito Santo. Muitos pensam que a evidência de uma pessoa estar cheia do Espírito Santo é falar em línguas. Mas, nas epístolas aos tessalonicenses, Paulo nada disse sobre “falar em línguas”. No capítulo um de 1 Tessalonicenses, Paulo apresenta uma evidência de alguém que está cheio do poder do Espírito Santo: a alegria (v. 6). Por isso, alegremo-nos no Senhor. Mesmo no meio desta pandemia e do isolamento social, queremos e podemos encher-nos da alegria do Espírito. Louvado seja o Senhor!
O poder do evangelho se manifestou entre os tessalonicenses por meio do viver e do testemunho de Paulo e seus companheiros: “Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo” (1 Ts 1:6). Aqui vemos a importância do exemplo. Aquela igreja foi tão impactada pelo testemunho de Paulo que passou a imitá-lo. Os apóstolos se tornaram seus modelos (1 Co 4:16; 11:1; Fp 3:17; 2 Ts 3:7, 9). Paulo os encorajava a ser seus imitadores, assim como ele procurava ser de Cristo. Os líderes devem pastorear a igreja, não com ordens, mas com o exemplo (1 Pe 5:3). Por imitar os apóstolos, a igreja em Tessalônica, apesar de ser nova, tornou-se modelo para os irmãos da Macedônia e Acaia (1 Ts 1:7-8).
A pregação do evangelho nos leva a viver a obra de fé, o labor de amor e a perseverança da esperança. Mesmo em meio a provações, existe esperança! Louvado seja o Senhor!


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A OBRA DE FÉ, O LABOR DE AMOR, A PERSEVERANÇA DA ESPERANÇA E O PODER DO EVANGELHO

 *ALIMENTO DIÁRIO*

SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA (páginas 14 e 15)
SÉRIE: DEUS NOS CHAMA PARA O SEU REINO E GLÓRIA
O PODER DO EVANGELHO – EZRA MA E PEDRO DONG
Mensagem: O PODER DO EVANGELHO – (1 Ts 1:5))
Ministrada por Ezra Ma
Leitura bíblica:
1 Ts 1:8, 10; 2:19; 3:12; 4:9-10, 13-18
Ler com oração:
O nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós (1 Ts 1:5).

A OBRA DE FÉ, O LABOR DE AMOR, A PERSEVERANÇA DA ESPERANÇA E O PODER DO EVANGELHO
Lemos algo tremendo que diz respeito a nosso viver: “Recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 1:3). Essa passagem nos apresenta a estrutura da vida da igreja. A tradução literal do grego dessa porção é a seguinte: “Recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da vossa obra de fé, do vosso labor de amor e da vossa perseverança da esperança”.
A fé relaciona-se à obra. Nossa obra não é uma obra qualquer, pois a natureza e a força que a move é a fé. Trabalhamos e servimos ao Senhor porque cremos. Por exemplo, o trabalho dos colportores dinâmicos é uma obra de fé. Toda manhã eles saem com fé: eles têm uma meta, oram e contatam as pessoas. Vidas são salvas por uma breve oração. Mas essa oração é cheia de fé! O amor está relacionado com o labor. O labor é mais do que um trabalho. Limpar a casa é um trabalho doméstico, mas, quando uma mãe cuida de seu bebê, isso é labor. O labor tem uma motivação que nos leva a afadigar-nos e dedicar-nos integralmente a uma atividade. Essa motivação é o amor. O amor é a característica do labor. E a esperança tem a ver com a perseverança. O que nos leva a perseverar até o fim é a esperança. Os tessalonicenses haviam perdido a esperança em relação aos que tinham morrido, mas Paulo revelou-lhes que a salvação é eterna, que o Senhor Jesus os livraria da ira vindoura e que eles também seriam arrebatados e estariam novamente juntos (1 Ts 1:10; 4:13-18). Essas palavras deram esperança aos cristãos de Tessalônica. A fé direciona-se para Deus (1:8), o amor direciona-se para os santos (3:12; 4:9-10) e a esperança direciona-se para a vinda do Senhor (2:19).
Paulo usa a expressão “nosso evangelho” (1 Ts 1:5), ou seja, o evangelho fazia parte de sua vida. O evangelho não deve ser apenas palavras para nós, mas deve ser parte de nosso viver. Querido leitor, foi esse fato que levou os tessalonicenses a ter uma grande transformação em tão pouco tempo; e esse é o evangelho que devemos ter e pregar. Paulo explicou: “O nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo” (1 Ts 1:5a). O evangelho não é só o que você prega, é o que você vive! Vemos a importância do evangelho no viver dos cristãos genuínos, e sempre precisamos lembrar que o evangelho não é somente palavra, o evangelho é poder. É o poder no Espírito Santo! O evangelho é o poder de transformar vidas, e não apenas a vida dos outros, mas a minha vida. Uma vida transformada é, por si só, uma poderosa pregação do evangelho!
Também vemos, nesses versículos iniciais, que não podemos ter dúvidas no coração: “E em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós” (1 Ts 1:5b). O procedimento de Paulo e seus cooperadores em Tessalônica foi uma verdadeira pregação do evangelho! As pessoas devem olhar para um cristão e pensar: “É essa vida que eu quero para mim”.
Leiamos: “Para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho” (2 Ts 2:14). Mais uma vez vemos Paulo usar a expressão “o nosso evangelho”, o que confirma que o evangelho fazia parte de sua pessoa. O evangelho é o poder de Deus. Querido leitor, queremos que todos tenhamos a plena convicção do poder do evangelho para nos transformar e para influenciar a vida de outras pessoas. Esse evangelho não é só o da graça para a salvação eterna, mas é o evangelho do reino, do poder que nos levará a ser um vencedor. Esse é o poder que Deus quer que tenhamos! Aleluia!

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

A ELEIÇÃO DO PAI, O LIVRAMENTO DO FILHO E O DISPENSAR DO ESPÍRITO

 ALIMENTO DIÁRIO

SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA (páginas 12 e 13)
SÉRIE: DEUS NOS CHAMA PARA O SEU REINO E GLÓRIA
O PODER DO EVANGELHO – EZRA MA E PEDRO DONG
Mensagem: O PODER DO EVANGELHO – (1 Ts 1:5))
Ministrada por Ezra Ma
Leitura bíblica:
Jo 3:5, 16; 1 Ts 1:5-6, 10
Ler com oração:
Devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade (2 Ts 2:13).

A ELEIÇÃO DO PAI, O LIVRAMENTO DO FILHO E O DISPENSAR DO ESPÍRITO
Depois de compreender o que deu origem às cartas de Paulo aos tessalonicenses, vamos atentar para as características espirituais dessa igreja. “Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros” (1 Ts 1:1). Paulo escreveu várias de suas epístolas juntamente com seus cooperadores, mostrando-nos seu trabalho conjunto e em harmonia no Corpo de Cristo. A expressão “igreja dos tessalonicenses”, que Paulo usou aqui, é muito diferente das usadas em outras epístolas. É uma expressão mais carinhosa. Devemos lembrar que essa foi sua primeira epístola escrita, e que aquela igreja era muito nova. Seria como se ele enviasse uma carta para a igreja em São Paulo e iniciasse com a expressão “à igreja dos paulistanos”. Ao mesmo tempo em que demonstra que a igreja é composta de seres humanos, ele completa a informação: “à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai”. Isso é maravilhoso! Não é uma igreja somente de pessoas, mas de pessoas em Deus. E não apenas em Deus, mas em Deus Pai.
Até antes da primeira vinda de Cristo, a relação entre o homem e Deus era de Criador e criatura. O homem jamais poderia estar em Deus. Por isso Paulo escreveu aqui “Deus Pai”, porque não é só uma relação de Criador e criatura, mas uma relação de Pai e filho, uma relação de vida. Um dia, Ele nos gerou no Espírito e se tornou nosso Pai, e nós, Seus filhos (Jo 3:5, 16). Essa relação de Pai e filho nos revela a união, a conexão de Deus com o homem. No entanto, os tessalonicenses não tinham como se conectar a Deus por si mesmos. Como, então, isso foi possível? A resposta vem em seguida: “À igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 1:1). A união, a plena conexão tornou-se possível por meio de Cristo. Ele é o conector central do universo; todas as coisas convergem Nele; Nele, tudo subsiste (Ef 1:10; Cl 1:17b). Ele nos conectou a Deus mediante a redenção e pôs ordem em nossa vida. Quando nossa vida é encabeçada por Cristo, desfrutamos de paz! Isso é maravilhoso! Paulo se refere a Jesus aqui como o Senhor Jesus Cristo,
O poder do evangelho 13isto é, como Aquele que encabeça, que reina sobre todas as coisas. Por isso, apreciamos tanto invocar esse Nome: Senhor Jesus! Essa é uma forma de aumentar cada vez mais nossa conexão com Deus. Estamos conectados ao Pai porque Jesus se tornou nosso Senhor.
Nessa primeira epístola, vemos o trabalho do Deus Triúno: em primeiro lugar, temos a eleição do Pai, que nos escolheu; em segundo, desfrutamos o livramento do Filho; e, em terceiro, temos o dispensar do Espírito! Essa epístola foi escrita para irmãos novos, mas está repleta de verdades. Querido leitor, esse é o evangelho que Deus nos confiou, esse é o legado que Ele entregou à igreja. Portanto, não tenha vergonha de nossas verdades. Não diga assim: “Nossas verdades são muito elevadas para as pessoas lá fora”. Não! Precisamos crer nessas verdades, confiar no que Deus nos deu e entregar isso a todas as pessoas.
Os versículos iniciais de 1 Tessalonicenses nos revelam que a eleição é do Pai. Logo no primeiro versículo há a expressão “em Deus Pai”; no terceiro versículo, “diante do nosso Deus e Pai”, e, no quarto versículo, “reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição”. Foi o Pai quem nos escolheu. Fomos escolhidos! Paulo estava dizendo aos tessalonicenses: “Vocês foram escolhidos! Reconhecemos, irmãos amados, a eleição de vocês”. Paulo estava consolando a igreja, que sofria perseguições e martírios, mostrando-lhes que nossa salvação é eterna. Mesmo que muitos ali tenham sido mortos, eles ainda poderiam crer na obra do Filho, pois o Senhor Jesus os livraria da ira vindoura (1 Ts 1:10). O apóstolo também mostrou que toda aquela transformação que experimentavam era decorrente do trabalhar do Espírito Santo na vida deles (vs. 5-6).
Querido leitor, você tem dúvida de que Deus o escolheu? Se você está lendo estas palavras neste momento, creia: você foi escolhido! Creia: sua salvação é eterna, e o Espírito é o poder de Deus em sua vida. Mesmo em meio a lutas e perseguições, o Espírito é capaz de nos fazer pessoas felizes e alegres. Apenas creia!

terça-feira, 20 de outubro de 2020

O CUIDADO DE PAULO PARA COM A IGREJA EM TESSALÔNICA

 ALIMENTO DIÁRIO

SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA (páginas 10 e 11)
SÉRIE: DEUS NOS CHAMA PARA O SEU REINO E GLÓRIA
O PODER DO EVANGELHO – EZRA MA E PEDRO DONG
Mensagem: O PODER DO EVANGELHO – (1 Ts 1:5))
Ministrada por Ezra Ma
Leitura bíblica:
At 17:3-15; 18:1, 5; Fp 4:16; 1 Ts 1:6-9; 2:9; 3:1-3, 8
Ler com oração:
Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus (1 Ts 2:9).

O CUIDADO DE PAULO
PARA COM A IGREJA EM TESSALÔNICA
Paulo permaneceu por um tempo em Tessalônica. Embora não se saiba ao certo quanto à duração exata da sua estada, alguns afirmam que ele permaneceu ali por apenas três semanas, apoiados nos versículos de Atos (17:1-2). Por esse relato, vemos também que Paulo e Silas pregaram o evangelho, e uma numerosa multidão de gregos piedosos e distintas mulheres creram na Palavra (vs. 3-4). A menção de distintas mulheres reforça a importância do ministério das mulheres para a edificação da igreja.
Depois de algum tempo, os judeus, tomados por inveja, levantaram-se contra Paulo e os novos irmãos. Foi por isso que ele teve de deixar a cidade e seguir para Bereia (At 17:5-10). Observando outras passagens, podemos afirmar que Paulo e Silas, muito provavelmente, ficaram mais de três semanas em Tessalônica. Talvez a estada deles ali tenha durado alguns meses, conforme três evidências que apresentaremos a seguir.
A primeira está no fato de que, enquanto permaneceram na cidade pregando o evangelho, Paulo e Silas trabalharam dia e noite, para não viver à custa dos irmãos e não ser um peso para os tessalonicenses (1 Ts 2:9; 2 Ts 3:8). Se tivessem ficado por apenas três semanas ali, todo esse labor não teria sido necessário.
A segunda é que, ao partir de Tessalônica, Paulo e Silas deixaram a igreja numa condição bem próspera, com os irmãos em um estágio bastante avançado de experiência e testemunho da Palavra (1 Ts 1:6-8). Em três semanas seria muito difícil estabelecer uma igreja com esse tipo de amadurecimento espiritual. A igreja em Tessalônica tornou-se modelo para as outras igrejas na Macedônia e Acaia, e isso demanda muito tempo e dedicação investidos. Houve uma mudança completa na vida dos irmãos, pois eles abandonaram os ídolos e se converteram totalmente a Deus (v. 9).
A última evidência de que eles, muito provavelmente, permaneceram mais de três semanas está em Filipenses (4:16), em que Paulo explica que a igreja em Filipos lhes havia enviado suprimentos mais de uma vez enquanto estavam em Tessalônica. A distância entre uma cidade e outra era de 160 a 170 km. Como viajavam a pé, eles demoravam mais de cinco dias para percorrer essa distância. Portanto, seria difícil aos irmãos de Filipos ir duas vezes para Tessalônica em apenas três semanas. A igreja em Tessalônica era nova, e Paulo cuidou dos irmãos ali por alguns meses, até que os judeus e os desocupados se levantaram contra ele, Silas e os demais irmãos.
Ao sair às pressas de Tessalônica, Paulo e Silas foram para Bereia (At 17:10-13). Contudo, os judeus vieram de Tessalônica e perseguiram Paulo, que foi levado por alguns irmãos até Atenas; mas, antes de sair de Bereia, ele deixou ali Silas e Timóteo (v. 14). De Atenas, Paulo enviou um recado para que os dois fossem encontrá-lo (v. 15). Como Paulo estava muito preocupado com a condição da igreja em Tessalônica, enviou Timóteo de Atenas para Tessalônica a fim de confirmar a fé dos irmãos, consolá-los e encorajá-los (1 Ts 3:1-3). (Veja o mapa na página 8).
Assim que Timóteo foi para Tessalônica, Paulo também enviou Silas até essa mesma região da Macedônia (provavelmente para Filipos e Bereia). Vemos isso porque, tendo Paulo saído de Atenas e chegado a Corinto, Timóteo e Silas desceram da Macedônia para encontrá-lo ali (At 18:1, 5). Por causa das notícias trazidas da Macedônia por Silas e Timóteo, Paulo, então, escreveu junto com eles as duas epístolas aos tessalonicenses (1 Ts 1:1a, 2 Ts 1:1a).
Querido leitor, isso mostra que, no coração de uma pessoa que serve o Senhor, existe a preocupação com as igrejas. Precisamos todos ter tal coração, principalmente, durante estes dias de pandemia, motivo pelo qual devemos orar por todos os irmãos. Que o Senhor nos conduza sempre por esse caminho de cuidado mútuo

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O PANO DE FUNDO DA CARTA DE PAULO AOS TESSALONICENSES

 ALIMENTO DIÁRIO




SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA (páginas 7, 8 e 9)

SÉRIE:* DEUS NOS CHAMA PARA O SEU REINO E GLÓRIA

O PODER DO EVANGELHO – EZRA MA E PEDRO DONG

Mensagem: O PODER DO EVANGELHO – (1 Ts 1:5))
Ministrada por Ezra Ma

Leitura bíblica:
At 16:40—17:4; 1 Ts 4:14-18

Ler com oração:
Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança (1 Ts 4:13) 


O PANO DE FUNDO DA CARTA DE
PAULO AOS TESSALONICENSES

Querido leitor, iniciamos uma nova série do Alimento Diário intitulada “Deus nos chama para o Seu reino e glória”, com base nas duas epístolas de Paulo aos tessalonicenses. Nesta semana, trataremos do contexto em que o apóstolo escreveu essas cartas à igreja em Tessalônica; do tempo em que ele e seus cooperadores permaneceram naquela cidade; da forte experiência que os irmãos tiveram com o poder do evangelho, um poder que os libertou dos ídolos, para servir ao Deus vivo e verdadeiro; e, por fim, veremos como tudo isso se relaciona com a estrutura do viver da igreja: a obra de fé, o labor de amor e a perseverança da esperança.
Após o livro de Atos, seguem-se as epístolas de Paulo nesta ordem: Romanos, Primeira e Segunda Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e, por fim, Primeira e Segunda Tessalonicenses. Embora apareçam no final da sequência bíblica das cartas dirigidas às igrejas, as epístolas aos tessalonicenses foram as primeiras que Paulo escreveu.
Conhecer os eventos que motivaram Paulo a escrever essas duas epístolas vai nos ajudar a compreender o conteúdo espiritual delas. A igreja em Tessalônica era uma igreja nova, com poucos meses de existência, quando recebeu as cartas de Paulo. Como teve de sair às pressas daquela cidade, o apóstolo não pôde apresentar a Palavra e o conhecimento de uma maneira mais completa. Assim, ele escreveu essas duas epístolas para orientá-los a viver uma vida cristã santa, com vistas à vida da igreja. Ele apresentou aos tessalonicenses a preciosa estrutura da igreja: fé, amor e esperança. Além disso, a igreja passava por provações e, em razão das perseguições do Império Romano, vários irmãos foram mortos. Isso gerou dúvidas sobre o que aconteceria com os que morreram, sobre qual seria o futuro deles. Por isso, Paulo despendeu um tempo considerável nessas duas epístolas para esclarecê-los sobre a vinda do Senhor e
O poder do evangelho e o arrebatamento tanto dos vivos, como daqueles que dormiram no Senhor, isto é, dos mortos (1 Ts 4:13-18).
Tais palavras são muito oportunas, pois alguns de nós, nestes tempos de pandemia, também experimentamos tristeza decorrente da partida de alguns de nossos irmãos e entes queridos. Não estamos num momento de perseguição exterior, mas de tribulação. E muitos de nós temos uma sensação interior de que a vinda do Senhor está próxima. Essas cartas não foram escritas somente para os irmãos de Tessalônica, mas para nós hoje!
Tessalônica era a capital da província romana da Macedônia. Sua economia era forte e florescente devido a sua excelente localização no mar Egeu. Seu porto era utilizado pelos romanos para transporte de mercadorias e realização de negócios. Sua população era numerosa, com nativos e diversas comunidades de estrangeiros, incluindo uma importante colônia judaica.
Sabemos, por meio do livro de Atos, que Paulo estava em sua segunda viagem missionária quando chegou a Tessalônica. Ele e Silas foram guiados pelo Senhor a cada uma das cidades apontadas no mapa até chegar àquela cidade: “À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho. Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias” (At 16:9-12). É fascinante perceber na Bíblia a maneira de Deus enviar e direcionar Seus servos, como fez com Paulo e Silas, orientando-lhes os passos conforme Sua vontade. Isso é um grande exemplo para nós.
Saindo de Filipos, passaram por Anfípolis, depois chegaram a Tessalônica, e, ali, encontraram uma sinagoga de judeus (At 16:40—17:4), onde por três sábados Paulo discorreu com eles acerca das Escrituras. Alguns judeus se uniram a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos e muitas mulheres distintas.
Que sempre busquemos, no cuidado para com os irmãos e no estabelecimento das igrejas, ser conduzidos por esse mesmo caminho de obediência ao guiar do Espírito, e que tenhamos palavras de esclarecimento e consolo aos que têm dúvidas ou passam por sofrimentos. Aleluia!


domingo, 18 de outubro de 2020

O CORAÇÃO DA BÍBLIA PRINCÍPIO DA MORTE E RESSURREIÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – DOMINGO 18/10 (Páginas 106 à 109)


Ler com oração:

2 Tm 2:22   Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor.


PRINCÍPIO DA MORTE E RESSURREIÇÃO 


    No versículo 33 de 1 Coríntios 15, lemos: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”. A expressão “más conversações” também pode ser traduzida por “más companhias”. Enquanto orientava seu jovem cooperador Timóteo, Paulo disse o seguinte: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2:22). Nossos companheiros devem ser pessoas positivas na igreja, de coração puro, que invocam e amam o Senhor. Não nos associemos aos que espalham boatos e conversas negativas, e só causam desânimo. Que na vida da igreja nos ajudemos mutuamente em amor, buscando a sobriedade e tendo conhecimento de Deus (1 Co 15:34). 


    Nos versículos 35 a 39, Paulo mostra como ocorre a ressurreição dos mortos, usando como referência a vida vegetal (1 Co 15). Toda e qualquer semente, quando semeada, “não nasce, se primeiro não morrer” (v. 36). Se você semear uma semente na terra, ela, primeiramente, morrerá, para depois germinar, crescer, florescer e frutificar a trinta, a sessenta e a cem por um (Mt 13:8). Esse é o princípio na vida de ressurreição. 


    O Senhor Jesus comparou-Se a um grão de trigo. No Evangelho de João 12:24, lemos: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto”. Esse é o princípio da ressurreição. Jesus foi a semente de vida que, caindo na terra, morreu, e não ficou na morte, mas ressuscitou. Quando ressuscitou, produziu muito fruto. Nós somos esse fruto, o resultado dessa semeadura. Nos versículos 40 e 41, o apóstolo Paulo mostra que há diversos tipos de corpos e, entre eles, há diversos níveis de glória (1 Co 15). Isso se aplica aos diversos níveis do galardão que receberemos. No caso da parábola das minas (Lc 19:16-19), o que negociou sua mina e rendeu dez, recebeu autoridade sobre dez cidades; o que negociou sua mina e rendeu cinco, recebeu autoridade sobre cinco cidades. Essa ilustração mostra que tudo depende de nosso rendimento espiritual na vida da igreja. Deus é conhecido como galardoador dos que O buscam (Hb 11:6). Se buscamos pouco, receberemos pouco; se, entretanto, buscamos muito, receberemos muito. 


    Nos versículos 42 a 44 de 1 Coríntios 15, vemos a dualidade do corpo, antes e depois da ressurreição. Quando experimentarmos a ressurreição, nosso corpo será incorruptível, glorioso, espiritual e cheio de poder, isto é, não será mais anímico (governado pela alma), mas governado pelo Espírito. Podemos ver todos esses atributos no Cristo ressurreto, conforme lemos: “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante” (v. 45). O Senhor Jesus é o Espírito que dá vida. E, como último Adão, o Senhor encerrou o velho homem na cruz. Agora, temos apenas Cristo. 

    Com a morte e a ressurreição, o Senhor se tornou o Espírito que dá vida. E os que creem em Cristo recebem esse Espírito prometido (Jo 7:37-39). Hoje, Jesus já foi glorificado, pois morreu e ressuscitou. Podemos unir-nos a Ele como um só espírito (1 Co 6:17); podemos experimentá-Lo por meio da Palavra, que é espírito e vida (Jo 6:63); e, à medida que vivemos no Espírito de Deus mesclado ao nosso espírito, cumprimos a economia, o plano de Deus. O resultado é que a fé objetiva, o que está escrito na Palavra, se tornará nossa fé subjetiva, nossa experiência com a Palavra.


 TRAGADA FOI A MORTE PELA VITÓRIA 


    Em 1 Coríntios 15, versículos 46 a 49, o apóstolo Paulo prossegue fazendo um paralelo entre o primeiro homem, Adão, e o segundo homem, Cristo. O primeiro homem é natural e terreno, enquanto o segundo homem é espiritual e celestial. Por isso devemos trazer a imagem do segundo homem, Cristo. Nesse sentido, o que nos diferencia das outras pessoas? A única e grande diferença é que nós, cristãos, temos o Espírito. Contudo, se vivemos na carne, é possível que cometamos as mesmas coisas que elas cometem. Então a responsabilidade é nossa. 


    Viver no espírito é a maneira de praticarmos a palavra profética, é o caminho para termos a realidade do reino dos céus hoje e garantirmos nossa entrada em sua manifestação na era vindoura. Sem viver no espírito, não haverá realidade alguma; antes, seremos naturais e terrenos, como todos os demais descendentes do velho Adão. 

    O versículo 50 continua: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (1 Co 15). Absolutamente nada proveniente da corrupção, isto é, do velho Adão, poderá herdar o reino de Deus. Paulo fez uma lista das coisas oriundas da carne em 1 Coríntios 6:9-10. No entanto, no versículo 11 desse mesmo capítulo, ele nos encoraja: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. 


    Na genuína vida cristã, que é conforme a vontade de Deus, não existe a opção de ficar em cima do muro. Deixar de viver no espírito é, automaticamente, escolher viver na carne. As obras da carne são terríveis (Gl 5:19-21) e estão relacionadas ao corpo: prostituição, impureza, lascívia; à alma: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas; e a questões de ordem espiritual: idolatria e feitiçarias. Porém, em meio a tantas coisas negativas provenientes do velho Adão, temos mais uma palavra de encorajamento: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (vs. 22-23). Essas coisas são provenientes da vida divina, que recebemos ao crer no Senhor e está crescendo em nós! 

    Em 2 Timóteo 3:1-5 temos uma relação de coisas negativas provenientes do legado do velho Adão; são situações características do tempo do fim. Diante dessas questões, devemos seguir a recomendação de Paulo: “Foge também destes”. 


    Finalmente, chegamos aos versículos 51 a 58 de 1 Coríntios 15: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”. Esses versículos nos trazem esperança. Aleluia! Nosso corpo corruptível será revestido de incorruptibilidade; ou, em outras palavras, nosso corpo de humilhação será igual ao corpo da glória de Cristo (Fp 3:20-21). 

    Dessa forma, concluímos o capítulo 15 de 1 Coríntios. Em outra publicação, abordaremos o capítulo 16, que trata das ofertas de riquezas materiais e tem uma relação muito grande com a ressurreição. Jesus é o Senhor!


sábado, 17 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA FIÉIS NO POUCO PARA SERVIR NO MUITO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – SÁBADO 17/10 (Páginas 102 à 105)


Ler com oração:

Lc 19:12    Ele disse: "Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar.

FIÉIS NO POUCO PARA SERVIR NO MUITO


     Voltemos ao versículo 24 de 1 Coríntios 15: “Então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder”. Cristo, o Filho, está, hoje, conquistando o reino da terra de volta para Deus. Ele, contudo, não faz isso sozinho, mas conta com a igreja, que é o Seu Corpo. Primeiramente, Cristo, o Filho de Deus, foi enviado à terra para realizar a redenção e concluir esta era. Então virá o fim.

     Em virtude da rebelião de Lúcifer, a terra foi usurpada por Satanás. A primeira criação de Deus estava sob a liderança de Lúcifer, o arcanjo. Como querubim da guarda ungido, sua função era velar pela glória de Deus e estar sobre toda a Sua criação (Ez 28:14). Por causa de seu orgulho, esse arcanjo pôs tudo a perder, pois desejou ser igual a Deus (Is 14:13-14; Ez 28:15). Além de seduzir a terça parte dos anjos, também corrompeu a criação de Deus. O Criador, no entanto, subjugou sua rebelião, enviando-o para a terra (Is 14:15; Ez 28:17). Os anjos rebeldes tornaram-se os principados e as potestades (Ef 6:12); e o seres criados antes de Adão tiveram seus espíritos aprisionados nas águas (Mt 8:29, 31-32). O presente mundo, portanto, está sob a influência de Satanás (Lc 4:5-7). 

    Diante disso, o Senhor não ficou de braços cruzados. Entretanto não reconquistará esse reino sozinho. Ele conta conosco, Seus servos. O Senhor, então, como na parábola das minas (Lc 19:11-27), antes de sair “com o fim de tomar posse de um reino e voltar” (v. 12), confiou “minas” a nós (cada mina era equivalente à sexagésima parte de um talento). E deixou a seguinte ordem: “Negociai até que eu volte” (v. 13). Na verdade, essa parábola mostra que o Senhor, em Sua primeira vinda, nos confiou dons e deseja que os multipliquemos a fim de edificar Seu Corpo e estabelecer Seu reino aqui na terra (Mt 6:10). 

    Na segunda vinda do Senhor, porém, teremos de prestar contas a Ele do que fizemos com os dons que recebemos: “Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino, mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber que negócio cada um teria conseguido” (Lc 19:15). Nessa prestação de contas, os dois primeiros servos trouxeram, respectivamente, dez e cinco minas, como resultado do que cada um recebeu inicialmente. Então o Senhor confiou-lhes autoridade sobre dez e cinco cidades, respectivamente (vs. 16-19). Essa é a maneira que o Senhor recompensará a cada um de nós, Seus servos. 

    Querido leitor, essa parábola nos traz encorajamento e é uma advertência. Encorajamento porque podemos aprender com o exemplo desses servos que negociaram suas minas e entregaram o rendimento delas a seu senhor; e uma advertência porque o servo que não negociou sua mina trouxe prejuízo para si mesmo, não tendo direito à recompensa. Pelo contrário, a mina lhe foi tirada e dada ao que tinha dez (Lc 19:20-24).


 A VITÓRIA DE CRISTO SOBRE TODOS OS INIMIGOS 


    Em 1 Coríntios 15:25-26, lemos: “Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte”. O trecho de Apocalipse 20 nos ajuda a compreender melhor esses versículos. Durante o reino milenar, parte do reino dos céus destinada aos vencedores, Satanás será preso no abismo por mil anos (vs. 1-3). 

    Após sua prisão, Satanás será solto e, infelizmente, ainda conseguirá seduzir as nações a segui-lo em sua ambição de resistir a Deus e a Seus filhos vencedores (vs. 7-8). O que me espanta nessa situação é ver que muitas nações cederão à sedução de Satanás, mesmo depois de terem participado de um ambiente tão glorioso como a manifestação do reino. 

    Em seguida, descerá fogo do céu e consumirá as nações, e Satanás será lançado no lago de fogo, onde já estarão a besta e o falso profeta (vs. 9-10). 

    No versículo 14, lemos: “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo”. O último inimigo, a morte, será, finalmente, lançado para dentro do lago de fogo. Graças ao Senhor, não faremos parte da segunda morte, pois seremos ressuscitados. 


A RESSURREIÇÃO INTRODUZIU O HOMEM NA GLÓRIA


     Prosseguindo, em 1 Coríntios 15:27 e 28, lemos: “Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. Esses versículos expõem a missão do Filho. Ele foi enviado pelo Pai para sujeitar todas as coisas e, posteriormente, sujeitar-se ao Pai.

     Essa porção nos remete a Salmos 8, em que Davi profetiza que Jesus, como homem, foi feito, por um pouco, menor do que Deus e foi coroado de glória e de honra (vs. 1-5). O segundo da trindade, o Filho, já era Deus (Jo 1:1); e, como homem, Ele abriu caminho para que a humanidade também fosse coroada e glorificada. Assim, Jesus nasceu como homem, viveu como homem, sofreu como homem, passou por todas as restrições, mas com uma diferença: Ele não pecou. O Senhor foi à cruz cumprir a redenção por nós. Ele morreu e foi sepultado, mas ressuscitou. A ressurreição representa uma mudança de esfera, de ambiente, e, sobretudo, uma mudança de dimensão. Ela não pertence à esfera terrena. O Senhor, portanto, venceu por nós! Ele subiu aos céus e está à direita do Pai, como o Filho do Homem.

     Quando Estêvão estava sendo apedrejado, confessou ter visto Jesus, o Filho do Homem, em pé à destra de Deus (At 7:55-56). Antes do Senhor Jesus, não havia nenhum homem na glória. Ele foi o primeiro homem a estar lá. Assim como Jesus tornou-se Senhor e Cristo, encabeçando todas as coisas, Ele conferiu essa autoridade à igreja, a qual também será exaltada juntamente com Ele (Mt 28:18-19). 

    Em Sua segunda vinda, Cristo virá com Seus vencedores, e, juntos, regerão sobre as nações, no reino milenar. Então tudo estará consumado. Satanás, a besta, o falso profeta e a morte serão derrotados e lançados no lago de fogo. Amém! 


A RESSURREIÇÃO ASSEGURA NOSSA ESPERANÇA 


    Nos versículos 29 a 32 de 1 Coríntios 15, o apóstolo Paulo retomou seus argumentos acerca da ressurreição. Até uma prática herética entre os coríntios, de se batizarem pelos mortos, foi usada por Paulo para mostrar-lhes a existência da ressurreição. Eles faziam isso com a falsa expectativa de que, quando Cristo voltasse, seus parentes, que não tiveram oportunidade de serem batizados, seriam ressuscitados. 


    A ressurreição tem tanto valor para a vida cristã que o apóstolo disse que lutou com feras em Éfeso por causa da esperança da ressurreição. Os epicureus comiam, bebiam e morriam, pois para eles não haveria outra vida após a morte. Logo, tinham de aproveitar bem a presente vida, porque a morte seria o fim. Obviamente, Paulo queria mostrar-lhes que há, sim, esperança após a morte, a ressurreição. É a partir dela que toda a economia de Deus se consumará, conforme vimos no tópico acima.


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO NOS INTRODUZIU NA UNIDADE DO DEUS TRIÚNO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 16/10/2020


QUARTA SEMANA – SEXTA-FEIRA (Páginas 98 à 102)


Ler com oração:

Jo 14:20   Naquele dia, compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês.


A RESSURREIÇÃO NOS INTRODUZIU   NA UNIDADE DO DEUS TRIÚNO 


    Quando andava com Seus discípulos, o Senhor predisse Sua morte e Sua ressurreição três vezes, conforme registrado nos três primeiros evangelhos: no Evangelho de Mateus (16:21; 17:23; 20:19); no Evangelho de Marcos (8:31; 9:31; 10:34); e no Evangelho de Lucas (9:22; 18:33; 24:7). 


    A predição da morte e ressurreição do Senhor no Evangelho de João foi um pouco diferente. No capítulo 14, lemos: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. E vós sabeis o caminho para onde eu vou” (vs. 2-4). Depois de ouvir essas palavras, Tomé perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” (v. 5). Se estivéssemos no lugar dele, provavelmente, acrescentaríamos: Que lugar é esse? Que caminho devemos tomar para chegar lá? Então o Senhor prosseguiu: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (v. 6). Nessas palavras do Senhor temos uma importante dica: o lugar é o Pai, e o caminho para alcançá-Lo é o Filho.


     De acordo com esses versículos, o “ir” do Senhor diz respeito à Sua morte, e o “voltar”, à Sua ressurreição como Espírito. Para melhor esclarecimento, prestemos atenção aos versículos 16 e 17: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14). Quando o Senhor falou essas palavras, o Espírito ainda não tinha sido dado, porque Ele ainda vivia na terra. Era necessário Cristo ser crucificado, morrer, ressuscitar e ser glorificado para que o Espírito viesse a nós. Hoje, porém, como Cristo já passou por tudo isso, podemos ler esse versículo da seguinte forma: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e está em vós”. O Espírito da verdade ou da realidade já está em nós, que cremos. Por meio Dele, podemos viver a realidade do reino dos céus. 


    Outra importante questão é que, para se referir ao Pai, o Senhor usou a terceira pessoa do singular: “Ele vos dará outro Consolador”, mas, de repente, mudou para a primeira pessoa ao afirmar: “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (Jo 14:18). Desse modo, podemos entender que o Espírito da verdade não nos deixará órfãos. Isso prova que o Senhor rogou ao Pai para que enviasse outro Consolador, o qual é o Espírito da verdade, que é o próprio Cristo. 

    Tomando como base a conclusão acima, podemos entender melhor o versículo 20: “Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós” (Jo 14). O Senhor está no Pai, o Pai está no Senhor, o Senhor está em nós, e nós estamos no Senhor. Em outras palavras, nós estamos no Pai e no Filho. Isso é maravilhoso! 


    A fim de que façamos parte do Deus Triúno, o Senhor nos santifica. Leiamos: “A favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade” (Jo 17:19). Segundo esse versículo, de um lado, os discípulos foram incluídos na oração do Senhor; de outro, nós também fomos incluídos em Sua oração, conforme lemos: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra” (v. 20). Você e eu fomos incluídos na oração do Senhor porque viemos a crer Nele, por intermédio de Sua palavra.


     Prosseguindo, no versículo 21, lemos: “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17). Não tínhamos nada a ver com o Pai. Agora, o Pai é um com o Filho e o Filho é um com o Pai, para que também sejamos um com o Pai e com o Filho. 

    Para que essa unidade entre nós e o Deus Triúno seja real, precisamos de aperfeiçoamento. O versículo 23 diz: “Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim” (Jo 17). Estamos sendo aperfeiçoados nessa unidade.


 Ela não é exterior. Não se trata de um mero acordo de trégua. A unidade aqui é entre o Pai, o Filho e nós. 

    Por saber de nossas limitações, o Senhor colocou-nos na vida da igreja para sermos aperfeiçoados. Imagine se o Senhor entregasse tudo para nós, todas as Suas riquezas de uma única vez! Não iríamos aguentar, iríamos explodir. Por isso o Senhor nos colocou na vida da igreja, para sermos aperfeiçoados na unidade. 


    Prestemos atenção ao final do versículo 23: “Para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”. Esse versículo termina falando do amor. A base da vida da igreja é o amor. Não foi à toa que o apóstolo Paulo usou um capítulo inteiro de sua primeira carta aos coríntios para falar sobre o amor (1 Co 13). O amor é a essência dos dons. Tudo passará, menos o amor. Esse é o amor de Deus. 


A RESSURREIÇÃO – O ARREBATAMENTO DO FILHO VARÃO

 

    Vamos meditar um pouco mais no versículo 23 de 1 Coríntios 15. Nessa porção vemos que Cristo, as primícias, foi o primeiro a ressuscitar. Mas o versículo prossegue mostrando que os que “são de Cristo” também ressuscitarão. Vejamos esse assunto à luz da Primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (4:16-18). Pelo fato de Cristo ter sido o primeiro a ressuscitar, temos a realidade da ressurreição em nós e devemos viver segundo essa realidade. Ademais, acende em nós a esperança de que, um dia, ressuscitaremos fisicamente. 


    Geralmente, essas palavras da epístola aos tessalonicenses são usadas em funerais, a fim de consolar as famílias e amigos da pessoa que faleceu. Contudo, nessa porção, ainda há algo mais que devemos considerar: quando formos arrebatados entre as nuvens para o encontro do Senhor nos ares, todos nós seremos julgados no tribunal de Cristo (2 Co 5:10). Nessa ocasião, o Senhor determinará quem serão os vencedores. No entanto, se temos desfrutado da realidade do reino dos céus na vida da igreja, temos grande chance de fazer parte dos vencedores coletivos. 

    Sobre os vencedores coletivos, convém compreendermos o que foi registrado em Apocalipse 12. Esse capítulo descreve uma mulher que está sofrendo dores de parto, que representa a igreja no aspecto universal, compreendendo todos os filhos de Deus. Depois, vemos um grande dragão vermelho, que representa Satanás, o diabo, a antiga serpente, e sua cauda arrasta a terça parte das estrelas, representando a terça parte dos anjos que se rebelaram contra Deus por influência de Lúcifer. E, por fim, o filho varão, a quem esse dragão deseja devorar, que representa os vencedores (vs. 1-4, 9). 


    No versículo 5 de Apocalipse 12, lemos: “Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono”. Note que o filho varão não foi arrebatado para os ares, mas diretamente para o trono de Deus. Ou seja, esses vencedores serão julgados enquanto vivem na terra e servem na casa de Deus (1 Pe 4:17). Quando chegar o grande Dia, eles pegarão uma linha direta, um voo direto, sem escalas, até alcançar o terceiro céu, onde está o trono de Deus.


     Quando vejo esse cenário, fico entusiasmado, pois é muito possível que isso aconteça ainda nesta era, na nossa geração. Que façamos parte desse vencedor coletivo, corporativo! Não nos preocupemos apenas com nós mesmos. Hoje, a chance de sermos arrebatados vivos, com um grupo de irmãos, é muito maior do que no tempo do apóstolo Paulo. Busquemos esse caminho! Assim como o Senhor, não queremos que ninguém se perca. Se for preciso, carregaremos uns aos outros para que todos façam parte desse filho varão. Aleluia!


OS RESSUSCITADOS PARA O TRONO BRANCO


     Além da ressurreição dos filhos de Deus, haverá a ressurreição dos incrédulos mortos, a fim de serem julgados. Leiamos: “Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. [...] Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras” (Ap 20:5, 11-13). De acordo com esses versículos, quem não participou da primeira ressurreição (v. 5) será ressuscitado para o juízo (v. 13). Desse modo, o trono branco está relacionado com o julgamento dos mortos que não creram no Senhor. Estes não farão parte da primeira ressurreição. 



    Querido leitor, tenho uma grande notícia para você, e muito positiva por sinal: nós não faremos parte dessa ressurreição para o juízo. Ela é destinada às pessoas que não creram em Jesus ou não quiseram aceitar a pregação do evangelho quando lhe foi dada a oportunidade. Você e eu participaremos da ressurreição para a recompensa (Lc 14:14).


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO – ESSENCIAL À FÉ

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – QUINTA-FEIRA  15/10 (Páginas 95 à 97)


Ler com oração:

Rm 5:15  Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;


A RESSURREIÇÃO – ESSENCIAL À FÉ 


    Nos versículos 12 a 17 de 1 Coríntios 15, vemos como a ressurreição é estratégica e essencial para nossa fé. O texto diz: “Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. Não crer na ressurreição de Cristo torna vã a nossa pregação, ou seja, não tem efeito algum; torna vã a nossa fé. Seremos tidos por falsas testemunhas, pois estaremos indo contra Deus, uma vez que negar a ressurreição é o mesmo que duvidar de Deus; e, por fim, permaneceremos em nossos pecados, ou seja, não houve perdão de pecados. 


    Na época de Paulo, no judaísmo havia duas fortes correntes: os fariseus e os saduceus. Vejamos a diferença entre eles: “Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas” (At 23:8). A declaração dos saduceus afetava o viver da igreja em Corinto, comprometendo o dispensar de Deus aos santos e fazendo-os perder o sentido de ser cristãos. Diante disso, para assegurar nossa convicção de que Cristo ressuscitou, recomendo a você, querido leitor, declarar em alto e bom som: Cristo ressuscitou! A ressurreição existe sim! Amém! 

    Continuando, no versículo 18, lemos: “E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram” (1 Co 15). Na segunda vinda de Cristo, os irmãos que já morreram, identificados, nesse versículo, como “os que dormiram”, serão ressuscitados. Depois, os que ainda estiverem vivos terão seus corpos transfigurados, e, em seguida, todos serão arrebatados para o encontro do Senhor nos ares (1 Ts 4:13-17). 

    Prosseguindo: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15:19). Sem a clara convicção acerca da ressurreição, a infelicidade é uma certeza. Mas a nossa esperança em Cristo não se limita apenas a esta vida. Aleluia! Nós temos outra vida para viver. Nosso alvo é entrar no reino dos céus. 


A APARÊNCIA, A REALIDADE E A MANIFESTAÇÃO DO REINO


     Nos dias atuais, entre nós, cristãos, há dois aspectos em relação ao reino: a aparência e a realidade. A maneira como você e eu nos portamos no viver da igreja determinará se estaremos ou não na manifestação do reino. Esse é um assunto que faz parte do plano de Deus. 

    Hoje, estamos na era da graça, que inclui a realidade e a aparência do reino. Os que vivem a realidade do reino dos céus terão o direito de participar da sua manifestação, que é o galardão. Os que vivem a aparência, entretanto, serão lançados nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes, isto é, perderão o galardão de reinar com Cristo durante mil anos.


     Para entender melhor, considere que o reino de Deus compreende da eternidade passada à eternidade futura. Para entrar nele, basta nascer de novo por meio de crer no Senhor Jesus (Jo 3:5). O reino dos céus engloba a era atual, da igreja, na qual precisamos viver a realidade desse reino, e não a aparência (Mt 16:18-19). A manifestação desse reino, porém, está dentro do reino de Deus e é destinada aos vencedores hoje, ou seja, aos que levaram a sério a vida da igreja em seu cotidiano, estando dispostos a fazer a vontade de Deus (Mt 5:3, 10; 7:21). Então, quando vier o reino milenar, que é a era seguinte, será a manifestação dessa realidade (Mt 16:27). 

    Hoje, o reino está dentro de nós (Lc 17:21). Ninguém enxerga, mas, quando pregamos o evangelho, nosso intuito é levar a outros a realidade do reino dos céus, que é a vida da igreja. Quando formos para as ruas com a camisa com os dizeres “Posso orar por você?”, após a oração, é sempre bom deixar com a pessoa algum livro espiritual ou um exemplar do Jornal Árvore da Vida. Nosso desejo, além de abençoá-las com a oração, é também disponibilizar uma literatura saudável para sua edificação.  


A RESSURREIÇÃO – PROFETIZADA NAS ESCRITURAS


     Retomando, no versículo 20 de 1 Coríntios 15, lemos: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. A palavra “primícias”, nesse versículo, nos remete ao livro de Levítico e representa os frutos que amadureciam primeiro. Esses frutos eram colhidos, ofertados a Deus e movidos pelo sacerdote no dia imediato ao sábado, isto é, no domingo (23:10-12). Cristo, como as primícias, foi predito no Antigo Testamento. Usando a linguagem de Paulo, em sua primeira carta aos coríntios, Cristo refere-se às primícias da ressurreição, pois Ele ressuscitou primeiro. 


    Na Epístola aos Colossenses, Cristo é chamado de o primogênito de entre os mortos (1:18); em Efésios, Ele foi ressuscitado dentre os mortos (1:20); e, em Mateus, o Senhor ressuscitou no primeiro dia da semana, em um domingo. Esse fato foi percebido pelas irmãs Maria Madalena e a outra Maria, que chegaram bem cedo ao sepulcro, porque, com simplicidade, creram nas palavras do Senhor quando Ele disse que ressuscitaria ao terceiro dia (28:1-7).


    Vejamos, agora, o legado de Adão e o de Cristo. Leiamos: “Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15:21-22). Enquanto em Adão o pecado introduziu a morte nos homens, por meio de Cristo temos a ressurreição, e com ela, a vida (Rm 5:12, 15). 


    A partir do versículo 23 de 1 Coríntios 15, Paulo apresenta a ordem dos que ressuscitarão: “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”. Por ser o primeiro, Cristo é as primícias. Depois, seremos nós, os que são de Cristo, em Sua segunda vinda.


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA A RESSURREIÇÃO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA


QUARTA SEMANA – QUARTA-FEIRA 14/10 (Páginas 91 à 94)


Ler com oração:

Gl 2:20  Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.


         CAPÍTULO SEIS


       A RESSURREIÇÃO 


    No capítulo anterior, vimos que o desfrute de Cristo, como bebida e comida, nos livra das preferências e culmina na edificação da igreja. Em 1 Coríntios 3, vimos que a lavoura, algo repleto de vida, é para o edifício de Deus. Em Gênesis 2, temos o rio que sai do Éden, segue fluindo por toda a Bíblia, produzindo materiais para a edificação, e termina com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.

     Neste capítulo, trataremos de um aspecto extremamente importante para a fundamentação de nossa vida cristã, de nossa fé: a importância da ressurreição. A ressurreição gerou uma igreja prevalecente 


    A motivação do apóstolo Paulo para falar sobre a ressurreição foi, certamente, porque alguns irmãos da igreja em Corinto tinham dúvida a respeito disso. Preocupado com esse assunto, o apóstolo mostrou-lhes que a ressurreição é parte crucial do plano de Deus, de Sua economia neotestamentária. Se tirarmos a ressurreição da vida cristã, não haverá mais nada. Se existimos espiritualmente, é por causa da ressurreição de Cristo. 


    Após o viver humano perfeito de Jesus, Ele foi à cruz e morreu por nós e pelos nossos pecados. Sua morte na cruz pôs fim a todos os itens negativos do universo, tais como: o pecado (2 Co 5:21; Rm 8:3), os pecados (1 Pe 2:24), Satanás (Hb 2:14), o mundo (Gl 6:14; Jo 12:31), a velha criação (Cl 1:20), o velho homem (Rm 6:6), as ordenanças (Ef 2:15), o ego (Gl 2:20) e a carne (5:24). Quão eficaz foi a morte de Cristo! 


    Ao terceiro dia, o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mt 17:23; 20:19; 1 Co 15:4). Em seguida, Ele foi elevado aos céus (At 1:9-11), acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro (Ef 1:19-20); assentou-se à direita do Pai (Mc 16:19; Hb 1:3) e foi glorificado (1 Tm 3:16). Cristo se tornou o Espírito que dá vida para entrar no que Nele crer e invocar o Seu nome de todo o coração (Rm 10:9-10, 13).


     A igreja, que é composta dos que creem, foi produzida na ressurreição de Cristo. Por consequência, estamos acima de todas as coisas negativas: principados, potestades, pecado, pecados, Satanás, mundo, velha criação, velho homem, ordenanças, ego e carne. Logo, a igreja já nasceu vitoriosa. 

     Isso nos deve encorajar, principalmente, quando participamos da reunião da ceia do Senhor. Nesse tipo de reunião nossa postura não pode ser a de um derrotado. Depois de ter conhecimento de tudo o que Cristo passou e fez para gerar a igreja, nossas orações nessa reunião não podem limitar-se à confissão de pecados ou concentrar-se apenas nela. Não! Esse é um momento de vitória. Devemos celebrar uma festa ao Senhor, com o coração cheio de alegria. E o teor das nossas orações deve ser: “Senhor Jesus! Tu venceste a morte, Tu venceste tudo! E ainda do Teu lado saiu sangue e água. O sangue para nossa redenção, e a água para nos dar vida. Aleluia! E Tu nos colocaste numa posição de vitória! Estamos assentados Contigo, acima de todas as coisas negativas do universo! Amém!”. Com uma postura assim, individual e coletivamente, seremos vitoriosos, e a oração da igreja será prevalecente. Louvado seja o Senhor! 


TESTEMUNHAS OCULARES DA RESSURREIÇÃO 



    Agora temos um bom fundamento para dar início ao nosso desfrute do capítulo 15 de 1 Coríntios. No versículo 1, lemos: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais”. Graças ao Senhor pelo evangelho que nos foi anunciado! Esse evangelho não é somente da graça, o qual, pelo perdão de pecados, livra o homem da condenação eterna, o lago de fogo. Inclui ainda nosso crescimento de vida, tendo Cristo como a vida que devemos manifestar, e a igreja como nosso viver. 

    No versículo 2, lemos: “Por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão”. A melhor tradução da parte inicial desse versículo é: “Por ele também estamos sendo salvos”. Querido leitor, você creu em vão? Certamente não! Em minha experiência pessoal, quando cri, tinha total convicção no Senhor pela fé. Entretanto precisamos perseverar para continuarmos sendo salvos. 

    Continuando, nos versículos 3 e 4, temos: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou, segundo as Escrituras. Quando diz “segundo as Escrituras” é para que creiamos com fé em toda a Palavra de Deus. Nossa fé não se baseia na opinião de um ou no ponto de vista de outro, mas está baseada e focada na Palavra. A ressurreição, portanto, não é diferente. Nós a acolhemos pela fé na Palavra de Deus. 

     Entre os versículos 5 e 9, Paulo descreve que a ressurreição foi testemunhada, primeiramente, por Pedro e, em seguida, pelos doze apóstolos; depois, por mais de quinhentos irmãos; e, finalmente, por Paulo, que se considerou o menor dentre os apóstolos e nascido fora de tempo. Nessa descrição, vemos a humildade de Paulo. Por ter sido um perseguidor da igreja, daqueles que invocavam o nome do Senhor, ele não se considerava digno de merecer a aparição do Cristo ressurreto. No entanto, sob o prisma do arranjo divino, o Senhor o alcançou para levar adiante Seu ministério. 


A GRAÇA QUE TRABALHA CONOSCO


    Em 1 Coríntios 15:10, lemos: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Embora Paulo tenha se considerado o menor dos apóstolos, conforme o versículo anterior, e o menor de todos os santos (Ef 3:8), ele atribuía o que era à ação da graça de Deus em sua vida. Isso também se aplica a nós, uma vez que nossa utilidade para Deus é consequência da Sua graça. A graça veio depois da ressurreição de Cristo. Ele que a trouxe para nós (Jo 1:17). 

    Cabe ainda destacar no versículo 10 que a graça não pode tornar-se vã. Se formos sinceros com nós mesmos, admitiremos que o Senhor nos tem dado graça. Essa graça, porém, não deve tornar-se vã. Se, contudo, ela tem-se tornado vã, temos de nos arrepender e reconhecer que a graça nos foi outorgada para ser operada em nós e por nós. 


    Ainda no versículo 10 de 1 Coríntios 15, vemos: “Antes, trabalhei muito mais do que todos eles”. Paulo, o menor dos apóstolos, o menor de todos os santos, que viu o Senhor depois de todos os demais, disse que trabalhou muito mais do que todos eles. Aqui, “todos eles” são os apóstolos que estavam à frente dele. Paulo, entretanto, continuou a frase e concluiu humildemente: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Sem a graça, Paulo não poderia ser útil ao Senhor. Sem a graça, ele jamais poderia trabalhar. 


    Há dois versículos no livro de Gálatas que são muito pertinentes a esse assunto. No capítulo 2, versículos 20 e 21, lemos: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão”. Se combinarmos os dois textos acima, de 1 Coríntios e Gálatas, temos o seguinte: “Logo, já não sou eu quem vive, mas a graça vive em mim”. Em outras palavras, a graça vivendo em nós é o mesmo que Cristo vivendo em nós. 


    Além disso, o texto de Gálatas também mostra que não podemos anular a graça de Deus. Quanto mais graça experimentarmos, mais úteis seremos para Deus. Querido leitor, não tenha medo e não pense que você não é capaz de enfrentar as adversidades. Somente pela graça que vem do Senhor é que conseguimos passar por situações adversas sem murmurar. Lembre-se: “Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (1 Co 15:10b-11).



terça-feira, 13 de outubro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 13/10/2020



QUARTA SEMANA – TERÇA-FEIRA (Páginas 85 à 89)


Ler com oração:

2 Co 3:18  E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.


O EFEITO DA CRUZ E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO 


    O apóstolo Paulo desfrutava do operar da cruz de Cristo em sua vida. Ele sabia que, depois da experiência de morte, viria a ressurreição. O Cristo que Paulo pregava em Corinto é o Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1 Co 1:23). Em Romanos 8:36, vemos: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Na experiência de Paulo, o efeito da cruz de Cristo, isto é, o operar da morte, não era de vez em quando, mas diariamente. Todas as vezes que o homem natural e caído quiser aparecer, você pode usar a prata, que representa a obra de Cristo. Nela, existe o efeito da cruz que aniquila nosso velho homem. 


    As pedras preciosas representam a obra do Espírito Santo. Graças ao Senhor, somos transformados por meio do Espírito que em nós habita. Aos poucos, a transformação em lavoura e em edifício de Deus está ocorrendo. Em Efésios 2:22, lemos: “No qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. A edificação não é algo para o futuro, mas para o presente. Aqui vemos que esse processo de edificação está acontecendo em nosso espírito, que é a habitação de Deus. Ele, como o Espírito Santo, habita em nós e deseja fazer uma obra de edificação. O Senhor quer ocupar todas as partes do nosso ser.


     Em 2 Coríntios 3:18, lemos: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. A transformação ocorre quando contemplamos o Senhor, que hoje é o Espírito. Ao nos aproximarmos Dele, inicia-se um processo de transformação, de um nível de glória para outro nível de glória. Precisamos contemplar Cristo todos os dias em nosso espírito. Assim como Davi, que tenhamos o desejo de contemplar Sua beleza e meditar em Seu templo. Precisamos clamar, pedir e buscar essa transformação (Sl 27:4). 


O DEUS TRIÚNO – O ÚNICO MATERIAL  PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA 


    O Deus Triúno é um rio que flui, produzindo vida e edificação para a igreja. Leiamos: “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix” (Gn 2:10-12). Esse rio teve origem no jardim do Éden, e seu destino é a nova Jerusalém (Ap 22:1). A terra por onde o rio passa, possui três materiais: o ouro, o bdélio e a pedra de ônix. O ouro representa a obra do Pai. O bdélio (a forma vegetal da pérola) é uma resina que sai de uma árvore. Hoje, ele é a prata, que representa a obra do Filho; e, na nova Jerusalém, será a pérola. A pedra de ônix representa a obra do Espírito Santo. Esses ricos materiais estão nesse maravilhoso rio, e, por onde ele passar, tudo viverá (Ez 47:9). 


    O livro de Ezequiel mostra que, à medida que temos experiência com os materiais desse rio, somos restringidos. Leiamos: “Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar” (47:3-5).


     Em nossa experiência, a água estar nos tornozelos significa que, inicialmente, apesar de sermos salvos e vivermos a vida da igreja, ainda não temos tanta restrição da vida divina. Nesse estágio, podemos movimentar-nos com muita facilidade, sem depender do Senhor. As águas ainda são superficiais em nossa vida; estão nos tornozelos. Porém, à medida que permitimos o trabalhar do Senhor em nós, o nível das águas aumentará. 


    No segundo estágio dessa experiência, as águas já estavam nos joelhos. Aqui, o cristão vive com mais restrições. Ele não faz tudo o que deseja, pois possui discernimento de que precisa ser guiado pelo Espírito, ou seja, pelas águas desse rio. Ele já não consegue andar de qualquer jeito, pois o Espírito o constrange. Assim, as águas crescem e sobem a tal ponto que ultrapassam seus lombos, e chegam a cobri-lo totalmente. 


    Nesse último estágio, o rio da água da vida, que é cheio de ouro, prata e pedras preciosas, passa a controlar os filhos de Deus, não permitindo que o atravessem por si sós. Quando estamos mergulhados nesse rio, o Espírito tem o controle da nossa vida. Nossas forças naturais foram vencidas pela força desse rio maravilhoso. Assim, passamos a ser conduzidos pelo Espírito, e nossas atitudes irão expressar os Seus frutos. 


    Para concluir o assunto sobre os ricos materiais para a edificação da igreja, leiamos a seguinte porção: “Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo. A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista. As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21:17-21).


     A nova Jerusalém será adornada com os ricos materiais que, hoje, devemos usar na edificação da igreja — ouro, pérola e pedras preciosas. A pérola é o resultado da dor produzida pela entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra contém uma substância lustrosa, chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar, cobrindo o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada. Assim, uma ostra que não foi ferida de modo algum produzirá pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. 


    Graças ao Senhor, o viver da igreja, que representa uma grande “ostra”, é o único ambiente capaz de produzir pérolas para Deus. Sim, estamos em um processo de transformação em que, na maior parte do tempo, assim como na formação de uma pérola, as dores causadas pelas feridas são inevitáveis. Porém estamos sendo preparados para reinar com Cristo por mil anos. Assim, se sofremos com Ele, em prol da edificação da igreja, não usando nosso ser natural, mas permitindo que o rio da água da vida conduza nossas atitudes, também com Ele seremos glorificados (Rm 8:17).


     Querido leitor, desfrute ao máximo de Cristo, pois Ele é rico, e Suas riquezas não têm fim. Esse desfrute irá capacitá-lo a edificar a igreja com os materiais adequados. A madeira, o feno e a palha não devem fazer parte de seu serviço a Ele; e sim o ouro, a prata e as pedras preciosas. Estes devem ser sua marca na edificação da igreja. Pelo seu desfrute de Cristo, hoje, a igreja torna-se essa maravilhosa lavoura, cheia de vida, para cultivar Cristo; e, no porvir, será um firme edifício, Sua habitação. Em outras palavras, a lavoura de Deus é para o edifício de Deus. É como vemos em Gênesis, em que um rio flui do jardim do Éden, produzindo os materiais para a edificação, passando por toda a Bíblia, e, finalmente, culminando com uma cidade edificada, a nova Jerusalém.