sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

BIOGRAFIAS João Bunyan (1628-1688)


BIOGRAFIAS
João Bunyan (1628-1688)

Sonhador Imortal

"Caminhando pelo deserto deste mundo, parei num sítio onde havia uma caverna (a prisão de Bedford): ali deitei-me para descansar. Em breve adormeci e tive um sonho. Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e nas mãos um livro".

Faz três séculos que João Bunyan assim iniciou o seu livro, O Peregrino. Os que conhecem as suas obras literárias podem testificar de que ele é, de fato, "o Sonhador Imortal" - "Estando ele morto, ainda fala". Contudo, enquanto miríades de crentes conhecem o Peregrino, poucos conhecem a história da vida de oração desse valente pregador.

Bunyan, na sua obra, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, nos informa que seus pais, apesar de viverem em extrema pobreza, conseguiram ensiná-lo a ler e escrever. Ele mesmo se intitulou a si próprio de "o principal dos pecadores"; outros atestam que era "bem-sucedido" até na impiedade. Contudo, casou-se com uma moça de família cujos membros eram crentes fervorosos. Bunyan era funileiro e, como acontecia com todos os funileiros, era paupérrimo; ele não possuía um prato nem uma colher - apenas dois livros: O Caminho do Homem Simples para os Céus e A Prática da Piedade, obras que seu pai, ao falecer, lhe deixara. Apesar de Bunyan achar algumas coisas que lhe interessavam nesses dois livros, somente nos cultos é que se sentiu convicto de estar no caminho para o Inferno.

Descobre-se nos seguintes trechos, copiados de Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, como ele lutava em oração no tempo da sua conversão:

"Veio-me às mãos uma obra dos 'Ranters', livro estimado por alguns doutores. Não sabendo julgar os méritos dessas doutrinas, dediquei-me a orar desta maneira: 'Ó Senhor, não sei julgar entre o erro e a verdade. Senhor, não me abandones por aceitar ou rejeitar essa doutrina cegamente; se ela for de ti, não me deixes desprezá-la; se for do Diabo, não me deixes abraçá-la!' - e, louvado seja Deus, Ele que me dirigiu a clamar; desconfiando na minha própria sabedoria, Ele mesmo me guarda do erro dos 'Ranters'. A Bíblia já era para mim muito preciosa nesse tempo."

"Enquanto eu me sentia condenado às penas eternas, admirei-me de como o próximo se esforçava para ganhar bens terrestres, como se esperasse viver aqui eternamente... Se eu pudesse ter a certeza da salvação da minha alma, como se sentiria rico, mesmo que não tivesse mais para comer a não ser feijão."

"Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: 'Ó Senhor, mostra-me, eu te rogo, que me amas com amor eterno!' Logo que clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: 'Eu te amo com amor eterno!' Deitei-me para dormir em paz e, ao acordar, no dia seguinte, a mesma paz permanecia na minha alma. O Senhor me assegurou: 'Amei-te enquanto vivias no pecado, amei-te antes, amo-te depois e amar-te-ei por todo o sempre'."

"Certa manhã, enquanto tremia na oração, porque pensava que não houvesse palavra de Deus para me sossegar, Ele me deu esta frase: 'A minha graça te basta'. "O meu entendimento foi tão iluminado como se o Senhor Jesus olhasse dos céus para mim, pelo telhado da casa, e me dirigisse essas palavras. Voltei para casa chorando, transbordando de gozo e humilhado até o pó."

"Contudo, certo dia, enquanto andava no campo, a consciência inquieta, de repente estas palavras entraram na minha alma: 'Tua justiça está nos céus.' E parecia que, com os olhos da alma, via Jesus Cristo à destra de Deus, permanecendo ali como minha justiça... Vi, além disso, que não é o meu bom coração que torna a minha justiça melhor, nem que a prejudica; porque a minha justiça é o próprio Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre. As cadeias então caíram-me das pernas; fiquei livre das angústias; as tentações perderam a força; o horror da severidade de Deus não mais me perturbava, e voltei para casa regozijando-me na graça e no amor de Deus. Não achei na Bíblia a frase: 'Tua justiça está nos céus.' Mas achei 'o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça, e santificação, e redenção' (1 Coríntios 1.30) e vi que a outra frase era ver­dade."

"Enquanto eu assim meditava, o seguinte trecho das Escrituras penetrou no meu espírito com poder: 'Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou.' Assim fui levantado para as alturas e me achava nos braços da graça e misericórdia. Antes temia a morte, mas depois clamei: 'Quero morrer.' A morte tornou-se para mim uma coisa desejável. Não se vive verdadeiramente antes de passar para a outra vida. 'Oh!' - pensava eu - 'esta vida é apenas um sonho em comparação à outra!' Foi nessa ocasião que as palavras 'herdeiros de Deus' se tornaram tão cheias de sentido, que eu não posso explicar aqui neste mundo. 'Herdeiros de Deus!' O próprio Deus é a porção dos santos. Isso vi e disso me admirei, contudo, não posso contar o que vi... Cristo era um Cristo precioso na minha alma, era o meu gozo; a paz e o triunfo por Cristo eram tão grandes que tive dificuldade em conter-me e ficar deitado."

Bunyan, na sua luta para sair da escravidão do vício e do pecado, não fechava a alma dos perdidos que ignoravam os horrores do inferno. Acerca disto ele escreveu:

"Percebi pelas Escrituras que o Espírito Santo não quer que os homens enterrem os seus talentos e dons, mas antes que despertem esses dons... Dou graças a Deus, por me haver concedido uma medida de entranhas e compaixão, pela alma do próximo, e me enviou a esforçar-me grandemente para falar uma palavra que Deus pudesse usar para apoderar-se da consciência e despertá-la. Nisso o bom Senhor respondeu ao apelo de seu servo, e o povo começou a mostrar-se comovido e angustiado de espírito ao perceber o horror do seu pecado e a necessidade de aceitar a Jesus Cristo."

"De coração, clamei a Deus com grande insistência que Ele tornasse a Palavra eficaz para a salvação da alma... De fato, disse repetidamente ao Senhor que, se o meu enforcamento perante os olhos dos ouvintes servisse para despertá-los e confirmá-los na verdade, eu o aceitaria alegremente."

"O maior anelo em cumprir meu ministério era o de entrar nos lugares mais escuros do país... Na pregação, realmente, sentia dores de parto para que nascessem filhos para Deus. Sem fruto, não ligava importância a qualquer louvor aos meus esforços; com fruto, não me importava com qualquer oposição."

Os obstáculos que Bunyan tinha de encarar eram muitos e variados. Satanás, vendo-se grandemente prejudicado pela obra desse servo de Deus, começou a levantar barreiras de todas as formas. Bunyan resistia fielmente a todas as tentações de vangloriar-se sobre o fruto de seu ministério e cair na condenação do Diabo. Quando, certa vez, um dos ouvintes lhe disse que pregara um bom sermão, ele respondeu: "Não precisa dizer-me isso, o Diabo já cochichou a mesma coisa no meu ouvido antes de sair da tribuna."

Então o inimigo das almas suscitou os ímpios para caluniá-lo e espalhar boatos em todo o país, a fim de induzi-lo a abandonar seu ministério. Chamavam-no de feiticeiro, jesuíta, cangaceiro e afirmavam que vivia amancebado, que tinha duas esposas e que os seus filhos eram ilegítimos.

Quando o Maligno falhou em todos esses planos de desviar Bunyan do seu ministério glorioso, os inimigos denunciaram-no por não observar os regulamentos dos cultos da igreja oficial. As autoridades civis o sentenciaram à prisão perpétua, recusando terminantemente a revogação da sentença, apesar de todos os esforços de seus amigos e dos rogos da sua esposa - tinha de ficar preso até se comprometer a não mais pregar.

Acerca da sua prisão, ele diz: "Nunca tinha sentido a presença de Deus ao meu lado em todas as ocasiões como depois de ser encerrado... fortalecendo-me tão ternamente com esta ou aquela Escritura até me fazer desejar, se fosse lícito, maiores provações para receber maiores consolações".

"Antes de ser preso, eu previa o que aconteceria, e duas coisas ardiam no coração, acerca de como podia encarar a morte, se chegasse a tal ponto. Fui dirigido a orar pedindo a Deus me fortalecesse com toda a força, segundo o poder da sua glória, em toda a fortaleza e longanimidade, dando com alegria graças ao Pai. Quase nunca orei, durante o ano antes de ser preso, sem que essa Escritura me entrasse na mente e eu compreendesse que para sofrer com toda a paciência devia ter toda a fortaleza, especialmente para sofrer com alegria."

"A segunda consideração foi na passagem que diz: 'Mas nós temos tido dentro de nós mesmos a sentença de morte para que não confiássemos em nós mesmos, porém em Deus que ressuscita os mortos'. Cheguei a ver, por essa Escritura que, se eu chegasse a ponto de sofrer como devia, primeiramente tinha de sentenciar à morte todas as coisas que pertencem à nossa vida, considerando-me a mim mesmo, minha esposa, meus filhos, a saúde, os prazeres, tudo, enfim, como mortos para comigo e eu morto para com eles."

"Resolvi, como Paulo disse, não olhar para as coisas que se vêem, mas sim, para as que se não vêem, porque as coisas que se vêem, são temporais, mas as coisas que se não vêem, são eternas. E compreendi que se eu fosse prevenido apenas de ser preso, poderia, de improviso, ser chamado, também, para ser açoitado, ou amarrado ao pelourinho. Ainda que esperasse apenas esses castigos, não suportaria o castigo de desterro. Mas a melhor maneira para passar os sofrimentos seria confiar em Deus, quanto ao mundo vindouro; quanto a este mundo, devia considerar o sepulcro como minha morada, estender o meu leito nas trevas, dizer à corrupção: Tu és meu pai', e aos vermes: 'Vós sois minha mãe e minha irmã' (Jó 17.13,14)."

"Contudo, apesar desse auxílio, senti-me um homem cercado de fraquezas. A separação da minha esposa e de nossos filhos, aqui na prisão torna-se, às vezes, como se fosse a separação da carne dos ossos. E isto não somente porque me lembro das tribulações e misérias que meus queridos têm de sofrer; especialmente a filhinha cega. Minha pobre filha, quão triste é a tua porção neste mundo! Serás maltratada, pedirás esmolas; passarás fome, frio, nudez e outras calamidades! Oh! os sofrimentos da minha ceguinha quebrar-me-iam o coração aos pedaços!"

"Eu meditava muito, também, sobre o horror ao Inferno para os que temiam a Cruz a ponto de se recusarem a glorificar a Cristo, suas palavras e leis perante os filhos dos homens. Além do mais, pensava sobre a glória que Ele preparara para os que, em amor, fé e paciência, testificavam dele. A lembrança destas coisas serviam para diminuir a mágoa que sentia ao lembrar-me de que eu e meus queridos sofriam pelo testemunho de Cristo".

Nem todos os horrores da prisão abalaram o espírito de João Bunyan. Quando lhes ofereciam a sua liberdade sob a condição de ele não pregar mais, respondia: "Se eu sair hoje da prisão, pregarei amanhã, com o auxílio de Deus".

Mas se alguém pensar que, afinal de contas, João Bunyan era apenas um fanático, deve ler e meditar sobre as obras que nos deixou: Graça Abundante ao Principal dos Pecadores; Chamado ao Ministério; O Peregrino; A Peregrina; A Conduta do Crente; A Glória do Templo; O Pecador de Jerusalém é Salvo; As Guerras da Famosa Cidade de Alma-humana; A vida e a Morte de Homem Mau; O Sermão do Monte; A Figueira Infrutífera; Discursos Sobre Oração; O Viajante Celestial; Gemidos de Uma Alma no Inferno; A Justificação é Imputada, etc.

Passou mais de doze anos encarcerado. É fácil dizer que foram doze longos anos, mas é difícil conceber o que isso significa - passou mais da quinta parte da sua vida na prisão, na idade de maior energia. Foi um quacre, chamado Whitehead, que conseguiu a sua libertação. Depois de liberto, pregou em Bedford, Londres, e muitas outras cidades. Era tão popular, que foi alcunhado de "Bispo Bunyan". Continuou o seu ministério fielmente até a idade de sessenta anos, quando foi atacado de febre e faleceu. O seu túmulo é visitado por dezenas de milhares de pessoas.

Como se explica o êxito de João Bunyan? O orador, o escritor, o pregador, o professor da Escola Dominical e o pai de família, cada um conforme o seu ofício, pode lucrar grandemente com um estudo do estilo e méritos de seus escritos, apesar de ele ter sido apenas um humilde funileiro, sem instrução.

Mas como se pode explicar o maravilhoso sucesso de Bunyan? Como pode um iletrado pregar como ele pregava e escrever num estilo capaz de interessar à criança e ao adulto; ao pobre e ao rico; ao douto e ao indouto? A única explicação do seu êxito é que "ele era um homem em constante comunhão com Deus". Apesar de seu corpo estar preso no cárcere, a sua alma estava liberta. Porque foi ali, numa cela, que João Bunyan teve as visões descritas nos seus livros - visões muito mais reais do que os seus perseguidores e as paredes que o cercavam. Depois de desaparecerem os perseguidores da terra e as paredes caírem em pó, o que Bunyan escreveu continua a iluminar e alegrar a todas as terras e a todas as gerações.

O que vamos citar mostra como Bunyan lutava com Deus em oração:

"Há, na oração, o ato de desvelar a própria pessoa, de abrir o coração perante Deus, de derramar afetuosamente a alma em pedidos, suspiros e gemidos. 'Senhor', disse Davi, 'diante de ti está todo o meu desejo e o meu gemido não te é oculto' (Salmo 38.9). E outra vez: 'A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma!' (Salmo 42.2-4). Note: 'Derramo a minha alma!' é um termo demonstrativo de que em oração sai a própria vida e toda a força para Deus".

Em outra ocasião escreveu: "As melhores orações consistem, às vezes, mais de gemidos do que de palavras e estas palavras não são mais que a mera representação do coração, vida e espírito de tais orações".

Como ele insistia e importunava em oração a Deus, é claro no trecho seguinte: "Eu te digo: Continua a bater, chorar, gemer e prantear; se Ele se não levantar para te dar, porque és seu amigo, ao menos por causa da tua importunação, levantar-se-á para dar-te tudo o que precisares".

Sem contestação, o grande fenômeno da vida de João Bunyan consistia no seu conhecimento íntimo das Escrituras, as quais amava; e na perseverança em oração ao Deus que adorava. Se alguém duvidar de que Bunyan seguia a vontade de Deus nos doze longos anos que passou na prisão de Bedford, deve lembrar-se de que esse servo de Cristo, ao escrever O Peregrino, na prisão de Bedford, pregou um sermão que já dura quase três séculos e que hoje é lido em cento e quarenta línguas. É o livro de maior circulação depois da Bíblia. Sem tal dedicação a Deus, não seria possível conseguir o incalculável fruto eterno desse sermão pregado por um funileiro cheio da graça de Deus!

Fonte: Heróis da Fé, CPAD.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

BIOGRAFIAS Jerônimo Savonarola


BIOGRAFIAS
Jerônimo Savonarola

O povo de toda a Itália afluía, em número sempre crescente, a Florença. A famosa Duomo não mais comportava as enormes multidões. O pregador, Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo e sentindo a iminência do julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a corrupção desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a leitura das publicações torpes e mundanas, para ler os sermões do ardente pregador: deixou os cânticos das ruas, para cantar os hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram procissões, coletando as máscaras carnavalescas, os livros obscenos e todos os objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram em praça pública uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam-lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o povo cantava hinos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória.

Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a ser na Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonarola teria sido o instrumento usado para iniciar a Grande Reforma em vez de Martinho Lutero. Apesar de tudo, Savonarola tornou-se um dos ousados fiéis arautos para conduzir o povo à fonte pura e às verdades apostólicas registradas nas Sagradas Escrituras.

Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nasceu de pais cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô paterno era um famoso médico na corte do duque de Ferrara e os pais de Jerônimo planejavam que o filho ocupasse o lugar do avô. No colégio, era aluno esmerado. Mas os estudos da filosofia de Platão e de Aristóteles, deixaram-lhe a alma sequiosa. Foram, sem dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o influenciaram (a não ser as próprias Escrituras) a entregar inteiramente o coração e a vida a Deus. Quando ainda menino, tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar e jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A decadência da igreja, cheia de toda a qualidade de vício e pecado, o luxo e a ostentação dos ricos em contraste com a profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava muito tempo sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em contemplação perante Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito. Quando ainda jovem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a sua grande consolação; os degraus do altar, se prostrava horas a fio, ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas.

Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar certa moça florentina. Mas quando ela mostrou ser desprezo alguém da sua orgulhosa família Strozzi, unir-se a alguém da família de Savonarola, Jerônimo abandonou para sempre a idéia de casar-se. Voltou a orar com crescente ardor. Enojado do mundo, desapontado acerca dos seus próprios anelos, sem achar uma pessoa compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e cansado de presenciar injustiças e perversidades que o cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar a vida monástica.

Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se tornar monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os serviços mais vis, da cozinha, da horta e do mosteiro.

Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração, jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os outros monges em humildade, sinceridade e obediência, sendo apontado para lecionar filosofia, posição que ocupou até sair do convento.

Depois de passar sete anos no mosteiro de Bolongma, frei (irmão) Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em Florença. Grande foi o seu desapontamento ao ver que o povo florentino era tão depravado como o dos demais lugares. (Até então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o pecador).

Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi apontado instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor uma excelente biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e mais da Bíblia como seu livro de instrução.

Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do Senhor que se aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do púlpito contra a impiedade do povo. Eram tão poucos os que assistiam às suas pregações, que Savonarola resolveu dedicar-se inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés, não podia escapar à chamada de Deus!

Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamente, em visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do Céu ordenando-lhe anunciar estas coisas ao povo.

Convicto de que a visão era do Senhor, começou novamente a pregar com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto, que muitos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes romperam em veemente choro.

O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou imóvel por cinco horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes da igreja o contemplavam.

Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus sermões contra o pecado produziram profundo terror. Os homens mais cultos começaram então a assistir às pregações em Florença; foi necessário realizar as reuniões na Duomo, famosa catedral, onde continuou a pregar durante oito anos. O povo se levantava à meia-noite e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.

O corrupto regente de Florença, Lorenzo Médici, experimentou todas as formas: a bajulação, as peitas, as ameaças, e os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador, Frei Mariano, para pregar contra Savonarola. Frei Mariano pregou um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e astúcia, e ele não ousou mais pregar.

Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu.

Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu a Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O povo abandonou a literatura torpe e mundana para ler os sermões do famoso pregador. Os ricos socorriam os pobres em vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a grande fogueira, na “piazza” de Florença e queimou grande quantidade de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia mais, na grande Duomo, o seu imenso auditório.

Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O pregador foi ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do Papa, foi queimado em praça pública. Com as palavras: “O Senhor sofreu tanto por mim!”, terminou a vida terrestre de um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos.

Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos dos erros da Igreja Romana, ensinava que todos os que são realmente crentes estão na verdadeira Igreja. Alimentava continuamente a alma com a Palavra de Deus. As margens das páginas da sua Bíblia estão cheia de notas escritas enquanto meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de cor e podia abrir o livro instantaneamente e achar qualquer texto. Passava noites inteiras em oração e foram-lhe dadas revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus livros sobre "A Humildade”, “A Oração”, “O Amor”, etc., continuam a exercer grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo desse precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as verdades que Deus, por seu intermédio, gravou no coração do povo.

Fonte: Heróis da Fé, CPAD

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Charles Spurgeon (1834-1892) Espero que meu Mestre chegue a alguns de vocês e lhes diga, ‘tu és meu’.


Charles Spurgeon (1834-1892)

Espero que meu Mestre chegue a alguns de vocês e lhes diga, ‘tu és meu’.

  Spurgeon cria firmemente que a convicção de pecado no coração do homem era uma obra totalmente divina. Era comum ele dizer: “Não subo a este púlpito esperando que alguém, de sua livre escolha, possa se converter a Cristo. A minha esperança repousa em um outro motivo; isto é, espero que meu Mestre chegue a alguns de vocês e lhes diga, ‘tu és meu’. Minha esperança vem da gratuidade da graça, e não da liberdade da vontade.”

No período da Inquisição, na Espanha, sob o reinado do imperador Carlos V, um número elevadíssimo de crentes foram queimados em praça ou enterrados vivos. O filho de Carlos V, Felipe II, em 1567, levou a perseguição aos Países Baixos, declarando que ainda que lhe custasse mil vezes a sua própria vida, limparia todo o seu domínio do "protestantismo". Antes da sua morte gabava-se de ter mandado ao carrasco, pelo menos, 18.000 "hereges".

Ao começar esse reinado de terror nos Países Baixos, muitos milhares de crentes fugiram para a Inglaterra. Entre os que escaparam do " Concílio de Sangue ", encontrava-se a família Spurgeon.

Na Inglaterra, o povo de Deus, contudo, não estava livre de toda a perseguição . Os bisavôs de Carlos eram crentes fervorosos, criando os filhos na admoestação do Senhor. Seu avô paterno, depois de quase cinqüenta anos de pastorado no mesmo lugar, podia dizer: " Não passei nem uma hora triste com a minha igreja depois que assumi o cargo de pastor ! " O pai de Charles, James Spurgeon, era o amado pastor de Stambourne.

Charles, quando ainda criança, interessava-se pela leitura de " O Peregrino ", pela história dos mártires e por diversas obras de teologia. É impossível calcular a influência dessas obras sobre a sua vida.

Que era precoce nas coisas espirituais, vê-se no seguinte acontecimento: Apesar ser uma criança de apenas cinco anos de idade, sentiu profundamente o cuidado do avô, por causa do procedimento de um dos membros da igreja, chamado " Velho Roads " . Certo dia, Charles, a criança, encontrando Roads em companhia de outros, fumando e bebendo cerveja, dirigiu-se a ele, dizendo: " Que fazes aqui, Elias ? " O " Velho Roads " arrependido, contou, então, ao seu pastor, como a princípio se irou com a criança, mas por fim ficou quebrantado. Desde aquele dia, o " Velho Roads " andou sempre perto do Salvador.

Quando Charles era ainda pequeno, foi por Deus convencido do pecado. Durante alguns anos sentia-se uma criatura sem esperança e sem conforto; visitava um lugar de culto após outro, sem conseguir saber como podia livrar-se do pecado. Então, quando tinha quinze anos de idade, aumentou nele o desejo de ser salvo. E aumentou de tal forma, que passou seis meses agonizando em oração. Nesse tempo assistiu a um culto numa igreja; nesse dia, o pregador não fora ao culto, por causa duma grande tempestade de neve. Na falta do pastor, um sapateiro se levantou para pregar às poucas pessoas presentes, e leu este texto: " Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da terra " ( Isaías 45: 22 ). O sapateiro, inexperiente na arte de pregar, podia apenas repetir a passagem e dizer: " Olhai ! Não é necessário levantar um pé, nem um dedo. Não vos é necessário estudar no colégio para saber olhar; nem contribuir com mil libras. Olhai para mim, não para vós mesmos. Não há conforto em vós. Olhai para mim, suando grandes gotas de sangue. Olhai para mim, pendurado na cruz. Olhai para mim, morto e sepultado. Olhai para mim, ressuscitado. Olhai para mim, à direita de Deus ". Em seguida, fitando os olhos em Charles, disse: " Moço, tu pareces ser miserável. Serás infeliz na vida e na morte se não obedeceres ". Então gritou ainda mais: " Moço, olha para Jesus ! Olha agora ! " O rapaz olhou e continuou a olhar, até que por fim, um gozo indizível entrou na sua alma.

O recém-salvo, ao contemplar o constante zelo do Maligno, foi tomado pela aspiração de fazer todo o possível para receber o poder divino, para frustrar a obra do inimigo do bem. Spurgeon aproveitava todas as oportunidades para distribuir folhetos. Entregava-se de todo o coração a ensinar na Escola Dominical, onde alcançou, de início, o amor dos alunos e, por intermédio desses, a presença dos pais na escola. Com a idade de dezesseis anos começou a pregar. Acerca disse ele disse: " Quantas vezes me foi concedido o privilégio de pregar na cozinha duma casa de agricultor, ou num celeiro ! "

Alguns meses depois de pregar seu primeiro sermão, foi chamado a pastorear a igreja em Waterbeach. Ao fim de dois anos, essa igreja de quarenta membros, passou a ter cem. O jovem pregador desejava educar-se e o diretor duma escola superior, que estava de visita à cidade, marcou uma hora para tratar com ele acerca desse assunto. A criada, porém, que recebeu Charles, por descuido, não chamou o professor e este saiu sem saber que o moço o esperava. Depois, Charles, já na rua, um tanto triste, ouviu uma voz dizer-lhe: " Buscas grandes coisas para ti ? Não as busques ! "Foi então, ali mesmo que abandonou a idéia de estudar nesse colégio, convencido de que Deus o dirigia para outras coisas. Não se deve concluir, contudo, que Charles Spurgeon resolveu não se educar. Depois disso, ele aproveitava todos os momentos livres para estudar. Diz-se que alcançou fama de ser um dos homens mais instruídos de seu tempo.

Spurgeon havia pregado em Waterbeach apenas durante dois anos quando foi chamado a pregar na Park Street Chapel, em Londres. O local era inconveniente para os cultos, e o templo, que tinha assentos para mil e duzentos ouvintes, era demasiado grande para os auditórios. Contudo, " havia ali um grupo de fiéis que nunca cessaram de rogar a Deus um glorioso avivamento ". Este fato é assim registrado nas palavras do próprio Spurgeon: " No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. Ás vezes pareciam que rogavam até verem realmente presente o Anjo do Concerto ( Cristo ), querendo abençoá-los. Mais que uma vez nos admiramos com a solenidade das orações até alcançarmos quietude, enquanto o poder do Senhor nos sobrevinha...Assim desceu a bênção, a casa se encheu de ouvintes e foram salvas dezenas de almas ! "

Sob o ministério desse moço de dezenove anos, a concorrência aumentou em poucos meses a ponto de o prédio não mais comportar as multidões; centenas de ouvintes permaneciam na rua para aproveitar as migalhas que caíam do banquete dentro da casa.

Foi resolvido reformar a New Park Street Chapel e, durante o tempo da obra, realizavam-se os cultos em Exeter Hall, prédio que tinha assentos para quatro mil e quinhentos ouvintes. Aí, em menos que dois meses, os auditórios eram tão grandes, que as ruas, durante os cultos, se tornavam intransitáveis.

Quando voltaram para o Chapel, o problema, em vez de ser resolvido, era maior; três mil pessoas ocupavam o espaço preparado para mil e quinhentas ! O dinheiro gasto, que alcançou uma elevada quantia, fora desperdiçado ! Tornou-se necessário voltar para o Exeter Hall.

Mas nem o Exeter Hall comportava mais os auditórios e a igreja tomou uma atitude espetacular - alugou o Surrey Music Hall, o prédio mais amplo, imponente e magnífico de Londres, construído para diversões públicas.

As notícias, de que os cultos passaram do Exeter Hall para Surrey Music Hall, eletrificaram toda a cidade de Londres. O culto inaugural foi anunciado para a noite de 19 de outubro de 1856. Na tarde do dia marcado, milhares de pessoas para lá se dirigiram para achar assento. Quando, por fim, o culto começou, o prédio no qual cabiam 12.000 pessoas, estava superlotado e havia mais 10.000 fora que não puderam entrar.

No primeiro culto em Surrey Music Hall, notaram-se vestígios da perseguição que Spurgeon tinha de encarar. Ele estava orando, e depois da leitura das Escrituras, os inimigos da obra de Deus se levantaram, gritando: " Fogo ! Fogo ! " Apesar de todos os esforços de Spurgeon e de outros crentes, a grande massa de gente alvoroçou-se e movimentou-se em pânico, de tal modo que sete pessoas morreram e vinte e oito ficaram gravemente feridas. Depois que tudo serenou, acharam-se espalhados em toda a parte do prédio, roupas de homens e senhoras; chapéus, mangas de vestidos, sapatos, pernas de calças, mangas e paletós, xales, etc.., objetos esses que os milhares de pessoas aflitas deixaram, na luta para escapar do prédio. Spurgeon comportou-se com a maior calma durante todo o tempo da indescritível catástrofe, mas depois passou dias prostrado, sofrendo em conseqüência do tremendo choque.

As notícias sobre as trágicas ocorrências durante o primeiro culto em Surrey Music Hall, em vez de prejudicarem a obra, concorreram para aumentar o interesse pelos cultos. De um dia para o outro Spurgeon, o herói do Sul de Londres, tornou-se um vulto de projeção mundial. Aceitou convites para pregar em cidades da Inglaterra, Escócia, Irlanda, Gales, Holanda e França. Pregava ao ar livre e nos maiores edifícios, em média, oito a doze vezes por semana.

Nesse tempo, quando ainda moço, revelou como conseguia entender, nas Escrituras, os textos difíceis, isto é, simplesmente pedia a Deus: - " Ó Senhor, mostra-me o sentido deste trecho ! " E acrescentou: " É maravilhoso como o texto, duro como a pederneira, emite faíscas quando batido com o aço da oração ". Quando mais velho, disse: " Orar acerca das Escrituras, é como pisar uvas no lagar, trilhar trigo na eira, ou extrair ouro do minério ".

Acerca da vida familiar, Susana, a esposa de Spurgeon, assim escreveu: " Fazíamos culto doméstico, quer hospedados em um rancho nas serras, quer num suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença de Cristo, que muitos crentes dizem impossível alcançar, era para ele a atmosfera natural; ele vivia e respirava nEle ( Deus ) ".

Antes de iniciar a construção do famoso templo em Londres, o Metropolitan Tabernacle, Spurgeon, com alguns dos seus membros, se ajoelharam no terreno entre as pilhas de materiais e rogaram a Deus que não permitisse que trabalhador algum morresse ou ficasse ferido durante a execução das obras de construção. Deus respondeu maravilhosamente, não deixando acontecer qualquer acidente durante o tempo da construção do imponente edifício que media oitenta metros de comprimento, vinte e oito de largura e vinte de altura.

A igreja começou a edificar o tabernáculo com o alvo de liquidar todas as dívidas de materiais e pagar a mão-de-obra antes de findar a construção. Como de costume, pediram a Deus que os ajudasse a realizar esse desejo, e tudo foi pago antes do dia da inauguração.

Durante certo período, pregou trezentas vezes em doze meses. O maior auditório, no qual pregou, foi no Crystal Palace, Londres, em 7 de outubro de 1857. O número exato de assistentes era por volta de 23.654. Spurgeon esforçou-se tanto nessa ocasião, e o cansaço foi tal, que após o sermão da noite de quarta-feira, dormiu até a manhã de sexta-feira !

Todavia, não se deve julgar que era somente no púlpito que a sua alma ardia pela salvação dos perdidos. Também se ocupava grandemente no evangelismo individual. Nesse sentido citamos aqui o que certo crente disse a respeito dele: " Tenho visto auditórios de 6.500 pessoas inteiramente levadas pelo fervor de Spurgeon. Mas ao lado de uma criança moribunda, que ele levara a Cristo, achei-o mais sublime do que quando dominava o interesse da multidão ".

Parece impossível que tal pregador tivesse tempo para escrever. Entretanto os livros da sua autoria, constituem uma biblioteca de cento e trinta e cinco tomos. Até hoje não há obra mais rica de jóias espirituais do que a de Spurgeon, de sete volumes sobre os Salmos: " A Tesouraria de Davi ". Ele publicou tão grande número de seus sermões, que mesmo lendo um por dia, nem em dez anos o leitor os poderia ler todos. Muitos foram traduzidos em várias línguas e publicados nos jornais do mundo inteiro. Ele mesmo escrevia grande parte da matéria para seu jornal, " A Espada e a Colher ", título este sugerido pela história da construção dos muros de Jerusalém no tempo angustioso de Neemias.

Além de pregar constantemente a grandes auditórios e de escrever tantos livros, esforçou-se em vários outros ramos de atividades. Inspirado pelo exemplo de George Müller, fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Pediram a Deus e recebiam o necessário para levantar prédio após prédio e alimentar centenas de crianças desamparadas.

Reconhecendo a necessidade de instruir os jovens chamados por Deus para proclamar o Evangelho, e, assim, alcançar muito maior número de perdidos, fundou e dirigiu o Colégio dos Pastores, com a mesma fé em Deus que mostrou na obra de cuidar dos órfãos.

Acerca de tão estupendo êxito na vida de Spurgeon, convém notar o seguinte: Nenhum dos seus antepassados alcançou fama. Sua voz podia pregar às maiores multidões, mas outros pregadores sem fama gozavam também da mesma voz. O Príncipe dos Pregadores era, antes de tudo, o Príncipe de Joelhos. Como Saulo de Tarso, entrou no Reino de Deus, também agonizando de joelhos. No caso de Spurgeon, essa angústia durou seis meses. Depois ( assim aconteceu com Saulo ) a oração fervorosa era um hábito na sua vida. Aqueles que assistiam aos cultos no grande Tabernáculo Metropolitano diziam que as orações eram a parte mais sublime dos cultos.

Quando alguém perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, o Príncipe de Joelhos apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Tabernacle e dizia: " Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego, eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplicando ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se encontra a explicação do mistério dessas bênçãos " .

Spurgeon costumava dirigir-se aos alunos no Colégio dos Pastores desta forma: " Permanecei na presença de Deus !...Se o vosso fervor esfriar, não podereis orar bem no púlpito...pior com a família....e ainda pior nos estudos, sozinhos. Se a alma se tornar magra, os ouvintes, sem saberem como ou porquê, acharão que vossas orações públicas têm pouco sabor " .

Ainda sobre a oração, sua esposa deu este testemunho: " Ele dava muita importância à meia-hora de oração que passava com Deus antes de começar o culto " . Certo crente também escreveu a esse respeito: " Sente-se, durante a sua oração pública, que ele é um homem de bastante força para levar nas mãos ungidas as orações duma multidão. Isto é a idéia mais grandiosa, de sacerdote entre Deus e os homens ".

Convicto do grande poder da oração, Spurgeon designou o mês de fevereiro, de cada ano, no Grande Tabernáculo, para realizar a convenção anual e faze súplicas por um avivamento na obra de Deus. Nessas ocasiões, passavam dias inteiros em jejum e oração, oração que se tornava mais e mais fervorosa. Não só sentiam a gloriosa presença do Espírito Santo nesses cultos, mas era-lhes aumentado o poder com frutos abundantes.

Na sua autobiografia, desde o começo do seu ministério em Londres, consta que pessoas gravemente enfermas foram curadas em respostas às suas orações .

A vida de Spurgeon não era vida egoísta e de interesse próprio. Justamente com sua esposa, fez os maiores sacrifícios para colocar livros espirituais nas mãos de um grande número de pregadores pobres, e ambos contribuíam constantemente para o sustento das viúvas e órfãos. Recebiam grandes somas de dinheiro, mas davam tudo para o progresso da obra de Deus.

Não buscava fama nem a honra de fundador de outra denominação, como muitos amigos esperavam. A sua pregação nunca foi feita para sua própria glória, porém tinha como alvo a mensagem da Cruz, para levar os ouvintes a Deus. Considerava seus sermões como se fossem setas e dava o seu coração, empregava toda a sua força espiritual em produzir cada um. Pregava confiando do poder do Espírito Santo, empregando o que Deus lhe concedera para " matar " o maior número de ouvintes.

" Charles Hadon Spurgeon recebia o fogo do Céu, estudando a Bíblia, horas a fio, em comunhão com Deus ". Cristo era o segredo do seu poder. Cristo era o centro de tudo, para ele; sempre e unicamente Cristo.

J. P. Fruit disse: " Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu lado ".

As suas últimas palavras, no leito de morte, dirigidas à sua esposa, foram: " Oh ! querida, tenho desfrutado um tempo mui glorioso com meu Senhor ! " Ela, ao ver, por fim, que seu marido passaria para o outro lado, caiu de joelhos e com lágrimas exclamou. " Oh ! bendito Senhor Jesus, eu te agradeço o tesouro que me emprestaste no decurso destes anos; agora Senhor, dá-me força e direção durante todo o futuro ".

Seis mil pessoas assistiram ao culto de funeral. No caixão estava uma Bíblia aberta, mostrando este texto usado por Deus para convertê-lo: " Olhai para mim, e sede salvos, todos os confins da terra ".

O cortejo fúnebre passou entre centenas de milhares de pessoas postadas em pé nas calçadas; os homens descobriam-se à passagem do cortejo e as mulheres choravam.

O túmulo simples do célebre Príncipe dos Pregadores, no cemitério de Norwood, testifica da verdadeira grandeza da sua vida. Ali estão gravadas estas humildes palavras: Aqui jaz o corpo de CARLOS HADON SPURGEON, esperando o aparecimento do seu Senhor e Salvador JESUS CRISTO

Martinho Lutero - A reforma protestante - Contra-Reforma


Martinho Lutero - A reforma protestante - Contra-Reforma

No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou suas famosas teses (total de 95) contra a venda de indulgências, na porta da Igreja Católica do Castelo de Wittenberg, na Alemanha.

  É preciso exortar os fiéis a entrarem no céu por meio de muitas tribulações, em vez de descansarem na segurança de uma falsa paz" 95ª tese. Há 478 anos, no dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou suas famosas teses (total de 95) contra a venda de indulgências, na porta da Igreja Católica do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, contrariando os interesses teológicos e, principalmente, econômicos da Igreja Católica. O impacto foi tamanho, que se comemora nessa data o início da Reforma Protestante.
Lutero não foi, como alguns pensam, o fundador de uma nova religião, o protestantismo. A Reforma Protestante, da qual foi impulsionador, foi além do movimento da libertação nacional, que resultou na formação de igrejas nacionais entre os anos de1517 a 1563. Foi, sem dúvida, o grande precursor da liberdade religiosa atual e quem mais contribuiu para um retorno do cristianismo às Escrituras.

Para não admitir suas falhas, são diversas as acusações da Igreja Católica a Lutero, de louco a rebelde orgulhoso.

A preparação para a Reforma

No decorrer dos séculos, desde os tempos de Cristo, tem havido um desvio daquilo que Jesus ensinou. Sempre se levantaram vozes em defesa da pureza do Evangelho.

Apesar do zelo, sempre existiram aqueles que se desviavam, trazendo para dentro da Igreja práticas de outras religiões. Esses desvios, a princípio em número reduzido, foram aumentando a ponto de paganizar a Igreja, transformando-a no que conhecemos hoje por Igreja Católica.

No começo, foi apenas a inclusão da hierarquia onde o papa era o líder supremo; depois vieram o batismo para a salvação, a adoração de santos, e outros, atingindo um patamar tal, que por volta do século XIV, a Igreja Católica estava completamente envolvida no paganismo. Daí a salvação passou a ser comercializada como qualquer outro objeto.

Enquanto o cristianismo romano se paganizava, muitas pessoas às quais o nome "cristão" fora negado, lutavam para que a Igreja retornasse aos princípios do Novo Testamento. Entretanto, ela já havia se institucionalizado, e esses reformadores passaram a ser acusados de hereges. Geralmente eram expulsos de suas congregações e perseguidos, pagando, muitas vezes com a vida, pelo zelo cristão.

Até o século XIV, os protestos dessas pessoas foram abafados; porém com o advento de uma nova mentalidade, que deu origem às transformações políticas, sociais, científicas, literárias e mais, foram sendo notados. Naquele período, as grandes descobertas marítimas, a invenção da imprensa, a descoberta do maravilhoso mundo clássico da literatura e arte, até então perdidos, produziram um despertar da natureza humana, que se processou de forma intensa e geral. Esse período ficou conhecido como Renascença, movimento que produziu a energia necessária para a revolução religiosa que se daria no século XVI.

O grande nome dessa revolução religiosa foi Martinho Lutero, monge agostiniano. que, revoltado contra a venda de indulgências, levantou a bandeira da liberdade religiosa frente à corrompida Igreja Católica.

Peregrinação espiritual

Lutero nasceu em 1483, em Eisleben, Alemanha, onde seu pai, de origem camponesa, trabalhava em minas. A sua infância não foi feliz. Seus pais eram extremamente severos. Durante toda a sua vida foi prisioneiro de períodos de depressão e angústia profunda, quando aspirava pela salvação de sua alma.

Em 1505, antes de completar 22 anos, ingressou - contra a vontade de seu pai, que sonhava com a carreira de advogado para ele - no mosteiro Agostinho de Erfurt. Dos motivos que o levaram a tal passo, esse acontecimento foi decisivo: duas semanas antes, quando sobremaneira o temor da morte e do inferno o afligia, prometeu a santa Ana caso se salvasse se tornaria um monge. Portanto, a razão principal, foi o seu interesse pela própria salvação.

Ingressou no mosteiro como filho fiel da Igreja no propósito de utilizar os meios de salvação que ela lhe oferecia e dos quais o mais seguro lhe parecia o monástico. Acreditava que, sendo um sacerdote, as boas obras e a confissão seriam as respostas para suas necessidades, almejadas desde a infância. Mas não bastava.

Embora tentasse ser um monge perfeito - repentinamente castigava seu corpo, a conselho de seu superior - tinha consciência de sua pecaminosidade e cada vez, por isso, tratava de sobrepor-se a ela. Porém, quanto mais lutava contra esse sentimento, mais se apercebia de que o pecado era muito mais poderoso do que ele.

Frente a essa situação desesperadora, o seu conselheiro espiritual recomendou que lesse as obras dos místicos, mas não adiantou; então, foi proposto que se preparasse para dirigir cursos sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg.

A grande descoberta

É certo que, quando se viu obrigado a preparar conferências sobre a Bíblia, Lutero começou a ver nelas uma possível resposta para suas angústias.

Em 1513, começou a dar aulas sobre Salmos, os quais interpretava cristologicamente. Neles, era Cristo quem falava. E assim, viu Cristo passando pelas angústias semelhantes às que passava. Esse foi o princípio de sua grande descoberta, que aconteceu provavelmente em 1515, quando começou a dar conferências sobre a Epístola aos Romanos. Lutero confessou que encontrou resposta para as suas dificuldades, no primeiro capítulo dessa Epístola.

Essa resposta, no entanto, não veio facilmente. Não ocorreu de um dia para outro. A grande descoberta foi precedida por uma grande luta e uma amarga angústia.

O texto básico é Romanos 1.17, no qual é dito que o Evangelho é a revelação da justiça de Deus, e era precisamente essa justiça que Lutero não podia tolerar e dizia que odiava a frase "justiça de Deus". Nela, esteve meditando dia e noite para compreender a relação entre as duas partes do versículo que diz "a justiça de Deus se revela no evangelho", e conclui dizendo que "o justo viverá pela fé".

O protesto

A resposta foi surpreendente. Lutero concluiu que a justiça de Deus, em Romanos 1.17. não se refere ao fato de que Deus castigue os pecadores, mas ao fato de que a justiça do justo não é obra sua, mas dom de Deus. Portanto, a justiça de Deus só tem quem vive pela fé: não porque seja em si mesmo justo ou porque Deus lhe dê esse dom, mas por causa da misericórdia de Deus que, gratuitamente, justifica o pecador desde que este creia.

A partir dessa descoberta, a justiça de Deus não passou mais a ser odiada; agora, ela tornou-se em uma frase doce para sua vida. Em conseqüência as Escrituras passaram a ter um novo sentido para ele. Inconformado com a Igreja Católica, Lutero compôs algumas teses, que deveriam servir como base para um debate acadêmico.

Naquele período, teve início, por ordem do papa Leão X, a venda de indulgências por Tetzel, através da qual o portador tinha a garantia de sua salvação. Não concordando com a exploração de seus compatriotas, Lutero fixou suas famosas 95 teses na porta da Igreja (local utilizado para colocar informações da universidade) do Castelo de Wittenberg.

As teses foram escritas acaloradamente com sentimento de indignação profunda, mas com todo o respaldo Bíblico. E além do mais. ao atacar a venda de indulgências, colocava em perigo os projetos dos exploradores, dentre eles, a ganância do papa Leão X em arrecadar dinheiro suficiente para terminar a construção da Basílica de São Pedro. Os impressos despertaram o povo e produziram um sentimento de patriotismo, o que facilitou a Reforma na Alemanha.

A importância de Lutero para o protestantismo moderno não deve ser esquecida. Foi ele quem teve mais sucesso na investida contra Roma. Foi ele o grande bandeirante da volta às Escrituras como regra de fé e prática. Foi um dos poucos homens que alterou profundamente a História do mundo. Através do seu exemplo, outras pessoas seguiram o caminho da Reforma em seus próprios países, e em poucos anos quase toda a Europa havia sido varrida pelos ventos reformadores.

Lutero foi responsável por três pontos básicos do protestantismo atual: a supremacia das Escrituras sobre a tradição; a supremacia da fé sobre as obras; e a supremacia do sacerdócio de cada cristão sobre o sacerdócio exclusivo de um líder. Humanamente falando, deve-se a Lutero um retomo à leitura da Bíblia.

A Contra-Reforma e os jesuítas

Lutero teve de enfrentar o tremendo poderio da Igreja Católica que, imediatamente organizou a Companhia de Jesus (jesuítas) para atacar a Reforma. Vide o juramento dos jesuítas (livro Congregacional de Relatórios, página 3.362) que em resumo, diz: "Prometo na presença de Deus e da Virgem Maria e de ti meu pai espiritual, superior da Ordem Geral dos Jesuítas... e pelas entranhas da Santíssima Virgem defender a doutrina contra os usurpadores protestantes, liberais e maçons sem hesitar. Prometo e declaro que farei e ensinarei a guerra lenta e secreta contra os hereges... tudo farei para extirpá-los da face da terra, não pouparei idade, nem sexo, nem cor... farei arruinar, extirpar, estrangular e queimar vivo esses hereges. Farei arrancar seus estômagos e o ventre de suas mulheres e esmagarei a cabeça de suas crianças contra a parede a fim de extirpar a raça.

Quando não puder fazer isso publicamente usarei o veneno, a corda de estrangular, o laço, o punhal e a bala e chumbo.

Com este punhal molhado no meu sangue farei minha rubrica como testemunho! Se eu for falso ou perjuro, podem meus irmãos, os Soldados do Papa cortar mãos e pés, e minha garganta; minha barriga seja aberta e queimada com enxofre e que minha alma seja torturada pelos demônios para sempre no inferno!"

Preocupada em conter o avanço dessas ideias, a igreja Romana iniciou através do Tribunal da Santa Inquisição a perseguição mais infame e sangrenta da história, onde, no caso da França, numa única noite, chamada de "Noite de São Bartolomeu", três mil protestantes foram assassinados e seus corpos jogados nas ruas francesas, com as bênçãos católicas. Muitos jesuítas, tais quais espiões, levaram os ditos "hereges" às mais variadas torturas, até a morte.


Fonte: Congregação Evangélica Luterana

A. W. Tozer Um profeta do século 20.



A. W. Tozer
Um profeta do século 20.

  “Penso que minha filosofia seja esta: tudo está errado até que Deus endireite.”

Esta afirmação do Dr. A. W. Tozer resume perfeitamente a sua crença e o que ele tentou realizar durante seus anos de ministério. Sua pregação e seus livros concentraram-se inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos que inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas estatísticas. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão, normalmente não acompanhava os passos de muitas das pessoas que participavam de desfiles religiosos.

No entanto, foi esta excentricidade cristã que nos fez amá-lo e apreciá-lo. Ele não tinha receio em apontar o que era errado. Nem hesitou em dizer como Deus poderia endireitar todas as coisas. Se é que um sermão pode ser comparado à luz, então, A. W. Tozer emitia raios laser do púlpito, um feixe de luz que penetrava o nosso coração, exauria nossa consciência, expunha nossos pecados e nos fazia clamar: “O que devo fazer para ser salvo?” A resposta era sempre a mesma: entregar-se a Cristo; procurar conhecê-lo de forma pessoal; crescer para tornar-se como Ele.

Aiden Wilson Tozer nasceu em Newburg (naquele tempo conhecida como La Jose), Pensilvânia, Estados Unidos, em 21 de abril de 1897. Em 1912, sua família deixou a fazenda e foi para Akron, Ohio; e, em 1915, ele se converteu a Cristo. No mesmo instante passou a levar uma vida fervorosa de devoção e testemunho pessoal. Em 1919, começou a pastorear a Alliance Church, em Nutter Fort, West Virginia. Também pastoreou igrejas em Morgantown, West Virginia; Toledo; Ohio; Indianapolis, Indiana; e, em 1928, foi para a Southside Alliance Church, em Chicago. Ali, ministrou até novembro de 1959, quando tornou-se pastor da Avenue Road Church, em Toronto, no Canadá. Um ataque cardíaco, em 12 de maio de 1963, pôs fim àquele ministério, e Tozer foi chamado para a Glória.

Tozer alcançou um número maior de pessoas por intermédio de suas obras do que por suas pregações. Grande parte do que escreveu era refletido na pregação de pastores que alimentavam a alma com as palavras de Tozer. Em maio de 1950, foi nomeado editor de The Alliance Weekly, agora conhecida como The Alliance Witness, que provavelmente foi a única revista religiosa a ser adquirida graças, sobretudo, aos seus editoriais. Certa vez, o Dr. Tozer, em uma conferência na Evangelical Press Association (Associação da Imprensa Evangélica), censurou alguns editores que praticavam o que ele chamava de “jornalismo de supermercado” – duas colunas de propagandas e uma nota de material para leitura. Era um escritor exigente e tão duro consigo mesmo quanto com os outros.

O que há nas obras de A. W. Tozer que nos prende a atenção e nos cativa? Primeiro, ele Tozer escrevia com convicção. Não estava interessado nos cristãos superficiais de Atenas que estavam à procura de algo novo. Tozer mergulhou novamente nas antigas fontes e nos chamou de volta às veredas do passado, tendo plena convicção e colocando em prática as verdades que ensinava.

Tozer era um místico cristão em uma época pragmática e materialista. Ele ainda nos convida a ver aquele verdadeiro mundo das coisas espirituais que transcendem o mundo material que tanto nos atraem. Suplica para que agrademos a Deus e nos esqueçamos da multidão. Ele nos implora que adoremos a Deus de modo que nos tornemos mais parecidos com Ele. Como esta mensagem é desesperadamente necessária em nossos dias!

A. W. Tozer recebeu a dádiva de compreender uma verdade espiritual e erguê-la para a luz para que, como um diamante, cada faceta fosse observada e admirada. Ele não se perdeu nos pântanos da homilética; o vento do Espírito soprava e ossos mortos reviviam. Suas obras eram como graciosos camafeus cujo valor não se avalia por seu tamanho. Sua pregação se caracterizava pela intensidade espiritual que penetrava no coração do ouvinte e o ajudava a ver Deus. Feliz é o cristão que possui um livro de Tozer à mão quando sua alma está sedenta e ele sente que Deus está longe.

Tozer, em suas obras, nos entusiasma tanto sobre a verdade que nos esquecemos de Tozer e tratamos de pegar a Bíblia. Ele mesmo sempre dizia que o melhor livro é aquele que faz o leitor parar e pensar por si mesmo. Tozer é como um prisma que concentra a luz e depois revela sua beleza.


Fonte: Adaptado da Introdução do livro O Melhor de Tozer, vol. 2.

Agostinho Teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.


Agostinho

Teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.

Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval.

Nascido em 354, na casa de um oficial romano na cidade de Tagasta em Numidia, no norte da África, era filho de um pai pagão, Patrício, e de uma mãe crente, Mônica. Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã.

Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram feitos na escola local, onde aprendeu latim à força de muitos açoites. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica.

Longe da família, Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390.

Na busca pela verdade, ele aceitou o ensino herético maniqueísta, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal -- o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem -- o Deus do Novo Testamento. Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384. Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão, e depois para a casa imperial. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II.

Sua Conversão

No ano 386, quando passava várias crises em sua vida, Agostinho estava meditando num jardim sobre a sua situação espiritual, e ouviu uma voz próxima à porta que dizia: “Tome e Leia”. Agostinho abriu sua Bíblia em Romanos 13.13,14 e a leitura trouxe-lhe a luz que sua alma não conseguiu encontrar nem no maniqueísmo nem no neo-platonismo. Com sua conversão à Cristo, ele despediu sua concubina e abandonou sua profissão no Império. Sua mãe, que muito orara por sua conversão, morreu logo depois do seu batismo, realizado por Ambrósio na Páscoa de 387. Uma vez batizado, regressou um ano depois para Cartago, Norte da África, onde foi ordenado sacerdote em 391. Em Tagasta, ele supervisionou e instruiu um grupo de irmãos batizados chamados de “Servos de Deus”. Cinco anos depois, foi consagrado bispo de Hipona por pedido daquela congregação, onde permaneceu até sua morte. Daí até sua morte em 430, empenhou-se na administração episcopal, estudando e escrevendo.

Suas Obras

Agostinho é apontado como o maior dos Pais da Igreja. Ele deixou mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas. Suas obras mais importantes foram:

Confissões, obra autobiográfica de sua vida antes e depois de sua conversão;

Contra Acadêmicos, obra onde demonstra que o homem jamais pode alcançar a verdade completa através do estudo filosófico e que a certeza somente vem pela revelação na Bíblia;

De Doctrina Christiana, obra exegética mais importante que escreveu, onde figuram as suas idéias sobre a hermenêutica ou a ciência da interpretação. Nela desenvolve o grande princípio da analogia da fé;

De Trinitate, tratado teológico sobre a Trindade;

De Civitate Dei, obra apologética conhecida como Cidade de Deus. Com o saque de Roma por Alarico, rei dos bárbaros em agosto 28 de 410, os romanos creditaram este desastre ao fato de terem abandonado a velha religião clássica romana e adotado o cristianismo. Nesta obra, põe-se a responder esta acusação a pedido de seu amigo Marcelino.

Agostinho escreveu também muitas obras polêmicas para defender a fé dos falsos ensinos e das heresias dos maniqueus, dos donatistas e, principalmente, dos pelagianos. Também escreveu obras práticas e pastorais, além de muitas cartas, que tratam de problemas práticos que um administrador eclesiástico enfrenta no decorrer dos anos do seu ministério.

A formulação de uma interpretação cristã da história deve ser tida como uma das contribuições permanentes deixadas por este grande erudito cristão. Nem os historiadores gregos ou romanos foram capazes de compreender tão universalmente a história do homem. Agostinho exalta o poder espiritual sobre o temporal ao afirmar a soberania de Deus sobre a criação. Esta e outras inspiradoras obras mantiveram viva a Igreja através do negro meio-milênio anterior ao ano 1000.

Agostinho é visto pelos protestantes como um precursor das idéias da Reforma com sua ênfase sobre a salvação do pecado original e atual através da graça de Deus, que é adquirida unicamente pela fé. Sua insistência na consideração dos sentido inteiro da Bíblia na interpretação de uma parte da Bíblia (Hermenêutica), é um princípio de valor duradouro para a Igreja.

Seus últimos meses

Durante os últimos meses de vida, os vândalos tomaram a cidade fortificada de Hipona por mar e terra. Eles haviam destruído as cidades do Império Romano no Norte da África e as evidências do Cristianismo. A cidade estava cheia de pobres e refugiados, e a congregação de Agostinho não era uma exceção. No final de sua vida, ele foi submetido a uma enfermidade fatal, e com 75 anos ele pediu que ficasse só, a fim de se preparar para encontrar com o seu Deus. Um ano depois da morte de Agostinho em 430, os bárbaros queimaram toda a cidade, mas felizmente, a biblioteca de Agostinho foi salva, e seus escritos se perpetuam em nosso meio até a nossa era.


Fonte: http://www.sepoangol.org

Watchman Nee Um pastor que por amor a Cristo passou vinte e cinco anos na prisão na China comunista.


Watchman Nee

Um pastor que por amor a Cristo passou vinte e cinco anos na prisão na China comunista.

"É nossa responsabilidade que Deus nos dê luz para podermos reconhecer a poderosa mão do Espírito Santo e disposição de nos submetermos a ela, reconhecendo que tudo o que Ele faz é certo."

Assim escreveu Watchman Nee, um pastor que por amor a Cristo passou vinte e cinco anos na prisão na China comunista.

Nee converteu-se a Cristo aos 18 anos de idade quando era aluno da Faculdade Trinity em Fu Tchow. Deixou para trás todas as esperanças de uma formação universitária, dedicando-se de corpo e alma ao estudo da Bíblia e ao evangelismo.

Descontente com as igrejas denominacionais, Nee construiu uma igreja com menos formalidades. A congregação de Nee em Xangai logo cresceu, obrigando-o a realizar algumas mudanças - ele dividiu a igreja em 15 grupos familiares. Apelidado de "Pequeno Rebanho", cada grupo familiar, centrado no evangelismo, consistia de até 200 membros. Nos anos 40 havia 470 grupos afiliados à igreja de Xangai.

Em 1941, com a ocupação de Xangai pelos japoneses, foram impostas restrições sobre os membros da igreja e as finanças foram reduzidas antecipando o que ainda estava por vir. Nee e seu irmão estabeleceram uma empresa farmacêutica para ajudar a complementar as necessidades financeiras da igreja.

Em 1949 o Partido Comunista derrubou o governo nacionalista e proclamou a República Popular da China. No começo, a igreja ficou esperançosa com o novo governo, mas após dois anos a situação começou a mudar quando os comunistas revelaram os seus planos de controlar a igreja.

Através de seu Movimento da Reforma da Tripla Autonomia, o governo visava tornar a igreja auto-governada, auto-sustentada e auto-propagada. Ela foi colocada sob a autoridade da Agência de Assuntos Religiosos, a qual pressionou a igreja a persuadir os missionários a deixarem a China, expurgando do país os "imperialistas'.

Durante esse tempo, os grupos familiares resistiram bravamente a se unir à Igreja Cristã Nacional (sob o controle do governo comunista), considerada como uma organização fantoche. Milhares dos seus membros foram mortos ou feitos prisioneiros. Freqüentemente infiltrada por informantes comunistas, as igrejas eram forçadas a realizar reuniões para encorajar a auto-crítica e a reforma. Os pastores foram acusados de capachos dos estrangeiros e Nee logo foi acusado de liderar um grande sistema secreto que distribuía veneno anti-revolucionário.

Em 1952 Nee foi preso e submetido a quatro anos de "reeducação". Em 1956 ele outros da membros da igreja foram a condenados a quinze anos de na Primeira Prisão Municipal de Xangai. Ele deveria ter sido posto em liberdade em 1967, durante a Revolução Cultural, mas teve a sentença ampliada, e o governo deu início a outro ataque furioso contra a igreja. Os cultos foram interrompidos e todos os edifícios religiosos deveria ser "secularizados". Os comunistas prometeram libertar Nee se ele concordasse em não voltar a pregar. Nee não aceitou e foi transferido para outra prisão onde acabou morrendo.

Nee foi um líder cristão extraordinário, cuja visão de uma igreja nacional na China preparou os crentes para a perseguição sob o comunismo. Seus escritos foram traduzidos em vários idiomas, inclusive o português, e estão sendo impressos até hoje. Muitos desses escritos refletem a importância do quebrantamento na vida do cristão – um estado do coração que Nee compreendeu além da palavra escrita: "A menos que sejamos tratados e quebrantados por meio da disciplina, estaremos restringindo Deus. Sem o quebrantamento do homem exterior, a igreja não pode ser um canal de Deus."


Fonte: Adaptado de 70 Great Christians (70 Grandes Cristãos) de Geoffrey Hanks. Citações de A Liberação do Espírito de Watchman Nee.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

SENHOR, PURIFICA-ME E FAZE MEU CORAÇÃO RETO DIANTE DE TI



 SENHOR, PURIFICA-ME E FAZE MEU CORAÇÃO RETO DIANTE DE TI

Antes de prosseguirmos, vamos deixar uma coisa bem clara: você e eu não somos perfeitas. Ninguém é perfeito. Ninguém chegou lá. Ninguém é incapaz de pecar. Ninguém vive sem problemas. Nin­guém já andou tanto tempo com o Senhor que saiba tudo e, portan­to, não tenha nada a aprender. Nenhuma de nós é tão completa a ponto de não precisar de nada de Deus. Nenhuma de nós tem tudo absolutamente em ordem.
Pronto! Está dito.
Por favor, não pense que eu disse essas coisas porque acredito que você precise saber delas. Pelo contrário, creio que você já sabe disso. Eu as mencionei porque quero que você saiba que todas nós sabemos disso. Sabemos disso sobre nós mesmas, e uma sabe sobre a outra. Assim, podemos ser completamente honestas conosco mesmas sobre nós mesmas.
Ao ler este livro, não quero que você sinta que deve tentar alcan­çar um padrão inatingível. Este livro não é sobre alcançar padrões. É sobre você permitir que Deus se torne seu padrão. Não é sobre você mesma tentar fazer alguma coisa acontecer. E sobre reconhecer que você não é capaz de fazer nada acontecer, mas você pode entregar sua vida a Deus e deixar que ele faça as coisas acontecer. Não é sobre encontrar formas de evitar o julgamento de Deus e sentir-se uma fracassada se não fizer tudo com perfeição. E sobre experimentar ple­namente o amor de Deus e deixar que ele a aperfeiçoe. Não é sobre fingir ser outra pessoa. É sobre tornar-se quem você é de fato. No entanto, a fim de ver essas coisas acontecer, é preciso que você seja completamente honesta consigo mesma e com Deus sobre quem você é neste momento.
As mulheres de todo o mundo querem viver de modo a dar fru­tos. Desejam habitar na graça do Senhor ao obedecerem a suas leis. Desejam ser inabaláveis nas verdades de Deus e, ao mesmo tempo, sensíveis ao sofrimento e às necessidades dos outros. Desejam conhe­cer a Deus de todas as maneiras que ele possa ser conhecido e dese­jam ser transformadas pelo poder de seu Espírito. Contudo, muitas vezes elas são duras consigo mesmas quando não vêem essas coisas acontecendo diariamente. São rápidas em detectar o que estão fazen­do de errado e lentas para apreciar o que estão fazendo certo.
Por isso, quero que você encare essa idéia de purificar seu coração não como um julgamento de que seu coração está impuro, mas sim como um chamado de Deus para que coloque tudo em ordem dian­te dele, a fim de que ele lhe possa dar todas as bênçãos que tem para sua vida. Veja isso como Deus preparando-a para o trabalho impor­tante que ele tem para você mais adiante.
A fim de conseguir fazer isso, você terá de examinar sua vida muito bem. Terá de ser corajosa o suficiente para dizer: "Senhor, mostra-me o que está dentro de meu coração, alma, mente, espírito e vida e que não deveria estar lá. Ensina-me o que não estou compreendendo. Convence-me sobre onde estou errando o alvo. Acaba com minha arrogância, orgulho, medo e inseguranças e ajuda-me a enxergar a verdade sobre mim mesma, minha vida e minha situação. Expõe quem eu sou, Senhor. Eu posso agüentar. Capacita-me para que eu corrija meus caminhos errados. Ajuda-me a colocar a verdade no lugar das mentiras e a fazer mudanças duradouras".
E preciso coragem para fazer uma oração como essa. Talvez mais coragem do que muitas de nós têm no momento. Se você está hesi­tando em deixar que o Senhor exponha seu coração por causa daqui­lo que ele pode revelar, então peça a Deus que lhe dê a coragem de que você precisa. A fim de ver mudanças para melhor ocorrendo em sua vida, você precisa estar aberta para a obra de purificação e aperfei­çoamento do Espírito Santo. Você precisa permitir que ele exponha seu coração para que você não se engane sobre você mesma e sua vida. Precisa convidá-lo a criar um coração puro dentro de você. En­tão, deve estar disposta a fazer estas duas coisas:
1. Confessar a Deus qualquer pecado em pensamento ou ação que ele lhe mostrar.
2. Arrepender-se das coisas que acabou de confessar.

A verdadeira confissão
Não pense que não tem nenhum pecado a confessar, só porque não é uma assassina nem nunca roubou um banco. Não pense que, por estar caminhando com o Senhor há alguns anos e freqüentar a escola dominical e estudo bíblico durante a semana, bem como todas as reuniões de oração entre uma coisa e outra, não tenha nada de que se arrepender. O pecado não precisa ser óbvio, com luzes piscando ao redor, para ser pecado. Por exemplo, você alguma vez já duvidou de que Deus pode fazer aquilo que ele promete em sua Palavra? A incre­dulidade é pecado. Você já fez um comentário sobre outra pessoa que não foi exatamente lisonjeiro? A fofoca é pecado. Você já evitou al­guém temendo que essa pessoa fosse pedir algo que você não gostaria de dar? O egoísmo é pecado. Você já teve uma atitude de desamor para com outra pessoa? Aquilo que não vem do amor é pecado.
É difícil evitar o pecado o tempo todo. E por isso que a confissão é tão essencial. Quando não confessamos nossos pecados, falhas ou erros, eles nos separam de Deus. Então, nossas orações não são res­pondidas. "As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça" (Is 59:2).
Quando não confessamos nossos pecados, acabamos tentando nos esconder de Deus. Como Adão e Eva no jardim, sentimos que não podemos encará-lo. Contudo o problema relativo a tentar esconder-se de Deus é a impossibilidade. A Bíblia diz que tudo o que fazemos será revelado. Até mesmo as coisas que dissemos e pensamos em segredo. "Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. Porque tudo o que dissestes às es­curas será ouvido em plena luz; e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa será proclamado dos eirados" (Lc 12-.2,3). "E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem te­mos de prestar contas" (Hb 4:13).
Que idéia mais assustadora! Se cada uma de nós terá de prestar contas, quanto antes acertarmos as coisas com Deus, melhor. Na verdade, quanto antes tratarmos dos pecados que podemos ver, mais rápido Deus nos revelará os que não podemos enxergar. E só Deus sabe quantos desses estão habitando em cada uma de nós.
Todo pecado tem uma conseqüência. O rei Davi descreveu isso muito bem quando falou de seu próprio pecado não confessado: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pe­los meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio" (Sl 32:3,4).
Lembro-me de ter ressentimentos para com meu marido por pa­lavras que ele me disse e que me magoaram profundamente. En­quanto me agarrei àquela mágoa e ressentimento, senti-me fisica­mente enferma. Não queria confessá-los, pois considerava meus sen­timentos justificados e ele o errado. No entanto, finalmente percebi que todo pecado é pecado, então confessei meu ressentimento a Deus como pecado - e no momento que o fiz, a sensação de enfermidade em meu corpo se foi. "Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado. Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura" (Sl 38:3-5). A vida já é bastante difícil sem termos de carregar de um lado para o outro ossos velhos, secos, doentes e fracos.
Não há nada mais pesado do que o pecado. Não percebemos quan­to ele é pesado até que sintamos seu peso esmagador trazendo morte para nossa alma. Não sentimos quanto ele é destrutivo até que de­mos de cara com o muro que se ergueu entre nós e Deus por causa do pecado. Por isso é melhor confessar cada pecado assim que nos da­mos conta dele e deixar nosso coração puro e reto imediatamente. A confissão mostra abertamente nosso pecado para Deus. Quando você confessa seu pecado, não está informando Deus de algo que ele não sabe. Ele já sabe. Ele quer ser informado de que você sabe.
Confessar, porém, é mais do que só pedir desculpas. Qualquer um pode fazer isso. Todas nós conhecemos pessoas que têm um talento especial para pedir desculpas. O motivo pelo qual elas fa­zem isso tão bem é porque praticam o tempo todo. Precisam dizer "desculpe-me" repetidamente, pois nunca mudam suas atitudes. Na verdade, algumas vezes dizem "desculpe-me" sem nem ao me­nos admitirem que erraram. São os profissionais das desculpas. Suas confissões não significam nada. A verdadeira confissão, porém, sig­nifica admitir em detalhes o que você fez e então arrepender-se com­pletamente daquilo.

O arrependimento pleno
Uma coisa é reconhecer que você fez algo de errado e desobedeceu às leis de Deus; outra é entristecer-se com isso a ponto de resolver com determinação jamais fazer tal coisa de novo. Isso é arrependimento. Arrepender-se significa mudar de idéia. Dar meia volta e ir para o outro lado. Arrepender-se é sentir tão profundamente por seu ato a ponto de fazer o que for preciso para que não se repita. A confissão significa que reconhecemos que fizemos algo errado e admitimos nosso pecado. O arrependimento significa que sentimos por nosso pecado a ponto de nos entristecermos profundamente e mudamos de rumo.
Arrepender-se de algo não significa necessariamente que jamais vamos cometer aquele pecado outra vez. Significa que não temos a intenção de cometê-lo outra vez. Assim, se você se pegar confessando o mesmo pecado outra vez depois de tê-lo confessado há pouco tem­po e se arrependido dele, prossiga com sua confissão. Não deixe que o inimigo coloque o laço da culpa em seu pescoço e grite palavras de fracasso em seu ouvido. Confesse e arrependa-se quantas vezes for preciso até poder dar um coice no inimigo e ver que você venceu a batalha com esse problema. Não alimente pensamentos como: Cer­tamente Deus não vai me perdoar de novo pela mesma coisa que confes­sei semana passada. Ele perdoa toda vez que confessamos o pecado diante dele e nos arrependemos plenamente. "Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto" (Sl 32:1). Você pode mudar o rumo das coisas em sua vida quando se volta para o Senhor e se arrepende.
Aprenda a confessar e arrepender-se rapidamente para que o pro­cesso de morte que começa a desenvolver-se cada vez que desobede­cemos às regras de Deus não tenha tempo de fazer grandes estragos, "porque o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). Peça a Deus dia­riamente que lhe mostre em que pontos seu coração não está puro e reto diante dele. Não deixe que nada a separe de tudo o que Deus tem para você.

Minha Oração a Deus
Senhor,
Coloco-me humildemente diante de ti e peço-te que purifiques meu coração de todo erro e renoves em mim um espírito reto. Perdoa-me por pensamentos que tive, palavras que disse e coisas que fiz que não te glorificaram ou que estão em contradição direta com teus mandamentos. Confesso-te especificamente (mencione quaisquer pensamentos, palavras ou ações que você sabe que não agradam a Deus). Confesso isto como pecado e me arrependo dele. Escolho deixar para trás esse tipo de pensamento ou ação e viver como tu queres. Sei que tu és "misericordioso, e compassivo, e tar­dio em irar-se, e grande em benignidade" (Jl 2:13). Perdoa-me por não dar a isso o devido valor.
Senhor, sei que tu és um Deus "que conhece os segredos dos corações" (Sl 44:21). Revela-me esses segredos quando não consigo enxergá-los. Mostra-me qualquer área de minha vida onde estou abrigando o pecado com meus pensamentos, palavras ou ações e que não reconheci. Mostra-me a verdade sobre mim mesma para que eu possa vê-la claramente. Examina minha alma e expõe minhas mo­tivações afim de revelar aquilo que preciso compreender. Estou dis­posta a abrir mão de hábitos inúteis e sem sentido que não são o melhor que tu tens para minha vida. Capacita-me para que possa fazer mudanças onde elas são necessárias. Abre meus olhos para aquilo que preciso ver, afim de que possa confessar todos os pecados e me arrepender deles. Desejo purificar minhas mãos e limpar meu coração conforme tu ordenaste em tua Palavra (Tg 4:8).
Peço-te: "Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniqüi­dade e purifica-me do meu pecado" (Sl 51:1,2). Senhor, "cria em mim... um coração puro e renova dentro em mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito" (Sl 51:10-11). "Absolve-me das [faltas] que me são ocultas" (Sl 19:12). "Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno" (Sl 139:24). Faze-me pura e reta diante de ti. Desejo receber teu perdão afim de que venham tem­pos de refrigério de tua presença (At 3:20).

As Promessas de Deus para Mim
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
1 João 1:9

Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guar­damos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável.
1 João 3:21,22

Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.
Salmo 32:5

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.
Atos 3:19

O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.
Provérbios 28:13

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Poder da Intercessão


O Poder da Intercessão

" Muito pode por sua eficácia,a suplica do justo."Tiago 5:16.
Algum tempo atrás,um clérig tentou confortar uma mulher cujo marido havia deixad a cidade durante uma cruzada  de reavivamento.Ele  era bastante agnóstico e tinha dito que ele não voltaria até que " aquela rajada de religião' passasse.
A esposa esperava que seu marido finalmente se convertesse durante a campanha de reavivamento,mas agora pareca que havia pouca chance.
O ministro,no entanto,convidou a mulher para frequentar o grupo de oração matinal que ele estava dirigindo.Determinada a ir,ela enxugou as lágrimas.
O grupo de oração concordou imediatamente em orar em favor do homem que havia partido.Eles encararam o desafio com muita satisfação - pedindo a Deus para alcançar o marido obstinado,trazendo-o de volta e conduzindo-o a cristo.Eles apresentaram nominalmente esse homem a Deus.
Naquela mesma noite,ele surpreendeu a todos ao aparecer no encontro de reavivamento.Ele tinha muita história para contar.
Disse que havia dirigido aproximadamente 25 quilômetros pelas montanhas quando foi instantaneamente interrompido em seu caminho.Ele não podia continuar.Sabia que havia procedido de forma equivocada,e sentia que era um pecador necessitado da graça de Deus.Deste modo,sentiu profunda conficção de que deveria retornar.
Ao retornar,disse à congregação:"Sei agora que devo nascer novamente,ou nunca poderei ver o reino do Céu."Esse homem,que fora resgatado de forma incrível,tomou seu lugar no meio da congregação.Ele chorava copiosamente.Naquela mesma noite,aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador.
A oração intercessória é poderosa.A oração intercessória faz a diferenças.A oração intercessória muda as coisas.Eis a razão:na controvérsia entre o bem e o mal,Deus avalia a liberdade humana.Ele estß fazendo cada coisa.Ele pode alcançar cada pessoa antes mesmo que nós oremos.Ainda assim Deus é limitado,é limitado por nossas escolhas.Ele nunca violará qualquer liberdade individual de escolha.Ele apenas vai ate aí.Influencia,mas nunca coage.Convence,mas nunca compele.Guia,mas nunca força.
Quando oramos pelos outros,Deus derrama Seu Espírito sobre nós para alcançarmos essas pessoas.A oração intercessória abre nvoas avenidas para Deus trabalhar.Permite a Deus outra oportunidade.A escritora Ellen White afirma:"Faz parte do plano de Deus conceder-nos,em resposta à oração da fé,aquilo que Ele não outorgaria se o não pedíssemos assim." _ O Grande Conflito pág 525
Quando as pessoas oram,alguma coisa acontece.A oração em grupo tem um poder incomum que vem do Todo-Poderoso.
Duas ou três pessoas que oram fervorosamente fazem a diferença.Deus ouve.Deus responde.Deus faz mudanças.Deus toca em vidas.Você tem um padrão de oraçã?Você se encontra regularmente com um pequeno grupo de oração intercessória?Porque não pede para Deus ajudar você a encontrar um padrão de oração?Por que não começa um ministério de intercessão em sua própria vida?Se você já é um tercessor,por que não encoraja outras pessoas a unir-se com você na intercessão?Descubra alguém para orar com você,para escrever uma lista de oração e a observar o que Deus faz.Você ficará maravilhado.
Deus ouve      Deus responde       Deus faz mudanças      Deus toca em vidas.
                         

Senhor, faze-me andar mais perto de ti


Senhor, faze-me andar mais perto de ti

Antes de vir a conhecer o Senhor, estava envolvida em todo tipo de ocultismo, religiões orientais e da Nova Era. Buscava a Deus em cada uma delas na esperança de encontrar algum sentido ou propósito para minha vida. Estava desesperada para encontrar uma saída para a dor emocional, o medo e a depressão que sentia diariamente desde a infância. Pensava que certamente havia um Deus e, se eu conseguisse ser boa o suficiente para me aproximar dele, talvez algo de sua gran­deza passasse para mim, e então eu me sentiria melhor comigo mes­ma e com a vida.
É claro que jamais consegui fazer isso, pois os deuses que eu pro­curava eram distantes, frios e alheios a mim. Isso me deixava ainda mais deprimida, pois fui criada por uma mãe que era distante, fria e alheia a mim, sem contar que era também abusiva, assustadora e cruel. Mais tarde, foi diagnosticado que ela sofria de uma doença mental e, de lá para cá, eu já a perdoei por tudo o que sofri em suas mãos. Ainda assim, as memórias de minha infância acumularam-se e, numa avalanche de dor, desabaram sobre mim de modo tão insu­portável que acabei sendo sufocada por minha própria aflição e esmagada por um desespero suicida.
Mas foi ali, no ponto mais baixo de minha vida, quando estava com 28 anos de idade, que descobri quem é Deus verdadeiramente e recebi Jesus como meu Salvador. Essa decisão deu início a um pro­cesso de libertação, cura e restauração que jamais imaginei ser possível.
Quando recebi o Senhor e comecei a sentir sua vida operando dentro de mim, pude ver qual era o elemento comum de todas as outras religiões e práticas com as quais havia me envolvido. Essa semelhança era que os deuses de cada uma daquelas religiões não tinham poder de salvar ou transformar uma vida humana. No en­tanto, o Deus da Bíblia podia. Ele é o único Deus vivo e verdadeiro. Quando nós o encontramos e o recebemos, seu Espírito vem habi­tar dentro de nós. Pelo poder de seu Espírito, ele nos transforma de dentro para fora e muda miraculosamente nossas circunstâncias e nossa vida.
Também descobri que ele é um Deus que pode ser encontra­do. Um Deus que pode ser conhecido. Um Deus que deseja estar perto de nós. Por isso ele se chamou Emanuel, que significa "Deus conosco". No entanto, ele se chega a nós à medida que nos chega­mos a ele (Tg 4:8).
Se eu pudesse me sentar para conversar com você sobre sua vida, eu lhe diria que, se recebeu o Senhor, a resposta para aquilo de que precisa está dentro de você. Isso porque o Espírito Santo de Deus está dentro de você, e ele a conduzirá em todas as coisas e lhe ensinará tudo de que você precisa saber. Ele transformará você e suas circunstâncias além de seus sonhos mais fantásticos se você desistir de tentar fazê-lo sozinha e deixar que ele o faça do jeito dele e no tempo dele.
Não se trata de lutar para ser boa o suficiente a fim de aproximar-se de Deus, pois não há como qualquer um de nós conseguir isso. É uma questão de deixar que toda a bondade de Deus esteja dentro de você. Trata-se de se chegar a Deus e senti-lo chegando-se a você. Trata-se de um relacionamento íntimo com Deus e da plenitude que será operada em você como decorrência.

Sei o que você quer
Passei três dos últimos quatro anos viajando por todos os Estados Unidos falando a grupos de mulheres. Em quase todos os lugares aonde fui durante esse tempo, fiz uma pesquisa para um livro que estava escrevendo chamado O poder do marido que ora. Desejava saber de que maneira as mulheres mais queriam que orassem por elas. Suas respostas não foram surpreendentes, mas o fato de serem unâni­mes em todas as cidades e estados foi incrível. A primeira necessidade pessoal de todas as mulheres pesquisadas era crescer espiritualmente e ter um relacionamento profundo, forte, vital, transformador, cheio de fé com Deus. A certa altura, parei de fazer a pesquisa, pois os resultados eram sempre os mesmos. Havia captado a mensagem!
Estou certa de que você, como eu e muitas outras mulheres, dese­ja um relacionamento profundo, íntimo e amoroso com Deus. Você não estaria lendo este livro se esse não fosse o caso. Você anseia pela proximidade, a ligação, a afirmação de que você é boa e desejável. No entanto, Deus é o único que pode lhe dar tudo isso o tempo todo. Suas necessidades e anseios mais profundos só serão preenchidos em um relacionamento íntimo com ele. Nenhuma pessoa chegará mais fundo em seu ser do que Deus. Ninguém jamais virá a conhecê-la tão bem ou amá-la tanto quanto ele. Esse anseio insaciável que você sente, o vazio que você deseja que aqueles ao seu redor preencham, foi colocado em você por Deus para que ele possa preenchê-lo.
Deus deseja que ansiemos por ele. E quando nos damos conta de que é a ele que queremos, nos tornamos livres. Somos livres para identificar os anseios, a solidão e o vazio dentro de nós como um sinal de que precisamos nos chegar a Deus com braços abertos e pedir que ele nos preencha com mais dele. No entanto, esse relacio­namento profundo e íntimo com Deus que todas nós desejamos, sem o qual não podemos viver, não acontece por acaso. É preciso buscá-lo, orar por ele, alimentá-lo e cuidar dele como um tesouro. Tudo isso deve ser feito continuamente.

Cinco maneiras eficazes de saber se seu relacionamento com Deus é superficial
1. Se você segue o Senhor só por aquilo que ele pode fazer por você, então seu relacionamento com ele é superficial. Se você o ama o suficiente para perguntar-lhe o que você pode fazer por ele, então seu relaciona­mento está se aprofundando.
2. Se você só fala com Deus quando as coisas estão difíceis ou quando você precisa de algo, então seu relacionamento com ele é superficial. Se você se pega orando a ele várias vezes por dia simplesmente por­que ama estar na presença dele, então seu relacionamento está se aprofundando.
3. Se você fica zangada ou decepcionada com Deus quando ele não faz o que você quer, então seu relacionamento com ele é superficial. Se você é capaz de louvar a Deus independentemente do que está acon­tecendo em sua vida, então seu relacionamento com ele está se aprofundando.
4. Se você ama a Deus só por causa daquilo que ele faz, então seu relacionamento com ele é superficial. Se você o ama e o teme por quem ele é, então seu relacionamento com ele está se aprofundando.
5. Se você acha que precisa implorar a Deus ou convencê-lo a respon­der a suas orações, então seu relacionamento com ele é superficial. Se você acredita que Deus deseja responder às orações que você faz de acordo com a vontade dele, então seu relacionamento com ele está se aprofundando.

Um tempo sozinha com ele
É impossível nos chegarmos a Deus e conhecê-lo bem ou desenvol­ver o tipo de relacionamento que desejamos, se não passarmos um tempo sozinhas com ele. É nesses momentos particulares que somos renovadas, fortalecidas e revigoradas. E nesses momentos que conse­guimos ver nossa vida da perspectiva de Deus e descobrir o que é verdadeiramente importante. É nessas ocasiões que compreendemos a quem pertencemos e em quem cremos.
Deus tem muita coisa para falar a nosso coração. Contudo, se você não se distanciar da agitação de seu dia e passar um tempo sozi­nha com ele em quietude e solitude, você não vai ouvi-lo. O próprio Jesus passou um bom tempo sozinho com Deus. Se havia alguém que podia dar um jeito de não fazê-lo, certamente era ele. Quanto esse tempo deve ser ainda mais importante para nós?
Sei que reservar um tempo para orar a sós pode ser difícil. Espe­cialmente quando o inimigo de nossa alma não deseja que você consiga. Mas, se você fizer disso uma prioridade, reservando um horário específico para orar diariamente, talvez anotá-lo em sua agenda como faz com qualquer outro compromisso importante, e tiver a determinação de cumprir esse compromisso com Deus, você verá suas orações ser respondidas como nunca.
Lembre-se de que, se você não tem orado muito, não pode espe­rar que as coisas mudem de uma hora para a outra. Leva algum tem­po para conseguir que o enorme transatlântico que é sua vida faça a volta e tome outro rumo. Ele não muda imediatamente de posição no momento em que você começa a virar o leme de direção. Na verdade, é possível que a princípio você não veja praticamente ne­nhuma mudança. O mesmo acontece com a oração. A oração pode fazer sua vida mudar totalmente de rumo, mas isso não acontece sempre no momento em que você diz suas primeiras palavras. Pode levar algum tempo de oração contínua até que, de fato, você comece a observar uma mudança de cenário. Isso é normal, portanto não desista. Logo você estará a pleno vapor numa nova direção. Muitas vezes as pessoas desistem pouco antes de conseguirem ver o novo horizonte de orações respondidas. Lembre-se de que esta viagem não é apenas uma voltinha ao redor da baía, é um cruzeiro para toda a vida rumo a seu destino. Desistir não é uma opção.

Atribuindo os devidos nomes
Você às vezes tem dificuldade de se lembrar de nomes? Eu tenho. Especialmente quando encontro muitas pessoas ao mesmo tempo. Posso me lembrar dos nomes e dos rostos em separado, mas nem sempre junto os dois corretamente. E isso pode me complicar. Com Deus, a situação é outra. Ele tem apenas um rosto, mas muitos, muitos nomes. No entanto, se não conhecemos todos os seus nomes, pode ser que não compreendamos todos os aspectos de seu caráter.
Deus tem literalmente centenas de nomes. Algumas vezes, po­rém, parece que encontramos dificuldade em lembrar de alguns fundamentais. Pode ser que nos esqueçamos de um, exatamente quan­do precisamos lembrá-lo. Por exemplo, pode ser que pensemos em Deus como nosso Pai celestial, mas nos esqueçamos de que ele é nosso Marido e Amigo. Ou talvez nos lembremos dele como Consolador, mas nos esqueçamos de que é nosso Libertador. Pode ser que pensemos nele como nosso Protetor, mas não nos lembremos de que ele é Médico dos Médicos. Algumas pessoas não pensam que Deus é mais do que seu Salvador, o que em si é mais do que merecemos. No entanto, Deus quer ser ainda mais do que isso para nós. Ele dese­ja que conheçamos todos os aspectos de seu caráter, pois a maneira como identificamos Deus afetará o modo como vivemos a vida.
Cada um dos nomes de Deus na Bíblia representa uma das for­mas com que ele deseja que confiemos nele. Você confia que ele é sua Força (Sl 18:1)? Ele é sua Paz (Ef 2:14)? Ele é Aquele que exalta sua cabeça quando você está abatida (Sl 3:3)? Ele é seu Purificador (Ml 3:2,3)? Sua Sabedoria (1 Co 1:24)? Seu Conselheiro (Sl 16:7)? Seu redil, seu Lugar de descanso (Jr 50:6)? Cada um dos nomes dele é sagrado, e é dessa forma que devemos tratar cada um deles.
Quando eu trabalhava com entretenimento secular em Los Angeles, ouvia a palavra "Deus" umas cem vezes por dia, dita com leviandade por pessoas sem qualquer reverência ou compreensão acer­ca do Senhor. Foi só quando aceitei Jesus que percebi como a palavra se tornava uma imprecação quando tratada de modo profano. Usar o nome de Deus em vão traz uma maldição sobre quem o profere, pois é desobediência a um dos Dez Mandamentos. "Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por ino­cente o que tomar o seu nome em vão" (Êx 20:7). Também é uma violação do maior mandamento de Deus, que diz: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12:30). Ninguém que ama a Deus usa o nome dele em vão.
No entanto, a mesma palavra - "Deus" —, quando proferida em amor por alguém que o reverencia, tem em si grande poder. Poder de salvar, curar, prover, proteger e muito mais. Usá-la de modo profano impede que justamente essas coisas venham a fluir em nossa vida. Também há grande poder em cada um dos nomes de Deus, e quan­do ditos com fé, amor, entendimento e reverência, trazem uma bên­ção e aumentam sua fé.
Por exemplo, o nome de Deus é sempre um refúgio seguro quan­do se precisa de socorro. "Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro" (Pv 18: 10). Se você está doente, corra para o Médico dos Médicos. Se não tem como pagar suas contas, corra para seu Senhor que Provê. Se você está com medo, corra para seu Refugio. Se você está passando por uma fase de escuridão, corra para sua Luz Perpétua. Ao dizer o nome dele com reverência e agra­decimento, você o convida a ser aquela designação para você. Muitas vezes, há tanta coisa que não temos em nossa vida simplesmente porque não reconhecemos Deus como a resposta para aquela neces­sidade. Como você pode ser curada se não reconhece que Deus é o Médico dos Médicos?
Na lista abaixo incluí apenas trinta nomes de Deus, mas há cente­nas em sua Palavra. Apesar de ser um só Deus, ele tem tantas dimen­sões que, a fim de sermos capazes de compreender todas elas, deu a si mesmo muitos nomes diferentes. É a única maneira de nós, que so­mos tão pequenas, conseguirmos começar a entender a Deus que é tão grande. Sugiro que toda vez que você deparar com outro nome para Deus na Bíblia, sublinhe, anote na margem ou acrescente a uma lista. Isso a fará lembrar de quem Deus deseja ser para você. Ao ler a lista abaixo, convide Deus a ser cada um desses nomes para você de uma forma nova, real e transformadora.

Trinta bons nomes pelos quais você pode chamar seu Deus
1. Aquele que Sara (Sl 103: 3)
2. Redentor (Is 59:20)
3. Libertador (Sl 70:5)
4. Minha fortaleza (Sl 43:2)
5. Refúgio (Jl 3:16)
6. Amigo (Jo 15:15)
7. Advogado (1 Jo 2:1)
8. Refrigério (Sl 23:3)
9. Pai da Eternidade (Is 9:6)
10. Amor (1 Jo 4:16)
11. Mediador (1 Tm 2:5,6)
12. Minha cidadela (Sl 18:2)
13. Páo da Vida (Jo 6:35)
14. Esconderijo (Sl 32:7)
15. Luz Perpétua (Is 60:20)
16. Torre Forte (Pv 18:10)
17. Redil (Jr 50:6)
18. Espírito da Verdade (Jo 16:13)
19. Refúgio contra a Tempestade (Is 25:4)
20. Vida Eterna (1 Jo 5:20)
21. Senhor que Provê (Gn 22:14)
22. Senhor da Paz (2 Ts 3:16)
23. Água Viva (Jo 4:10)
24. Meu escudo (Sl 144:2)
25. Marido (Is 54:5)
26. Auxílio (Hb 13:6)
27. Maravilhoso Conselheiro (Is 9:6)
28. O Senhor que Te Sara (Êx 15:26)
29. Esperança (Sl 71:5)
30. Deus de Consolação (Rm 15:5)

Se você repassar essa lista de nomes periodicamente e disser cada um deles em voz alta, agradecendo a Deus por sê-lo para você, ficará admirada como sua fé vai crescer e como você se sentirá bem mais próxima de Deus.

Minha Oração a Deus
Senhor,
Chego-me a ti no dia de hoje, grata porque tu te chegarás a mim conforme prometeste em tua Palavra (Tg 4:8). Eu anseio por habitar em tua presença, e meu desejo é ter um relaciona­mento mais íntimo e mais profundo contigo. Quero conhecer-te de todas as maneiras que tu podes ser conhecido. Ensina-me o que preciso aprender a fim de conhecer-te melhor. Não quero ser uma pessoa que aprende sempre e jamais pode chegar ao conhecimento da verdade (2 Tm 3:7). Quero saber a verdade sobre quem tu és, pois sei que tu estás perto de todos os que te invocam em verdade (Sl 145:18).
Estou aberta para aquilo que tu desejas fazer em minha vida. Não quero limitar-te ao deixar de reconhecer-te de todas as maneiras possíveis. Declaro neste dia que tu és Aquele que Sara, meu Libertador, meu Redentor e meu Consolador. Hoje preciso que tu sejas especialmente meu ................... (preen­cha com um dos nomes do Senhor). Creio que tu serás isso para mim.
Deus, ajuda-me a reservar um tempo a cada dia para estar contigo a sós. Capacita-me para que eu consiga resistir e eliminar tudo o que poderia servir de impedimento. Ensina-me a orar con­forme tu desejas. Ajuda-me a aprender mais sobre ti. Senhor, tu disseste: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba" (Jo 7:37). Tenho sede de mais de ti, pois estar sem ti é como viver em estia­gem. Chego-me a ti no dia de hoje e bebo profundamente de teu Espírito.
Sei que tu estás em toda parte, mas sei que também há mani­festações mais profundas de tua presença que desejo experimentar. Faze-me estar mais perto de ti para que possa habitar em tua presença como nunca.

As Promessas de Deus para Mim
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós.
Tiago 4:8

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e es­tará em vós.
João 14:16,17

Porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.
Lucas 12:32

Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.
João 16:24
Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.
Hebreus 10:23

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tu me amas?


Tu me amas?
 
Pedro foi um dos discípulos do Senhor e andou com Ele por três anos e meio. Ele teve muitas oportunidades de receber ajuda do Senhor Jesus. No último capítulo do Evangelho de João encontramos um rico diálogo que o Senhor teve com Pedro. É baseado nesse diálogo que gostaríamos de ter comunhão com você, jovem e motivá-lo a também ter muitos diálogos com o Senhor, ou seja, ter mais momentos de comunhão com Ele.


Antes de se tornar um discípulo do Senhor, Pedro tinha um negócio (Lucas 5:10). Todavia, após conhecer o Senhor, Pedro descobriu um negócio muito maior do que aquele no qual estava envolvido. De igual forma, antes de conhecer o Senhor tínhamos o nosso negócio, nosso estilo de vida, nossos amigos e tantas outras coisas pertinentes ao antigo modo de viver. Mas, quando cremos no Senhor e fomos regenerados com Sua vida, fomos introduzidos em Seu grande empreendimento, a edificação da igreja (Mateus 16:18-19).

Entretanto, após a ressurreição do Senhor, Pedro resolveu voltar à antiga profissão de pescador (João 21:3).  Parece que ele havia se esquecido das palavras do Senhor quando dissera: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Marcos 1:17).  Em João 21 após a ressurreição do Senhor, Este apareceu a Pedro e perguntou-lhe por três vezes: “Você me ama? Você me ama mais do que esses outros?” Nas duas primeiras vezes Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”, mas quando o Senhor lhe perguntou pela terceira vez, ele percebeu que apesar de ter desejo de amar o Senhor, não tinha força para fazê-lo. Por isso, Pedro respondeu: “Senhor, tu sabes todas as coisas. Tenho desejo de Te amar, mas sabes que em determinada situação posso negar-Te. Quando confiei em meu amor natural por Ti, prometendo até mesmo morrer por Ti, eu te neguei por três vezes. Senhor, Tu sabes todas as coisas” (João 13:36-38; 18:15-18, 25-27).

Pedro havia voltado à sua velha profissão, pois o Senhor havia morrido e ele não sabia como seria seu futuro. Ele estava preocupado com seu sustento, com sua sobrevivência, por isso voltou a pescar. Pedro havia se desviado do chamamento que o Senhor um dia lhe fizera (Mateus 4:18-22). Mas por amá-lo, Jesus chamou-o outra vez, perguntando-lhe: Você me ama ou ama o barco e a rede com que garante o seu sustento? Essa mesma historia tem se repetido ao longo dos séculos, muitos jovens se desviaram do chamamento do Senhor devido á ansiedades relacionadas ao futuro. Muitos jovens se preocupam com quem irão se casar, ou que emprego poderá oferecer uma boa qualidade de vida a eles. Jovem, em relação ao nosso futuro, precisamos aprender a confiar no Senhor. Quando jovem, Pedro era muito ansioso, mas, a medida que ele foi se relacionando com o Senhor e conhecendo-O, Pedro aprendeu a lançar as ansiedades no Senhor. Em 1 Pedro 5:7 ele diz: “Lançado sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.

A prova que amamos o Senhor: amar os irmãos

Após perguntar sobre seu amor por Ele, o Senhor o instruiu quanto à maneira correta de manifestar esse amor – cuidando dos irmãos (João 21:15-17). Muitos filhos de Deus proclamam seu amor por Ele, no entanto, sequer se lembram de ligar para um irmão enfraquecido, que não tem participado das reuniões da igreja e que por um motivo ou outro está disperso da vida da igreja. À luz da experiência de Pedro podemos dizer que o amor que o Senhor estava requerendo era um amor aperfeiçoado (1 João 4:12). Pedro no final de sua vida quando escreveu suas duas epístolas demonstrou em palavras que traduzem sua experiência de vida, que o amor foi aperfeiçoado em sua pessoa. A primeira prova de que o amor em Pedro cresceu é o fato dele ter escrito sua primeira epístola aos que estavam dispersos (1 Pedro 1:1-2). É muito fácil nos lembrar de alguém que está bem espiritualmente, que tem participado das reuniões da igreja, das conferencias de jovens, etc. No entanto, o grande desafio proposto a nós, é, não somente nos lembrar, mas também “escrever e enviar uma carta” de encorajamento aos que estão dispersos.

Em João 13:34-35, o Senhor apresentou o novo mandamento aos discípulos: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.  Pedro ouvira essa palavra, no entanto, ainda não compreendia (v. 7) e por seguinte não conseguia pôr em prática. Mais tarde, depois de ser aperfeiçoado no amor, Pedro pôde escrever: “Tendo em visa o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração, uns aos outros ardentemente. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 1:22; 4:8). Jovem, se você em seu coração ama o Senhor, então esse amor precisa ser manifestado com o cuidado pelos jovens mais fracos, ou seja, aqueles que têm dificuldade de avançar espiritualmente. O amor de Cristo precisa nos constranger a cuidar dos irmãos. Em João 13:1 é nos dito: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. Por mais que alguns irmãos sejam difíceis de ser amados, precisamos aprender com o Senhor a amar os irmãos até o fim. Amar implica em longanimidade e misericórdia.

Gostaríamos de terminar essa seção encorajado-os a amar os irmãos, assim como Paulo encorajou os tessalonicenses a avançar no amor uns para com os outros: “No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros; e, na verdade, estais praticando isso mesmo para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais” (1 Tessalonicenses 4:9-10).


domingo, 20 de janeiro de 2013

A vinda do Senhor e o seu significado


A vinda do Senhor e o seu significado
2 Pedro – Capítulo 3
1 Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero;
2 Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador.
3 Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências,
4 E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste.
6 Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio,
7 Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.
8 Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.
11 Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade,
12 Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.
14 Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.
15 E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
16 Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.
17 Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;
18 Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.