domingo, 27 de setembro de 2020

LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA O SANGUE DOS ANIMAIS SIMBOLIZA O SANGUE DE CRISTO

 LIVRO: O CORAÇÃO DA BÍBLIA

DIA: 27/09/2020


PRIMEIRA SEMANA – DOMINGO (Páginas 31 à 35)


Ler com oração:

Cl 2:14  e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz,


O SANGUE DOS ANIMAIS SIMBOLIZA O SANGUE DE CRISTO

           


     No Antigo Testamento era utilizado o sangue de animais como oferta pelo pecado. Contudo, em Hebreus, vemos que esse sangue não podia remover pecados (10:4), mas apenas cobri-los. E isso não é suficiente, pois é como jogar a sujeira para debaixo do tapete.


 Ninguém enxerga a sujeira, mas ela ainda está ali. Em Romanos, vemos que Deus tolerava os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista o sacrifício futuro do Senhor Jesus (3:25-26). Todas essas “dívidas” eram como notas promissórias, que foram quitadas quando o Senhor Jesus morreu na cruz (Cl 2:14).


     João Batista disse a respeito do Senhor Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Ele não cobre, Ele remove o pecado. O Senhor pagou a dívida, resgatou a “nota promissória”. A propiciação feita pelo sangue de Jesus é maior que a expiação dos pecados feita pelo sangue de animais. 


    Fomos criados por Deus, por isso originalmente somos Dele. Contudo, quando o pecado entrou na humanidade, Satanás roubou o homem para si. Estávamos no império das trevas, mortos em nossos delitos e pecados (Cl 1:13; Ef 2:1-2). Éramos inimigos de Deus e estávamos debaixo de Sua ira (Jo 3:36; Rm 5:10; Cl 1:21). Mas o Senhor Jesus veio como homem e pagou um alto preço para nos resgatar, morrendo na cruz e derramando Seu precioso sangue (1 Pe 1:18-20). Hoje, temos paz com Deus, pois, com a morte de Cristo, nossa dívida foi paga, e fomos reconciliados com o Pai (Cl 1:22; Rm 5:1, 9-10). 


    Assim, com o sacrifício do Senhor Jesus e com Seu sangue, que está no propiciatório (Rm 3:25; Hb 9:23-28), Deus tornou-se propício a nós, pois esse sangue tem eficácia eterna. Ele é capaz de lavar os pecados que cometemos no passado e os que ainda vamos cometer. Uma vez que o problema do pecado foi resolvido, fomos reconciliados com Deus e podemos contemplar Sua glória (2 Co 3:18). 


CRER PARA SER JUSTIFICADO



     Com o sacrifício do Senhor Jesus, o Seu próprio sangue está no propiciatório, logo a lei não é mais necessária, pois a justificação não vem mais pelas obras da lei, e sim pela fé. Somos justificados pela fé em Cristo Jesus (Rm 5:1; 3:21-22).


     Na primeira parte do versículo 22 de Romanos 3, lemos: “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo”. No original grego, a melhor tradução seria “a fé de Jesus Cristo” e não “a fé em Jesus Cristo”. Em Gálatas 2:20, lemos: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus”. Mais uma vez, a tradução correta é “vivo pela fé do Filho de Deus”. A fé não é nossa, a fé é de Jesus. Em Hebreus 12:2, é dito: “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus”. Esse versículo mostra que Jesus é o início (autor) e o fim (consumador) da fé. Quando invocamos: “Senhor Jesus!”, a fé de Cristo é transmitida a nós. E ela cresce à medida que recebemos a palavra de Deus, pois “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). 


    Ainda sobre a fé de Jesus, leiamos: “Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10:12-14). É necessário que alguém pregue para que as pessoas obtenham a fé de Jesus. Continuando: “E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (v. 15). Por que esse versículo fala dos pés? Porque os pés são para andar, ou seja, para sair. Hoje estamos vivendo tempos de pandemia por conta da COVID-19, e, para conter a disseminação do vírus, a recomendação das autoridades sanitárias é o isolamento social. Mas, quando a situação voltar ao normal, não fiquemos parados em casa, saiamos para pregar o evangelho! 


   “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1:16-17). Aqui vemos que é de fé em fé. Hoje, um pouco de fé; amanhã, um pouco mais; depois, mais um pouco. Esse processo não pode parar até chegarmos à unidade da fé (Ef 4:13). Fomos justificados pela fé e, agora, devemos viver por ela. 


    A EXPERIÊNCIA DE ABRAÃO: JUSTIFICADO PELA FÉ 



    Vejamos, agora, a história de Abraão e sua experiência com a fé. A civilização, na época de Abraão, era extremamente idólatra, cultuando ídolos criados pelo próprio homem (Sl 115:4). Em Romanos 3:10-11, lemos: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus”. Foi nesse contexto que o Senhor chamou Abraão de Ur dos caldeus.


     Em sua época, Abraão foi o único que seguiu e obedeceu ao Senhor. Cada vez que Deus lhe aparecia e falava, sua fé se fortalecia. Abraão foi chamado por Deus para sair daquela terra idólatra e ir para uma terra que Ele lhe mostraria (Gn 12:1-3; At 7:1-4). Essa experiência é muito parecida com a nossa. A palavra “igreja”, no grego, é Ekklesia, formada por dois vocábulos, Ek, que significa fora, e Klesia, que quer dizer assembleia dos chamados; então, juntos, seria assembleia dos chamados para fora. Fomos chamados para fora deste sistema maligno, que é o mundo (Ef 2:1-2; 1 Jo 5:19). 


    Leiamos Gálatas 3:23-29: “Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. Esse trecho mostra que a função da lei era nos conduzir a Cristo. A lei foi dada por intermédio de Moisés, mas, antes dele, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15:6; Rm 4:3; Gl 3:6). Pela fé de Abraão na palavra de Deus, ele é considerado “o pai dos que têm fé” (Rm 4:11; Gl 3:7). Por isso, hoje, basta crer. Somos justificados mediante a fé em Cristo Jesus (Rm 5:1-2).


 A PROMESSA DE HERDAR A TERRA


     Leiamos Romanos 4:13-14: “Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé. Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa”. Aqui se diz: “a sua descendência”. Graças ao Senhor, somos a descendência de Abraão. Cabe a nós a promessa de herdar o mundo que há de vir (Hb 2:5). Mas como nos tornaremos herdeiros? Não é pela lei nem por obras feitas pelo nosso homem natural, e sim mediante a justiça da fé. Deixe que as pessoas briguem por esta terra; no fim, ela será dada a nós. 


    No Evangelho de Mateus, vemos como podemos herdar a terra: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (5:5). Hoje, no mundo, há muitas pessoas violentas, há guerras, com uns matando os outros para ganhar a terra. Diante disso, não precisamos fazer nada. Devemos apenas ser mansos, crer na justiça da fé, e, um dia, se perseverarmos até o fim, herdaremos a terra. Somos os reais herdeiros desta terra.


     Há três ocorrências no capítulo 4 de Romanos que mostram que, quando Abraão creu, isso lhe foi imputado para justiça. A primeira está no versículo 3: “Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”. A segunda está no versículo 9: “Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça”. E a terceira está no versículo 11: “E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que creem, embora não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça”. Esse versículo mostra que não somente a Abraão foi imputada a justiça, mas também a nós, os que cremos e temos como pai a Abraão. 


    Em Hebreus 11:8, é dito: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia”. Quando Abraão foi chamado, obedeceu. Ele estava em Ur dos caldeus, uma terra cheia de idolatria, e Deus queria tirá-lo daquele lugar contaminado. Então, disse-lhe: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” (Gn 12:1). Abraão precisava sair daquele lugar, mas Deus não lhe deu um mapa apontando para onde ele deveria ir. Ainda assim, Abraão saiu, pois Deus lhe disse: “Eu te mostrarei!”. O mapa de Abraão era o próprio Deus. Foi assim que ele chegou à terra de Canaã. Em sua primeira experiência, Abraão obedeceu. Ele até poderia questionar a Deus quanto ao caminho que deveria tomar, mas, pela fé, obedeceu sem questionar.

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