ALIMENTO DIÁRIO - SEMANA 2 - QUARTA-FEIRA
NOSSA ATITUDE PARA COM AS VERDADES
Participantes da natureza divina (2 Pe 1:3-8)
Leitura bíblica: Jó 1:1-5, 13-22; 2:3-10; Jo 3:8
Ler com oração: Não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos (2 Co 1:8-9).
NÃO SE APOIAR EM NADA QUE NÃO SEJA DEUS
O aperfeiçoamento que o Senhor proporciona a Seus filhos consiste em levá-los a depender do Espírito (Jo 3:8). Mas muitos de nós, infelizmente, ao longo da vida, dependemos das estruturas que criamos para as várias áreas da vida, como a financeira, a profissional, a humana e, inclusive, a espiritual. Qualquer estrutura pode nos levar ao comodismo, pois, em tudo que já sabemos exatamente como e o que fazer, não precisamos depender do Espírito.
Essas estruturas são como um ninho no qual ficamos acomodados. Uma vez montado esse “ninho”, não há desespero em nós. Por isso o aperfeiçoamento da maneira como foi descrito ontem produz um desconforto em nós, pois saímos da nossa zona de conforto e, por não saber o que vai acontecer nem o que fazer diante de tantas situações novas, passamos a depender unicamente do Senhor. Para que o coração das pessoas amoleça enquanto pregamos a Palavra, precisamos de muita oração ao Senhor e sensibilidade. Nesse sentido, é tão essencial exercitar nosso espírito para saber o que o Espírito deseja fazer.
Um exemplo de alguém que teve o “ninho” mexido foi Jó. Vejamos a estrutura que Jó possuía: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal [...]. Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1:1, 5). A primeira parte da estrutura do “ninho” de Jó era estar de bem com Deus. A vida da alma tem como base de sua estrutura o estar de bem com Deus para que tudo vá bem. Esse é o fundamento do “ninho”.
Prosseguindo nos versículos 2 e 4 lemos: “Nasceram-lhe sete filhos e três filhas [...]. Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles”. A segunda parte da estrutura de Jó eram os filhos, a família. Entre eles havia muita harmonia e, para que Deus não ficasse zangado com seus filhos, Jó os santificava e sacrificava por eles.
Porém, para manter sua família, Jó necessitava de bens e dinheiro. Essa era a terceira parte da estrutura do “ninho” de Jó, conforme lemos: “Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente” (v. 3). O homem se desespera pela busca ao dinheiro para trazer tranquilidade para sua alma. Nos dias de hoje, essa tranquilidade se estende não somente aos filhos, como aos netos e, até mesmo, aos bisnetos. Esse “ninho” tem de fornecer segurança financeira, alcançando, por fim, a aposentadoria garantida.
Dessa forma, estar de bem com Deus, ter uma harmônica família e possuir bens eram os componentes da estrutura do “ninho” de Jó. Deus, entretanto, permitiu que seu “ninho” fosse mexido. Em um só dia, Jó perdeu tudo o que possuía (vs. 13-22). Só não perdeu sua integridade para com Deus (2:3). Depois de ter seu “ninho” mexido, o Senhor permitiu que Satanás tocasse no corpo de Jó, poupando-lhe, entretanto, a vida (vs. 4-8). Jó se coçava da cabeça aos pés e, ainda assim, não perdeu sua integridade. Sua mulher, porém, ao vê-lo naquela condição disse-lhe: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (v. 9). Isso, contudo, não perturbou Jó, que se manteve firme (v. 10).
O alvo do aperfeiçoamento de Deus não é o sofrimento. O que Ele quer nos mostrar com o exemplo de Jó é que não podemos nos apoiar no nosso “ninho” que criamos para servi-Lo. Ter seu “ninho” desestruturado foi a maneira que Deus usou para levá-lo a conhecer de fato ao Senhor e a si mesmo.
Ponto-chave: Não confiar em nada além do Senhor a fim de avançarmos em nossa experiência espiritual.
Pergunta: Em quais estruturas humanas o homem costuma se apoiar a ponto de não mais confiar em Deus?
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