terça-feira, 25 de setembro de 2012

A PARÁBOLA DOS TALENTOS

As parábolas ditas pelo Senhor Jesus, e registradas em Mateus 24 e 25, ajudam-nos a compreender melhor sobre esse assunto. Abordaremos agora, também sucintamente a parábola dos talentos (15: 14- 30).
A parábola das dez virgens está relacionada com a vida, e a dos talentos com a obra. No aspecto da vida, os cristãos são virgens, e a exigência é crescer e ser vigilante; quanto à obra, somos servos, o que implica sermos bons, fiéis e prudentes. Portanto, não podemos negligenciar nem o aspecto da vida (que é interior, subjetivo e se refere à nossa experiência com Deus) nem o aspecto da obra (que é exterior, objetivo e resulta da nossa comunhão com Deus). A parábola dos talentos, dessa forma, está relacionada ao adequado uso dos dons que de Deus recebemos.
“Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens” (v. 14). O “homem” aqui se refere a Cristo. Ele entregou Seus bens a Seus servos. Os cristãos, ao mesmo tempo em que são filhos de Deus, são servos ou escravos de Cristo (1 Co 7: 22- 23; 2 Pe 1: 1; Tg 1: 1; Rm 1: 1). No aspecto da vida, somos virgens vivendo unicamente para Cristo (2 Co 11: 2), e no aspecto da obra nós O servimos como escravos comprados por Seu precioso sangue. Por termos a Sua vida, somos a igreja, que é a herança de Deus (Ef 1: 18), e somos os Seus bens. Nesta era, o bem mais precioso que Cristo possui, alcançado com o sacrifício de Sua própria vida, é a igreja, Seu corpo e noiva.
“A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e então partiu” (Mt 25: 15). Os talentos nessa parábola representam os dons espirituais (Ef 4: 7- 8; Rm 12: 6; 1 Co 12: 4; 1 Pe 4: 10; 2 Tm 1: 6). Para servir ao Senhor precisamos de dons. Muitas pessoas, ao tornarem-se cristãos, pensam usar para o Senhor seus talentos naturais, sua habilidades “de nascimento”. Isso, no entanto, é abominável para Deus, pois tais habilidades pertencem ao homem caído, à velha criação, à vida da alma. Os talentos de que Deus necessita no serviço a Ele são dons espirituais, que nos foram dados por Ele após a nossa salvação. Somente com esses dons podemos servir ao Senhor como bons servos a fim de realizar Sua obra.
No momento em que recebemos a vida de Deus, por meio da regeneração, tornamo-nos membros do Corpo de Cristo e membros uns dos outros. Num corpo nem todos os membros têm a mesma função (Rm 12: 4- 5). em nosso corpo físico, cada membro sabe exatamente qual é sua função, como deve agir em coordenação com os outros membros. Do mesmo modo, no Corpo de Cristo cada membro tem sua função, e é especialmente necessário que aprendamos a servir junto com outros irmãos. Por essa razão, Deus “concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4: 11), visando um fim proveitoso: o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo (v. 12). Esses irmãos aperfeiçoam e ensinam-nos a usar os dons que recebemos de Deus da maneira mais adequada e proveitosa.

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